sábado, 28 de fevereiro de 2015

Um deste não precisa de mais nada para sugar tudo, como o Universo é infinito para ele não é nada.

Buraco negro 12 bilhões de vezes maior que Sol causa dúvidas

Novo buracro negro foi nomeado SDSS J0100+2802 se formou 900 milhões de anos após o "Big Bang", que teria dado origem ao universo

Astrônomos não conseguem explicar como um buraco negro desse tamanho se formou tão cedo na história cósmica Foto: BBCBrasil.com
Astrônomos não conseguem explicar como um buraco negro desse tamanho se formou tão cedo na história cósmica
Foto: BBCBrasil.com
Astrônomos dizem ter descoberto um gigantesco buraco negro 12 bilhões de vezes maior que o Sol, mas seu tamanho desafia as teorias sobre como esses fenômenos cósmicos se expandem.
Segundo os cientistas, o novo buracro negro foi nomeado SDSS J0100+2802 se formou 900 milhões de anos após o "Big Bang", que teria dado origem ao universo.
Radiação energética
O extraordinário objeto se encontra no centro de um quasar, uma estrutura celeste que gera uma radiação energética um bilhão de vezes mais forte que o Sol.
Novas imagens ajudam a entender o funcionamento dos buracos negros
O problema é que os astrônomos não conseguem explicar como um buraco negro desse tamanho se formou tão cedo na história cósmica, pouco depois do nascimento das estrelas e das galáxias.
A descoberta foi feita por uma equipe internacional de cientistas da Universidade de Pequim, da China, do Instituto Carnegie, dos Estados Unidos, e da Universidade Nacional da Austrália.

Seu link

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Se duvidar até o predio esta corrompido de propina, se virar para tras não vai ser bom pode chegar na época do Imperio....

Cúpula da CPI da Petrobras recebeu doações de empreiteiras sob investigação


  • Divulgação/Facebook
    O deputado Hugo Motta (PMDB-PB) O deputado Hugo Motta (PMDB-PB)
Os nomes escolhidos para comandar a nova CPI da Petrobras na Câmara tiveram parte de suas campanhas bancada por empresas que são investigadas pela Operação Lava Jato. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A investigação apura fraudes em licitações na estatal e pagamentos de propina a funcionários e políticos.
O presidente da CPI, o deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), teve 60% de sua última campanha paga com recursos dessas empresas.
No ano passado, Motta recebeu R$ 451 mil das empreiteiras Andrade Gutierrez e da Odebrecht. No total, ele arrecadou R$ 742 mil para fazer campanha.
Relator indicado pelo PT, cuja escolha ainda precisa ser referendada pela comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ) recebeu R$ 962,5 mil das empresas Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. O valor representa 39,6% da receita de sua campanha.
Essas empresas são apontadas pelo Ministério Público e já foram citadas por delatores como integrantes de um cartel. Executivos da OAS e da UTC atualmente já respondem a ações penais. Outros ainda são investigados.
Na CPI da Petrobras aberta na legislatura passada, um dos problemas apontados ao fim da investigação é que tanto as empresas como os políticos acabaram poupados pelos parlamentares.
(Com informações da Folha de S.Paulo)
Leia mais em: http://zip.net/bcqRhh

É a saida do governo aumentos e mais aumentos, não se sabe até onde vai chegar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Quem ele pensa que é dono da situação, o manda chuva, isto prova que na politica por aqui "é a gosto", se não não anda.

Cunha promete barrar projetos sobre legalização do aborto e regulação da mídia

"Esses assuntos só serão votados sobre o meu cadáver", disse presidente da Câmara dos Deputados

AE

907881-marco%20civil%20da%20internet_camara_16.jpg
Eleito presidente da Câmara em primeiro turno, depois de uma tensa disputa com o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve uma reunião com a presidente Dilma Rousseff na tarde da última quinta-feira, 5, para "quebrar o gelo", segundo definiu a correligionários. Considerado um parlamentar incômodo e pouco confiável, por causa dos episódios em que liderou rebeliões na base aliada, Cunha diz que não tem problemas no trato com Dilma, mas não alivia o PT e os ministros responsáveis pela articulação política, em especial Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais. "Ele é inábil no trato, errado na forma e no conteúdo", critica. Também reclama do presidente do PT, Rui Falcão: "Só o atendo quando ele me pedir desculpas por ter dito que faço chantagem".
O deputado chegou ao Rio na noite de quinta-feira e foi homenageado em um jantar na casa do prefeito Eduardo Paes, com a presença dos principais líderes do PMDB fluminense, como o governador Luiz Fernando Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani. No início da tarde de sexta, 6, recebeu o blog Estadão Rio em seu escritório, no centro. Passou o fim de semana com a família, na Barra da Tijuca (zona oeste), onde mora.
 
Na primeira semana como presidente, Cunha avançou na discussão de uma proposta de reforma política que garante o financiamento de campanhas por empresas privadas, condenado pela maioria dos petistas. Também instalou a CPI da Petrobrás, que voltará a investigar o esquema de corrupção na estatal.
 
O deputado está decidido sobre o que quer votar e também sobre os temas que não aceita levar ao plenário, como a legalização do aborto, a união civil de pessoas do mesmo sexo e a regulação da mídia. "Aborto e regulação da mídia só serão votados passando por cima do meu cadáver", disse, irredutível, o deputado evangélico de 56 anos, fiel da Igreja Sara Nossa Terra. Diante da reação negativa de militantes de movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais à sua eleição, Cunha não faz concessões. "Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que esta seja a agenda do País, mas não é".
 
No fim do ano passado, o deputado teve o nome citado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de pagamento de propina e desvio de dinheiro na Petrobrás. Youssef depois enviou esclarecimento à Justiça dizendo não ter relação com Cunha. O presidente da Câmara reitera não ter ligação com a rede de corrupção da estatal e diz estar tranquilo para qualquer investigação.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Impressionante e até onde chegou arobalheira deles.

N° Edição:  2358 |  06.Fev.15 - 20:00 |  Atualizado em 07.Fev.15 - 11:19

Como Vaccari movimentou US$ 200 milhões em propinas para o PT

Revelação de delator aumenta o impacto político da Lava Jato e, conforme antecipou ISTOÉ, o cerco se fecha em torno do tesoureiro do PT

Josie Jeronimo (josie@istoe.com.br)

A Polícia Federal deflagrou na madrugada da quinta-feira 5 mais uma etapa da Operação Lava Jato. Ela foi batizada de My Way. Seguindo rastros obtidos com a delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, 200 agentes cumpriram 62 mandados em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia e em Santa Catarina. Na ação da semana passada – a nona desencadeada desde março –, pela primeira vez uma subsidiária da Petrobras, a BR Distribuidora, entrou no foco dos investigadores. Até a oitava fase, apenas as diretorias de serviços, internacional e abastecimento da estatal concentravam as denúncias. A maior novidade, no entanto, está no alcance político do trabalho policial. Agora, a PF aponta as suspeitas para o tesoureiro do PT, João Vaccari. O dirigente partidário foi levado para prestar depoimento e sua casa foi vasculhada durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.
01.jpg
As declarações de Barusco reforçam os indícios de que Vaccari ocupa lugar de destaque na rede criminosa instalada dentro e em torno da Petrobras. Para a PF, ele foi guindado de mero tesoureiro para a condição de operador do esquema. Na última semana, reportagem de ISTOÉ já havia mostrado as estreitas ligações do tesoureiro do PT com a empreiteira Schahin, uma das empresas investigadas pela Lava Jato mais próximas do partido. Surgem “as digitais do tesoureiro” na Lava Jato, estampou a matéria. A partir das informações divulgadas na Operação May Way, sabe-se agora que, de 2003 a 2013, o tesoureiro do PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina na intermediação de 90 contratos superfaturados da companhia com empresas investigadas pela Lava Jato. As revelações que comprometem ainda mais Vaccari foram feitas por Pedro Barusco. “Houve pagamento de propinas em favor do declarante (Barusco) e de Renato Duque, bem como em favor de João Vaccari Neto, representando o Partido dos Trabalhadores”, diz trecho do documento prestado à PF. Renato Duque, a quem Barusco era subordinado, ocupou o cargo de diretor de serviços da Petrobras até 2012.
Em planilhas de pagamentos apreendidas, o tesoureiro do PT é identificado como “Moch”, por estar sempre carregando uma mochila. O ex-gerente calculou o montante de US$ 200 milhões para o PT levando em conta a parcela que ele e Duque receberam nas negociatas: US$ 50 milhões. Na regra de divisão da quadrilha, o PT era o que mais recebia. “Dois terços para João Vaccari, um terço para a Casa 1 e um terço para a Casa 2”, afirma o delator. “Casa 1” era o termo usado para as propinas angariadas no âmbito da diretoria de serviços da companhia e “Casa 2” se referia à Sete Brasil, empresa criada com apoio da Petrobras para produzir sondas de exploração do pré-sal. O próximo passo da Polícia Federal é tentar descobrir onde esses US$ 200 milhões foram parar. Dados de 20 contas no exterior foram entregues à força-tarefa da Lava Jato. Só na negociação com sócios do estaleiro Kepell Fels, Vaccari teria recebido US$ 4,5 milhões. Algumas vezes, a propina era paga em jantares em hotéis de luxo do Rio de Janeiro e de São Paulo.
IEpag38a40_Vaccari-2.jpg
O depoimento de Barusco foi feito em novembro. Antes de colocar as diretorias da Petrobras chefiadas pelo PT no centro do escândalo, a força-tarefa se dedicou ao cartel formado pelas empreiteiras. Os detalhes da rede de corrupção fornecidos pelo ex-gerente retratam como a legenda transformou a indicação de Renato Duque em uma mina de recursos ilícitos. Por ter foco no ex-diretor, a operação da semana passada ganhou a alcunha de “My Way”, canção de Frank Sinatra usada por Barusco quando queria se referir discretamente ao chefe. Segundo o ex-gerente, o então diretor de serviços não precisava nem mesmo cobrar o suborno, pois a propina “fazia parte da relação” com os empreiteiros. Duque ganhou, no início de dezembro, habeas corpus do STF, por isso não teve mandado de prisão decretado, apesar das acusações. Na última semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender a prisão do ex-diretor.
A atuação de Duque como arrecadador de recursos com origem ilícita para as campanhas do PT foi detalhada por Barusco para os integrantes da força-tarefa. O ex-gerente narrou um episódio em que o ex-diretor se encontrou com Júlio Faerman, representante da empresa holandesa SBM, para pedir doação de US$ 300 mil para a campanha do partido em 2010. Conforme revelou ISTOÉ na edição de 21 de novembro do ano passado, uma das linhas de investigação da Polícia Federal aponta para a possibilidade de que recursos provenientes de contratos com preços superfaturados tenham sido repassados como doações eleitorais legais para quatro partidos da base parlamentar do governo: PT, PMDB, PP e PTB. A força-tarefa, agora, tenta desvendar a estratégia de dissolver a propina em doações autorizadas pela legislação, o caixa 1.
Acossados pela May Way, o PT e o advogado de Vaccari divulgaram nota em que fazem a defesa da lisura da arrecadação do partido. “O PT não tem caixa 2, nem conta no exterior, não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido”, afirma o texto. A situação para o partido, no entanto, começa a se complicar. De tão assustado, Vaccari nem sequer abriu o portão quando os policiais cumpriram mandado de busca na manhã da quinta-feira 5. Os agentes tiveram que pular o muro para entrar na casa do tesoureiro, apreender documentos e conduzir o petista para prestar depoimento. O presidente do PT, Rui Falcão, admitiu a interlocutores que o quadro político “é grave”.

Começaram a sair todos os pobres deles.

N° Edição:  2358 |  06.Fev.15 - 20:00 |  Atualizado em 07.Fev.15 - 11:13

A empreiteira e o amigão de Lula

Documento do BC comprova que José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo irregular de R$ 12 milhões junto ao banco da construtora Schahin. Em troca, a empreiteira ganhou contratos com a Petrobras. Parte do dinheiro teria sido usada para comprar o silêncio

Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br)

Relatório inédito do Banco Central anexado a um inquérito da Polícia Federal, obtido com exclusividade por ISTOÉ, revela que o pecuarista José Carlos Marques Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, obteve em outubro de 2004 um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin. O documento desmonta a versão de Bumlai de que nunca havia contraído financiamento do banco e reforça denúncia do publicitário Marcos Valério feita em 2012. Naquele ano, em depoimento ao Ministério Público Federal, o operador do mensalão afirmou que o pecuarista intermediou uma operação para comprar o silêncio do empresário de transportes Ronan Maria Pinto. Segundo Valério, Ronan ameaçou envolver o ex-presidente Lula, e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho no assassinato do então prefeito de Santo André Celso Daniel. Valério tentava um acordo de delação premiada e disse ainda que, como contrapartida ao empréstimo a Bumlai, a Schahin foi recompensada com contratos bilionários de arrendamento de sondas para a Petrobras. Os contratos estão na mira da Operação Lava Jato, que incluiu a Schahin no inquérito aberto para apurar o esquema de pagamento de propina e desvios na Petrobras, conforme antecipou ISTOÉ em sua última edição.
abre.jpg
SURGE A PROVA
Amigo de Lula, o empresário José Carlos Bumlai sempre negou
o empréstimo de R$ 12 milhões confirmado agora por documentos
do Banco Central (abaixo) obtidos por ISTOÉ
01.jpg
No documento do BC, datado de 7 de agosto de 2008, Bumlai aparece numa lista de 24 devedores do Banco Schahin beneficiados com empréstimos concedidos de forma irregular, “sem a utilização de critérios consistentes e verificáveis”. Para liberar a bolada, o Banco Schahin burlou normas e incorreu em seis tipos de infrações diferentes. Desconsiderou, por exemplo, a apresentação pelo cliente de dados cadastrais completos e atualizados, não procedeu qualquer análise da capacidade financeira de Bumlai ou mesmo de seus avalistas. Em outras palavras, o empréstimo milionário ao amigo de Lula foi liberado sem as garantias exigidas de qualquer cidadão comum.
Ainda assim, quando Valério revelou a operação, Bumlai poderia ter admitido o empréstimo e alegado outro destino para o dinheiro. Mas preferiu dizer que nunca teve nada a ver com o Banco Schahin. Todos os citados por Valério adotaram a mesma estratégia. Questionado novamente, Bumlai, por meio de seu advogado, negou “qualquer envolvimento com os fatos objeto de depoimento de Marcos Valério”. E o grupo Schahin classificou o caso como “uma rematada mentira que jamais foi comprovada”.
02.jpg
AS PRIMEIRAS REVELAÇÕES
Operador do mensalão, Marcos Valério contou ao Ministério
Público que o empréstimo foi necessário para proteger Lula,
José Dirceu e Gilberto Carvalho
Não bastasse a inobservância das regras para a concessão do empréstimo a Bumlai, o Banco Schahin, segundo o documento do Banco Central, maquiou o nível de risco da operação, classificando-a como “B”, quando na verdade era “E”, de acordo com a análise do BC. O ranking de risco do mercado financeiro obedece a uma escala crescente de nove níveis, começando em AA, praticamente nulo, e depois seguindo de A até H, o pior. Ao classificar o empréstimo com nível de risco inadequado, o Schahin “constituiu provisão insuficiente para fazer face às perdas prováveis”, informou o Banco Central. Além de apontar inúmeras deficiências nos controles internos da área de crédito bancário, o BC ainda determinou um ajuste contábil de R$ 108,7 milhões.
Não à toa Bumlai foi escolhido, segundo Marcos Valério, para ser um dos pontas de lança da operação. Pecuarista oriundo da região Centro-Oeste, o empresário foi apresentado ao ex-presidente Lula pelo ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT. A afinidade foi tanta que uma das fazendas de Bumlai serviu de palco para um dos programas da campanha de Lula em 2002. Com a ascensão de Lula à Presidência, Bumlai passou a desfrutar de acesso livre no Palácio do Planalto. Era recebido sem marcar hora e tornou-se um conselheiro de Lula para o agronegócio. Por indicação do ex-presidente, integrou o chamado Conselhão do governo – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
03.jpg
Além da burla a normas internas, as facilidades garantidas pela Schahin a Bumlai impressionariam, não tivesse o pecuarista a chancela da cúpula do PT e, claro, de Lula. O empréstimo deveria ser quitado em uma única parcela, com vencimento seis meses depois. Na data do vencimento, porém, o banco renovou o prazo e elevou o valor da dívida, incorporando os encargos. Esse procedimento foi repetido mais uma vez, sem que o devedor realizasse o pagamento de qualquer valor correspondente ao principal ou aos encargos. Com isso, o contrato 425/04, após dois aditivos, chegou a aproximadamente R$ 15 milhões. Com efeito, o órgão regulador do mercado financeiro responsabilizou os gestores Sandro Tordin, Carlos Eduardo Schahin, Francos Costa de Oliveira e José Carlos Miguel pela prática de “má concessão das operações de crédito”, citando nominalmente o empréstimo feito a José Carlos Bumlai. Todos foram condenados à inabilitação para o exercício de cargos de direção em instituições financeiras, mas a condenação foi depois convertida em multa, após recurso.
04.jpg
Bumlai arrolou como “garantidores” do empréstimo o filho Maurício de Barros Bumlai e a nora Cristiane Barbosa Dodero Bumlai. Estes, por sua vez, lançaram mão de empresas e terceiros para sustentar a operação, sem contudo demonstrar capacidade financeira para honrar o compromisso. Nas palavras do então chefe do Departamento Fiscal do BC, Alvir Hoffmann, verificou-se que algumas operações foram “garantidas por avais, tanto de controladores das empresas tomadoras de recursos quanto de terceiros, dos quais não se encontrou a análise da capacidade de honrar eventuais obrigações”. “Dessa forma, a mensuração do nível de segurança oferecido pelas garantias restou prejudicada”, escreveu Hoffmann.
No relatório do BC não há registro de que o pecuarista tenha quitado o referido empréstimo ou seus avalistas. Como se sabe, o Banco Schahin, antes de quebrar e ser vendido ao BMG em 2011, notabilizou-se por não reaver deliberadamente seu patrimônio. O mesmo aconteceu com um depósito de mais de US$ 100 milhões feito numa conta do Banco Clariden na Suíça, montante este que, segundo revelou ISTOÉ na última edição, serviu para alavancar outro empréstimo no Deutsche Bank para a construção dos primeiros navios-sondas que foram arrendados à Petrobras.
05.jpg
CONTRAPARTIDA
Os contratos de arrendamento de navios-sonda para a Petrobras
renderam num primeiro momento à Schahin US$ 1,2 bilhão
É justamente esse contrato, no valor de US$ 1,2 bilhão, que Marcos Valério disse ter sido entregue ao grupo Schahin como recompensa ao empréstimo a Bumlai naquele momento tão delicado. Nos últimos dias, a Operação Lava Jato lançou luz sobre essas contratações, uma vez que a Schahin passou a integrar o inquérito sobre os desvios na Petrobras. No depoimento ao MPF, o publicitário mineiro deu os detalhes sobre os negócios do grupo, grafado erroneamente como “Chahin”. Segundo disse aos procuradores, depois que o “caso do mensalão veio à tona”, ele soube que o banco tinha uma construtora chamada Schahin, “que essa construtora comprou umas sondas de petróleo que foram alugadas pela Petrobras, por intermédio do seu diretor Guilherme Estrella, como uma forma de viabilizar o pagamento da dívida”, registra o depoimento ao MPF em 2012.
Depois da operação cala-boca em Santo André, o negócio das sondas avançou. Em agosto de 2006, a Schahin Engenharia, construtora do grupo, fez sua estreia no clube das empreiteiras fornecedoras da Petrobras. A estatal encomendou-lhe duas sondas de perfuração offshore de um lote de seis por um total de US$ 4,8 bilhões. Além da Schahin, ganharam o negócio a Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Petroserv. Como nenhuma dessas empresas tinha expertise nem capacidade para a construção das sondas, foram buscar no exterior os fornecedores tradicionais do setor, atuando como agentes intermediários. A Schahin, por exemplo, firmou parceria com a Modec, subsidiária da japonesa Mitsui.
06.jpg
SEGUNDA PARCELA
A PF desconfia que o restante do empréstimo, os outros R$ 6 milhões,
possa ter sido embolsado pelo próprio Ronan Pinto, que adquiriu o jornal
Até hoje, a Petrobras não explica por que não contratou diretamente os fornecedores. Na ocasião da celebração desses contratos, Estrella era diretor de exploração e produção e foi o arquiteto do modelo de exploração do pré-sal. Ele dizia que os negócios com as empresas nacionais gerariam uma economia de 25% em relação ao mercado internacional, mas não contou que essas mesmas empreiteiras tinham que comprar as sondas no exterior. O que se vê hoje é que a estatal pagou muito mais do que deveria em contratos superfaturados que serviram para o pagamento de propinas a executivos e políticos. Como já foi revelado por ISTOÉ em sua última edição, o grupo Schahin cresceu ainda mais dentro da Petrobras nos anos seguintes, negociando o arrendamento e a operação de mais oito navios-sonda e navios FPSO, sigla para definir embarcação de produção, armazenamento e descarregamento de petróleo e gás.
Questionada, a estatal não revela o valor total dos contratos com a Schahin, mas estima-se que cheguem facilmente aos R$ 15 bilhões. Os pagamentos são feitos em mais de 50 offshores abertas em uma dezena de paraísos fiscais diferentes. Nas contas da PF, existiriam em nome de empresas de fachada do grupo Schahin mais de uma centena de contas bancárias no exterior, que os investigadores suspeitam terem sido usadas para distribuição da propina. Além de offshores, o grupo Schahin mantém empresas de fachada no Brasil. Todas localizadas no mesmo endereço: na Vila Mariana, em São Paulo. Uma delas é a 2S Participações Ltda., que, segundo a PF, seria uma espécie de “empresa espelho” da S2 Participações Ltda., de Marcos Valério. Várias empresas do grupo Schahin são identificadas pelos dois “S”, em referência aos irmãos Salim e Milton Schahin.
No ano passado, a PF apreendeu no escritório de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, um contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões, firmado entre a 2S Participações e a Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto, o chantagista do caso Celso Daniel. Durante o processo do mensalão, descobriu-se que a 2S serviu de entreposto para repasses de diversas outras empresas, inclusive a corretora Bônbus Banval, de Enivaldo Quadrado, mensaleiro condenado e que está também envolvido na operação Lava Jato. Para a PF, o contrato entre Valério e Ronan teria servido para simular o repasse de metade dos recursos obtidos por Bumlai, com o objetivo de ocultar sua origem. A PF desconfia que o restante do empréstimo, os outros R$ 6 milhões, possa ter sido embolsado por Bumlai, retornado para o grupo Schahin ou ido parar na conta de uma terceira pessoa. Outra opção é que o dinheiro também tenha ido para Ronan, que adquiriu inicialmente 50% do “Diário do Grande ABC”, mas depois comprou os 50% restantes.
07.jpg
EM TODAS
Mencionado por Marcos Valério, o ex-ministro José Dirceu,
que cumpre prisão domiciliar, sempre negou qualquer
envolvimento no episódio do assassinato de Celso Daniel
A força-tarefa da Lava Jato deve requisitar nos próximos dias cópia do inquérito que corre na Superintendência do Distrito Federal. Para delegados que investigam o Petrolão, são cada vez maiores os indícios de que o grupo Schahin integrou o clube de fornecedores da Petrobras que superfaturou contratos e desviou recursos públicos para o pagamento de propina a políticos do PT, PMDB e PP. Em depoimento recente, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou a ligação de Bumlai com o PT, além do vínculo estreito do pecuarista com o lobista Fernando Baiano, ligado à cúpula do PMDB. Bumlai, segundo Costa, é quem teria garantido a Baiano o livre trânsito na estatal.
Descobriu-se também que, entre 2010 e 2011, o pecuarista negociou diretamente com a estatal. Foi sócio de uma fornecedora de equipamentos e peças para grandes obras chamada Immbrax, numa parceria com o grupo Bertin. O empresário conta que só se associou à Immbrax para importar equipamentos para uma de suas fazendas. Na delação premiada que serviu de base para a deflagração da nona fase da operação Lava Jato, na semana passada, o ex-gerente de engenharia Pedro Barusco reforçou a versão de que a Schahin participou do esquema de corrupção. Apontou Mario Goes como o operador do grupo e de outras empreiteiras. Segundo Barusco, Goes guardava o dinheiro em seu apartamento em São Conrado, no Rio. E fazia entregas de mochila. Segundo investigações preliminares, Goes seria Mario Frederico de Mendonça Goes, dono da Mago Consultoria, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval e membro do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). 
08.jpg
NEBULOSO
Até hoje o assassinato do então prefeito de Santo André Celso Daniel (PT),
ocorrido em 2002, está envolto em mistério. No ano passado, o processo,
que estava no STF, foi anulado desde a fase dos interrogatórios
Montagem sobre fotos: Divulgacao; Adriano Machado, MARCELO PRATES/HOJE EM DIA/AE 

Ela vai ter que pagar por tudo que fezao Pais e ao povo brasileiro, só queria para si e.

A conta chegou

Depois de vir a público prometer a redução das tarifas de energia, governo volta atrás e luz deve subir até 45%


A mensagem da presidente Dilma Rousseff não poderia ter sido mais clara. “Os investimentos que fizemos permitem ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo a política de tarifas baixas”, disse ela em 2014, sobre o preço final da energia para o consumidor. Meses antes, em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma preconizava a vitória de seu governo nessa área. “O Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento”, anunciou. Em mensagem anterior, a presidente repetia o mantra: “A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata”, dizia Dilma. “O Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico.” Enquanto a presidente entoava sua cantilena e incentivava o consumo, as usinas térmicas, cuja produção é mais cara, começavam a ser acionadas para suprir a crescente demanda. Mas elas não deram conta de tudo. Resultado: não só houve racionamento como o custo da energia disparou – o oposto, portanto, de tudo que a chefe da nação tinha prometido. Na terça-feira 3, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste salgado para seis distribuidoras de energia. A conta de luz dos consumidores atendidos por elas – a maioria da região Sudeste do País – vai ficar de 18,6% a 45,7% mais cara.
abre.jpg
Para especialistas, o reajuste anunciado na semana passada é um sinal de que o aumento para as outras 57 distribuidoras será da mesma magnitude. O reajuste deve cobrir um rombo bilionário do fundo CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), destinado a programas sociais, como o Luz para Todos, e subsídios para as famílias de baixa renda. Além disso, a Aneel reajustou as bandeiras tarifárias na sexta-feira 6, o que permite, segundo analistas, concluir que novos aumentos deverão ser impostos aos consumidores. “Até pouquíssimo tempo atrás, o governo vinha a público dizer que energia no Brasil era farta e barata”, afirma Cláudio Sales, presidente do instituto Acende Brasil. “Está mais do que na hora de passar o sinal correto à sociedade e iniciar um programa de racionamento.” Programa esse que Luís Gameiro, diretor da Trade Energy, comercializadora de energia no mercado livre, não acredita que o governo implementará. “Acho difícil, mesmo que o nível dos reservatórios fique abaixo de 20% até abril, pela experiência política que tivemos com o racionamento em 2001”, diz.
01.jpg
CENÁRIO PESSIMISTA
O risco de apagão não foi descartado neste verão,
já que as obras das linhas de transmissão estão atrasadas
Em janeiro, o nível das represas do Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento do sistema elétrico como um todo, ficou em 16,8%. No fim do verão no ano passado, era próximo de 40%. De acordo com Gameiro, “deixaram uma bomba-relógio para 2015.” Nos cálculos da Trade Energy, a expectativa de aumento médio nas tarifas neste ano, que antes estava entre 30% e 40%, agora chega a quase 50%. O Sistema Firjan, que representa as indústrias do Rio de Janeiro, estima que o aumento do custo da energia para o setor deve ser de 34% neste ano. O valor, contudo, pode ser revisto para 39,8% segundo o novo percentual estipulado para as bandeiras tarifárias. No ano passado, o reajuste foi próximo de 20%. “Não consigo enxergar uma reversão dessa tendência de alta, porque nenhuma medida estrutural tem sido tomada”, diz Cristiano Prado, gerente de competitividade industrial e investimentos do Sistema Firjan. “A consequência é nefasta num momento em que o País não está crescendo. Isso diminui a produção, a competitividade e o investimento.” De acordo com a diretora de relações institucionais da Confederação Nacional da Indústria, Mônica Messenberg, “a elevação das tarifas representa um obstáculo adicional, dentro de um cenário adverso, para a recuperação da atividade industrial, no curto prazo.” No varejo, a notícia também espalhou pessimismo. “Desde 2001, o setor investe na geração de energia e na redução do consumo”, diz Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers. “Hoje somos penalizados mesmo sendo o setor que provavelmente mais investe em eficiência energética.”
03.jpg
OBSTÁCULO ADICIONAL
A atividade industrial, que já sofre com o esfriamento da economia,
deve ser ainda mais atingida pelos reajustes
Apesar do aumento significativo nos custos, o risco de apagão não está descartado. Segundo o instituto Acende Brasil, o País ainda está exposto a novos blecautes ao longo deste verão, já que não há previsão da entrada de capacidade adicional até março. Se em 2014 o pico de demanda aconteceu em meados de fevereiro, neste ano ele chegou mais cedo. Na tarde de 19 de janeiro, dez Estados e o Distrito Federal ficaram 50 minutos sem luz. Os recursos disponíveis de geração, inclusive térmica, e transmissão estão todos sendo usados no limite.
IEpag60e61_Energia-2.jpg
Fotos: Reprodução; LUCAS LACAZ RUIZ; GERJ

Acuada, Dilma pede mobilização contra 'golpismo' - Brasil - Notícia - VEJA.com

Acuada, Dilma pede mobilização contra 'golpismo' - Brasil - Notícia - VEJA.com

O homem da mochila - Brasil - Notícia - VEJA.com

O homem da mochila - Brasil - Notícia - VEJA.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Esse merda não vale nada está mais sujo que pau de galinheiro e ainda continua no comando esse senado vale muito a cara que tem.....

Fantasmas na Justiça ainda assombram Renan

Eleito presidente do Senado pela quarta vez, peemedebista enfrenta denúncia que o derrubou do cargo e quase lhe custou o mandato, em 2007. Ele é alvo de dois inquéritos no STF e duas ações por improbidade administrativa
Pedro França/Ag. Senado
Renan, ao depositar um dos 49 votos que recebeu nesse domingo. Ele derrotou Luiz Henrique, que obteve 31
Reeleito para a sua quarta gestão à frente do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ainda convive com os fantasmas que o fizeram deixar a presidência da Casa pela porta dos fundos e que quase lhe custaram o mandato parlamentar. Apontado em reportagens da revista Veja e do jornal O Estado de S.Paulo como um dos nomes citados na Operação Lava Jato, Renan se esquiva sobre o assunto, alegando que tudo não passa de especulação e que não há qualquer inquérito aberto contra ele por envolvimento em irregularidades na Petrobras. Mas o presidente reeleito do Senado acumula outras pendências na Justiça. Renan é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), corte responsável pela análise e pelo julgamento das acusações criminais contra deputados, senadores e outras autoridades federais. O senador também foi denunciado duas vezes por improbidade administrativa na Justiça do Distrito Federal no ano passado. Mas ainda não há decisão da Justiça sobre esses processos.
Bois de Alagoas
No Supremo, a acusação mais grave contra Renan remonta a 2007, ano em que renunciou à presidência para preservar o mandato e escapou duas vezes, em votação secreta no plenário, da cassação do mandato. No Inquérito 2593, ele é acusado pelo Ministério Público Federal de ter cometido os crimes de peculato (desvio de verba ou bem público por funcionário público), falsidade ideológica e uso de documento falso no chamado caso dos “bois de Alagoas”.
No começo de 2013, às vésperas da volta de Renan à presidência do Senado, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a pedir ao Supremo que aceitasse a denúncia e transformasse o peemedebista em réu. Dois anos depois, o parecer ainda não foi examinado pelos ministros. Novas diligências foram realizadas, mas os autos não tiveram nenhuma movimentação desde outubro do ano passado. A relatoria é do ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF. Em nota divulgada à época, Renan rebateu a acusação: “A denúncia do Procurador-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (…) padece de suspeição e possui natureza nitidamente política”.
Pensão e lobista
Esse caso tem desdobramento na esfera cível. Em setembro do ano passado, Renan foi denunciado por improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal na 14ª Vara Federal do DF. Na ação, os procuradores acusam o senador de se enriquecer ilicitamente, de ter evolução patrimonial incompatível com o cargo e de forjar documentos para comprovar que tinha dinheiro para bancar despesas pagas, segundo a denúncia, pela empreiteira Mendes Júnior.
As investigações, tanto a criminal quanto a cível, vêm da denúncia de que Renan teve despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior. A acusação de que o lobista pagava pensão de R$ 16,5 mil mensais à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha, levou o peemedebista ao primeiro dos seis processos de cassação que enfrentou em 2007. Na época, o Conselho de Ética recomendou a cassação de seu mandato por quebra de decoro. O parecer foi derrubado pelo plenário.
Presidente do Senado na época, ele se licenciou do cargo por pressão dos colegas e renunciou à presidência depois do surgimento de novas denúncias. Voltou a ser julgado no plenário, acusado de ser sócio oculto de emissoras de rádio no estado. Novamente foi absolvido.
No processo por improbidade administrativa, o Ministério Público afirma que a Mendes Júnior pagou pelo menos R$ 246 mil para Mônica Veloso. O lobista e o senador confirmaram, na época, os repasses à jornalista. Mas alegaram que o dinheiro pertencia a Renan.  “Não é minimamente crível que o senador tivesse preferido sacar o dinheiro, entregá-lo ao requerido Cláudio para então repassá-lo à senhora Mônica, quando poderia tê-lo feito diretamente”, afirmam os procuradores no processo, segundo relato do Estadão.
Emenda e gado
A ação sustenta, ainda, que Renan não conseguiu comprovar de que maneira pagou uma dívida de R$ 100 mil de pensão alimentícia da filha. De acordo com a acusação, o peemedebista beneficiou a empreiteira com emendas ao orçamento nos anos de 2005 e 2006, ao sugerir o direcionamento de recursos para obras tocadas pela empresa em Alagoas. Entre 2004 e 2006, a Mendes Júnior recebeu R$ 13,2 milhões em emendas parlamentares de Renan destinadas a uma obra no porto de Maceió.
Na investigação em andamento no Supremo sobre o caso, a Procuradoria-Geral da República acusa o peemedebista de ter apresentado documentos falsos para forjar uma renda com a venda de gado em Alagoas e assim justificar seus gastos pessoais. Ainda na denúncia apresentada por Roberto Gurgel, Renan é acusado de ter desviado R$ 44,8 mil do Senado por meio da chamada verba indenizatória, benefício ao qual os parlamentares têm direito para cobrir despesas associadas ao mandato.
Crime ambiental

A investigação mais recente contra Renan é por crime ambiental e foi aberta um mês antes de ele ser eleito para o seu terceiro mandato, no começo de 2013. No Inquérito 3589, ele é suspeito de ter praticado crime ambiental em uma obra realizada nos arredores de sua fazenda em Alagoas. A pavimentação, com paralelepípedos, foi feita em uma estrada de 700 metros na estação ecológica Murici, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no município de Flexeiras, a 66 km de Maceió.
De acordo com o inquérito, o instituto do governo federal não foi consultado e não concedeu qualquer licença ou autorização para a obra. A unidade, de 6 mil hectares, conserva áreas de Mata Atlântica. A estrada liga a Fazenda Alagoas, da Agropecuária Alagoas Ltda., de Renan, à principal rodovia que corta o estado, a BR-101.
Jatinhos da FAB
Renan ainda é alvo de uma ação por improbidade administrativa movida pela Procuradoria da República em Brasília por meio do Núcleo de Combate à Corrupção. O processo, que está parado desde junho na 17ª Vara Federal de Brasília, conforme revelou em janeiro a revista Época, foi aberto depois que Renan utilizou duas vezes, em 2013, jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins não institucionais, ao contrário do que prevê a Constituição, mas por interesse particular. No caso, uma viagem de Brasília para Recife, onde fez tratamentos de beleza que incluíram cirurgia nas pálpebras para revigorar o entorno dos olhos e implante de 10 mil fios de cabelo com um especialista no assunto.
Em 15 de junho daquele ano, no auge dos protestos de rua que abalaram o país, Renan viajou novamente em jato da FAB de Maceió para Porto Seguro, na Bahia. Dessa vez, para prestigiar o casamento de uma filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), atual ministro de Minas e Energia. A ação, que pede ainda a cassação do mandato de Renan, é assinada pelo procurador Anselmo Lopes.
Após a publicação de reportagens sobre o uso do jatinho da FAB para interesse particular, Renan devolveu aos cofres públicos os valores relativos aos voos. Pagou R$ 32 mil pela viagem do implante e outros R$ 27 mil pelo voo a Porto Seguro. Para o Ministério Público, isso foi uma confissão do “uso indevido do bem público”. “Renan Calheiros, de má-fé, utilizou-se da função que ocupa, de presidente do Senado Federal, para usar, por duas vezes, bem público em proveito próprio, obtendo vantagem patrimonial indevida, em prejuízo econômico ao Erário”, escreveu na denúncia o procurador Anselmo.
Mas o juiz João Carlos Mayer alegou que o caso não era de sua alçada e sua análise caberia tão somente ao Supremo, embora o próprio STF determine o contrário em ações de improbidade. Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também responsável pelo andamento das investigações da Lava Jato contra autoridades federais, decidir se o processo continua ou não.