Mais brilhante que a Via Láctea
Buraco negro recém-descoberto tem 670 milhões de anos e é 1 bilhão de vezes maior que o Sol
Apesar das descobertas espaciais, a astronomia é uma área composta por cientistas insaciáveis quando o assunto é o universo. A curiosidade fez com que astrônomos de instituições renomadas nos EUA e na Europa detectassem o buraco negro mais antigo da história da ciência, com cerca de 670 milhões de anos. As medidas do quasar J0313-1806, nome dado para buracos negros supermassivos, impressionaram os cientistas. Com um brilho superior a 30 trilhões de estrelas, o achado ainda tem uma massa de mais de um bilhão de sóis, sendo assim, sozinho, brilha mil vezes mais do que toda nossa galáxia, a Via Láctea.
“O estudo é importante para entender como os buracos negros surgiram”, diz Thiago Signorini, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Signorini, quanto mais distante um objeto, mais fraco o seu brilho. Sendo assim, é necessário mais esforços para entendê-lo. Estima-se que o J0313-1806 esteja a quase 30 bilhões de ano-luz de distância da Terra. “Os quasares distante são cruciais para entender como os primeiros buracos negros se formaram”, disse Xiaohui Fan, um dos coatores do estudo, via comunicado.
A pesquisa também revelou um surto na formação de estrelas, visto que
a região do quasar produz astros 200 vezes mais rápido que a via
Láctea. De acordo com os cientistas, o fato torna o novo buraco negro
quase um laboratório. O estudo foi apresentado oficialmente no dia 12 de
janeiro, durante o encontro da Sociedade Astronômica Americana.
Os Estados Unidos não escondem de ninguém o interesse em desbravar o
universo, tanto que a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço
(NASA) prepara o programa Artemis, que levará a primeira mulher à Lua,
em 2024, além de parcerias milionárias como a da Space X, empresa do
bilionário Elon Musk.