segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Isto já é uma realidade entre nós.

Ambiente

Cético do clima se 'converte' ao aquecimento global

Em artigo no NYT, o climatologista e físico Richard Muller diz que a melhor explicação para o aquecimento do planeta é a emissão de gases pelo homem

Aquecimento global
Muller afirma que não há explicação melhor para o aumento de temperatura da Terra: a culpa é do homem (Thinkstock)
O debate sobre as mudanças climáticas, com o perdão do trocadilho, esquentou. Richard Muller, climatologista e físico da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), afirma em novo estudo que há fortes evidências de que os seres humanos estão causando o aquecimento do planeta. Embora ainda considere infundado o alarmismo climático, o cientista se diz agora um "cético convertido".
Leia mais: É bom duvidar do aquecimento global. É ruim apostar contra
O posicionamento de Muller foi anunciado na semana passada em artigo no jornal New York Times e mostra que ainda há espaço para uma espécie de "troca de lados" no debate sobre as questões climáticas. Afinal, este é um campo de pesquisa relativamente jovem, que ganhou força apenas nos últimos 40 anos. Três meses atrás, foi James Lovelock, um dos "gurus" do aquecimento global, que admitiu ter exagerado em suas previsões mais alarmistas.
Muller era um dos mais proeminentes "céticos do clima", como são chamados os cientistas que não se convenceram de que a atividade humana esteja provocando o aumento da temperatura do planeta. Esta tese é majoritária entre especialistas e tem como principal base os relatórios do IPCC, o Painel Internacional de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, fórum que compila as principais publicações científicas na área de climatologia.
O que levou Muller a mudar de ideia foi uma pesquisa que ele próprio decidiu empreender, auxiliado por outros especialistas, utilizando uma nova metodologia. Em 2011, o grupo publicou os resultados e concluiu que, sim, o mundo está esquentando, e a melhor explicação para esse aquecimento é a emissão de gases que aceleram o efeito estufa, consequência da atividade humana.
Ceticismo e ativismo – Muller pode ter deixado o clube dos "céticos do clima", mas ainda guarda boa distância do ativismo messiânico. No artigo no NYT, afirma que os dados compilados elevam as exigências para qualquer teoria alternativa sobre o clima, mas admite que ainda não é possível estabelecer definitivamente uma relação de causa e efeito entre as emissões de gases pelo homem e o aumento da temperatura.
E continua defendendo o ceticismo como postura científica: "É dever de um cientista ser cético. Ainda penso que muito, se não a maior parte, do que é atribuído à mudança climática é especulativo, exagerado ou simplesmente errado. Analisei algumas das afirmativas mais alarmistas e meu ceticismo sobre elas não mudou.”

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