terça-feira, 27 de maio de 2014

Vejam istos e tirem suas próprias conclusão será.??????????????????????????

Ex-executiva do Banco Mundial afirma: “criaturas não humanas controlam o mundo”

Segundo Karen Hudes, uma ex-executiva do Banco Mundial, alienígenas de cabeça alongada e inteligência excepcional controlam o Vaticano e a economia mundial. Muitos conhecem a típica teoria conspiratória em torno do domínio extraterrestre sobre nosso planeta, mas quando esta ideia parte de uma pessoa prestigiada, que já ocupou um cargo de importância mundial, é de se esperar uma considerável repercussão. E foi justamente isso o que aconteceu após uma recente entrevista de Hudes, que está disponível no YouTube.
“Criaturas não humanas, de cabeça alongada e com QI 150, controlam o Vaticano e os bancos do de todo o mundo”, respondeu Hudes, sem hesitar, diante da pergunta do seu interlocutor sobre quem estaria controlando o mundo.
De acordo com sua declaração, esses seres estão no poder há muito tempo. “Não são da raça humana. Eles se chamam Homo Capensis. Estiveram na Terra, ao lado da humanidade, antes da Idade do Gelo”, disse a ex-executiva, calmamente. Para fundamentar sua ideia, ela citou o caso de alguns objetos encontrados com faraós egípcios, usados em suas cabeças, e os enigmáticos crânios peruanos.
O currículo de Hudes inclui um bacharelado em Direito pela Universidade de Yale e economia pela Universidade de Amsterdã. Ela trabalhou no Export-Import Bank dos Estados Unidos e, depois, no Departamento Jurídico do Banco Mundial, onde virou uma assessora de alto escalão.
Embora suas palavras soem absurdas para muitos, o fato é que elas fazem eco com o que defende o ex-ministro da Defesa do Canadá, Paul Hellyer, que afirmou, no ano passado, durante um congresso ufológico, que existem alienígenas trabalhando no governo norte-americano.
Assista abaixo aos vídeos:
Entrevista com Karen Hudes (parte 1/2)
- See more at: http://noticias.seuhistory.com/ex-executiva-do-banco-mundial-afirma-criaturas-nao-humanas-controlam-o-mundo#sthash.rAEx0N1T.dpuf

Ex-executiva do Banco Mundial afirma: “criaturas não humanas controlam o mundo”

Segundo Karen Hudes, uma ex-executiva do Banco Mundial, alienígenas de cabeça alongada e inteligência excepcional controlam o Vaticano e a economia mundial. Muitos conhecem a típica teoria conspiratória em torno do domínio extraterrestre sobre nosso planeta, mas quando esta ideia parte de uma pessoa prestigiada, que já ocupou um cargo de importância mundial, é de se esperar uma considerável repercussão. E foi justamente isso o que aconteceu após uma recente entrevista de Hudes, que está disponível no YouTube.
“Criaturas não humanas, de cabeça alongada e com QI 150, controlam o Vaticano e os bancos do de todo o mundo”, respondeu Hudes, sem hesitar, diante da pergunta do seu interlocutor sobre quem estaria controlando o mundo.
De acordo com sua declaração, esses seres estão no poder há muito tempo. “Não são da raça humana. Eles se chamam Homo Capensis. Estiveram na Terra, ao lado da humanidade, antes da Idade do Gelo”, disse a ex-executiva, calmamente. Para fundamentar sua ideia, ela citou o caso de alguns objetos encontrados com faraós egípcios, usados em suas cabeças, e os enigmáticos crânios peruanos.
O currículo de Hudes inclui um bacharelado em Direito pela Universidade de Yale e economia pela Universidade de Amsterdã. Ela trabalhou no Export-Import Bank dos Estados Unidos e, depois, no Departamento Jurídico do Banco Mundial, onde virou uma assessora de alto escalão.
Embora suas palavras soem absurdas para muitos, o fato é que elas fazem eco com o que defende o ex-ministro da Defesa do Canadá, Paul Hellyer, que afirmou, no ano passado, durante um congresso ufológico, que existem alienígenas trabalhando no governo norte-americano.
Assista abaixo aos vídeos:
Entrevista com Karen Hudes (parte 1/2)
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Ex-executiva do Banco Mundial afirma: “criaturas não humanas controlam o mundo”

Segundo Karen Hudes, uma ex-executiva do Banco Mundial, alienígenas de cabeça alongada e inteligência excepcional controlam o Vaticano e a economia mundial. Muitos conhecem a típica teoria conspiratória em torno do domínio extraterrestre sobre nosso planeta, mas quando esta ideia parte de uma pessoa prestigiada, que já ocupou um cargo de importância mundial, é de se esperar uma considerável repercussão. E foi justamente isso o que aconteceu após uma recente entrevista de Hudes, que está disponível no YouTube.
“Criaturas não humanas, de cabeça alongada e com QI 150, controlam o Vaticano e os bancos do de todo o mundo”, respondeu Hudes, sem hesitar, diante da pergunta do seu interlocutor sobre quem estaria controlando o mundo.
De acordo com sua declaração, esses seres estão no poder há muito tempo. “Não são da raça humana. Eles se chamam Homo Capensis. Estiveram na Terra, ao lado da humanidade, antes da Idade do Gelo”, disse a ex-executiva, calmamente. Para fundamentar sua ideia, ela citou o caso de alguns objetos encontrados com faraós egípcios, usados em suas cabeças, e os enigmáticos crânios peruanos.
O currículo de Hudes inclui um bacharelado em Direito pela Universidade de Yale e economia pela Universidade de Amsterdã. Ela trabalhou no Export-Import Bank dos Estados Unidos e, depois, no Departamento Jurídico do Banco Mundial, onde virou uma assessora de alto escalão.
Embora suas palavras soem absurdas para muitos, o fato é que elas fazem eco com o que defende o ex-ministro da Defesa do Canadá, Paul Hellyer, que afirmou, no ano passado, durante um congresso ufológico, que existem alienígenas trabalhando no governo norte-americano.
Assista abaixo aos vídeos:
Entrevista com Karen Hudes (parte 1/2)
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Para que todos possam ter conhecimento disto.

A BOMBA QUE O PT NÃO QUER QUE ESTOURE
Por iniciativa do valoroso e único parlamentar de quem se pode esperar
atitudes, o STF se posicionará através de seu ministro presidente
sobre o pedido do Senador Álvaro Dias (PSDB-PR) de que sejam revelados
todos os meandros dos empréstimos de financiamento de obras no
exterior, em especial em Cuba, Venezuela e Angola.

Assim o Sen. Álvaro Dias se pronunciou sobre o caso: "Não se pode
admitir que o governo faça empréstimos vultosos sem que aqueles que
pagam impostos saibam de informações como o valor dos empréstimos, o
prazo de carência para o seu resgate, taxas de juros. Não vejo outro
assunto que revolte tanto a população como saber que o governo
empresta dinheiro dos brasileiros para a construção de um porto em
Cuba, para o metrô de Caracas, para a construção de uma hidrelétrica
na Venezuela, entre outras tantas obras em países controlados por
ditadores".

Eu, até então, desconhecia a extensão dos empréstimos e para que eles
serviam nesses países. Sabe-se agora que não foi apenas para se
construir o Porto de Mariel, em Cuba, que o nosso suado dinheirinho
foi empregado. Enquanto São Paulo e, principalmente, Salvador sofrem
com a falta de transporte via metrô, o BNDES financia completamente o
metrô de Caracas.

Se o ministro Joaquim Barbosa topar a parada - ele teve uma reunião
fechada com o Senador tucano, ontem, a esse respeito - a coisa vai
feder insuportavelmente para o lado do vigarista de Caetés.

Calcula-se que o desvio de dinheiro público por intermédio desses
"empréstimos" é tão grande que o Mensalão será completamente esquecido
por ter sido apenas um 'roubozinho' sem a "menor importância.

Lembrem-se de que os empréstimos foram feitos em moeda estrangeira,
dólares, bilhões deles!

Se o Brasil tiver a sorte de ter como relator da matéria um Luiz Fux
ou um Gilmar Mendes, o PT estará com seus dias contados, pois o roubo
é tão grande que ninguém é capaz de avaliar o quanto.

Vamos torcer para que seja um desses dois ministros o relator, porque
se cair nas mãos de Barroso, Toffoli, Lewandowski ou daquele gaúcho...

Bom, melhor esperar pra vermos.

O pedido de Álvaro Dias é uma ação direta contra a Presidenta Dilma
Rousseff, o ministro Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e
Comércio) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Álvaro Dias fez
seu pedido ao STF com base na Lei nº 12.527, de 2011, (Lei de Acesso à
Informação) que, conforme preceitua seu art. 1º, tem a finalidade de
"garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º,
no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal".

Dessa ação judicial dependerá o futuro de Rousseff e seu séquito de
ladrões, incluído aí o chefão de todos: Lulalarápio da Silva!
(Lourinaldo Teles Bezerra - O Diário do Poder - Cláudio Humberto)
 
 
 


 





--
Lúcio Alves Costa Lacerda

sábado, 10 de maio de 2014

É lamentavam mais parece que estamos voltando ao início, e espero que ele não entrem aqui, mais será inevitável mesmo, pois aqui a fiscalização é muito precária e há subornação vão ver.

Volta do Ebola na África aumenta vigilância nos aeroportos para Copa

Leandro Mazzini
Agência Nacional de Vigilância Sanitária redobrou a atenção e informa estar preparada em todos os aeroportos. Vinte anos depois, justamente durante uma Copa do Mundo, o vírus Ebola volta a assustar o mundo, em especial a África Ocidental, onde teve origem.
A ONG Médicos Sem Fronteiras enviou mais 60 profissionais para a região. O vírus já matou 135 vítimas nos últimos meses na Guiné e Libéria. Há uma preocupação de entrada do vírus no Brasil com a chega das seleções e de turistas vindos do Continente.
As seleções da África classificadas para a Copa são Camarões, Nigéria, Gana,Costa do Marfim e Argélia – os três primeiros da região ocidental e vizinhos da Guiné e Libéria.
Até abril, a Guiné registrou 197 casos suspeitos e 122 mortes – outras 27 casos na Libéria, com 13 mortes. A PF e a Anvisa estarão atentos na imigração dos aeroportos.
Enquanto a vigilância aumenta nos aeroportos, uma preocupação já ronda as autoridades de saúde e policiais em São Paulo. Fontes indicam que há suspeita de dois casos de Ebola em estrangeiros que migraram do Acre para o Sudeste. Procurada, a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde de SP nega casos registrados do vírus, mas não comenta sobre as suspeitas.
O Acre tornou-se entrada de estrangeiros ilegais, não somente de haitianos – a maioria – mas também senegaleses e angolanos, que podem chegar ao Brasil infectados com o vírus.
Em nota enviada, a Anvisa “reafirma que as Coordenações de Portos e Aeroportos nos Estados estão atentas e capacitadas para qualquer determinação de controle''. A agência também informa que “os planos de contingencia estão prontos para serem acionados para qualquer evento de saúde publica. A Agência já tem o trabalho de rotina e vai acompanhar todos os desembarques internacionais durante a Copa''.
O Ebola foi descoberto em pesquisas de laboratórios em 1976. É um vírus que causa uma febre hemorrágica forte e rápida, e que mata até 85% das vítimas afetadas.
Siga a coluna no Twitter e no Facebook  
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INFERNO ASTRAL
A despeito de o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, ter negado direito a José Dirceu de trabalhar como advogado, no regime semiaberto, o ex-ministro corre o risco de ficar sem emprego garantido também. É que a OAB-SP analisa processo de cassação do seu registro, por ser condenado e apenado – o que é contra a conduta da Ordem.
PETROBRAS = CACHOEIRA 2.0
Qualquer tipo de CPI da Petrobras tem tudo para se tornar uma versão 2.0 da CPI do Cacheira: muito barulho para nenhum resultado. É tamanha a vontade de base e oposição de descobrirem os malfeitos de cada partido em ingerência na estatal.. que nada vai andar.
REQUIÃO X JORNALISTAS
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) ganhou em 1ª instância ação contra o jornalista Ricardo Boechat, que em seu programa de rádio chamou de ‘roubo’ o político receber aposentadoria como ex-governador. A motivação do comentário veio na esteira do episódio, há dois anos, no qual Requião arrancara do repórter Victor Boyadjian (BandNews), dentro do Senado, o seu gravador – o ameaçou bater e apagou todas as gravações. Requião é reincidente com gravadores & jornalistas. Quando governador do Paraná, em abril de 2004, ele tirou um aparelho das mãos de um repórter em Londrina e torceu seu dedo (aqui) . A gestão de oito anos de Requião no governo do Paraná foi abalada pelas operações Dallas e Águas Turvas, sobre esquemas no porto de Paranaguá e fortes indícios de envolvimento de seu irmão. (Lembre aqui aqui)
AÉCIO E O QUINTETO
Aécio Neves começou a passar o chapéu entre o grande empresariado, ciente da corrida contra o tempo, com a ajuda dos ex-ministros da equipe econômica de FHC, com bom trânsito entre fundos e empresários. Aécio quer evitar o erro de José Serra em 2010: o presidenciável fora procurado por representantes de cinco grandes setores dispostos a ouvir propostas e investir no PSDB, mas Serra recuou, e demorou a se decidir. O quinteto investiu na campanha de Dilma.
ÍNDIO QUER MANDATO 
Uma proposta de Emenda Constitucional que avança pode fazer jus à passagem do pioneiro Mario Juruna pelo Congresso, o primeiro índio a ocupar um assento no Parlamento. A PEC 320/13, do deputado Nilmário Miranda (PT-MG), prevê a criação de vagas especiais de deputado federal para as comunidades e etnias indígenas.
TIGRES ASIÁTICOS
Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) procura sarna para se coçar com o governo. Organiza delegação de senadores para visitar Taiwan ainda neste mês. O país não é reconhecido pela China – que tem ótimas relações com o Brasil. Quando decidiu visitar Dalai Lama no Tibet por conta própria ano passado, o deputado federal Walter Feldman (PSB-SP) sofreu pressão da embaixada da China e visitas no gabinete na tentativa de dissuadi-lo. Mas foi e conheceu o ídolo.
_____________________
Sugestões, pautas, denúncias: envie e-mail para pauta@colunaesplanada.com.br

Um Brasileiro mesmo.

 N° Edição:  2320 |  09.Mai.14 - 20:50 |  Atualizado em 10.Mai.14 - 09:04

Um brasileiro no coração das trevas

A dura missão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da mais importante operação da ONU no mundo. Ele tem a tarefa de dar fim ao maior conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, com quase seis milhões de mortos

Por Yan Boechat (yan@istoe.com.br) (textos e fotos), enviado especial ao Congo
As primeiras horas da manhã da quinta-feira 17 de abril estavam especialmente quentes na densa floresta que serve de fronteira natural entre a República Democrática do Congo e Uganda. Antes de se embrenhar pela vereda de terra entre as árvores, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz retirou o colete à prova de balas e o capacete. ?Se algo acontecer, é preciso ser ágil?, explicou. ?O caminho é perigoso, as emboscadas são comuns.? O general tinha usado esse equipamento de mais de 15 quilos, capaz de segurar balas de fuzil AK-47, durante todo o trajeto de 40 quilômetros entre o batalhão da ONU na cidade de Beni e a trilha que o levaria a uma base rebelde conquistada pelo Exército congolês uma semana antes.
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Santos Cruz vestia a farda camuflada das Forças Armadas brasileiras. No ombro esquerdo, a bandeira do Brasil. No direito, a palavra ?comandos?, que em todo o mundo militar carrega o mesmo significado: ali está um soldado das tropas de elite, um cara durão, preparado para sobreviver na adversidade. Três pequenas estrelas costuradas nas pontas do colarinho o distinguem como um general de divisão. Além do FAL, o fuzil usado pelo Exército brasileiro há quase três décadas, Santos Cruz levava uma pistola Glock 9mm no coldre colado à coxa direita.
À medida que avançava, o acesso no terreno úmido da floresta tropical a poucos quilômetros ao sul da linha do Equador ia se estreitando. O sol logo desapareceu sob acopa das árvores. Santos Cruz teve a sensação de que estava na Amazônia. ?É igual ao Brasil, não muda nada?, disse. Na longa marcha até a principal base conquistada do grupo inimigo, a paisagem dava ideia de como havia sido o combate: troncos perfurados por tiros, árvores derrubadas pelo impacto das RPGs, o chão coberto por um tapete metálico de cápsulas deflagradas. Cartazes escritos à mão indicavam a localização de minas e explosivos. Um pouco mais adiante, covas rasas ao lado da trilha ainda exalavam o cheiro forte dos corpos recém-enterrados pelos vencedores. ?Muitos foram queimados, outros enterramos aqui mesmo, é menos trabalho?, explicou um soldado congolês ao lado do amontoado de terra fofa onde as moscas tentavam encontrar caminho para chegar aos restos putrefatos dos inimigos.
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Foram três horas de uma caminhada tensa. Com os rebeldes ainda a poucos quilômetros dali, o risco de uma emboscada não recomendava pausas para descanso. A tropa só parou ao chegar a Medina, um vilarejo improvisado no meio da floresta que o grupo radical islâmico ADF usava como uma de suas maiores bases no Congo. Logo começaram a surgir da floresta centenas de soldados. Sujos e cansados, carregando colares de munição e armamento pesado, eles saudavam Santos Cruz. Pela primeira vez, viam naquele front de batalha um militar tão graduado da ONU. O general brasileiro apertou a mão dos oficiais que combateram os rebeldes islâmicos. Aos soldados, distribuiu cigarros congoleses baratos, comprados a US$ 1 o maço.
?Force Commander?
No Congo, a patente de Santos Cruz importa menos que seu cargo na hierarquia militar da ONU. Ele é o comandante-geral da Monusco, a maior e mais importante missão das Nações Unidas no mundo, com um contingente de mais de 22 mil homens de 20 diferentes países e orçamento anual de quase US$ 1,5 bilhão. É uma missão histórica, em que o conceito de manutenção da paz foi alterado para imposição da paz. Não se trata apenas de semântica. Os capacetes azuis, pela primeira vez desde 1948, têm autorização para caçar, prender e matar aqueles que o Conselho de Segurança considerar inimigos. Na prática, isso significa que os soldados das Nações Unidas podem dar o primeiro tiro, tornando-se, assim, uma força de agressão ? a primeira desde a criação da organização.
O militar brasileiro foi indicado e responde ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança. No Congo, ele divide o comando da missão com um representante civil, o alemão Martin Kobler. São os dois que têm, ao menos oficialmente, a última palavra em qualquer decisão, militar e civil. A guerra no Congo dura quase 20 anos e já deixou cerca de 5,5 milhões de pessoas mortas. Nenhum outro conflito armado matou tantos seres humanos desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar de ser o primeiro brasileiro a comandar forças militares de agressão desde a campanha da FEB na Itália, um ano e pouco atrás, em Brasília, onde mora, Santos Cruz estava mais preocupado com caminhões-pipa no Nordeste brasileiro do que com guerrilheiros africanos. O general foi compulsoriamente para a reserva em 2012, ao ser preterido para ascender à patente de general de exército. Com a carreira militar encerrada, trabalhava na divisão militar da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em Brasília, cuidando de assuntos como a participação do Exército na distribuição de água potável em regiões afetadas pela seca. ?Eu havia abandonado a farda, estava lá, engravatado, num gabinete da Esplanada, quando recebi, em março de 2013, uma ligação de Nova York?, contou ele à ISTOÉ no mês passado, enquanto comia com as mãos uma coxa de galinha frita na cantina do quartel-general da ONU em Goma, a capital da província do Kivu do Norte, onde estão concentrados 95% dos capacetes azuis no país. ?Foi uma surpresa , mas não demorei três segundos para aceitar aquele convite inesperado.?
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ATIVO
Santos Cruz viaja pelo menos três vezes por semana a regiões
isoladas do leste do Congo; em casa, gosta de assistir
aos telejornais da rede de tevê Al Jazeera
Santos Cruz é um homem que ri pouco. Natural da cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho, o general aparenta ter bem menos que os 62 anos que vai completar no dia 1º de junho. Mantém seus 74 quilos com uma rotina de atleta. Corre dez quilômetros, dia sim, dia não, e segue um programa rígido de exercícios físicos. O sotaque forte dos gaúchos se foi faz tempo, assim como o hábito de tomar chimarrão. O militar deixou o RioGrande do Sul aos 15 anos, quando foi aceito na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, em 1968. ?O que ficou foi a paixão pelo Internacional de Porto Alegre?, diz ele. Toda vez que seu time vence o Grêmio, Santos Cruz liga para um irmão torcedor do rival.
Em Goma, o general brasileiro vive em uma confortável casa de dois quartos, próxima do quartel-general da ONU, que divide com um alto funcionário civil das Nações Unidas. Dois brasileiros fazem a escolta pessoal do general e um grupo de seis soldados das forças especiais uruguaias, equipados com fuzis FAL e uma caminhonete com uma metralhadora Mag instalada na carroceria, completam o time da segurança. Se ele está em casa, os uruguaios fazem patrulha em frente ao seu portão. Se ele se desloca, lá estão os mesmos soldados cercando seu veículo. O general não dá um passo sem que ao menos oito homens estejam acompanhando seus movimentos.

Carlos Alberto dos Santos Cruz, casado, três filhos e avô de um menino, fez uma carreira típica no Exército brasileiro. Poucos anos depois de graduar-se na Academia Militar das Agulhas Negras, em 1974, seguiu para o que parece ser a obsessão dos militares nacionais: a Amazônia. Lá se tornou um especialista em guerra na selva. Nas duas décadas seguintes, sempre esteve, de uma forma ou de outra, próximo da floresta. Comandou pelotões de fronteira na região Norte e um batalhão de infantaria em Mato Grosso. Não à toa, dos seis brasileiros que lhe prestam assistência direta no Congo, quatro são especialistas em guerra na selva ou têm experiência na Amazônia.
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Agressividade
A grande virada na carreira do general veio em 2006, quando foi apontado como o chefe militar da missão da ONU no Haiti. Foi por conta de sua ação enérgica na tomada da favela Cité Soleil, um enclave de criminosos em Porto Príncipe, a capital do país, que o general brasileiro chamou a atenção dos burocratas das Nações Unidas. Quase 40 dias de batalha ? com baixas civis duramente criticadas por organizações humanitárias ? garantiram a tomada do local pelas tropas da Minustah, majoritariamente brasileiras. Ao final do período em que liderou a missão, a ONU pediu ao Brasil que mantivesse Santos Cruz no comando da operação por pelo menos mais um ano. O Exército, no entanto, recusou o pedido e o general gaúcho retornou ao País. ?A atitude agressiva e a determinação em agir e correr riscos foram determinantes para que seu nome fosse lembrado em Nova York. Ele está aqui no Congo por causa do Haiti e não pela influência política do Brasil no Conselho de Segurança?, diz um experiente analista de inteligência das Nações Unidas.
No amplo complexo militar e civil que a ONU montou em Goma para ser o quartel-general de sua missão no Congo, Santos Cruz é um dos poucos oficiais a andar armado o tempo todo. A pistola 9mm sempre está ao alcance da mão e, por onde se desloca, carrega o fuzil FAL de fabricação argentina que pegou emprestado do batalhão uruguaio instalado na cidade. Mesmo em seu escritório ? uma sala simples, de cerca de seis metros quadrados, instalada em um contêiner ?, invariavelmente o fuzil está encostado na parede, ao lado de sua cadeira. ?Ele gosta de manter essa imagem, mostrando aos soldados que, mais que um general, é um soldado como todos eles?, diz o major Pethias Mdoka, do Exército Malaui, que atuou diretamente com o brasileiro no último ano.
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Santos Cruz chegou ao Congo em julho de 2013, num momento de fragilidade da missão. Após quase 15 anos atuando no país, a ONU tinha sofrido sua maior derrota e humilhação havia poucos meses. Em novembro de 2012 um grupo rebelde supostamente financiado por Uganda, o M23, derrotou o Exército congolês, invadiu Goma e forçou os capacetes azuis a se refugiarem nos quartéis, deixando a população civil à mercê dos invasores. Foi a partir dessa derrota que as Nações Unidas decidiram criar uma força especial de ataque, a Force Intervention Brigade (FIB), e dar carta branca para o ataque. Santos Cruz recebeu a missão de expulsar o M23 de Goma, retomar a cidade e reconquistar a confiança da população e da comunidade internacional na ONU.
A grande batalha
Na longa planície que liga Goma ao vilarejo de Kibati, o primeiro foguete disparado por um lançador Katiuscha de fabricação russa caiu cerca de 400 metros abaixo da trincheira escavada no topo do pequeno morro em que Santos Cruz observava a movimentação das tropas. O segundo, 400 metros atrás. ?Foi uma ação típica de ajuste de tiro da artilharia. Eles sabiam que estávamos lá e tentavam nos acertar?, contou o general. A terceira explosão aconteceu a menos de 30 metros. Deitados na trincheira, os militares puderam ouvir os estilhaços voando sobre suas cabeças. Em seguida, o M23 passou a atingir a periferia de Goma, logo atrás da elevação onde estava Santos Cruz. ?Foi naquele momento que decidi atacar e ordenei que nossos helicópteros e nossa artilharia abrissem fogo contra eles.?
Naquela tarde do dia 21 de agosto de 2013, pela primeira vez na história, a ONU abandonou sua política de isenção e neutralidade e partiu para o ataque, apoiando o Exército congolês tanto com artilharia e fogo aéreo quanto com homens no solo. ?Foi uma batalha intensa, com centenas de mortos e com características muito semelhantes àquelas da Segunda Guerra Mundial?, disse o general. Da trincheira, observando o avanço das tropas e os disparos de artilharia, vieram-lhe à cabeça velhos filmes da Segunda Guerra. ?E de repente eu estava lá, como um dos personagens, participando daquele filme?, contou ele.
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Logo no primeiro dia de combate, com foguetes e morteiros explodindo a poucos metros da base de comando, Santos Cruz começou a forjar a imagem do general que gosta de estar no campo de batalha. ?Ele mostrou que não é um político, que não aceita ficar no escritório e trata os soldados de igual para igual?, disse à ISTOÉ o general tanzaniano James Mwakibolwa, que atuou na defesa de Goma. Ao longo de toda a campanha contra o M23, o general brasileiro esteve no front. Hoje, ao menos três vezes por semana, vai de helicóptero às áreas mais remotas do leste do Congo para ver de perto como estão sendo conduzidas as operações contra as dezenas de grupos armados que permanecem ativos na região. Para muitos na ONU, Santos Cruz se expõe em excesso. ?Esse não é o papel de um general, de um ?force comander?. Ele é um alvo muito valioso e parece fazer isso apenas para criar uma imagem de durão?, critica um oficial indiano. Já Santos Cruz tem uma explicação mais singela. ?Eu poderia dizer que vou ao front por questões estratégicas, para incentivar meus homens ou mesmo para dar a impressão à população local de que a ONU se importa com ela?, disse o general pouco antes de embarcar em um helicóptero Orix a caminho de uma vila atacada em meados de abril por um grupo rebelde. ?Tudo isso é verdade, mas o que me leva mesmo ao front é o fato de que eu gosto muito de estar lá, de estar perto dos soldados. Eles me dão coragem e me rejuvenescem.?
A batalha de Goma durou sete dias e forçou o M23 a recuar. A cidade estava liberada e em dois meses o grupo rebelde financiado por Uganda, um dos mais bem armados da região, foi derrotado. ?Santos Cruz chegou ao Congo com uma atitude absolutamente distinta da de todos os outros comandantes que estiveram por lá na última década, uma atitude muito proativa. É claro que essa não é a solução para todos os problemas, mas, sem dúvida, trouxe mudanças?, diz Jason Stearns, autor do aclamado ?Dancing in the Glory of Monsters: The Collapse of the Congo and the Great War of Africa? (Dançando pelos Monstros: o Colapso do Congo e a Grande Guerra da África), ainda não publicado no Brasil.
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A guerra do Congo é um conflito complexo, com muitos atores e interesses econômicos e geopolíticos variados. Seu início tem raízes no genocídio perpetrado pela etnia hutu contra os tutsis, em Ruanda, há 20 anos. A matança desestabilizou toda a região dos Grandes Lagos Africanos, no centro do continente, e dragou para a guerra seis países ? Ruanda e Uganda, de um lado, e Congo, Tanzânia, Zimbábue e Angola, do outro. O Congo foi o palco de todas as batalhas do que ficou conhecido como a Grande Guerra Africana.
Oficialmente, o conflito terminou com um acordo de paz em 2002. Com o país destruído, com a absoluta ausência do Estado e uma diversidade de riquezas em uma vasta área sem controle e lei, dezenas de grupos armados passaram a dominar regiões inteiras do país. Desde então, o leste do Congo vive uma guerra sem-fim, com milícias lutando entre si, contra o próprio Exército congolês e contra exércitos estrangeiros, como as Forças Armadas de Ruanda, que ainda caçam os hutus responsáveis pelo genocídio de 20 anos atrás. Os civis são as maiores vítimas. Estima-se que até hoje entre 5,5 milhões e seis milhões de pessoas tenham morrido. Outros três milhões vivem em campos de refugiados. Dezenas de milhares de mulheres foram vítimas de estupros coletivos, que se tornaram uma arma de guerra.
Diante de um cenário tão complexo, Santos Cruz sabe que não será por meio de armas, tanques e helicópteros que a situação será resolvida. ?A saída sempre é política e passa pelo fortalecimento do Estado?, disse ele. ?Minha missão aqui é proteger os civis e desarmar os grupos rebeldes, que, na verdade, são apenas criminosos que se aproveitam da ausência do Estado. O problema não é étnico ou ideológico, como pode ter sido no início, há duas décadas. Hoje a razão desse conflito é econômica, porque esse é um dos países mais ricos do mundo.?
O Congo possui vastas reservas minerais. Estima-se que em seu subsolo esteja guardado algo como US$ 24 trilhões em ouro, cobalto, cobre, diamante e coltan, um mineral amplamente utilizado na produção de notebooks e celulares e do qual o país é o dono da maior reserva do mundo. Quase todos os grupos rebeldes que atuam no leste do país exploram essas riquezas e usam nações vizinhas para exportá-las para os Estados Unidos, Europa e Ásia. ?Não resta muito a Santos Cruz além de ser o homem corajoso desse show?, observou Fidel Bafilemba, um dos coordenadores da organização Enought Project, que acompanha de perto a crise congolesa há vários anos. ?Não há muito o que ele possa fazer sem que a comunidade internacional tome a decisão de parar de importar as riquezas minerais do Congo a preços baixíssimos, como ocorre hoje.?
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A posição de Fidel não é muito diferente da de outros integrantes de entidades que atuam no país. A organização Médicos Sem Fronteiras, que mantém no Congo sua maior operação no mundo, também é bastante crítica ao novo papel que a ONU vem tendo no conflito. ?A decisão de abandonar o papel de neutralidade está comprometendo todo o serviço humanitário que tem sido desenvolvido aqui nos últimos anos?, diz Bertrand Perrochet, chefe da missão belga da Médicos Sem Fronteiras no Congo. ?A população não sabe mais se um helicóptero branco da ONU vai distribuir medicamentos ou balas.?
No início da tarde do sábado 19 de abril, o general Santos Cruz embarcou na caminhonete Land Cruiser blindada que tem à sua disposição para saborear um típico churrasco gaúcho no batalhão do Uruguai, o Urubatt. O quartel-general do contingente de mais de 700 soldados uruguaios fica nas proximidades do aeroporto de Goma e é uma espécie de segunda casa para o general e para os seis brasileiros que atuam diretamente como seus motoristas, auxiliares administrativos e seguranças. Nos 15 dias em que a reportagem de ISTOÉ acompanhou a rotina do militar brasileiro, Santos Cruz só foi capaz de soltar uma gargalhada nas duas vezes em que esteve no Urubatt. Ali parece ser o único lugar em que ele consegue relaxar. ?Eu respeito muito as ONGs, mas acho que muito mais poderia ser feito. Milhões e milhões são gastos aqui, mas não há coordenação, não se vê esse dinheiro sendo aplicado diretamente na melhoria do país.? Ele trata as críticas que recebe como meras especulações. ?Ainda não houve um caso concreto de problemas pela cor dos veículos ou helicópteros.?
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Santos Cruz é presença constante nas festas mensais promovidas pelo batalhão do Uruguai e que atraem tanto militares quanto civis a serviço da ONU. Batizadas de Tango Bar, as noitadas são agitadas e a pista de dança, quase sempre animada com música latina, é incrementada pela sirene vermelha de um caminhão estacionado ao lado do bar montado para atender a clientela sedenta por momentos de descontração. Na última festa, organizada no dia 12 de abril, Santos Cruz vestia calça jeans, uma camisa social branca e um colete de lã vermelho. Aproveitou a pista de dança para descontrair.
Nas próximas semanas, Santos Cruz será oficializado pelo Conselho de Segurança da ONU como o escolhido para liderar a missão no Congo por mais um ano. Apesar de não confirmar, ele já foi consultado por Nova York se aceitaria ficar mais 12 meses à frente da Monusco ? e aceitou. ?Quando voltar para o Brasil, vou andar a cavalo?, conta ele, um praticante do Concurso Completo de Equitação, espécie de triatlo hípico responsável por matar quase uma dezena de cavaleiros no mundo todos os anos. ?O concurso completo é o esporte que mais se aproxima de uma batalha militar, você corre riscos o tempo todo e eu preciso disso para viver.?
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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Aviso não foi falta isso foi muito comentado pelos noticiários e pela internet, agora é sentar na calçada e chorar pois não vai ser fácil reverter a situação.

Rios da Amazônia e água doce do mundo estão sob ameaça, dizem pesquisadores

Leonardo Siqueira
Do UOL, em São Paulo
  • Lalo de Almeida/ Folhapress
    Vista aérea dos pedrais da Volta Grande do Xingu, trecho do rio que sera impactado pela construção da hidrelétrica de Belo Monte
    Vista aérea dos pedrais da Volta Grande do Xingu, trecho do rio que sera impactado pela construção da hidrelétrica de Belo Monte
O desmatamento, a poluição, a agricultura e a construção de hidrelétricas como a de Belo Monte, no Pará, estão ameaçando os rios da Amazônia, que formam a maior bacia de água doce do mundo. A afirmação é do pesquisador da universidade americana Virginia Tech, Leandro Castello. "A degradação dos rios vai afetar as populações locais, e isso tem sido observado em outros lugares do mundo. Está acontecendo no rio Mekong, no Vietnam, e no rio Ganges, em Bangladesh. E será o futuro da Amazônia, caso nada seja feito", diz.

Na visão do cientista, não há uma estrutura ou política de manejo adequada às bacias hidrográficas da região. "A previsão é infeliz e esse quadro só tende a piorar. O Brasil tem sido pioneiro em questões terrestres e de preservação das florestas, mas em relação aos rios da Amazônia, nada está sendo feito", diz. 
"Os corpos de água doce do mundo estão em profundo risco. Então, é claro que a Amazônia não fica fora, pois também acaba sendo contemplada com um enorme conjunto de problemas que afeta a bacia hidrográfica", diz a pesquisadora do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Maria Teresa Fernandez Piedade.
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Imagens da Amazônia46 fotos

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A Amazônia tem 4.196.943 milhões de quilômetros quadrados e a maior bacia hidrográfica do mundo, que cobre 6 milhões de quilômetros quadrados com seus 1.100 afluentes, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. O maior bioma do Brasil é fundamental para o equilíbrio ambiental e climático do planeta e a conservação dos recursos hídricos Miguel von Behr/Arpa
Os sistemas de água doce são os mais degradados do mundo. E muitos deles já não são como antigamente graças à ação do homem.  Na Amazônia, por exemplo, a pesca excessiva levou algumas espécies à extinção. O tamanho dos peixes também diminuiu ao longo dos anos.
Segundo a cientista do Inpa, estudos realizados pela entidade apontam que, das últimas décadas para cá, as cheias e as secas estão cada vez mais intensas e severas naquela região. "Isso indica que as mudanças climáticas já podem estar se fazendo sentir nestes sistemas", sugere Maria.
Para Castello e Maria, os problemas da Amazônia não estão restritos à região norte do país. "Se os rios secam, o transporte de grãos como a soja, que é exportada, pode ser comprometido, impactando a economia nacional. A seca nos rios também afeta a produção de energia elétrica em represas como Belo Monte. Se essas represas param, o Sul e o Sudeste podem enfrentar apagões", lembra Castello.
Já os efeitos do desmatamento em larga escala, seja para o extrativismo madeireiro ou para propósitos agrícolas, pode mudar o balanço hídrico do território, que é ligado ao de outras regiões, lembra a pesquisadora do Inpa. Maria Victoria Ramos Ballester, do Centro de Energia Nuclear (Cena) da USP, campus Piracicaba, lembra a importância da Amazônia para outros países. "A Amazônia tem um papel importante na redistribuição da umidade, não só no Brasil, mas na América Latina. Trata-se de um sistema de circulação regional", destaca.
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Veja registros do desmatamento na Amazônia nos últimos anos58 fotos

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abr.2014 - O Ibama, em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Batalhão de Policiamento Ambiental (Bpam), realizou operação na Terra Indígena Rio Manicoré, localizada no município de Manicoré, sul do Estado do Amazonas. Durante a ação, foram apreendidos aproximadamente 85 m³ de madeira em toras e foram aplicadas multas de R$ 30 mil. A madeira, em sua maior parte, angelim-pedra, estava sendo transportada na balsa Navezon B29, que também foi apreendida Ditec/Ibama

Floresta Amazônica pode virar cerrado

Outro estudo, que envolve cientistas brasileiros e americanos, aponta numa direção semelhante. A pesquisa irá analisar três eventos extremos que ocorreram na Amazônia na última década a fim de prever o impacto das mudanças climáticas e do desmatamento no ecossistema da região. A investigação receberá um milhão e meio dólares da Nasa, a agência espacial americana. Participam do estudo pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), e das federais de Alagoas (Ufal) e Rio Grande do Norte (UFRN).
A previsão do estudo em relação à ocorrência de eventos extremos é negativa. "Acreditamos que as mudanças climáticas irão, no futuro, contribuir para enchentes e secas cada vez mais severas e frequentes", afirma Michael Cohe, um dos cientistas envolvidos no projeto. Em outras palavras, secas como as de 2005 e 2010, e a enchente de 2009, que ocorreram na Amazônia, poderão se tornar cada vez mais comuns. Para Maria, este e outros trabalhos revelam "a preocupação com a manutenção da integridade desta imensa bacia hidrográfica".
Outro ponto que preocupa os cientistas é a construção de represas e hidrelétricas. "Isso só vai piorar os efeitos das mudanças climáticas e do desmatamento", aponta Castello, que lidera a investigação feita em parceria com pesquisadores brasileiros. Segundo ele, o desmatamento em larga escala faz com que chova menos e a região fique seca. "Isso pode fazer com que a floresta da Amazônia se transforme em uma floresta de cerrado", prevê.
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Cheia em rios da bacia amazônica alaga bairros de Manaus31 fotos

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4.jun.2013 - O nível do rio Negro, cheio de entulho, chegou na última segunda-feira (3) a 29,28 metros e já é o oitavo maior da história, podendo atingir a cota de 29,71 metros até o final deste mês, conforme foi anunciado pelo CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Se isso acontecer, será a terceira maior enchente já registrada, ficando atrás das cheias de 2012, a maior já documentada, com 29,97, e a de 2009, com 29,77 metros. Na foto, lixo fica acumulado no bairro de São Jorge, na zona oeste de Manaus Leia maisElendrea Cavalcante/UOL


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