domingo, 30 de junho de 2013

Agora é que a ficha vai começar a cair, vai começar por dentro deles.......??????

É a situação está ficando boa para o gorverno, isto é bom?

Conjuntura Protestos pesam na conta do investidor estrangeiro Além da deterioração fiscal, da inflação e do baixo crescimento, o risco político entra no radar de quem tem planos de investir no Brasil Ana Clara CostaProtesto no Rio de Janeiro (Alvinho Duarte/Fotoarena)Em relatório publicado nesta semana, o banco de investimentos Goldman Sachs traçou previsões sombrias para o Brasil. Não bastasse a constatação de que a economia está presa num labirinto de más escolhas e conjuntura ruim, agora, segundo o banco, os investidores terão de contabilizar o risco político na hora da tomada de decisão sobre trazer (ou não) dinheiro ao país. Isso se deve à onda de protestos que tomaram conta das cidades e que, segundo o Goldman, colocam o governo brasileiro em posição frágil. “Um dos fatores positivos que diferenciavam o Brasil de outros mercados emergentes era a estabilidade política e social. No entanto, os últimos acontecimentos colocaram incertezas nessa equação”, afirmou o economista do banco, Alberto Ramos, em relatório para investidores.Desde que as economias emergentes entraram no radar dos investidores, a instabilidade política na Rússia e o regime antidemocrático chinês eram pontos nebulosos que traziam incertezas ao ambiente de negócios. Nesse ponto, o Brasil era visto como o país do grupo dos Brics a ter a democracia mais consolidada e estável – característica tão relevante que fazia com que muitos fechassem os olhos para problemas como burocracia e alta carga tributária. A mudança dessa avaliação, decorrente dos protestos que criticam, sobretudo, a classe política brasileira, pode parecer exagerada. A solidez da democracia brasileira é inquestionável. Mas a nova situação traz consigo a certeza de que a maré de descrença em relação ao Brasil veio para ficar.Leia também:Fôlego do governo brasileiro está acabando, diz FTDilma tenta salvar credibilidade - pelo menos no discurso: "Está tudo sob controle"Risco fiscal – O endividamento público do país está longe de ser comparável ao de nações europeias em perigo de insolvência. A relação dívida/PIB está em 34,8%, enquanto a da França, por exemplo, é de 91,7%. No caso da Espanha, esse coeficiente é de 88,2%. Contudo, a trajetória de aumento de despesas e desaceleração na arrecadação – notada desde 2012 – mostra que o país não só deixou de lado o esforço fiscal necessário para reduzir a dívida, como também aumentou os recursos destinados à manutenção da máquina pública. As despesas do governo central com a máquina aumentaram de 19,75% do PIB em 2002 para 22,4% no final de 2012. Por outro lado, os investimentos que poderiam ser feitos para destravar os gargalos que matam a competitividade do país – estes, sim, gastos necessários – foram reduzidos de 18,75% do PIB para 18,1% do PIB nesse mesmo período.O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, reconhece que a situação fiscal do Brasil está longe de ser caótica, mas traça um cenário preocupante para as próximas décadas. Se as devidas reformas previdenciária e fiscal não forem levadas adiante, os gastos da União com aposentados, servidores ativos e assistência social passarão de 14,1% do PIB em 2012 para 29,2%. “Arcar com esse peso num cenário em que a população jovem terá envelhecido será insustentável”, afirma o economista.Leia também:Risco-país sobe e culpa não é só dos Estados UnidosGoverno tenta - e consegue - iniciar círculo vicioso na economiaCrise de credibilidade - A credibilidade do governo vem sendo manchada desde que o Ministério da Fazenda passou a lançar mão de subterfúgios para cumprir a meta de superávit primário – que é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida. A leniência do Banco Central em relação à inflação também pesou para que as desconfianças aumentassem. Tanto que, por mais que o BC tenha começado a subir os juros em maio deste ano, o mercado continua cético em relação à independência do órgão e sua intenção em trazer a inflação para o centro da meta. “O problema é o risco de dançar à beira do penhasco. Se a inflação ultrapassar 6,5% sem que nada tenha sido feito, a pergunta que fica é ‘qual é o limite?’. A meta de 4,5% de inflação foi aguada”, argumenta o economista Fabio Giambiagi.Não fossem as questões do presente suficientemente complexas, há uma preocupação extra – que é, justamente, a causa do pessimismo exacerbado que o mercado e a imprensa internacional dissipam sobre o Brasil. Trata-se do peso das expectativas. Investidores que chegaram ao país em 2007 – e mesmo os brasileiros - projetavam cenários de médio e longo prazo levando em conta os fundamentos econômicos da época: inflação controlada, meta fiscal cumprida e economia em ascensão. Tais cenários serviam para balizar seus projetos para os anos seguintes. Contagiado pelo sentimento de euforia que pairava sobre o Brasil e os demais Brics, o mercado desconsiderou qualquer possibilidade de mudança nas políticas econômica, cambial e fiscal. “Olhando pra frente, as pessoas se sentiam tranquilas cinco anos atrás. Agora, quando um investidor projeta num horizonte de cinco anos, a tendência é de piora nos indicadores, e isso ajuda a criar essa atmosfera ruim”, afirma Giambiagi.Leia também:Governo tenta - e consegue - iniciar círculo vicioso na economiaConquistas em xeque – O forte mercado interno e a situação de pleno emprego são os dois pilares que restaram da exuberância da economia brasileira dos anos anteriores. São esses fatores que levarão investidores a tomar decisões pragmáticas sobre investimentos no país, a despeito dos problemas. “É inegável que o Brasil continua sendo atrativo. Há uma mudança de humor que assusta, porque o mercado extrapola tanto para o sentimento de euforia quanto para o de aversão. Mas o país continua estável e o governo precisa mostrar uma agenda positiva”, afirma o economista Mansueto de Almeida.Tal agenda ganhou caráter de urgência depois que o país passou a contar com o risco de ter sua nota rebaixada. Ao revisar a perspectiva de rating do Brasil de estável para negativa, o diretor da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, Sebastian Briozzo, cristalizou, em sua análise, a necessidade de a equipe econômica pilotada por Guido Mantega voltar a merecer a fé do mercado. “Se o governo tivesse mais sucesso em melhorar o nível de confiança do setor privado, seria mais fácil para o Brasil crescer a taxas mais altas, sem tantas pressões inflacionárias”, afirmou Briozzo. Para Alfredo Coutiño, economista da Moody's, a melhor forma de voltar a atrair os bons ventos seria desfazer todos os erros cometidos pela equipe econômica. "O Brasil gerou seus próprios problemas ao administrar de forma equivocada a política econômica. Então, a solução é agir da forma oposta e corrigir cada coisa", diz.Contudo, as decisões tomadas para tentar abafar a onda de protestos indicam justamente o contrário. A pressão das ruas foi respondida com medidas populistas e, pior, inconsequentes, que poderão expandir os gastos num momento em que a necessidade é justamente de ajustes e melhora de eficiência. Estima-se que as medidas aprovadas nos últimos dias alavanquem os gastos em 115 bilhões de reais ao ano. A pergunta que fica é: “quem pagará a conta?”. Para Giambiagi, o resultado não pode ser nada além de decepcionante. “O Brasil tem uma história positiva. Um país que saiu da inflação, fez algumas reformas, atraiu capital e fez com que as pessoas se animassem, agora vive um cenário em que as coisas não acontecem. E isso traz um gosto amargo para uma história que deveria ser de vitória”.


sábado, 29 de junho de 2013

Isto que é uma partida de pelas pena que não acontece por aqui, se pegar vai encher os estadios, pode ter certeza....


Aconteceu neste mês o primeiro campeonato europeu de peladas, isso mesmo, nunca a palavra “pelada” foi tão bem representada.
O nome é Campeonato Europeu Nu onde as partidas são disputadas em poucas roupas, e às vezes algumas desportistas ficam nuas e bem à vontade, não são todas porque se todas tirassem a roupa ia confundir e você não saberia quem está jogando contra quem.
O campeonato teve a participação de equipes italianas, francesas, suecas e alemãs, na grama sintética do Berlin’s Palais am Funkturm.

Isto foi a gota de água que faltava, o problema ainda vem por aí, o problema é o povo brasileiro dar contimuidade ao que acabou de começar, porque os "gorilas famintos" são muito espertos e pode mudar toda a situação quando a poeira baixar, e voltar tudo ao que era ou pior ainda....

N° Edição:  2276 |  28.Jun.13 - 20:40 |  Atualizado em 29.Jun.13 - 18:48

O poder se mexe

Num processo iniciado pela presidenta Dilma, Executivo, Legislativo e Judiciário respondem às manifestações, mas ainda há muito o que fazer

Paulo Moreira Leite, Izabelle Torres, Josie Jeronimo e Laura Daudén

Depois de atravessar o País inteiro em passeatas memoráveis, confrontos duros com a polícia e embalar cenas lamentáveis de baderna, o terremoto político iniciado com o Movimento Passe Livre de São Paulo obrigou o poder de Brasília a se mover. Entre medidas de subsídio e investimentos diretos no transporte público, gastos definidos para saúde e educação e outras rubricas do Estado brasileiro, encaminharam-se demandas estimadas R$ 115 bilhões anuais, grandeza que só costuma ocorrer após grandes catástrofes e situações de guerra.
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UMA VITÓRIA DAS RUAS
Sob pressão dos manifestantes que lotavam as
galerias da Câmara, parlamentares derrubam a PEC 37,
mantendo o poder de o Ministério Público investigar
Enquanto deputados, senadores e governadores mantinham absoluto silêncio, em meio às pressões das ruas, a presidenta deu às caras, foi à televisão, e concorde-se ou não com as medidas adotadas ao longo da semana para dar resposta efetivas às manifestações, ela chamou a responsabilidade para si. Tomou atitudes de quem compreende a gravidade da situação e seu lugar dentro dela. Cancelou uma viagem de sete dias ao Japão e, criticada por conversar pouco e mandar muito, passou a semana em diálogos variados. Recebeu prefeitos e governadores na segunda-feira 24, mas também conversou com a garotada que começou as mobilizações em São Paulo. Ainda reuniu-se com Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, encontrou-se com sindicalistas e a oposição e, na sexta-feira 28, estava em audiência com lideranças do movimento gay. Do mesmo modo que o aumento da tarifa de transporte público foi a faísca que deflagrou os protestos no País, Dilma foi quem detonou a reação dos Três Poderes, até então desorientados e atônitos. Só, a partir daí, que Executivo, Legislativo e Judiciário passaram a se mexer. No capítulo das medidas de moralização do Estado, o Senado aprovou uma lei que define a corrupção como crime hediondo, reservando, para autoridades condenadas, penas que agravam sua condenação em um terço. Numa virada impressionante de humores na Câmara de Deputados, os parlamentares derrotaram a PEC 37 – que garantia exclusividade para a polícia realizar investigações criminais, diminuindo o papel do Ministério Público – por 430 votos a 9. Quinze dias antes, a aprovação da PEC 37 era vista como favas contadas pelos estudiosos do Congresso. Numa decisão que facilitará a punição de parlamentares condenados por corrupção, suspendeu-se o voto secreto na cassação de mandatos. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, mostrou estar em sintonia com o clamor popular ao pedir a prisão do deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO), que já estava entrando no último ano de mandato. Acusado de peculato, o parlamentar estava condenado desde 2010. Depois de passar mais de 24h desaparecido, Donadon se entregou à polícia na sexta-feira 28 em Brasília.
Reforma política
A prisão de Donadon foi considerada um marco, além de mais uma vitória dos movimentos das ruas, já que desde a redemocratização nenhum parlamentar havia sido preso. Mas o que dominou os debates ao longo da semana foi a proposta de reformulação do sistema político-eleitoral brasileiro. Na segunda-feira 24, numa nova aparição pela TV em 72 horas, Dilma anunciou medidas para encaminhar uma reforma política, talvez a mais antiga quimera da democracia brasileira desde o fim do regime militar. Reelaborada várias vezes ao longo da semana, a proposta do governo consiste em duas etapas. Submeter um rascunho de possíveis mudanças em nosso sistema político a um plebiscito, cuja data esperada pelo Planalto é 18 de agosto, terceiro domingo daquele mês. Com este rascunho em mãos, o Congresso seria encarregado de formular uma nova lei eleitoral, com regras novas para financiamento de campanha, para eleições parlamentares – voto proporcional, como hoje, ou voto distrital – e outras medidas. Trabalhando em prazos acelerados, o governo espera que os trabalhos estejam concluídos a tempo das novas regras já se encontrarem em vigor no ano eleitoral de 2014, quando os eleitores irão às urnas durante a sucessão de Dilma Rousseff.
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SAINDO DA INÉRCIA
Dilma Rousseff reúne prefeitos e governadores no Palácio do Planalto
na segunda-feira 24. Começava ali a reação dos Três Poderes
Considerando o tamanho monstruoso da crise que envolveu Brasília na semana passada, forçando o Congresso a tomar medidas insólitas – o Senado chegou a votar a lei que estabelece corrupção como crime hediondo durante o jogo Brasil x Uruguai pela Copa das Confederações -- pode-se dizer que a reação do governo foi apropriada. Diante de tremores de alcance imprevisível sobre o regime democrático, o Planalto foi buscar a saída na soberania popular e no voto dos brasileiros. Nem todos os encaminhamentos foram bem sucedidos, mas a presidenta teve capacidade para corrigir a rota quando achou necessário.
Trilhando caminhos jurídicos que foram experimentados, em seu devido tempo, pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, que também cogitaram reformar o sistema político por uma estratégica parecida, a presidenta entrou nos debates com a proposta de realizar um plebiscito para convocar uma Constituinte destinada, exclusivamente, a aprovar reformas definidas por parlamentares eleitos especialmente para este fim. O problema desta ideia não era o que fazer, somente. Mas como.
Adversário conhecido da tese de Constituinte exclusiva, o vice-presidente Michel Temer não foi consultado. Outros integrantes da cúpula do governo, inclusive os ministros que em tese seriam os mais próximos da presidenta, só receberam a notícia quando parecia um fato consumado. Dentro e fora do Planalto, criou-se um ambiente que podia ser de aplauso ou de crítica, mas sempre exibia algum grau de perplexidade. Vinte e quatro horas depois, durante um encontro com entidades que haviam preparado um projeto de lei eleitoral, a Constituinte foi abandonada.
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Na manhã de terça feira, num encontro que reuniu onze pessoas no Planalto, entre elas Marcus Vinícius Furtado Coelho, presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, e o juiz Marlon Reis, principal liderança do movimento Ficha Limpa, a presidenta declarou-se animada com um dos itens do projeto apresentado pelos dois – que prevê eleição em dois turnos para escolha de deputados, numa primeira rodada por listas partidárias e, numa segunda, por voto nominal. Com isso, o eleitor é atendido em seu costume de votar em indivíduos, tradição bem brasileira e, ao mesmo tempo, os partidos políticos são fortalecidos. “Vocês colocaram o ovo em pé,” elogiou a presidenta. Discutindo como se poderia avançar em direção das mudanças pretendidas, os visitantes demonstraram que seria possível aprovar tudo sem passar por uma Constituinte – nem mesmo por uma PEC, ou proposta de emenda constitucional. Tudo poderia passar por lei comum, disseram. Voltando-se para Michel Temer e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, a presidenta consultou os dois pelos olhos. Não se falou mais em Constituinte.
Na quinta-feira 27, a bancada do governo no Senado estava tão animada com a ideia que já discutia até a formação de grupos temáticos, mas o ambiente de Brasília não justificava otimismo quanto a ritmos e prazos. As relações entre o governo e o PT continuam delicadas, enquanto o convívio entre o Planalto e o PMDB atingiu a fronteira entre civilização e barbárie. Se quiser levar a proposta de plebiscito em frente, o governo irá precisar do apoio do PMDB, mais do que nunca. Embora ninguém possa prever como o Congresso vai se comportar depois do terremoto de protestos, o PSDB, o DEM e o PPS já se colocaram como adversários do plebiscito. Eles querem debater a reforma política dentro do Congresso, entre senadores e parlamentares, e só então submeter o resultado final à aprovação popular. Num debate a portas fechadas pelo Congresso, será mais difícil aprovar proposições que agradam ao governo e ao PT, como o financiamento público de campanha. As medidas de caráter administrativo o governo Dilma pode resolver em conjunto com os ministros. As mudanças ocorridas em outras áreas são naturalmente mais fáceis de realizar. Foi ali que ocorreram os maiores avanços ao longo da semana.
Educação
Em ruas de todo o Brasil se ouviu o grito “Da Copa eu abro mão. Eu quero mais dinheiro para saúde educação”. O pedido foi atendido. Primeiro pela presidenta Dilma Rousseff, que, em pronunciamento na sexta-feira 21, pediu que o Congresso votasse a proposta destinava 100% dos royalties da exploração do petróleo para a educação. Depois pela própria Câmara dos Deputados, que seguiu as orientações do governo e aprovou a medida, ainda que com alterações: 75% dos recursos irão para as escolas e 25% serão destinados à saúde. Além disso, os deputados também decidiram reservar à educação 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal. O projeto segue agora para o Senado, onde será votado em regime de urgência.
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 É certo, como lembra Priscila Cruz, da ONG Todos pela Educação (TPE), que a vinda de mais recursos não resolve, sozinha, o problema dos estudantes brasileiros. A grande questão consiste em definir prioridades corretas. “O Brasil é um país que contém diversos países. Temos a Suíça, mas também a África do Sul.” Ela aponta, como um dos grandes desafios, a melhoria do Ensino Médio. “Dobramos o investimento por aluno nessa fase do ciclo escolar, mas não conseguimos reverter a estagnação dos resultados em Matemática, por exemplo, ao contrário dos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde conseguimos grandes avanços nos últimos anos”, diz.
Estima-se que apenas 5,2% dos alunos da rede pública terminam o terceiro ano do Ensino Médio com os conhecimentos adequados na disciplina. Situação similar se verifica no 9º ano do Ensino Fundamental: apenas 22% dos alunos da rede pública demonstraram possuir conhecimentos adequados em Português. Segundo o relatório divulgado na terça-feira 25 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os investimentos em educação no Brasil passaram de 3,5% do PIB em 200º para 5,6% em 2010 – a média dos países membros da organização é de 6,3% do PIB. Ainda assim, o gasto com cada aluno do Ensino Médio foi de US$ 2,5 mil, o que equivale a 28,5% do gasto que os países desenvolvidos têm com seus estudantes na mesma série.
Saúde
Sem um sistema de saúde coerente para atender toda população, o País ameaça reunir deficiências dos dois mundos, o da saúde privada e o da saúde pública. Com um pouco mais de dinheiro no bolso, e a convicção de que jamais serão bem atendidos na rede pública, um número cada vez maior de famílias tornou-se cliente de planos privados de saúde capazes de atrair as pessoas pelo baixo preço – e que pelo mesmo motivo não consegue oferecer o atendimento prometido.
Num quadro que não será resolvido do dia para a noite, a saúde recebeu duas boas notícias, nos últimos dias. Ao garantir 25% dos royalties do petróleo a saúde, a Câmara destinou-lhe R$ 70 bilhões nos próximos dez anos.
Num esforço para produzir efeitos rápidos, o governo está convencido de que a saúde da população mais pobre, que reside longe dos centros urbanos, pode melhorar, e muito, se tiver um médico por perto. Para tanto, o Planalto decidiu comprar uma briga para trazer médicos estrangeiros, mas mudou de tática. Irá, primeiro, levantar todos os empregos disponíveis, onde ficam e o salário oferecido. Numa primeira etapa, as vagas serão oferecidas aos médicos brasileiros. Os postos restantes serão ocupados por estrangeiros interessados em mudar-se para o País.

Transporte Público
Se tarifas fossem o único problema do transporte público, o problema estaria bem encaminhado. Nos últimos dias, doze capitais reduziram o preço do transporte e um número incalculável de municípios menores fez o mesmo. A realidade é que faltam investimentos de fôlego, para criar um sistema eficiente, com um mínimo de conforto para atrair cidadãos que, na primeira oportunidade, preferem sentar-se no volante de seu automóvel. Para Maurício Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, vivemos, nesse âmbito, uma situação limite. “Nada contra o direito de ter um carro, mas o problema é o uso intensivo sem que haja uma alternativa.”
 Quem esperava que a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016 poderia reverter esse quadro também se frustrou. Conforme o TCU, até agora houve desembolso de apenas 27% dos valores já contratados, que somam R$ 4,8 bilhões. A previsão de investimentos nessa área é de 11,8 bilhões. “Em um determinado momento as autoridades desistiram de fazer os investimentos em mobilidade e só se preocuparam em fazer estádios”, afirma o engenheiro Jaime Waisman, professor da Escola Politécnica da USP. “O que seria o legado desses eventos simplesmente não vai acontecer.”
Diante da insatisfação, a presidenta Dilma Rousseff anunciou a criação de um Conselho Nacional de Transporte Público e instou as cidades a fazerem o mesmo – algumas, como São Paulo e Florianópolis já possuem esse órgão. A proposta veio acompanhada de uma promessa: Dilma prometeu disponibilizar R$ 50 bilhões para obras de mobilidade. O esforço do Executivo foi acompanhado pelo Legislativo. A Câmara aprovou na quarta-feira 26 a redução para zero do PIS/Pasep e do COFINS, impostos que incidem sobre o transporte coletivo e podem ajudar na redução das tarifas. A proposta segue para o Senado. Já nas cidades, a preção por mais transparência surtiu efeito imediato. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad suspendeu a licitação que renovaria por mais 15 anos os contratos das empresas de transporte público da capital. O valor da licitação é de R$ 46 bilhões. Quase ao mesmo tempo, a Câmara de Vereadores aprovou a instalação de uma CPI para investigar o setor – o mesmo aconteceu na cidade do Rio de Janeiro – o que pode ajudar a mapear o encontro entre verbas de campanhas e interesses políticos.

Corrupção
Além da prisão de Natan Donadon, Legislativo e Judiciário tiraram da gaveta medidas que dormitavam há anos. Proposição que transforma a corrupção em crime hediondo também foi aprovada pelo Senado. A Câmara votou o fim do voto secreto para cassação de mantados.
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Era melhor ter ido sem o vestido ficava mais avontade...

O nome dele é Piotr Kukulski, ele é uma celebridade polonesa, que nós não sabemos o que ele faz e nem estamos aí pra saber, não importa. Piotr tem uma namorada super antenada com a moda, ela é magra descolada, esbelta, gostosa e  a primeira coisa que vem em nossa cabeça é: “que gata”!
E a moda que ela está usando lá ainda não chegou em nossas terras, torcemos para que chegue…






É a coisa pega e ainda é só o começo....

Popularidade de Dilma cai 27 pontos após protestos

 
Do BOL, em São Paulo
De acordo com reportagem da "Folha de S. Paulo" deste sábado (29), a pesquisa Datafolha finalizada ontem mostra que a popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu 27 pontos em três semanas.
Hoje, 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na primeira semana de junho, antes da onda de protestos que irradiou pelo país, a aprovação era de 57%. Em março, seu melhor momento, o índice era mais que o dobro do atual, 65%.
A queda de Dilma é a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1990, quando a poupança dos brasileiros foi confiscada.
Naquela ocasião, entre março, imediatamente antes da posse, e junho, a queda foi de 35 pontos (71% para 36%).
Em relação a pesquisa anterior, o total de brasileiros que julga a gestão Dilma como ruim ou péssima foi de 9% para 25%. Numa escala de 0 a 10, a nota média da presidente caiu de 7,1 para 5,8.
Neste mês, Dilma perdeu sempre mais de 20 pontos em todas regiões do país e em todos os recortes de idade, renda e escolaridade.
O Datafolha perguntou sobre o desempenho de Dilma frente aos protestos. Para 32%, sua postura foi ótima ou boa; 38% julgaram como regular; outros 26% avaliaram como ruim ou péssima.
Após o início das manifestações, Dilma fez um pronunciamento em cadeia de TV e propôs um pacto aos governantes, que inclui um plebiscito para a reforma política. A pesquisa mostra apoio à ideia.
A deterioração das expectativas em relação a economia também ajuda a explicar a queda da aprovação da presidente. A avaliação positiva da gestão econômica caiu de 49% para 27%.
A expectativa de que a inflação vai aumentar continua em alta. Foi de 51% para 54%. Para 44% o desemprego vai crescer, ante 36% na pesquisa anterior. E para 38%, o poder de compra do salário vai cair --antes eram 27%.
Os atuais 30% de aprovação de Dilma coincidem, dentro da margem de erro, com o pior índice do ex-presidente Lula. Em dezembro de 2005, ano do escândalo do mensalão, ele tinha 28%.
Com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a pior fase foi em setembro de 1999, com 13%.
Em dois dias, o Datafolha ouviu 4.717 pessoas em 196 municípios. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos (RICARDO MENDONÇA)
Com informações da "Folha de S. Paulo".

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2013/06/29/popularidade-de-dilma-cai-27-pontos-apos-protestos.htm

Quer conhecer esta ilha então só vai lá de barco ou de cruzeiro, que acha.......

Conheça 4 ilhas que só passageiros de cruzeiros têm acesso

 
A companhia de cruzeiros Norwegian Cruise Lines é proprietária da Great Stirrup Cay, ilha particular adquirida em 1977
 
Se o turista preferir, pode simplesmente aproveitar a bela vista na beira da praia da ilha Great Stirrup Ca
Localizada nas Bahamas, CocoCay pertence à Royal Caribbean e é ponto de parada dos navios da companhia
A ilha de CocoCay tem águas cristalinas e oferece várias opções de esportes
Na ilha de CocoCay há brinquedos para as crianças. Adultos podem apostar no mergulho
Navios costumam ficar mais de um dia na ilha de Labadee
Labadee fica no Haiti e também é usada exclusivamente pelos passageiros da Royal Caribbean
Em Labadee é possível comprar lembranças em lojas de artesanatos com a assinatura local
A Praia Tropical fica no litoral do Rio de Janeiro, entre Paraty e Angra dos Reis
  
Os navios param um dia na Praia Tropical. Hóspedes têm opções de passeios e esportes radicais

O povo vira piada nas mãos de quem poderia confiar .

O povo brasiliero vai cair em ema arapuca se não abrir o olho.......?

A coisa vai pegar e a ficha dela ainda não caiu......?

domingo, 16 de junho de 2013

Achei pouco espero que em 2014 seja maior ainda ......

Futebol

'É a voz do povo', diz Cafu sobre vaia a Dilma na abertura

No Rio, capitão do penta reconhece que a saia-justa em Brasília 'pegou mal'

Giancarlo Lepiani, do Rio de Janeiro
Presidente Dilma é vaiada durante a abertura da Copa das Confederações
Presidente Dilma é vaiada durante a abertura da Copa das Confederações (Ivan Pacheco )
"Ninguém quer ver a nossa presidente vaiada. Ela comanda o nosso país. É que tem sempre os do contra, é assim no Brasil", disse Lucas
O técnico Luiz Felipe Scolari não quis nem sequer tocar no assunto depois da estreia do Brasil, no sábado, contra o Japão, em Brasília. Mas seu capitão na conquista do penta, em 2002, falou abertamente sobre as vaias à presidente Dilma Rousseff no Estádio Nacional Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações. Hoje, o ex-lateral é integrante do Comitê Técnico da Fifa, e participa do torneio como observador. Na manhã deste domingo, na sala de imprensa do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, Cafu reconheceu a repercussão negativa do episódio mas em nenhum momento se prestou a defender a presidente. "Foi uma situação desagradável, uma situação ruim, não pegou muito bem. Mas é a voz do povo brasileiro", afirmou o ex-atleta da seleção brasileira. "Ela é a presidente, é a autoridade máxima do nosso país, e sem dúvida alguma impõe respeito. Mas não é possível para conter a todos em meio ao povo."
Leia também:
Neymar enfim brilha e o Brasil estreia com vitória tranquilaNo pontapé inicial no DF, torcida vaia Dilma e irrita Blatter

A Fifa evitou comentar o assunto, até porque o presidente da entidade, Joseph Blatter, também foi vaiado - principalmente quando cobrou o torcedor pelo comportamento hostil à presidente. "Amigos do futebol, onde está o respeito, onde está o fair play?", perguntou, irritado, provocando uma vaia ainda maior. Entre os jogadores da seleção brasileira, Lucas - um atleta acostumado a ser aclamado pelo público nos jogos do Brasil, em que sempre tem seu nome gritado quando está no banco - saiu em defesa da presidente antes de deixar o estádio em Brasília. "Ninguém quer ver a nossa presidente vaiada. Ela comanda o nosso país. É que tem sempre os do contra, é assim no Brasil", disse o jogador. No momento em que foi vaiada, Dilma apareceu nos telões do estádio ao lado de Blatter, ambos de pé nas tribunas, com microfones em mãos. Fora da cena, do outro lado da presidente, estava o cartola José Maria Marin - que, curiosamente, vinha sendo isolado pelo governo justamente em função de sua impopularidade.
Leia também:
Felipão: 'Se seguir assim, Brasil pode bater qualquer time'Protesto chega aos arredores do estádio antes da abertura

Marin tentou diversas vezes chegar a Dilma nos últimos meses, mas não foi recebido pela presidente, que não queria ter sua imagem associada à do presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo. Durante o jogo, trocaram algumas palavras e se cumprimentaram depois do primeiro gol. A interação entre os dois, porém, foi bastante limitada. Dilma também dividia a tribuna de honra com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que apareceu para o jogo do Brasil não com o uniforme da equipe de Felipão, mas sim com uma camisa da seleção de vôlei, com marca (Olympikus) e patrocinador (Banco do Brasil) concorrentes dos parceiros oficiais do evento (Adidas e Itaú) e da CBF (Nike e Itaú). Ao lado de Gleisi estava o controverso presidente da Federação Alagoana de Futebol de Alagoas, Gustavo Feijó, escolhido por Marin para ser o chefe da delegação brasileira na competição.

Saiba quase tudo sobre os movimentos que querem medir forças com o governo, acho que eles não sabem é fazer uma manifestão para que possa sair ganhando....

14/06/2013 19h05 - Atualizado em 15/06/2013 11h50
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Quem são os manifestantes que pararam as grandes cidades do país

De onde vêm, o que querem e como agem os jovens que foram às ruas protestar contra o aumento das passagens do transporte público

ALBERTO BOMBIG E VINÍCIUS GORCZESKI (TEXTO), IGNACIO ARONOVICH (FOTOS)
Participantes do protesto contra o aumento das tarifas no transporte público de São Paulo (Foto: ÉPOCA)
>>Este texto faz parte da edição de ÉPOCA desta semana. Na revista que chega às bancas no fim de semana, saiba mais sobre esses jovens.
Quinta-feira à noite na cidade de São Paulo. Bares, restaurantes e casas noturnas costumam fazer de alguns bairros paulistanos referências mundiais de entretenimento noturno, numa prova de que a capital paulista não dorme. Quando o paulistano não trabalha, está se divertindo. Tal organismo pulsante de luz e vida tem uma medula, a Avenida Paulista. Às 22 horas da última quinta-feira, dia 13, o mais conhecido cordão de asfalto da cidade estava silencioso, tomado por uma fina névoa de gás lacrimogêneo. Como no início do século passado, cavalos percorriam a via pública em galope desabalado. Talvez como sinal dos tempos, os animais eram comandados por integrantes do Regimento de Cavalaria 9 de Julho da Polícia Militar. Junto dos batalhões de choque, da Força Tática e da Rota, a cavalaria expulsava quem tentasse passar pela avenida. A Paulista se transformara numa zona militarizada. A PM reafirmava sua autoridade, após um violento confronto com militantes do Movimento Passe Livre (MPL), que fazia seu quarto protesto contra o aumento da passagem de ônibus na cidade neste mês.
>>Fotos: O protesto de quinta-feira (13) em São Paulo
Capa - Edição 786 (Foto: ÉPOCA)
Os manifestantes, jovens em sua maioria, haviam chegado à Paulista por volta das 21 horas em três grupos – pelas ruas Augusta, Haddock Lobo e Bela Cintra. Vinham do centro de São Paulo, empunhando cartazes contra a elevação de R$ 3 para R$ 3,20 nas tarifas de transporte público. Como se comemorassem a conquista de campeonato de seu time do coração, cena comum para o local, entoavam ataques ao prefeito Fernando Haddad (PT), ele mesmo um militante estudantil em seus tempos de aluno de Direito na Universidade de São Paulo, nos anos 1980: “Dança, Haddad, dança aqui até o chão; aqui é o povo unido contra o aumento do busão”. Motoristas e pedestres assustados tentavam correr dos manifestantes. Carros pegavam a contramão na movimentada avenida, em sinal de pânico. Dois dias antes, outro protesto deixara um rastro de destruição, com estações de metrô e pontos de ônibus depredados – além de agências bancárias.
Pouco antes do protesto de quinta-feira, a Polícia Militar de São Paulo, subordinada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), decidira que, em hipótese alguma, permitiria que o protesto chegasse mais uma vez à Paulista. “Eles (manifestantes) tinham concordado com esse entendimento”, disse Alckmin ao explicar a ação violenta de policiais para interromper o protesto. Se concordaram, mudaram de opinião. A presença na Paulista foi claramente definida por integrantes do movimento como um objetivo a atingir. Alckmin tomou a decisão de ser duro na repressão em comum acordo com Haddad e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, numa rara união entre autoridades tucanas e petistas. Juntos, eles também decidiram não recuar em relação ao novo preço da tarifa de transporte, implantado no último dia 2 e válido para ônibus, metrô e trens da capital. A inusitada parceria dos adversários políticos é um sinal da surpreendente força adquirida pelos protestos e seus organizadores, o Movimento Passe Livre.
Criado em 2005, por jovens num acampamento do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o MPL se diz independente de partidos políticos – mas se escora em alguns. Organiza-se por meio de redes sociais na internet, e alguns de seus membros defendem princípios anarquistas. Dizem lutar por transporte público gratuito e de qualidade para a população. Uma das principais bandeiras é a migração do sistema de transporte “privado” para um sistema gerido diretamente pelo Estado, com a garantia de acesso universal a qualquer cidadão, por meio do “passe livre” – o fim de cobrança de tarifa.
O apelo das autoridades para que suas reivindicações sejam apresentadas de modo pacífico, pelos canais democráticos tradicionais, não surtiu efeito até agora. O ativismo do MPL envolve ação direta, na rua. “A única maneira é parar o trânsito”, diz a estudante de letras da Universidade de São Paulo (USP) Raquel Alves, de 20 anos, militante do MPL. “Infelizmente, o vandalismo e a violência são necessários, para que apareça na mídia. Se saíssemos em avenidas gritando musiquinha, ninguém prestaria atenção.”
O MPL se inspira nos movimentos de jovens que nos últimos anos tomaram espaços públicos no Oriente Médio, na Europa e nos Estados Unidos. A ampla maioria dos militantes já nasceu num regime democrático, portanto não precisa lutar pela democracia, como os militantes da Primavera Árabe. Assemelham-se mais aos americanos do Occupy Wall Street ou aos envolvidos nos tumultos que marcaram capitais europeias, como Londres ou Madri em 2011. Todos protestam em meio ao que chamam de “crise do capitalismo”.
O antropólogo anarquista David Graeber, um ex-professor da Universidade Yale que se transformou em guru dessa juventude, afirma que o Occupy Wall Street se caracterizava pela recusa de lideranças tradicionais. Por oposição a partidos políticos ou organizações hierarquizadas – chamadas, no jargão dos ativistas, de “verticais” –, ele postulava um movimento sem hierarquia – “horizontal”. O protesto começou num pequeno parque no distrito financeiro de Manhattan e chegou a mobilizar milhares de pessoas que, inicialmente, culpavam o sistema financeiro pela crise econômica. Protestos eram marcados pela internet. Decisões eram tomadas em assembleias. Havia liberais e todo tipo de esquerdista. Analistas viram no Occupy Wall Street uma espécie de ressurgimento de ideais anárquicos, tanto na forma de organização como na rejeição às instituições. Embora seja diferente na forma, o MPL guarda semelhanças, na atitude, com essa nova linhagem de ativistas do século XXI. “Os jovens não estão apáticos como em décadas anteriores”, diz Gabriel Medina, coordenador de Juventude da prefeitura de São Paulo. Ex-coordenador da Juventude do PT, até há pouco tempo próximo ao MPL.
O aumento das passagens em São Paulo e no Rio de Janeiro deveria ter acontecido no início do ano. Foi adiado seis meses, para atender a um pedido da presidente Dilma Rousseff, preocupada com a alta dos preços. Quando veio, ficou abaixo da inflação. Desde o aumento da tarifa de 2011, a inflação foi de 15,5%, o que justificaria um aumento maior que os 6,7% de São Paulo. Desde 2003, a inflação acumula alta de 81,7% – ante 88,2% de aumento da tarifa em São Paulo e 182,5% no salário mínimo.
Os números não sensibilizaram o MPL, cuja cartilha de protestos mistura técnicas das recentes ocupações no exterior a preceitos clássicos de guerrilha urbana. Entre os manifestantes presos pela PM na última semana, alguns portavam coquetéis molotovs e até facas. “Fechar as ruas com fogueiras e barricadas não fomos nós que inventamos”, disse a ÉPOCA o manifestante Marcelo (nome fictício). “Somos de um grupo de anarquistas e punks e pegamos carona para protestar contra tudo o que está aí”, afirmou mais tarde, logo após depredar um ônibus.
A passeata de quinta-feira partiu do Theatro Municipal, no centro histórico paulistano. A organização estava sob a liderança de Mayara Longo Vivian, de 21 anos, uma estudante de geografia da USP. Ela usava três celulares ao mesmo tempo para definir os rumos do protesto. ÉPOCA testemunhou Mayara receber uma notícia: o grupo decidira seguir até o Parque do Ibirapuera, em vez de encerrar o protesto no local definido com a PM: a Praça Roosevelt. “Nós (o MPL) somos cerca de 15 pessoas. Não temos controle de tudo. Como estava pacífico, percebemos que daria para ir até lá (Ibirapuera)”, disse Mayara, um dia depois do protesto. Não deu. Após uma frustrada tentativa de negociação com a PM, a tropa de choque lançou bombas de efeito moral e gás lacrimongêneo. Os confrontos que se seguiram deixaram dezenas de feridos, entre eles jornalistas, atingidos por bombas e balas de borracha lançadas por policiais.
Os integrantes do MPL negam ter líderes. Planejar os protestos e falar com a imprensa são funções restritas a um pequeno grupo, que não revela onde se reúne. “É mais presencialmente do que pela internet”, diz Mayara. As decisões centrais são repassadas aos demais e divulgadas por meio de redes sociais na internet. Apesar de se dizer apartidários, vários de seus adeptos do MPL defendem ideias revolucionárias e de esquerda. Na última manifestação, havia dezenas de representantes de partidos políticos, como PCO, PSTU ou PSOL.
Na quinta-feira, ações semelhantes tomaram os centros do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. No Rio, o elo com o MPL é feito por meio da central sindical Conlutas, ligada ao PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Ela patrocina greves e tem dado dor de cabeça a petistas, tucanos e peemedebistas. O PSTU ajudou a convocar o protesto no centro do Rio, que tomou a avenida Rio Branco. Os manifestantes gritavam slogans contra o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, do PMDB. O governador Alckmin diz não acreditar na independência do MPL. “É uma minoria, que faz trabalho político.”
Até a semana passada, o Palácio do Planalto pouco sabia sobre o MPL. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não antecipara à Presidência da República que poderiam ocorrer novas manifestações, muito menos com tamanho grau de virulência. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal acompanhasse o caso. A presidente Dilma preferiu ficar distante. O MPL promete mais barulho. Se suas ações não forem motivadas apenas pelo aumento das passagens de ônibus, ela talvez tenha de rever sua decisão.

Veja 10 lugares para passear de balão

Veja 10 lugares para passear de balão

 
  


Veja os lugares no link

http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo/internacional/veja-10-lugares-para-passear-de-balao,0354cdc7a844f310VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

interessante este peixe.

atualizado às 14h44

Submarino faz raro registro do maior peixe ósseo do mundo

Raro peixe-remo foi registrado no Golfo do México entre 2008 e 2011

 
Pesquisadores americanos registraram o peixe-remo em seu habitat natural pela primeira vez. O grupo de pesquisadores utilizou veículos não tripulados emprestados por empresas petrolíferas para encontrar esse peixe, que normalmente só é visto na superfície do mar quando está próximo da morte. Também conhecido como rei-dos-arenques, o Regalecus glesne é o maior peixe ósseo do mundo
 Tem muito mais no link abaixo.
 

domingo, 9 de junho de 2013

Imagens do dia - 9 de junho de 2013

Imagem 9/24: Tornado atinge a região da marina Baie des Anges, em Nice, França, neste domingo (9). De acordo com serviço de meteorologia francês, o fenômeno acontece, em média, uma vez ao ano na cidade

http://noticias.uol.com.br/album/album-do-dia/2013/06/09/imagens-do-dia---9-de-junho-de-2013.htm?abrefoto=9 

Acho que ele foi um bom homem, lutou muito por uma causa humanitária, pelo seu povo pela liberdade, masi acho que a sua partida está muito próxima, vai deixar um bom exemplo pelo mundo. Adimiro muito ele.

Saúde frágil de Mandela traz clima de despedida à África do Sul

Do UOL, em São Paulo

  • Manchete do jornal sul-africano 'Sunday Times' destaca: 'É hora de deixá-lo partir'
O clima de despedida por conta do estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela, 94, já é evidente na África do Sul. Mandela foi novamente hospitalizado no sábado (8) em estado grave por uma pneumonia, e muitos compatriotas manifestavam o desejo de que ele possa "partir com dignidade".
"É hora de deixá-lo partir", afirma a manchete do jornal sul-africano "Sunday Times" em sua página na internet.
"Agora a família deve deixar que Deus atue a sua maneira", disse ao jornal Andrew Mlangeni, amigo de Mandela, que resume uma opinião amplamente compartilhada nas redes sociais nas últimas horas.
"Diremos 'obrigado, Deus, nos deu este homem' e também o deixaremos partir", completou Mlangeni.

Pedido de orações

O ícone da luta contra o apartheid, que completará 95 anos em 18 de julho, estava na primeira página de todos os jornais neste domingo (9). Desde o anúncio da internação, na madrugada de sábado, o governo ainda não divulgou nenhuma informação sobre seu estado.
Mas, o porta-voz da presidência Mac Maharaj teria dito ao canal de TV norte-americano "CNN" que o ex-presidente está respirando sem a ajuda de aparelhos.
Na manhã de sábado, o porta-voz da presidência informou que Mandela sofreu uma recaída por pneumonia e que o estado se agravou durante a noite, o que provocou a hospitalização.
No Twitter, sul-africanos pedem por orações.
"Temos que rezar para que Tata Madiba fique bem ou para que Deus o libere de seus sofrimentos? Acredito que é o momento para que o deixemos partir", escreveu @_Porchez.
"Tata" (pai) e "Madiba" (o nome de seu clã) são duas maneiras respeitosas e carinhosas de fazer referência a Mandela na África do Sul.
O jornal "City Press" destaca o pedido do presidente Jacob Zuma de orações por Mandela, enquanto o popular "Sunday Sun" ressalta que "Mandela luta pela vida".

Oposição

Apesar do clima de comoção, o conservador Nick Griffin, líder do Partido Nacional britânico, de extrema-direita, chamou Mandela de "velho terrorista assassino" em seu Twitter.
"Santo# nelsonmandela parece que está mal das pernas. Certifique-se de evitar a BBC quando o velho terrorista assassino morrer. Vai ser nauseante", escreveu.
E completou em outro post: "Homens de Estado devem ser julgados por resultados, não por retórica. Antes de Mandela, a África do Sul era uma potência econômica segura. Agora o crime é caso perdido", escreveu.

Saúde frágil

Em Pretória, muitos jornalistas permaneciam reunidos diante do hospital onde o Prêmio Nobel da Paz de 1993 pode estar internado, já que a presidência não revelou o local da hospitalização.
Mandela apareceu bastante fragilizado nas últimas imagens divulgadas, em abril, durante uma visita a sua residência das principais autoridades do país.
Nestas imagens ele foi visto sentado em uma cadeira, com um cobertor sobre as pernas. Seu rosto não expressava qualquer emoção.
Mandela passou dez dias internado no fim de março, também por uma infecção pulmonar, provavelmente vinculada às sequelas de uma tuberculose que contraiu durante sua detenção na ilha-prisão de Robben Island.
Nesta prisão, ele passou 18 dos 27 anos de detenção, durante o regime do apartheid, obrigado a trabalhar em uma pedreira, o que afetou para sempre seus pulmões.
O ex-presidente, que se afastou totalmente da vida pública há vários anos, continua venerado pelos sul-africanos por ter conseguido evitar uma explosão de violência racial na transição do regime segregacionista para a democracia, instaurada em 1994.
Esta transição valeu o Nobel da Paz em 1993, que compartilhou com o último presidente do apartheid, Frederik De Klerk,
O arcebispo Desmond Tutu, outra grande figura da luta contra o apartheid e também Prêmio Nobel da Paz, considera Mandela um "ícone mundial da reconciliação". (Com agências internacionais)

http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/06/09/saude-fragil-de-mandela-traz-clima-de-despedida-na-africa-do-sul.htm

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Neurônios, são importantes mais quando querem apaga o cara rápido.

07/06/2013 11h44

Neurônios são renovados regularmente no cérebro ao longo da vida, diz estudo

Testes com bomba nuclear na Guerra Fria permitiram que os cientistas descobrissem, somente hoje, que cerca de 1400 novos neurônios são gerados por dia no cérebro humano. Entenda


Modelo mostra impulso nervoso no cérebro (Foto: ShutterStock)
A formação ou não de neurônios no cérebro humano ao longo da vida é um dos assuntos mais misteriosos para os neurocientistas. Há evidências de que novas células neuronais são geradas em algumas estruturas cerebrais até a vida adulta, mas a frequência com que isso ocorre e a importância desse processo (chamado neurogênese) dentro da fisiologia do cérebro como um todo são temas ainda pouco compreendidos pela ciência.
Agora, um novo estudo realizado por cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, revela evidências diretas e inéditas de que novos neurônios são formados continuamente ao longo da vida no hipocampo, uma região do cérebro fortemente associada à memória e ao aprendizado. Mais especificamente, cerca de 700 novos neurônios são gerados por dia em cada hipocampo (o cérebro tem dois, um em cada hemisfério). O estudo, publicado na revista científica Cell, foi realizado com cérebros congelados (doados após a morte) de pessoas entre 19 e 92 anos.
>> Blogueiro americano mostra como o cérebro trabalha contra nós
Tão interessante quanto os resultados é o método desenvolvido pelos pesquisadores para chegar até eles. Para determinar a idade dos neurônios e concluir em que momento da vida eles foram gerados, utilizou-se uma técnica de datação de carbono semelhante à que se usa na arqueologia e na paleontologia para datação de fósseis e objetos antigos.
Cientistas mediram no DNA de cada neurônio a concentração de carbono-14, um isótopo de carbono não radioativo produzido pela explosão de bombas atômicas na superfície durante os vários testes realizados na Guerra Fria entre as décadas de 1940 e 1960. Comparando a concentração de carbono-14 nas células com as concentrações de carbono-14 na atmosfera no passado, foi possível determinar em que ano cada neurônio foi gerado. Se um neurônio "nasceu" em 1995, mas a pessoa nasceu em 1965, por exemplo, isso significa que ele foi gerado na vida adulta.
O próximo passo agora é tentar determinar a importância dessa neurogênese nas funções cerebrais. Segundo cientistas, o fato de tantas células serem formadas continuamente sugere fortemente que elas têm um papel importante na manutenção das funções cognitivas do hipocampo ao longo da vida.

Aqui elas são muito cafonas e não sabem encarar esta situação, uma pena....

"No Brasil, as mulheres não são abertas em relação ao próprio corpo", diz fotógrafo Spencer Tunick

http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/07/no-brasil-as-mulheres-nao-sao-abertas-em-relacao-ao-proprio-corpo-diz-fotografo-spencer-tunick.htm 

 

O fotógrafo Spencer Tunick já criou instalações com centenas de pessoas nuas em ensaios inusitados por quase todos os continentes. Mas foi no Brasil que o artista nova-iorquino relembrou a estranheza com que a nudez foi recebida pelas mulheres durante sua participação na 25ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 2002. "Foi uma honra participar da Bienal, mas descobri que no Brasil as mulheres não são abertas em relação ao próprio corpo", disse em entrevista ao UOL.
Entre homens e mulheres, as fotografias de 600 brasileiros nus foram tiradas na rampa do prédio da Bienal e nas dependências do Parque Ibirapuera, na capital paulista. O ensaio foi parte da série "Nude Adrift" (em tradução literal "nu à deriva").

"Por causa dos homens, elas [as mulheres] ficavam assustadas com a ideia de ficarem nuas. Uma coisa no Brasil que não fez sentido para mim na época, e que ainda não faz, é que a maior parte dos homens veio espontaneamente. As mulheres, em geral, tinham que pedir permissão para eles, marido ou namorado. E muitos deles disseram não. Parecia que os homens estavam no controle."
  • O fotógrafo nova-iorquino Spencer Tunick
As imagens tiradas em São Paulo há 11 anos, no entanto, não fazem parte da coletânea de fotos lançada em edição limitada, com apenas 400 exemplares. Batizado de "European Installations", o primeiro livro do fotógrafo traz apenas imagens criadas nos países europeus. "Queria que esse livro fosse o meu melhor trabalho. Então escolhi os 13 anos que trabalhei na Europa, porque escolhi começar o livro por apenas uma região".
O que Tunick conta é que a dedicatória do livro ao Velho Mundo faz parte de um agradecimento. "É uma celebração a esses países que me ajudaram a trabalhar sem ser preso e que permitiram que eu explorasse o corpo nu nas obras, entendendo o tom escultural da minha ideia." 
Apesar de trabalhar com as formas e cores de corpos nus, Spencer não vê erotismo em sua arte. "Gosto de como esse tipo de arte física mexe com a cabeça das pessoas, a real função do corpo. Simplesmente gosto de criar imagens, o aspecto performático nisso. Fazer os convites, levar crianças, criar diálogos com o público."
  • Capa de "European Installations", livro do fotógrafo nova-iorquino Spencer Tunick
As prisões em Nova York

A "fuga" de Tunick para a Europa aconteceu após uma série de prisões e problemas com a prefeitura da Big Apple. "Entre 1994 e 1999 eu fui preso cinco vezes. Já cheguei a receber a polícia de Nova York no meu estúdio, porque lá é ilegal trabalhar com o corpo nu. Em 99 não conseguia mais suportar. Trabalhava há muito tempo com arte e em um segundo conseguia ser preso", contou o fotógrafo.
Foi nessa época que Tunick resolveu aceitar o convite de um museu e do governo suíço, que prometeu tratá-lo como um artista, garantindo que não o prenderia pelos trabalhos. "Ao contrário de Nova York, lá eu faria um trabalho com o governo". Como recompensa, a foto de capa do livro é uma das instalações no país.
Questionado se vê diferença na relação dos europeus com o próprio corpo, Spencer acredita que, "na Europa, as pessoas hesitam mais em ficar nuas, mas são mais livres em relação a arte e não tem problema em fazer isso quando estão em grupos."
Muralha da China, um sonho
Um dos sonhos impossíveis de Spencer, pelo menos por enquanto, é chegar aos países orientais. "Gostaria de fazer um trabalho na Muralha da China. Penso em algo no Japão, mas está muito difícil conseguir fazer a primeira instalação na Ásia."
Espero que na minha próxima visita ao país tenham mais mulheres no meu trabalho e mais orgulho
Spencer Tunick, fotógrafo
Entre os projetos, ele também pensa em fotografar o Havaí, o Peru e a Colômbia, reunindo imagens para uma futura coletânea sobre a América Latina.
Para o Brasil, Tunick disse que não faltam ideias. "Gostaria de fazer algo em um museu de arte contemporânea no Rio, ou ainda aproveitar as praias, as montanhas e os centros urbanos. Acho que renderia algo maravilhoso aí."
Sobre a postura que espera das mulheres na sua volta, Spencer provocou: "Em dez anos [que se passaram da última vez], espero que tenha mudado. Espero que na minha próxima visita ao país tenham mais mulheres no meu trabalho e mais orgulho."

 

terça-feira, 4 de junho de 2013

E aí aconta sobra para vocês??????

30/05/2013 20h32 - Atualizado em 30/05/2013 20h32

A conta sobrou para você

Por que a velha classe média é quem mais sofre com a inflação – e paga o preço dos erros do governo


NO SHOPPING Alan Alencar com a mulher, Diane, e a filha, Laura. Em vez de restaurantes, fast-food. Em vez de cinema, TV pela internet (Foto: Rafael Motta/NITRO/ÉPOCA)
>>Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana
O mineiro Alan dos Santos Alencar, de 43 anos, responsável pela área de tecnologia de uma revenda da Volvo e professor universitário, teve de promover um ajuste dramático em suas contas para não ficar no vermelho. Depois de analisar em detalhes as despesas com sua mulher, Diane, de 42 anos, e a filha Laura, de 15 anos, ele se deu conta de que os gastos com restaurantes, cinemas e saídas à noite estavam pesados demais. Com uma renda familiar de R$ 8 mil, teve de adotar um remédio amargo, mas inevitável: cortar gastos. As idas semanais a restaurantes foram substituídas por refeições em praças de alimentação de shoppings. O cinema foi trocado por um serviço que oferece filmes e séries de TV pela internet. A viagem de férias da família ao exterior ficou para depois. Agora, Alencar diz que, antes de fazer qualquer compra expressiva, ele e Diane avaliam se o gasto é prioritário – e como impactará as contas e os projetos familiares no longo prazo. Sua filha passou a ter uma mesada de R$ 500 para cobrir suas despesas do dia a dia. “É uma maneira de ela aprender a administrar o próprio dinheiro – e de a gente controlar melhor os gastos”, afirma. “Descobri que ter uma adolescente em casa muda muito as contas de uma família.”
>>O tomate e a ameaça da inflação

Capa - Edição 784 (Foto: reprodução/revista ÉPOCA)
O caso de Alencar não é isolado. Hoje, no Brasil, milhões de famílias da classe média tradicional, que viviam com uma folga relativa até pouco tempo atrás, têm de fazer as contas e mudar os hábitos para manter o orçamento sob controle. Fazem parte desse contingente os assalariados e os empresários de pequeno e médio porte relativamente bem-sucedidos, com um patrimônio conquistado quase sempre com o próprio esforço, além dos profissionais em ascensão na carreira. Em sua maioria, eles têm diploma universitário, nível cultural elevado e estão acostumados a frequentar restaurantes, bares, cinemas e shows. Sempre que possível, viajam para fora do país com a família ou com os amigos. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a classe média tradicional, também chamada classe A/B, é uma massa formada por 21,5 milhões de pessoas, o equivalente a 11,2% da população brasileira. Embora sua importância econômica esteja diminuindo nos últimos anos, com a ascensão das faixas de menor renda, a classe média tradicional ainda representa cerca de um quarto do consumo nacional, de acordo com a Nielsen, uma empresa de pesquisa e análise de mercado – uma fatia estimada em cerca de R$ 800 bilhões por ano, equivalente a 35 vezes o custo do Bolsa Família para o governo em 2013.
A classe A/B responde por 86% das matrículas em escolas particulares, 78% das viagens e 74% dos gastos com lazer e cultura do país. “O desenvolvimento nos últimos dez anos não contemplou a classe média tradicional”, diz o economista Waldir Quadros, professor da Universidade de Campinas (Unicamp). Estudioso da classe média brasileira, ele defendeu, no final dos anos 1970, sua tese de mestrado. “A classe média está espremida, nervosa.”
Ao contrário do que ocorre com as faixas de renda mais baixa, o responsável pela alta no custo de vida dessa faixa da população não é a inflação do tomate ou de outros alimentos. A alta dos alimentos afeta todo mundo, mas pesa mais para os mais pobres. O que mexe com o bolso da classe A/B é um fenômeno chamado pelos economistas de “inflação de serviços”. Ela inclui itens como escolas, planos de saúde, empregadas domésticas, restaurantes e viagens, com maior peso no orçamento de quem ganha mais. Essa inflação dos serviços não se reflete plenamente nos principais indicadores de inflação do país. No IPCA, o índice oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os serviços representam apenas 20% do total, embora alcancem 60% ou até 70% dos gastos familiares nas faixas de renda mais alta, segundo Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular – voltado para o estudo do consumo dos emergentes e das faixas de menor poder de compra (classes C, D e E).

domingo, 2 de junho de 2013

Uma boa descoberrta principalmente para Elas, espero que seja bem vinda nos combates a esta doença.

02/06/2013 - 14:10

Pesquisa

Vinagre é aliado eficaz no diagnóstico do câncer de colo de útero

Uso do vinagre como método permitiu redução de 31% na taxa de mortalidade

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que, no Brasil, cerca de 69 milhões de mulheres com 15 anos ou mais estão em risco para o câncer de colo de útero
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que, no Brasil, cerca de 69 milhões de mulheres com 15 anos ou mais estão em risco para o câncer de colo de útero (Thinkstock)
A detecção do câncer de colo de útero com vinagre é uma técnica simples e barata que pode salvar milhares de mulheres que vivem nos países mais pobres, segundo estudo clínico realizado na Índia apresentado, neste domingo, nos Estados Unidos, durante a a conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. O método consiste no uso de vinagre, de gaze e de uma lâmpada de halogêneo e exige uma formação básica para enfermeiros ou profissionais da área de saúde.

No exame, o profissional de saúde esfrega o colo do útero da mulher com vinagre, o que faz com que os tumores pré-cancerígenos fiquem brancos. Os resultados são apresentados um minuto depois, quando a luz da lâmpada é utilizada para inspecionar visualmente o colo do útero. Além da grande redução de custos, os resultados instantâneos são uma grande vantagem para as mulheres em áreas rurais que precisam viajar durante horas para receber atendimento médico.

Este estudo foi conduzido durante 15 anos com 150.000 mulheres indianas de 35 a 64 anos, examinadas a cada dois anos. Segundo os responsáveis pela pesquisa, os testes indicaram uma redução de 31% na taxa de mortalidade provocada pelo câncer de colo de útero.

LEIA TAMBÉM:Brasileira desconhece relação entre câncer de colo de útero e HPVEstudo identifica células que estão na origem do câncer de colo do útero"O câncer de colo do útero pode ser erradicado", diz Nobel de Medicina

Os pesquisadores estimam que o teste seria capaz de salvar anualmente 22.000 vidas na Índia e 73.000 em outros países em desenvolvimento, onde o câncer de colo de útero é uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres. Isso porque, nesses países, há pouco ou nenhum acesso ao teste papanicolau, procedimento mais utilizado para detecção desta doença. O papanicolau detecta as mudanças das células do colo do útero que poderiam se tornar cancerígenas.

"Esperamos que os resultados deste estudo tenham um efeito importante na redução do número de casos de câncer de colo do útero na Índia e no mundo", disse Surendra Srinivas Shastri, médico e professor de oncologia preventiva do hospital Tata Memorial de Mumbai, principal autor do estudo.

As 150.000 mulheres recrutadas para este estudo não tinham antecedentes da doença. A metade foi submetida a um exame a cada dois anos com o vinagre e a outra metade não fez nenhum teste, situação mais comum na Índia. A incidência de câncer de colo do útero foi similar nos dois grupos, ocorrendo 26,5 para 100.000 casos nas mulheres submetidas aos testes de detecção e 26,7 para 100.00 nas outras. Mas o teste permitiu uma redução de 31% na taxa de mortalidade.

O câncer de colo de útero, para o qual existe prevenção, é responsável por 275.000 mortes por ano no mundo, sendo 80% dos casos registrados nos países em desenvolvimento.