domingo, 31 de março de 2013

O projeto realmente é audacioso, mais esero que não toma outro rumo pois se tratando de Brasil tudo pode acontecer no caminho de agora para frente....

N° Edição:  2263 |  28.Mar.13 - 21:00 |  Atualizado em 31.Mar.13 - 19:54

Do 14-bis ao 14-X

Aeronave que voa a mais de 11.000 km/h coloca o Brasil na elite da engenharia aeroespacial e na iminência de superar tecnologicamente os EUA

Lucas Bessel

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Em um laboratório em São José dos Campos, interior de São Paulo, a aeronave mais avançada do Brasil ganha forma. Batizado de 14-X, o aparelho tem nome inspirado na mais famosa máquina voadora brasileira, o 14-bis. Em comum com o avião de Santos Dumont, o 14-X tem o poder de garantir para o País um lugar no pódio da tecnologia aeroespacial. Não tripulado, o modelo é hipersônico, capaz de atingir dez vezes a velocidade do som (mais de 11.000 km/h). As propriedades do 14-X colocam o Brasil no seleto grupo de nações – ao lado de Estados Unidos, França, Rússia e Austrália – que pesquisam os motores scramjet, que não têm partes móveis e utilizam ar em altíssimas velocidades para queimar combustível (no caso, hidrogênio). Outra característica do veículo desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea Brasileira (IEAv) é que ele é um “waverider”, aeronave que usa ondas de choque criadas pelo voo hipersônico para ampliar a sustentação. É como se, ao nadar, um surfista gerasse a onda na qual irá deslizar.
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O projeto nasceu em 2007, quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Cinco anos depois, a teoria está prestes a virar prática. O primeiro teste do 14-X em voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorrerá neste ano. Em seguida, a Força Aérea planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. “Se formos bem-sucedidos nesses ensaios, estaremos no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos americanos”, diz o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X.
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O grande desafio no desenvolvimento da tecnologia de altíssimas velocidades é a construção dos motores scramjet. Um engenheiro ligado ao projeto compara a dificuldade de ligar tais propulsores a “acender uma vela no meio de um furacão”. Por isso, o IEAv realiza os testes do primeiro protótipo no maior túnel de choque hipersônico da América Latina, no próprio laboratório do instituto. Diferentemente do que ocorre em turbinas de aviões, esse motor não usa rotores para comprimir o ar: é o movimento inicial, gerado pelo foguete, que fornece o fôlego necessário. No 14-X, os propulsores scramjet são acionados a mais de 7.000 km/h.
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“Esse será o caminho eficiente de acesso ao espaço em um futuro próximo”, diz Paulo Toro, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do 14-X. As aplicações práticas vão além do lançamento de satélites ou dos voos suborbitais. Os EUA, que testam sua aeronave batizada de X-51, pretendem usar a tecnologia em mísseis intercontinentais. Entre os civis, a esperança é de que o voo hipersônico possa se tornar uma realidade em viagens turísticas. Ir de São Paulo a Londres em apenas uma hora não seria nada mau.

Essa é que é um Aptº. porreta até pode estar em qualque lugar se a pessoa não parar muito em um lugar é só levar.

Casa surge ao apertar de um botão

Contêiner marítimo esconde seis cômodos. Cama e sofá ficam nas paredes. Entenda

Por Casa e Jardim Online
Contêiner se transforma em uma casa
À primeira vista, é apenas um contêiner marítimo. Mas, ao apertar de um botão, as paredes se abrem e revelam uma casa de seis cômodos. Sala, quarto, banheiro, cozinha, sala de jantar e até uma pequena biblioteca se escondem na Push Button House, do arquiteto americano Adam Kalkin.

Cama, sofá e abajures ficam colados nas paredes do contêiner. No centro, está a bancada da cozinha, a mesa de jantar e estantes para os livros. O banheiro, com pia, banheira e vaso sanitário, fica logo atrás da cama. Ao sair de casa, basta recolher tudo. A transformação acontece em apenas 90 segundos, graças a um moderno sistema hidráulico. A estrutura fechada ocupa cerca de 5 m². Com certeza é muito prático, mas você teria coragem de morar em um espaço tão apertado?

Kalkin é especialista em casas contêiner – veja outro projeto inovador aqui. Confira a transformação nas imagens do fotógrafo especializado em arquitetura Peter Aaron.

   Divulgação
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Realmente é surpreendente a casa mais a gosto do dono.

Um cômodo de cada cor; todos exóticos

Octógonos, hexágonos e triângulos definem casa

27/03/2013 | POR REDAÇÃO; FOTOS TONY CENICOLA / THE NEW YORK TIMES

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)
Quem acredita em destino diz que não somos nós quem escolhemos as coisas mais importantes de nossas vidas. Isso pode explicar a relação entre a Casa Nicol, em Kansas City, no Estado americano de Missouri, e seu atual dono: o varejista de móveis Rod Parks. Conta Parks que ele se encantou pela casa em 1997, quando os donos originais puseram-na à venda. Na ocasião, no entanto, ela foi comprada por outra família. Em 2009, ano em que a morada foi novamente posta no mercado, a história foi outra. “A casa me prendeu como nunca antes”, contou Parks em entrevista ao The New York Times. “Ela me entendeu – e eu a entendi.”
Ao conhecer a Casa Nicol, entende-se logo o motivo da paixão de Parks. Idealizada em 1964 pelo arquiteto Bruce Goff, ela tem um estilo único. Com o exterior em forma octogonal, uma pirâmide no telhado e uma piscina hexagonal, a geometria excêntrica permeia também o interior. Dentro da residência, as salas têm oito lados, telhas hexagonais ornam paredes, e há uma série de triângulos que fazem as vezes de janelas, armários e pias. Além disso, cada sala tem uma claraboia que, além de contribuir para a boa iluminação dos ambientes, acrescenta mais figuras ao festival geométrico.
Para competir com a particularidade das formas que caracterizam a casa, cada cômodo é de uma cor extremamente marcante e diferente. O conceito por trás da divisão cromática dos espaços veio da intenção do arquiteto de desenhar um lar para “uma família de indivíduos”, ou seja, o casal Nicol e seus três filhos. Cada quarto refletiria o gosto de quem o habitava. Mesmo vivendo apenas com seu poodle, Ettore, Parks não tinha dúvidas de que poderia preencher facilmente todos os espaços da casa. Afinal, ele é dono do Retro Inferno, um empório de móveis, também em Kansas City. A preocupação real de Parks era o contrário – a quantidade de móveis embutidos já existentes na casa. Porém, ele logo percebeu a situação vantajosa na qual se encontrava: “Não precisaria mais roubar as melhores peças da loja para mobiliar minha casa. Eu poderia ter coisas boas, mas simplesmente não tantas assim”.
  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)
Como escolher, então, o que preencheria os quartos adicionais? O de paredes rosas se tornou reduto de CDs e discos de vinil, enquanto a sala vermelha foi recheada de livros, encarnando uma área de leitura. Para fomentar um hobby, o dono colocou sua bateria no quarto laranja. Os quartos roxo, verde e azul foram os únicos que receberam camas. Seguindo o estilo incomum da arquitetura da Casa Nicol, a decoração também é singular. Além de poltronas e cadeiras de design autoral, assinadas por nomes como George Nelson, Verner Panton, Erwine e Estelle Laverne, há outros elementos originais, em todos os sentidos da palavra, que pontuam a casa de forma distinta.
Um deles é uma fonte de fogo e água, desenhada pelo próprio Bruce Goff e construída com um boiler serrado, um chuveiro ao contrário e um anel de cobre perfurado. Para completar, o arquiteto pendurou um véu de pequenos espelhos sobre a instalação. Acima disso, a família que ocupou a casa antes de Parks alojou um satélite soviético. Os dois se encontram na principal sala de estar, no centro da casa. Seguindo as referências diversificadas do décor, há alguns elementos da cultura pop espalhados pela casa, principalmente na forma de arte.
Ao mesmo tempo que preservou a essência da obra de Bruce Goff, Parks fez poucas – porém, boas – escolhas de mobiliário que perpetuaram o estilo ímpar desta casa.
  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

  (Foto: Tony Cenicola/The New York Times)

Realmente são lugares paradisíacos

Conheça praias paradisíacas que são a cara de Flor do Caribe

Viaje por praias do Norte e Nordeste de areias brancas e águas cristalinas

A nova novelas das 7, Flor do Caribe, nos dá a sensação que praias paradisíacas, dunas gigantes e águas transparentes somente existem na TV ou em nossos sonhos.
Mas saiba que no Norte e no Nordeste do Brasil existem inúmeros cenários como este e que podem e devem ser descobertos. Praias escondidas e pequenas vilas abrigam experiências inesquecíveis!
Para você que não quer destinos tão badalados e adora descobrir lugares diferentes essa é uma boa pedida . Descubra os caribes brasileiros! Confira:

PRAIA DE CARNEIROS (Tamandaré) - PE
Por que ir: Considerada uma das mais lindas e rústicas praias de Pernambuco, a Praia de Carneiros apresenta exuberantes piscinas naturais e praias desertas perfeitas para esquecer do mundo. Aproveite o famoso tour marítimo até a Ilha de Aleixo, local de naufrágios e ponto obrigatório para a prática de mergulhos.

CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE
Por que ir: Comportando vastas reservas ecológicas e belas praias como Calhetas e Paraíso, Cabo de Santo Agostinho é conhecida pelo mar perfeito para a prática de esportes marítimos. Aproveite o artesanato especializado em cerâmicas do local e a herança histórica das ruínas do Convento Carmelita.

MARAGOGI - AL
Por que ir: Maragogi é o ponto paradisíaco para piscinas naturais. As chamadas Galés se estendem por seis quilômetros da costa e são propícias para ver os peixinhos e passear nos barcos catamarãs. Ao longo de suas praias, como a de Burgalhau, depare-se com simples, rústicas e lindas vilas de pescadores protegidas pelas águas esverdeadas do mar.

CORURIPE - AL
Por que ir: Coruripe, em comparação a outras praias do Nordeste, pode ser considerada intocada. Se você procura tranqüilidade, com certeza vai encontrá-la em imensos recifes, areias bancas e mar azul para todo lado. Passeie por Pituba e percorra 4 quilômetros de areia e completo deserto. Vá a Praia de Barreiras e complete a sessão do “spa natural” com um bom banho de água doce.

PORTO DE GALINHAS - PE
Por que ir: Porto de Galinhas é o maior e mais badalado balneário de Pernambuco, com praias para todos os gostos e bolsos. Vá para Ipojuca, 70 km de Recife e relaxe na superfície azul durante a maré baixa. Em Muro Alto as atrações são os passeios por esportes aquáticos como wakeboard e jet-ski.

SÃO MIGUEL DOS MILAGRES - AL
Por que ir: A mescla de tons azuis e verdes forma uma paisagem única em São Miguel dos Milagres. Os coqueiros que circundam a extensa Costa dos Corais protegem o mar de águas verdes e seus peixinhos coloridos. Aproveite para caminhar pelas praias do Toque e Tatuamunha, essa última, palco de uma atração especial: peixes-boi passeiam ao luar.

ARRAIAL DO CABO - RJ
Por que ir: Irmã mais tranquila dos arredores, Arraial do Cabo não é tão luxuosa quanto Búzios e Cabo Frio e, talvez por isso mesmo, seja uma ótima opção de tranquilidade no litoral do Rio de Janeiro. Não perca a oportunidade de mergulhar em suas águas transparentes (um dos melhores pontos do país) e ir de barco à Ilha do Farol com seus costões estonteantes.

ALTER DO CHÃO - PA
Por que ir: O chamado Caribe Amazônico situa-se no interior do Pará, a 35 Km da cidade de Santarém e suas belezas aparentemente marítimas dependem do rio Tapajós. A praia de Alter do Chão só aparece depois da vazante do Tapajós entre agosto e janeiro. Suas areias são branquinhas e as águas azul-turquesa são doces. Não perca também o tradicional bolinho de Piracuí.

Vejo que este caso é muito interno e como aquele palco de picadeiro não muda nada, mais há uma esperança espero que as coisas se mudem vamos esperar, porque de palhaço já tem bastante por lá está até parecendo um curral lotado de ......

Janio de Freitas
O poder à vista
O impasse sobre Feliciano é o 1º embate relevante em que os evangélicos se põem como um bloco orgânico
 
O impasse decorrente da presença do deputado-pastor Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos e de Minorias não é um caso político qualquer. Tanto expõe uma situação atual até aqui mal observada, como indica uma situação futura bastante problemática no Congresso, em particular na Câmara.
O caso em torno do pastor Marco Feliciano agrava-se mais, com sua decisão de afrontar os opositores e entregar a relatoria de projetos, na Comissão, a evangélicos notoriamente contrários a tais propostas, referentes a assuntos como aborto e sexo profissional.
Mas o comando da Câmara e a maioria dos líderes partidários estão acovardados, diante da dupla ameaça de reação do grupo de deputados-pastores à saída forçada de Marco Feliciano. Agora, tumultuariam a Câmara com ações deles próprios e com grandes mobilizações externas; depois, seriam campanhas acusatórias, nas eleições, aos autores de "perseguição religiosa" no Congresso.
Marco Feliciano está convidado para uma reunião, na terça-feira, com líderes das bancadas partidárias que tentariam demovê-lo da permanência como presidente daquela Comissão. Os sinais, até o final de semana, foram de provável ausência do convidado. E, a comparecer, seria para reafirmar a recusa à renúncia. É a posição transmitida por seus principais aliados entre os evangelistas da Câmara.
A reunião cordial foi adotada pelos líderes, ao fim de mais de duas horas de discussão, como alternativa à alegada falta de recurso do Regimento para a substituição compulsória de Marco Feliciano. A alegação é discutível, a começar de que a necessária atividade da Comissão está inviabilizada e, também para casos assim, a Câmara dispõe de Comissão de Ética e de Corregedoria. A alegação da falta de instrumentos resulta mais do temor de enfrentar o problema.
O impasse em torno do pastor-deputado Marco Feliciano, com suas manifestações racistas e anti-homossexuais, é o primeiro embate relevante em que os evangélicos se põem como um novo bloco orgânico, ideologicamente bem definido e poderoso. Este novo evangelista e o bloco ruralista não precisam estar de acordo em tudo para comprovar o adiantamento da direita, como bancada no Congresso, sobre os que se dizem "a esquerda".
A perspectiva dessa situação delineia-se neste fato incontestável: nenhum segmento político está em mais condições de crescer, nas eleições do ano próximo para o Congresso, do que os evangélicos. A contribuição que podem levar só é promissora para eles e seu projeto de poder político.

Para o Brasil alguem sabia disto que está acontecendo por baixo dos panos....

O feirão da Petrobras

Documentos da estatal revelam os bastidores da venda de patrimônio no exterior – como a sociedade secreta na Argentina com um amigo da presidente Cristina Kirchner

DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS, LEANDRO LOYOLA, MARCELO ROCHA 

Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina.
EMPRESÁRIO “K” Cristóbal López (sorrindo, à esq.), num cassino com os Kirchners (Cristina de vermelho, Néstor de gravata lilás). Amizade com o poder (Foto: Juan Cruz Sanz )
O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção.

Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas.
a mensagem 775 petrobraS (Foto: reprodução Revista Época)
Mesmo que os valores do negócio pudessem ser considerados vantajosos para a Petrobras, nada provocou tanto desconforto dentro da estatal como o sócio escolhido. O executivo Fabián trabalha para o bilionário argentino Cristóbal López, dono do grupo Indalo. Ele é conhecido como “czar do jogo”, em virtude de seu vasto domínio no mundo dos cassinos (na Argentina, o jogo é legal). López é amigo e apoiador da presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Como o “czar do jogo” da Argentina virou sócio da Petrobras? No dia 5 de novembro do ano passado, López enviou uma carta, em espanhol, à presidente da Petrobras, Graça Foster. Na carta, a que ÉPOCA teve acesso, López revela ser um homem bem informado. Não se sabe como, mas ele descobrira que a Petrobras estava negociando a venda da Pesa com três de seus concorrentes. O assunto da carta, embora em economês, deixava claras as intenções do empresário López: “Ref. Pesa Proposta de aquisição e integração de ativos”. López, portanto, queria comprar um pedaço da Pesa. Na carta, ele manifestou a “firme intenção de chegar a um entendimento entre Pesa e Oíl Combustibles S.A.”, a empresa de petróleo de López, para que a operação viesse a ser fechada. No documento, López propôs comprar 25% das ações que a Petrobras detinha na Pesa. Queria também a opção de, se a parceria desse certo, comprar mais 23,52% das ações – uma proposta mais modesta do que o acordo que ele conseguiu depois.

A resposta da Petrobras também veio por escrito, semanas depois. No dia 21 de novembro, Ubiratan Clair, executivo de confiança de Graça Foster, que toca o feirão da Petrobras e negociava a venda da Pesa aos concorrentes do “czar do jogo”, escreveu a López: “Nos sentimos honrados pelo interesse manifestado na compra de 25% (da Pesa). No entanto, devemos indicar que as ações da Pesa não fazem parte de nossa carteira de desinvestimentos, razão pela qual não podemos iniciar qualquer negociação relativa às mesmas”. Diante do que aconteceu em seguida, a carta do assessor de Graça Foster causa espanto. Não só ele escondeu que a Pesa estava, sim, à venda – como, semanas depois, fechou acordo com o próprio López. No dia 18 de dezembro, menos de um mês após a inequívoca negativa, o mesmo assessor de Graça Foster firmou um “convênio de confidencialidade” com López para lhe vender a Pesa.

O que houve nesse espaço de um mês? Por que a Petrobras mudou de ideia e resolveu fechar negócio com López? A estatal não explica. Assessores envolvidos na operação dizem apenas que “veio a ordem” de fechar com o amigo de Cristina Kirchner. Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. A assessoria de López confirmou apenas que o grupo Indalo fez uma proposta pela Pesa.

López é o que a imprensa argentina chama de “empresário K”, como são conhecidos os empresários que têm proximidade com o governo Kirchner. Ele tem empresas de transporte, construção civil, petróleo, alimentação, concessionárias e meios de comunicação. É famoso por suas redes de cassino e caça-níquel. É sócio em pelo menos 14 cassinos, incluindo o Hipódromo de Palermo, para o qual ganhou de Néstor Kirchner, nos últimos dias como presidente da Argentina, uma extensão da concessão para os caça-níqueis – o prazo foi estendido de 2017 a 2032.
ERRO Refinaria de Pasadena. Os técnicos da Petrobras aconselharam a fazer acordo. Foram ignorados (Foto: Dave Fehling/Stateimpact Texas)
A relação entre López e Néstor Kirchner, o marido de Cristina, que governou o país antes dela e morreu em 2010, começou em 1998. Néstor, quando governador de Santa Cruz, ajudou uma empresa de López a fechar negócios com petroleiras. Desde então, López nunca escondeu de ninguém: sentia que tinha uma “dívida eterna” com Néstor. Para pagar a “dívida eterna”, convidava Néstor, que sempre gostou de uma mesa de jogo, a se divertir num dos cassinos dele em Comodoro Rivadavia. A amizade era recíproca. Em 2006, López recebeu de Néstor concessão para explorar sete reservas de petróleo em Santa Cruz. Cristina, a sucessora, também o ajudou. Fez-lhe um favorzinho depois que ele gastou US$ 40 milhões na compra da concessão do canal de TV C5N, a fim de torná-lo governista. Para que fechasse o negócio, Cristina abriu exceções na lei de audiovisual, que proíbe negociar concessões.

Depois que a Petrobras fechou o acordo de confidencialidade com López, o negócio andou rápido. Ele apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. A Pesa, porém, enfrentará resistências na Argentina se assinar o contrato. O atual governador de Santa Cruz, Daniel Peralta, um desafeto de López, ameaçou tirar dele as concessões das sete reservas de petróleo que López tem na região. Peralta diz que ele não fez os investimentos previstos. Diz, ainda, que a situação em Santa Cruz pode “inviabilizar” o negócio com a Petrobras – mas não diz como.

O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões.

ÉPOCA teve acesso a um documento interno da Petrobras, elaborado em 2009. Um trecho afirma que a então diretoria, comandada pelo petista José Sergio Gabrielli, decidiu manter o processo devido à “prepotência” com que a Astra se colocava no caso. Logo depois, o documento lista razões para fazer um acordo. Uma delas é que um representante da Astra procurara a Petrobras em busca de entendimento. A razão mais forte era clara: “Caso no litígio a Petrobras perca, o custo total irá para cima de US$ 1 bilhão (...). Vale lembrar que a Petrobras já perdeu na arbitragem, e a possibilidade de perder na corte é preocupante”. A opção do acordo era a menos pior. A Petrobras gastaria, no máximo, US$ 639 milhões. O documento afirma que a (então) “ministra (de Minas e Energia) Dilma Rousseff deverá ser procurada para ser informada de que a Astra está procurando entendimentos, inicialmente por canais informais”. O texto diz que Dilma Rousseff deveria comunicar isso na reunião do Conselho da Petrobras, marcada para 17 de julho de 2009. O Conselho daria então um prazo para um acordo com a Astra. O pior cenário sobreveio. A Petrobras não fez nenhum acordo com a Astra, perdeu na Justiça e gastou mais de US$ 1 bilhão (boa parte dele dinheiro público) – 24 vezes o que a Astra pagou pela refinaria. O Tribunal de Contas da União investiga como a Petrobras pôde fazer um negócio tão ruim – pelo menos para seu caixa e para os cofres públicos.
TESOURO AFRICANO Plataforma de petróleo na Nigéria. A Petrobras investiu US$ 4 bilhões na África, entre 2003 e 2010, e pretende se desfazer de várias operações no continente (Foto: Dave Fehling/Stateimpact Texas)
A ausência de critério, segundo executivos da Petrobras, aparece também na parte mais valiosa do feirão: as operações da estatal na África. Cálculos do mercado e da Petrobras estimam o patrimônio no continente num patamar entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões. A Petrobras produz e explora petróleo em Angola, Benin, Gabão, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia. De 2003 a 2010, investiu cerca de US$ 4 bilhões na África. ÉPOCA teve acesso a documentos internos da Petrobras que apresentam um diagnóstico sobre os negócios na África que devem ser vendidos, incluindo mapas com a localização dos poços e informações sobre seu potencial produtivo. O material mostra muitas possibilidades de lucro. A maior fatia de investimento está na Nigéria, responsável por 23% da produção atual de toda a área internacional da companhia – uma média equivalente a 55 mil barris de óleo por dia. São três poços na Nigéria: Agbami, Akpo e Engina. Os documentos da Petrobras mostram que os três poços têm “reservas provadas” de 150 milhões de barris de petróleo.

Para quem a Petrobras planeja vender tamanho tesouro? A estatal, de novo, não explica os critérios. Até agora, a única negociação avançada é com o grupo BTG, do banqueiro André Esteves. Por meio do investidor Hamylton Padilha, uma das mais poderosas influências na Petrobras, Esteves, segundo executivos da estatal envolvidos com a transação, negocia a compra de parte das operações na Nigéria. Questionado por ÉPOCA, Padilha afirmou ter se reunido com representantes do banco para avaliar investimentos na Petrobras. “Conversei com o pessoal (BTG) sobre esse assunto (venda de ativos da Petrobras). A Petrobras convidou diversas empresas estrangeiras para poder fazer ofertas no Golfo do México, África e até na América Latina. Sei que na área de petróleo eles (BTG) estão olhando. Têm participação em duas empresas ligadas ao setor: Bravante e Sete Brasil”, disse. “Não trabalho para o BTG. Sou investidor. Investi algum dinheiro na Sete Brasil (ligada à construção de plataformas de petróleo).” Indagado sobre quem é a pessoa mais indicada para falar, pelo BTG, sobre investimentos na Petrobras, sobretudo na África, Padilha disse: “A pessoa que trata desse assunto diretamente é o André Esteves”. O BTG disse que não se manifestaria.

A Crise mundial não foi causada pela população e sim pelos governos e grandes bancos isto colocou o mundo em situações muito delicada e quem não tem nada está pagando a conta. Porque....????

Chipre teme que crise afete turismo, um dos pilares de sua economiaAndrés Mourenza


A crise bancária no Chipre despertou certos temores sobre o turismo e o efeito que terá sobre este setor que, junto com os serviços financeiros, é um dos pilares sobre os quais se sustenta a economia cipriota.

"Já vendemos apenas passagens de ida", lamentou Demos Kyprianu, diretor da pequena agência de viagens Mardem, localizada em Nicósia.


Crise no Chipre54 fotos

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28.mar.13 - Clientes de bancos do Chipre fazem fila para sacar dinheiro de caixas eletrônicos 12 dias após o fechamento dos bancos do país Leia mais Katia Christodoulou/Efe

"São para os búlgaros, romenos e poloneses que querem voltar para sua casa. Tinham vindo trabalhar aqui de pintores, pedreiros e marceneiros, mas já viram que isto acabou", acrescentou.

Segundo diversos dados, em 2012 chegaram ao país - que tem 800 mil habitantes - em torno de 2,5 milhões de turistas, o que reportou receitas de cerca de 2 bilhões de euros (11,5% do PIB).

Os lucros do turismo foram em um aumento constante nos últimos anos, após focar-se em viajantes de maiores possibilidades econômicas, com a construção de vilas, mansões e clubes de luxo cada vez mais imponentes, principalmente em localidades litorâneas como Pafos, Limassol e Ayia Napa.

A quinta parte da capacidade hoteleira da ilha são hotéis de cinco estrelas e mais da metade dos apartamentos estão catalogados como de luxo ou classe A, de acordo com os dados da Organização de Turismo do Chipre (CTO).

Mas, além disso, o turismo esporeou outras indústrias, como a da construção, o que não só forneceu trabalho e crescimento econômico, mas enriqueceu muito cipriotas que venderam suas terras para construir hotéis ou apartamentos; o que gerou uma grande bolha imobiliária: apenas entre 2006 e 2008 o preço do imóvel cresceu 50%.

Agora a crise bancária do Chipre começou a fazer os cidadãos deste país mediterrâneo se perguntar sobre os efeitos que terá em um de seus principais meios de vida.

De fato, a reestruturação dos bancos - que representará perdas de entre 40% e 80% para os clientes com contas de mais de 100 mil euros no Banco do Chipre e no Popular - põe em perigo a viabilidade de "milhares de empresas", segundo a Associação de Pequenas e Médias Empresas do Chipre.

E os limites estabelecidos aos movimentos de capital - que impedem, por exemplo, tirar mais mil euros do país e mais de 300 euros diários dos caixas dentro do Chipre - podem assustar os potenciais turistas.


Espanhóis protestam contra a crise financeira35 fotos

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14.mar.2013 Bombeiros protestam contra os cortes de gastos sociais do governo espanhol nesta quinta-feira (14), em Barcelona; a manifestação mobilizou estudantes e trabalhadores em todo o país Josep Lago/AFP Photo

Calcula-se que estas restrições estarão vigentes em cerca de um mês, mas na quinta-feira, em um ato organizado pela CTO, o ministro de Turismo e Comércio, George Lakkotrypis, pediu o esclarecimento da situação para evitar que os visitantes sintam "insegurança" e poder "fornecer aos turistas tudo o que necessitam quando estejam de férias no Chipre".

No entanto, o presidente da CTO, Alekos Oruntiotis, assegurou que por enquanto "não houve um problema sério" com os cancelamentos de viagens.

"Pelos dados que nos oferecem as agências e os hotéis, só houve cerca de 100 cancelamentos", explicou à Efe o presidente da Associação de Agências de Viagem, Victor Mantovani.

"Isso não é o que nos preocupa, o que tememos é que no futuro diminuam as reservas", continuou.

Segundo Mantovani, nas duas semanas que permaneceu vigente o "corralito", as reservas turísticas do Reino Unido e da Rússia caíram 25%, enquanto as da Alemanha - o país contra o qual a maioria dos cipriotas dirige sua raiva - desabaram mais de 50%.

Por país de origem, a maior parte de visitantes procede da antiga metrópole, o Reino Unido, com 42%, seguido da Rússia (21%), que quadriplicou o envio de turistas nos últimos sete anos.

Os países escandinavos representam 11% das chegadas, seguidos por Alemanha e Grécia, com 6% cada.

"Por enquanto os dados não são drásticos, mas espero que não continuemos nas manchetes da imprensa, porque isso sempre prejudica o turismo", comentou Mantovani.

O ministro Lakkotrypis pediu sensatez à população ao dizer que, embora respeite o direito a manifestar-se, é "responsabilidade" de cada cipriota "proteger o turismo".

O maior medo das autoridades e dos empresários é se transformar em uma nova Grécia, onde as imagens de distúrbios causaram graves prejuízos à indústria turística.

"Cruzamos os dedos, porque o turismo é a única coisa que vai restar ao Chipre para conseguir receitas, depois que destruírem o setor financeiro", concluiu Mantovani.

 Aqui se vê todas as fotos e tudo mais.
http://economia.uol.com.br/noticias/efe/2013/03/31/chipre-teme-que-crise-afete-turismo-um-dos-pilares-de-sua-economia.htm 

sábado, 30 de março de 2013

Aqui esta um problemão mesmo, será uma das grandes necessidades mais a previsão aqui é muito próxima, o que irá tornar muito mais raro ainda mais a necessidade de água para o futuro, se não se preocupar com mais seriedade será o caos e a procura será muito mais aterrorizante...


atualizado às 18h16

Você sabia? É possível transportar um iceberg?

Pesquisadores pretendem levar blocos imensos de gelo a áreas com necessidade de água

Imagem mostra um grande iceberg azul no Mar de Weddell Foto: EFE
Imagem mostra um grande iceberg azul no Mar de Weddell
Foto: EFE


A água será o ouro de 2050 e a sua escassez uma provável fonte de conflitos. Há muitos anos os cientistas se propõem a conseguir água potável a um preço razoável e, neste sentido, os pesquisadores da Iceberg Transport International pretendem levar blocos imensos de gelo a áreas com necessidade de água.

Na atualidade cerca de um bilhão de pessoas não têm acesso à água potável e este problema afeta também regiões desenvolvidas como a Europa, onde 20% da população sofre com sua escassez. Perante este problema, o explorador francês, Paul Emile Victor, e o engenheiro da mesma nacionalidade, Georges Mougin, encorajados pelo príncipe saudita Mohammed al Faisal al Saud, começaram a estudar a viabilidade de levar um iceberg até o deserto e, em 1976, fundaram a empresa Iceberg Transport International.

Esta ideia, que muitos consideram maluca, parte do princípio que as geleiras que existem nas áreas mais frias do planeta, próximas dos polos, são de água potável e todas se fundem no mar, todos os anos, derretendo uma quantidade de água doce equivalente à que é consumida no mundo nesse mesmo período. A cada temporada, 40 mil icebergs flutuam no mar. Além disso, estes blocos de gelo guardam muita energia.

O problema principal era como transportar de forma eficiente uma imensa massa de gelo, como reagir perante sua fratura, qual seria o tamanho ideal e como evitar que se derreta durante o transporte.

Tudo isso devia ser calculado sob condições meteorológicas específicas, chegando à conclusão que testá-la seria muito custoso e, por isso, a ideia foi deixada de lado durante muitos anos.

Novas tecnologias resgatam o projeto
Porém, a tecnologia evoluiu de forma vertiginosa e a simulação em três dimensões (3D), que está plenamente vigente, resultou ser um grande apoio para esta ideia "maluca".

Com esta ajuda, a iniciativa deixou de ser um projeto com necessidade de testes reais, com um custo que fontes da Iceberg Transport International taxavam em 8 milhões de euros, e hoje pode sair do papel através da simulação 3D, com um custo insignificante.

Foi a multinacional de software Dessault Systemes que decidiu retomar a ideia em 2009, contando com um dos pais do projeto, Georges Mougin, e com o especialista em navegação, François Mauvel.


Uma figura inflável com forma de iceberg flutua nas águas do rio Sena, com a Torre Eiffel como cenário de fundo, em Paris Foto: EFE
Uma figura inflável com forma de iceberg flutua nas águas do rio Sena, com a Torre Eiffel como cenário de fundo, em Paris
Foto: EFE

Mougin já sabia que a fusão de um metro cúbico de gelo pode produzir cinco quilowatts/hora de eletricidade. Seu calor latente atua como fonte de frio de uma usina de energia térmica oceânica e a água extremamente fria obtida pode fornecer um sistema de ar condicionado. Desta forma, a energia guardada representa um valor 20 vezes superior à energia consumida em sua transferência.

Mauvel decidiu, após os estudos preliminares, que seria preciso transferir um iceberg de sete milhões de toneladas e com forma de tubo, já que é mais estável e regular, e apresenta um mínimo risco de fratura durante o transporte, mas seria necessário protegê-lo com um material geotêxtil para isolá-lo e evitar uma fusão rápida.

Optou-se então por estudar o transporte da massa de gelo de Terranova (na costa do Canadá) às Ilhas Canárias (sudoeste da Espanha, em frente ao litoral ocidental da África), onde há necessidade de água potável e que é utilizada normalmente como dessalinizadora.

As simulações foram realizadas com dados reais utilizando fotos, vídeos, estudos econômicos e instalando um radar para os icebergs em frente à costa de Terranova. O iceberg 3D eleito pesava sete milhões de toneladas, tinha 163 metros de altura, 236 de comprimento e 189 de largura.

Foram utilizados dados meteorológicos e oceanográficos gravados durante um ano para o teste, que, por sua vez, foi somada a simulações hidráulicas e térmicas.

Dessa forma, observou-se que a fusão de gelo mais rápida ocorre nas esquinas e nas zonas das paredes verticais com cavidades profundas, o que permitiu refinar o projeto de construção do sistema de proteção do iceberg.

Com poucos cliques puderam escolher as melhores datas para fazer o transporte, o número de rebocadores que seriam necessários, e a estratégia geral. O resultado é que na transferência se perderia 38% da massa do iceberg e que a viagem durará 141 dias, a uma velocidade de 1,8 km/h.

Para otimizar a economia de energia será preciso recorrer à indústria barqueira para construir duas embarcações que possam mover o iceberg, ou seja que tenham a potência suficiente, mas que não desenvolvam muita velocidade.

A experiência virtual mostrou aos analistas que usar mais navios só contribuiria para um maior consumo energético e se ganharia pouco tempo, já que neste tipo de transporte o efeito inércia é muito importante na hora de movimentar a grande massa de gelo.
Esta simulação permitiu estudar todos os desafios da viagem, da mesma forma como na atualidade se desenvolve um carro ou uma máquina e se testa virtualmente antes de levá-la à prática.

Georges Mougin está agora muito perto de ver realizado seu sonho, embora ainda nenhum governo tenha pedido informação adicional sobre o projeto e sejam necessários novos estudos econômicos nesta época de crise.

Isso é pouco para quem não vale nada, e não presta.....

Pastor Feliciano vira alvo na Malhação de Judas em Brasília

  • Deputado que preside Comissão de Direitos Humanos foi escolhido por declarações polêmicas
Ailton de Freitas (Email · Facebook · Twitter)
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Boneco de pano representou o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na malhação de Judas da Vila Planalto, em Brasília Foto: Ailton de Freitas / O Globo
Boneco de pano representou o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na malhação de Judas da Vila Planalto, em Brasília Ailton de Freitas / O Globo
BRASÍLIA - O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi o escolhido este ano como forma de protesto político na malhação de Judas da Vila Planalto, bairro de Brasília que se localiza próximo ao Palácio da Alvorada e à Praça dos Três Poderes. A eleição de Feliciano para presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vem gerando protestos quase que diários e dificuldades em conduzir as sessões da comissão. Há pressão forte de parte da sociedade e de líderes partidários para que Feliciano renuncie ao cargo, mas o deputado diz que não o fará.
— Todos os anos a malhação do boneco tem um protesto político. Em 2011, o protesto foi em razão da saúde pública sucateada; Em 2010, o alvo foi a caixa de Pandora, escândalo político que envolveu o ex governador de Brasília. Esse ano, o judas foi o deputado federal Marco Feliciano, por sua postura de racismo, homofobia e intolerância religiosa — afirmou Leiliane Rebouças, uma das organizadoras do ato.
Segundo Leiliane, foi seu pai, Félix Rebouças, quem começou a realizar, na Vila Planalto, a tradição católica de malhar o boneco de Judas no sábado de aleluia, escolhendo alguém ou algo como protesto. A Vila Planalto é um reduto de pioneiros de Brasília, pessoas que saíram de suas cidades para ajudar a construir a capital. Félix Rebouças se mudou para a capital federal, vindo de Fortaleza, em 1958.
— A Vila Planalto tem a malhação do Judas mais tradicional de Brasília. Félix faleceu em 2010, mas deixou o compromisso da continuidade da tradição para os seus filhos — acrescentou Leiliane.
Com pedaços de pau e cabos de vassouras, crianças e adolescentes bateram e destruíram o boneco de pano que simbolizava o deputado Marco Feliciano. Na próxima terça-feira, líderes partidários da Câmara se reúnem com o deputado para fazer apelo por sua renúncia à presidência.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/pastor-feliciano-vira-alvo-na-malhacao-de-judas-em-brasilia-7987531#ixzz2P3NC4HW4
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Marte....

Vida em Marte e canais subterrâneos; veja fotos do espaço em março

 
  
Em outra descoberta, a Nasa revelou que a análise de uma amostra de rocha recolhida pelo robô Curiosity em Marte indica que o planeta vermelho pode ter abrigada vida. Na primeira imagem aparece amostras de rochas de Marte coletadas pela sondas Opportunity (esq.) e Curiosity
 
Astrônomos do Observatório Europeu do Sul divulgaram a primeira observação direta de um protoplaneta - planeta gigante - em formação. O corpo celeste foi encontrado dentro do seu "útero" estelar ainda envolto por um espesso disco de gás e poeira. Se confirmada, essa descoberta ajudará a compreender melhor como se formam os planetas
Tudo mais aqui no link.
 
3 11 Astrônomos do Observatório Europeu do Sul divulgaram a primeira observação direta de um protoplaneta - planeta gigante - em formação. O corpo celeste foi encontrado dentro do seu "útero" estelar ainda envolto por um espesso disco de gás e poeira. Se confirmada, essa descoberta ajudará a compreender melhor como se formam os planetas 

Isto é a Sicília, muito bonito.

28/03/2013 - 00h10

Sicília é tema de álbum de viagem do fotógrafo Lalo de Almeida

DE SÃO PAULO
Localizadas na costa da Sicília, no sul da Itália, as Ilhas Eólias foram o destino escolhido pelo fotógrafo da Folha Lalo de Almeida para a série de álbuns de viagem publicada às quintas-feiras no site do "Turismo".
As fotos foram feitas em julho de 2011 durante uma viagem de férias com a família, na qual o fotógrafo visitou cidades como Taormina e as ilhas de Panarea, Lipari, Stromboli e Salina, que fazem parte das Ilhas Eólias, arquipélago localizado ao norte da costa siciliana.
Entre as diversas paisagens observadas, uma das mais impressionantes para o fotógrafo foi a vista de Stromboli, ilha formada por um vulcão ainda ativo.

Sicília por Lalo de Almeida

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Panarea, uma das Ilhas Eólias, arquipélago localizado na costa da Sicília (Itália) 
 
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Mar de Panarea, uma das Ilhas Eólias, que ficam na costa da Sicília 
 
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Vista da ilha de Panarea, na costa da Sicília (Itália) 
 
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Praia de Pollara, em Salina, uma das Ilhas Eólias 
 
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Lipari, que também faz parte das Ilhas Eólias 
 
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Rochedo em frente à ilha de Stromboli, na costa da Sicília 
 
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Vista de Stromboli a partir de Salina; ilha é formada por um vulcão ainda ativo 
 
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Caminhada no topo do vulcão Etna, na Sicília 
 
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Parede do vulcão Stromboli, que faz parte das Ilhas Eólias 
 
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Erupção do vulcão Etna vista a partir de Taormina 
 
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Vinhedo na ilha de Salina 
 
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Tomates e cebolas pendurados em muro de casa em Salina 
 
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Prato de frutos do mar servidos crus em restaurante de Taormina, na Sicília 
 
"Panarea é a ilha mais charmosa do arquipélago, mas a mais interessante para se hospedar é Salinas, que tem boa infraestrutura e uma vida própria, sem turistas em excesso", descreveu.
Fotógrafo da Folha há 18 anos, Lalo de Almeida estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão, na Itália.
Recebeu o Prêmio Máximo da 1ª Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba, em 1996, pelo projeto O Homem e a Terra. Desde 2005 também colabora para o jornal "The New York Times".
ÁLBUNS DE VIAGEM
Publicada sempre às quintas-feiras, a série de álbuns de viagem já mostrou fotos de Londres feitas por Bob Wolfenson e imagens de Nova Orleans do fotógrafo Gal Oppido, além de galerias de João Wainer (polo Sul) e Gui Mohallem (Japão).