10/09/2012
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03h30
No limbo desde o fim do governo Lula, a americana Boeing, a sueca Saab e a francesa Dassault decidiram apostar no patrocínio de bolsas para alunos brasileiros pelo Ciência sem Fronteiras.
O programa é bandeira de Dilma e visa promover a expansão de ciência e tecnologia por meio de intercâmbios. Ele já teve 5.978 bolsas implementadas até julho --cerca de 6% do que o governo federal pretende em quatro anos.
Representantes das empresas e dos governos envolvidos na negociação dos caças não escondem a expectativa de que a ação surta resultados na escolha do governo brasileiro sobre o negócio, estimado em até R$ 16 bilhões.
"Acho que demonstrar seu compromisso além da venda de bens ou serviços ajuda qualquer empresa americana", disse à Folha Francisco Sánchez, subsecretário de Comércio dos EUA, logo depois de se encontrar com representantes da Boeing no Brasil durante visita a São Paulo, na última semana.
O último contato feito pelo governo federal com as empresas interessadas no fornecimento dos caças foi por meio de uma carta, em junho, pedindo a extensão das propostas (termos, condições e valores) até 31 de dezembro.
As ofertas dos caças Rafale (Dassault), F-18 Superhornet (Boeing) e Gripen NG (Saab) haviam sido apresentadas ainda no governo Lula.
ESTRATÉGIA
O diretor de estratégia da Saab, Dan Jungblad, que esteve no Brasil nos últimos dias, também disse "esperar" que a participação ajude na aproximação com o governo.
"No meio-tempo [enquanto a decisão não é tomada], trabalhamos com o Ciência sem Fronteiras e com projetos de transferência de tecnologia e inovação", disse.
A Saab já selecionou nove estudantes de doutorado e pós-doutorado para terem os cursos financiados em universidades da Suécia. Em 2011, a empresa anunciou que pretendia cofinanciar cerca de cem bolsas.
A Boeing pediu ao governo uma lista com todos os graduandos em engenharia aeroespacial e aeronáutica inscritos no programa --14 já estão estudando nos EUA desde janeiro. A intenção, segundo a empresa, é repetir a concessão de bolsas em 2013.
Representantes do consórcio francês Rafale no Brasil dizem ajudar o governo francês na concessão das bolsas.
Por um acordo assinado em dezembro de 2011, entre os dois governos, a França prometeu 10 mil bolsas.
"Caso o [caça] Rafale seja o escolhido, a parceria entre Brasil e França irá aumentar exponencialmente, tanto para o intercâmbio de estudantes e estágios em empresas francesas quanto para pesquisa e desenvolvimento", disse, em nota, Jean-Marc Merialdo, do consórcio Rafale.
As empresas não revelam os gastos com as bolsas.
Empresas dão patrocínio de olho em caças
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ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO
Enquanto esperam sinais do Planalto sobre a compra de 36 caças para a
FAB (Força Aérea Brasileira), as três empresas concorrentes buscam se
aproximar do governo investindo num programa que é a menina dos olhos da
presidente Dilma Rousseff.
DE SÃO PAULO
No limbo desde o fim do governo Lula, a americana Boeing, a sueca Saab e a francesa Dassault decidiram apostar no patrocínio de bolsas para alunos brasileiros pelo Ciência sem Fronteiras.
O programa é bandeira de Dilma e visa promover a expansão de ciência e tecnologia por meio de intercâmbios. Ele já teve 5.978 bolsas implementadas até julho --cerca de 6% do que o governo federal pretende em quatro anos.
Representantes das empresas e dos governos envolvidos na negociação dos caças não escondem a expectativa de que a ação surta resultados na escolha do governo brasileiro sobre o negócio, estimado em até R$ 16 bilhões.
"Acho que demonstrar seu compromisso além da venda de bens ou serviços ajuda qualquer empresa americana", disse à Folha Francisco Sánchez, subsecretário de Comércio dos EUA, logo depois de se encontrar com representantes da Boeing no Brasil durante visita a São Paulo, na última semana.
O último contato feito pelo governo federal com as empresas interessadas no fornecimento dos caças foi por meio de uma carta, em junho, pedindo a extensão das propostas (termos, condições e valores) até 31 de dezembro.
As ofertas dos caças Rafale (Dassault), F-18 Superhornet (Boeing) e Gripen NG (Saab) haviam sido apresentadas ainda no governo Lula.
ESTRATÉGIA
O diretor de estratégia da Saab, Dan Jungblad, que esteve no Brasil nos últimos dias, também disse "esperar" que a participação ajude na aproximação com o governo.
"No meio-tempo [enquanto a decisão não é tomada], trabalhamos com o Ciência sem Fronteiras e com projetos de transferência de tecnologia e inovação", disse.
A Saab já selecionou nove estudantes de doutorado e pós-doutorado para terem os cursos financiados em universidades da Suécia. Em 2011, a empresa anunciou que pretendia cofinanciar cerca de cem bolsas.
A Boeing pediu ao governo uma lista com todos os graduandos em engenharia aeroespacial e aeronáutica inscritos no programa --14 já estão estudando nos EUA desde janeiro. A intenção, segundo a empresa, é repetir a concessão de bolsas em 2013.
Representantes do consórcio francês Rafale no Brasil dizem ajudar o governo francês na concessão das bolsas.
Por um acordo assinado em dezembro de 2011, entre os dois governos, a França prometeu 10 mil bolsas.
"Caso o [caça] Rafale seja o escolhido, a parceria entre Brasil e França irá aumentar exponencialmente, tanto para o intercâmbio de estudantes e estágios em empresas francesas quanto para pesquisa e desenvolvimento", disse, em nota, Jean-Marc Merialdo, do consórcio Rafale.
As empresas não revelam os gastos com as bolsas.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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