sábado, 28 de novembro de 2015

No momento não haverá a proxima época do gelo, as coisas estão caminhando para o ajuste final "FIM DOS TEMPOS", podem todos esperar por isto pois já estamos dentro dele????

Impacto no clima é tão profundo que podermos anular a próxima era do gelo

Curt Stager*
Em Paul Smiths, Nova York (EUA)
  • Josh Haner/The New York Times
É um erro pensar que os efeitos climáticos de nossas emissões de carbono acabarão em poucas décadas ou séculos. Nossas responsabilidades intergeracionais penetram mais profundamente no futuro.

Neste novo período Antropoceno, a "Era dos Humanos", nós nos tornamos tão numerosos, nossa tecnologia tão poderosa e nossas vidas tão interconectadas que nos tornamos uma força da natureza em escala geológica. Ao movermos nossa civilização a base de combustíveis fósseis, estamos tanto criando quanto destruindo climas em que nossos descendentes viverão daqui dezenas, se não centenas, de milhares de anos.

Os átomos de carbono não desaparecem quando os queimamos e transformamos em dióxido de carbono. Estudos de indicadores isotópicos mostram que eles penetram no próprio tecido da vida na Terra. Alguns deles viajam pela cadeia alimentar, da atmosfera para as plantas e animais e até nossos pratos. Cerca de um oitavo do carbono em nossa carne, pelos e ossos é proveniente de chaminés e escapamentos. Nós não somos apenas uma fonte de poluição do ar –nós somos a própria poluição no ar, de modo que essa poluição também será, consequentemente, legada aos corpos de nossos descendentes.

O carbono inerte dos combustíveis fósseis dentro de nós não afeta diretamente nossa saúde, apesar do mercúrio e outros poluentes que costumam acompanhá-lo nas emissões industriais e automotivas poderem nos fazer mal. Grande parte do carbono no ar acabará se dissolvendo nos oceanos, deixando uma fração considerável no ar ate que ela, também, seja removida pelas reações químicas com carbonatos e silicatos nas rochas e sedimentos.

Isso é uma boa notícia.

A má notícia é que a limpeza natural de nossa sujeira será extremamente lenta. Pesquisa pelo oceanógrafo e cientista do clima David Archer, da Universidade de Chicago, e outros mostra que a limpeza levará dezenas de milhares de anos mesmo se adotarmos rapidamente fontes de energia renováveis. Quando a lenta inclinação cíclica da Terra ao longo de sua órbita excêntrica novamente levar a um grande período de resfriamento daqui cerca de 50 mil anos, ainda haverá emissões de carbono suficientes presas na atmosfera para aquecer o planeta o bastante para enfraquecer esse resfriamento. Em outras palavras, nosso impacto no clima global é tão profundo que podermos anular a próxima era do gelo.

Já é tarde demais para impedir o aquecimento causado pela humanidade. Mesmo se eliminarmos nosso vício em combustíveis fósseis nas próximas poucas décadas, nossos descendentes ainda enfrentarão temperaturas significativamente mais altas do que as atuais –por milênios. Mas isso não é motivo para adiamento ou desespero. Se não realizarmos a troca logo, nossos descendentes serão forçados a fazê-lo sob dificuldades, devido ao esgotamento de reservas finitas, e a Terra artificialmente mais quente será ainda mais pobre em espécies, habitat e estilos de vida por milhares de gerações.

Como seria viver em um mundo mais quente? A história geológica contém vários exemplos de períodos quentes naturais que oferecem pistas. Primeiro, vamos considerar o cenário mais brando.

Se eliminarmos rapidamente os combustíveis fósseis, os climas poderiam vir a se parecer com aqueles dos períodos quentes interglaciais que pontuaram as eras de gelo dos últimos dois milhões de anos. Durante o último interglacial, que teve início há 130 mil anos e durou aproximadamente entre 13 mil a 15 mil anos, as temperaturas globais médias eram 1 a 3 graus Celsius mais altas que hoje. Gelo suficiente da Groenlândia e Antártida derreteram para elevar o nível dos mares em cerca de 6 metros, mas grande parte do gelo polar sobreviveu. Monções mais fortes transformaram o Saara em verdejante e úmido, e secas intensas tomaram o Sudoeste americano.

Muitas espécies e ecossistemas se adaptaram às mudanças que não lhes convinham simplesmente migrando para os pólos. Os ursos polares sobreviveram, presumivelmente porque encontraram refúgios gelados o suficiente no Ártico para mantê-los. O calor levou as florestas de carvalhos, eucaliptos e nogueiras dos Apalaches para o norte, para o interior de Nova York, e enviou hipopótamos, elefantes e outros animais tipicamente africanos para o norte, pela Europa.

Infelizmente, nossas cidades, estradas, fazendas e cercas do Antropoceno agora bloqueiam as futuras rotas de migração, e enquanto nosso excesso de dióxido de carbono penetrar no oceano, não haverá lugar para onde as criaturas marinhas com conchas possam migrar à medida que a água do mar se acidificar.

Além disso, os gases do efeito estufa que emitirmos no cenário mais moderado aquecerão a Terra por um período mais longo do que o interglacial típico, na ordem de 100 mil anos.

Esse cenário da melhor hipótese é perturbador, mas a história da Terra nos mostra que a alternativa é inaceitável. Se queimarmos todas as reservas restantes de carvão, petróleo e gás ao longo do próximo século ou dois, nós poderemos gerar uma estufa mais extrema e duradoura, assim como a que ocorreu há cerca de 56 milhões de anos: o Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno, ou MTPE.

Diferente dos interglaciais relativamente brandos causados pela inclinação e órbita da Terra, o MTPE transformou fundamentalmente o planeta. Especialistas especulam que ele foi provocado pela atividade vulcânica no Oceano Atlântico, degelando o pergelissolo (solo permanentemente congelado), derretimento dos hidratos de metano ou uma combinação de fatores como esses. Seja lá o que tenha causado o MTPE, ele lançou trilhões de toneladas de dióxido de carbono no ar e nos oceanos. As temperaturas médias globais subiram 5ºC ou mais, provocando a extinção de espécies que gostam de frio e habitat do planeta. Com concentrações de dióxido de carbono várias vezes maiores que as atuais, uma combinação de aquecimento e acúmulos de ácido carbônico nos oceanos exterminou muitas das criaturas do fundo do mar e dissolveu minerais e conchas.

O aumento espetacular do MTPE durou vários milhares de anos. O Oceano Ártico se tornou um lago tépido e salgado cercado por florestas de decíduas. A Antártida foi coberta de florestas de faias e tão chuvosas que o escoamento de lodo cobria o oceano ao redor. Se degelássemos o planeta de modo semelhante de novo, o nível global dos mares subiria acima de 60 metros verticais.

Muitas descrições do MTPE se concentram em seu começo e pico para ilustrar o aquecimento atual, mas esse foi apenas o primeiro capítulo em uma história muito mais longa. O que sobe também desce, e o perfil de temperatura do MTPE lembra um escorregador de playground infantil, com uma escada íngreme até o topo e uma descida mais longa à medida que o dióxido de carbono era absorvido pela água do mar, rochas e sedimentos, em uma recuperação que durou mais de 100 mil anos. No topo desse escorregador, as temperaturas alternavam de quente a frio em um período dramático de "chicotada climática".

Do ponto de vista das gerações futuras, a chicotada e o subsequente resfriamento que ocorreria após nosso pico térmico poderia ser tão desafiador quanto o aquecimento. Espécies e culturas que se adaptaram a séculos de elevação da temperatura, recuo do gelo e avanço do nível dos mares terão que enfrentar novos tipos de mudança ambiental em reverso. Por exemplo, quando as temperaturas globais começarem a cair, os oceanos continuarão a inchar pois o clima ainda será quente o bastante para a continuidade do derretimento das calotas polares por milhares de anos. Aqueles que viverem durante esse período longo e estranho enfrentarão uma elevação do nível dos mares e um resfriamento global ao mesmo tempo.

Nós não estamos apenas aquecendo o planeta, mas também construindo e demolindo mundos artificiais no futuro. O pico térmico de uma reprise do MTPE poderia durar muitos milhares de anos, o suficiente para futuras culturas e habitat se tornarem mais velhos que a Babilônia, e o suficiente para uma Terra estufa parecer normal para centenas de gerações. Mas a chicotada climática acabará puxando o tapete sob os pés de nossos descendentes. Nesse futuro distante, não restará mais combustíveis fósseis para queimar visando sustentar a estufa artificial, e apenas uma fração reduzida, tolerante ao calor, da diversidade biológica e cultural atual permanecerá para enfrentar uma era de resfriamento global que pode vir a durar até meio milhão de anos, bem mais do que toda a história dos humanos anatomicamente modernos até hoje.

Uma troca da energia fóssil finita para fontes de energia renováveis mais limpas é inevitável: nós estamos apenas decidindo como e quando fazê-lo. Isso é o que os líderes mundiais e autores de políticas discutirão na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima que terá início em Paris, na segunda-feira. Grande parte do dano ambiental que já causamos foi não intencional, mas agora que a ciência expôs nosso papel nele, uma nova dimensão foi adicionada às nossas ações. A recente encíclica do papa Francisco sobre o meio ambiente deixa claro que continuar queimando carbono de forma imprudente representa pecar contra as gerações futuras e nossa própria dignidade moral.

Como pioneiros do Antropoceno, somos uma força da natureza altamente poderosa e podemos realizar grandes coisas se não apenas aprendermos o que é cientificamente verdadeiro, mas também fizermos o que é moralmente certo. O papa Francisco nos diz que "é muito nobre assumir o dever de cuidar da criação". Como um cientista do clima que acolhe uma ação internacional para tratar da mudança climática, eu digo de coração "Amém" a isso.

Curt Stager é um professor de biologia do Paul Smith's College e autor de "Deep Future: The Next 100,000 Years of Life on Earth", ou "Futuro profundo: os próximos 100 mil anos de vida na Terra", em tradução livre, ainda não lançado no Brasil

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Isto é porque o Polo Norte ainda não se descongelou todo ali vai mostrar muito mais coisas ainda.???

Aquecimento global derrete gelo de montanhas e revela múltiplos cadáveres


  

Em nenhum aspecto possível o aquecimento global se torna algo bom. Mas, em alguns momentos, seus efeitos podem ser fascinantes. Principalmente para pessoas que são fissuradas na história do nosso planeta.

Foi isso o que aconteceu em um pequeno vilarejo na Itália. Um morador de Peio, cidade que fica aos pés de uma grande montanha, descobriu corpos mumificados que foram revelados por conta do degelo acelerado da neve na região.

Entre as expedições de Maurizio Vincenzi, responsável pela maioria das descobertas, foram encontrados diversos corpos de soldados e objetos que pertenciam a eles. Trata-se da revelação de quem participou da chamada “Guerra Branca”.

Cadáveres estão em perfeito estado de conservaçãoCadáveres estão em perfeito estado de conservação

O confronto entre italianos e austríacos aconteceu justamente no pé das montanhas da Itália e chegou a ocorrer em temperatura extremamente frias. Não a toa, todos os homens congelados foram encontrados agora em estado de conservação perfeito.

E muito mais do que soldados dessa guerra, Vincenzi encontrou também diversos combatentes da Primeira Guerra, todos no mesmo estado. Junto deles estavam diversos objetos da época que foram recolhidos por especialistas e agora estão sendo devidamente estudados.

Esse tipo de expedição, inclusive, pode ser ponto decisivo para uma mudança gigante na arqueologia mundial. Diversos arqueólogos garantem que é hora de se criar uma vertente glacial, que explore o gelo em todo o planeta. Para eles, diversos segredos da humanidade de milhares de anos poderão ser encontrados dessa forma.

É lamentavel um acontecimento deste, infelismente estão se acontecendo, isto é uma das muitas provas de que estamos dentro do "FIM DOS TEMPOS", por isto será muito dificil parar tais absurdos que vemos

Famílias voltam a casas destruídas pela lama em Mariana (MG)

Busca por objetos e bens foi infrutífera em alguns casos; muitos moradores de Bento Rodrigues tiveram de fugir com roupa do corpo

Estadão Conteúdo

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Pela primeira vez depois do desastre com a barragem de Fundão, da mineradora Samarco, um grupo de moradores de Bento Rodrigues voltou às casas para buscar pertences que ficaram para trás. Há duas semanas, eles tiveram de sair com a roupa do corpo para fugir do mar de lama que assolou a localidade, invadindo as moradias.

Nesta quarta-feira, 18, uma van oferecida pela empresa os levou, acompanhados da Guarda Municipal, à região. As imagens da tragédia transmitidas pela televisão não evitaram o pavor de ver o distrito devastado pelos 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério lançados pela destruição da barragem - um evento, até agora, de causas inexplicáveis. “Deus sabe o que faz. Levou meu pai em janeiro, para que ele não visse isso tudo”, desabafou o comerciante Sandro Sobreira, de 41 anos, que voltou ao local onde antes era sua casa e seu local de trabalho: um armazém.

Quando soube do rompimento da barragem, pegou a mãe pelo braço - ela, com 73 anos - e correu para o cemitério, na região mais alta do distrito. Estão, agora, hospedados no Hotel Providência, no centro de Mariana, e nesta quarta viajaram a Bento para tentar encontrar, em meio aos escombros, dois cofres onde estão todas as economias obtidas com o pequeno comércio.

Pedreiro, José Geraldo da Silva havia recém-construído uma casinha para morar com a mulher e dois filhos em Bento Rodrigues. Faltava rebocar a laje e rejuntar um piso de cerâmica. As intenções, claro, ficaram no passado. Embora a residência não tenha sido atingida por completo, foram obrigados pelas autoridades a deixá-la, por medida de segurança. Na terça-feira, a Samarco admitiu que outras duas barragens - Santarém e Germano - também correm risco de romper. “Eu estava fora de casa quando ouvi que tinha dado zebra. Minha pressão subiu, achei que tinha morrido todo mundo. É um milagre esse povo ter saído vivo daqui.” Silva pegou roupas, panelas, as bicicletas das crianças, um relógio de parede e um DVD religioso, ironicamente intitulado Deus Dentro do Barro.

Estrogonofe e rádio

O aposentado Joaquim Dutra, de 66 anos, deixou meia panela de estrogonofe de frango no fogão e fugiu da lama de carro, assim que ouviu um barulho que definiu como apavorante. “Minha filha”, disse, “se meus filhos estivessem lá embaixo eu teria ido lá, me afogar junto na lama”, afirmou sobre a sorte deles - os quatro moram com a mãe na região central de Mariana.

Dutra foi a Bento Rodrigues buscar seu rádio, companhia e um hábito de décadas, mas não o encontrou. Revirou tudo até achar a carteira de trabalho. “Eu tinha 20 anos nesta foto. Cada página deste documento é uma página da minha vida”, contou, colocando outros papéis em uma sacola. Antes de sair, deu uma última olhada na residência, para ver o que ainda dava para salvar. Depois de um suspiro, pegou um tubo de desodorante, dois dentes de alho e meio pote de tempero.

400 alunos ainda estão sem aulas

Crianças e jovens do subdistrito de Campinas e dos distritos de Águas Claras e Cláudio Manoel ainda estão impossibilitados de voltar às aulas, informou nesta quarta o secretário adjunto de Educação de Mariana, Israel Quirino. O acesso às escolas continua interrompido.

A prefeitura chegou a construir uma ponte temporária sobre o Rio Gualaxo do Sul, que aumentava em 72 quilômetros o trajeto até as escolas. A chuva, no entanto, danificou a estrutura, impossibilitando mais uma vez a chegada dos 387 estudantes - 270 em escolas municipais de Campinas e Cláudio Manoel e 117 em Águas Claras. É possível que o período de férias seja reduzido, para não comprometer o próximo ano letivo, mas o cronograma de atividades ainda não foi divulgado pela prefeitura.

Os 178 alunos de Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues, dois distritos destruídos pelo percurso da lama que deixou a represa de rejeitos do Fundão, já voltaram às aulas, mas não nos colégios de antes. Na segunda-feira, eles passaram a estudar juntos na Escola Municipal Dom Luciano Mendes, também localizada em Mariana.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

É e o Brasil ainda dizem que esta bem armado, precisamos que eles façam um voo por aqui para ver se acabam com a crise em Brasila, e faça uma limpa no Legislativo, Jucidiário e Executivo por aqui.

Conheça os jatos que estão atacando o Estado Islâmico

Até o momento, forças de 15 países já bombardearam o grupo terrorista na Síria e Iraque

A Força Aérea da Rússia é atualmente a mais presente no combate ao Estado Islâmico na Síria (Divulgação)
O caça russo Su-34 é um dos mais eficientes na ação contra o EI (Ministério da Defesa da Rússia)
Interferências internacionais em países que passam por momentos de tensão interna ou guerra civil (quando não ambos), como acontece atualmente na Síria e Iraque, não são mais como no passado, que envolviam ações por terra. Esse tipo de ajuda hoje é feito quase que inteiramente pelos céus, com missões de bombardeio que servem para apoiar forças nacionais enfraquecidas e inexperientes ou rebeldes que não contam com recursos aéreos avançados.
Até o momento, o Estado Islâmico já foi atacado por forças armadas de 15 países, que participam da coalização Inherent Resolve, liderada pelos Estados Unidos, ou em ações individuais, como Rússia e França vêm fazendo. O objetivo dessas operações estrangeiras é enfraquecer as forças insurgentes para permitir que forças oficiais da Síria e Iraque possam agir com mais segurança e eficiência por terra, algo essencial para eliminar o grupo terrorista.
Os países envolvidos no conflito tentam evitar ao máximo enviar soldados e veículos de combate para esses territórios, atividades que no passado já se mostraram trágicas e abusivas, como a invasão da antiga União Soviética no Afeganistão e os Estados Unidos no Iraque. Foi em meio a esses cenários conturbados que os grupos terroristas Estado Islâmico e Al Qaeda surgiram – ambos, inclusive, foram armados e financiados por essas mesmas nações (e outras, como a França) quando surgiram.
A cada dia que passa, as nações envolvidas no combate ao EI estão enviando mais aeronaves de combate para a região. Conheça a seguir os jatos militares que estão em ação:
A Rússia é o país mais atuante na Síria, enquanto os demais se concentram em ataques no Iraque (Airway)
A Rússia é o país mais atuante na Síria, enquanto os demais se concentram em ataques no Iraque (Airway)
França
A França vem combatendo o Estado Islâmico na Síria e Iraque antes mesmo dos dois atentados realizados em Paris neste ano. Em setembro de 2014, o governo francês lançou a operação “Chammal” a partir de bases na Jordânia e Emirados Árabes Unidos.
O caça Mirage 2000, já utilizado no Brasil, pode voar a mais de 2.300 km/h (Armee de l'air)
O caça Mirage 2000, já utilizado no Brasil, pode voar a mais de 2.300 km/h (Armee de l’air)
A operação francesa foi iniciada pela Força Aérea da França, com os caças-bombardeiros Dassault Rafale e Mirage 2000. Até o momento, essas aeronaves lançaram bombas de queda livre e guiadas a laser, como a GBU-12 Paveway II utilizada nos chamados “ataques cirúrgicos”.
Com a intensificação das ações, a França também destacou em janeiro deste ano sua Marinha para a frente de combate no Oriente Médio. O porta-aviões de propulsão nuclear francês Charles de Gaulle também já zarpou em direção a zona de combate, levando mais caças Rafale e aviões de vigilância marítima.
O porta-aviões francês Charles de Gaulle já está navegando em direção a zona de conflito (Marine Nationale)
O porta-aviões francês Charles de Gaulle já está navegando em direção a zona de conflito (Marine Nationale)
Atualmente a França possui na região seis caças Rafale, posicionados nos Emirados Árabes, seis caças Mirage 2000, posicionados na Jordânia (sendo 3 Mirage 2000D e 3 Mirage 2000N), além de uma unidade da aeronave de patrulha e monitoramento Atlantique 2, também na Jordânia. Com a chegada do porta-aviões, os franceses terão cerca de 40 aeronaves na região.
EUA
Os EUA estão atualmente na região com sua força aérea (USAF), com esquadrões de caças e bombardeiros estratégicos. No próximo mês está previsto a chegada do porta-aviões USS Harry S. Truman pelo Mar Mediterrâneo. A embarcação trará consigo dezenas de caças-bombardeiros F-18 Hornet.
É a primeira vez que o moderno caça F-22 participa de um conflito (USAF)
É a primeira vez que o moderno caça F-22 participa de um conflito (USAF)
Participam das ações pelo lado norte-americano os caças F-22, F-15 Strike Eagle (versão multi-missão famoso caça F-15), o avião de ataque ao solo A-10 e o temível bombardeiro B-1 Lancer, que pode carregar mais de 50 toneladas de bombas. Os aviões da USAF estão baseados na Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
A Marinha dos EUA também posicionou o navio de ataque anfíbio USS Essex na região. Essa embarcação carrega caças de pouso e decolagem vertical AV-8 Harrier. Essa aeronave, no entanto, é utilizada apenas em apoio próximo e dificilmente deve entrar em ação contra o Estado Islâmico na Síria ou no Iraque.
Segundo informações do Pentágono, até o dia 3 de novembro as forças armadas dos EUA já haviam efetuado mais de 7.900 ataques aéreos. Nessas missões, militares americanos afirmam terem destruídos mais de 14 mil objetivos do Estado Islâmico e matou cerca de 20 mil combatentes do grupo insurgente.
O B-1 pode carregar mais de 50 toneladas de bombas em velocidade supersônica (USAF)
O B-1 pode carregar mais de 50 toneladas de bombas em velocidade supersônica (USAF)
A operação norte-americana Inherent Resolve começou em dezembro de 2014 e envolve outros 12 países: Austrália, Canadá, França, Jordânia, Holanda, Reino Unido, Bahrein, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Tunísia. Somando ações de todas essa nações, já foram realizadas mais de 45 mil sortidas de ataque, sendo 80% delas sobre o Iraque.
A chegada do porta-aviões USS Harry S. Truman vai reforçar significativamente o esforço dos EUA na região (US Navy)
A chegada do porta-aviões USS Harry S. Truman vai reforçar a atuação dos EUA na região (US Navy)
Rússia
O envolvimento da Rússia na guerra contra o Estado Islâmico é tão essencial quanto polêmico. De todas as nações envolvidas nos combates na região, o governo russo é o único que apoia o governo ditatorial de Bashar al-Assad na Síria, um dos poucos governantes do Oriente Médio que resistiram (leia-se repeliram a força) as manifestações da Primavera Árabe, em 2010.
O governo russo também enviou caças Su-27 para a zona de guerra (Ministério da Defesa da Rússia)
O governo russo também enviou caças Su-27 para a zona de guerra (Ministério da Defesa da Rússia)
Operando a partir de aeroportos na própria Síria, os jatos russos são os que têm maiores chances de enfraquecer o Estado Islâmico. Além disso, a Rússia tem apoio do exército local, que por sua vez combate o grupo rebelde “Exército Livre da Síria”, apoiado pelos EUA – que por sua vez crítica o apoio de Putin ao regime de Assad, um dos maiores compradores de material bélico de fabricação russa.
Apesar de pequeno, o Su-25 possui um poder de fogo devastador (Ministério da Defesa da Rússia)
Apesar de pequeno, o Su-25 possui um poder de fogo devastador (Ministério da Defesa da Rússia)
O jato russo que mais está lançando bombas sobre o EI é o caça-bombardeiro Sukhoi Su-34, um avião supersônico especializado em missões de ataque ao solo. Também estão em ação o Su-25SM, aeronave que também combate ameaças terrestres, o supercaça Su-30SM, e recentemente a Rússia autorizou o uso de bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-22, Tu-95 e Tu-160, indício de que os ataques russos serão cada vez mais violentos e destrutivos.
Os ataques com bombardeiros estratégicos, no entanto, serão lançado a partir do próprio território russo. As forças russas ainda têm o suporte de caças Su-27 e bombardeiros Su-24M, além da possibilidade de lançar mísseis de cruzeiro a partir de aeronaves ou embarcações.
O temível bombardeiro russo Tu-160 pode voar a mais de 2.000 km/h e leva mais de 20 toneladas de bombas (Ministério da Defesa da Rússia)
O bombardeiro Tu-160 pode voar a mais de 2.000 km/h e com 20 toneladas de bombas (Ministério da Defesa da Rússia)
Além de forças sírias, outros aliados da Rússia no combate ao EI são o Irã, que enviou forças terrestres para a região, e o grupo paramilitar Hezbollah, que em muitos países é considerado outro grupo terrorista.
Reino Unido
A Força Aérea Real (RAF) do Reino Unido também está presente no combate ao Estado Islâmico no Iraque com uma força de caças-bombardeiro Tornado lançados de bases no Chipre e Catar. A operação britânica, chamada Shader, foi iniciada em outubro de 2014 e já conduziu mais de 1.300 missões que mataram cerca de 330 combatentes do EI.
O caça-bombardeiro Tornado ataca o EI no Iraque a partir de bases na Jordânia e Catar (RAF)
O caça-bombardeiro Tornado ataca o EI no Iraque a partir de bases na Jordânia e Catar (RAF)
O Reino Unido também está empregando pela primeira vez em combate uma aeronave não tripulada, o drone MQ-9 Reaper. Esse aparelho, controlado por satélite, pode permanecer voando por até 24 horas sem pausa e lançar bombas de precisão.
O drone Reaper pode permanecer voando por 24 horas (RAF)
O drone Reaper pode permanecer voando por 24 horas (RAF)
Outros envolvidos
A parte das operações conjuntas e individuais de grandes nações, outros países próximos da Síria e o Iraque também estão se envolvendo a sua maneira nos combates contra o Estado Islâmico. É o caso de Marrocos e Israel.
Desde dezembro de 2014, caças F-16 marroquinos vêm realizando bombardeiros esporádicos contra posições do EI no Iraque. Já as forças israelenses estão em alerta constante devido a proximidade da zona de conflito – os países fazem fronteira.
Israel teme que ações do Estado Islâmico cheguem a sua fronteira (IAF)
Israel teme que ações do Estado Islâmico cheguem a sua fronteira (IAF)
O caso de Israel, porém, é ainda mais delicado. O país também mantém hostilidades com forças nacionais da Síria, antigo rival dos israelenses, e também contra o Hezbollah. O principal meio de defesa e ataque do país é o caça F-15.
*Com a colaboração de Andersson Lamarca.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Isso eles podem muito e fazem com prazer.

Guilherme Fiuza

Pedala, Lulinha

O impeachment é um mecanismo legal. A única vergonha nacional é a barreira venezuelana no STF

GUILHERME FIUZA
03/11/2015 - 08h00 - Atualizado 03/11/2015 08h23
Enquanto essa imprensa golpista fica tramando o impeachment de Dilma Rousseff, Lula da Silva resolveu explicar o que aconteceu, para acabar com a conspiração: as pedaladas fiscais foram necessárias para que o governo pudesse honrar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Ou seja: todo esse barulho em torno do TCU, toda essa grita por causa do rombo no Orçamento, toda essa crise político-administrativa não passam de espuma. O único fato real é que o governo popular, mais uma vez, arranjou uma maneira de ajudar os pobres. Aliás, já são quase 13 anos ajudando os pobres (a ficar mais pobres), por maneiras que até Deus duvida.
No dia em que os pobres entenderem quanto seu sofrimento foi usado por Lula para ficar no poder, o ex-presidente precisará se mudar para um triplex no Irã. O PT prostituiu o uso do dinheiro público no Brasil, arrombando as metas fiscais e de inflação, tudo embalado numa meticulosa maquiagem contábil, para poder financiar seu banquete fisiológico – do qual o mensalão e o petrolão são os pratos mais visíveis. Lula e os companheiros jogaram o Brasil numa recessão genuinamente nacional, genuinamente petista, empobrecendo democraticamente o país inteiro. Se a moda pega, assaltante apanhado com bolsa roubada vai dizer que é bolsa família.
O delator Fernando Baiano, operador do esquema do petrolão preso na Lava Jato, afirmou à Justiça que deu R$ 2 milhões a Fabio Luis da Silva, o Lulinha. As investigações esclarecerão os detalhes do maior caso de corrupção da República, mas já está evidente que seu dinheiro, caro leitor, foi usado sem parcimônia para irrigar o partido governante e os heróis do povo que o integram. Eles sabem disso e estão dobrando a aposta: Dilma acusou os “moralistas sem moral” de tramar sua queda. É preciso sangue-frio para falar em moral no centro de tamanha rapinagem. Ou melhor, sangue de barata – e isso não lhes falta. Depois de depenar um país com a ajuda de cúmplices que estão presos, causando à sua nação a perda do selo de confiança perante o mundo, você só consegue olhar nos olhos de um filho se tiver sangue de barata. E moral de barata.
Dilma Rousseff tem de sofrer o impeachment porque é a representante legal de um projeto de assalto ao Estado. Está mais do que evidente que o PT, partido que desmoralizou a bondade, instalou-se no poder para viver dele – rasgando o contrato da democracia e do princípio da representação política. Nada mais fará no Palácio diferente do que já fez, não há como. O que mais é preciso ser demonstrado? A maior empresa do país jogada na lona para, entre outras causas nobres, garantir a reeleição da presidente – como apontam todas as evidências da Lava Jato. O que mais precisa aparecer? Como disse Fernando Gabeira, o Brasil parece ter desacreditado até a imagem popular do batom na cueca: a mancha sempre pode ter vindo da lavanderia. E eles têm diversos especialistas em lavagem para assumir a culpa. São os laranjas de batom. Na cueca, só dólar.
Joaquim Barbosa deu seu pitaco. Disse que o impeachment “é um mecanismo brutal que não pode ser usado de qualquer maneira”. Prezado Barbosa: o impeachment não é um mecanismo brutal, é um mecanismo legal. E ninguém com juízo quer fazer nada de qualquer maneira, como juízes que atiram adjetivos ao vento. A única vergonha nacional até o momento é a barreira venezuelana no STF, seu velho conhecido, impedindo a investigação de uma presidente que em qualquer país 100% democrático já estaria sendo investigada.
E a barreira chavista conta com a operativa patrulha dos inocentes úteis (nem sempre inocentes, mas sempre úteis), que alugam suas santas reputações à mulher sapiens para renovar seus crachás de bondade progressista. Esse estranho oba-oba petista é cada vez mais envergonhado, naturalmente, e achou uma saída genial: eleger Eduardo Cunha o inimigo público número um. Cunha é hoje praticamente o único vilão nacional, porque quem rouba com estrelinha no peito é herói.
O pequeno detalhe dessa história é que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, tem a chave do impeachment nas mãos. E o PT desperta seus instintos mais primitivos. Enquanto o gigante dorme, alguém tem de trabalhar.