sábado, 28 de dezembro de 2013

Eu vejo que este pais é muito racista e sem mentalidade, na cabeça só há o que não presta sáo povos muito imatura para se lidarem com este tipo de situação e não deixa nada a ´poca de hoje continua do mesmo jeito....?

Sexo sem censura

Nos anos 1970, carreiras foram obscurecidas em razão de cenas de sexo explícitas. Quatro décadas depois, a temática volta às telas. Por que agora é diferente?

Ivan Claudio e Ana Weiss

A lista de recomendações aos pais elaborada pelo site Internet Movie Database, o maior banco de dados digital sobre cinema, alinha 21 situações de “sexo pesado” na página do filme “Ninfomaníaca”, que estreia no dia 10. Dois exemplos: mulher e homem fazem sexo anal; mulher faz sexo oral em um homem na cabine de um trem e cospe o seu sêmen. Centrada nas confissões eróticas de uma jovem a um homem que lhe dá abrigo após encontrá-la inconsciente, a nova provocação do cineasta dinamarquês Lars Von Trier não se encaixa na categoria de filme pornográfico. Essa mesma ressalva se aplica a outros lançamentos recentes, como “Azul É a Cor Mais Quente”, com sua famosa cena de sete minutos de uma relação lésbica, e “Um Estranho no Lago”, repleto de sequências de intimidade entre homens numa praia de nudismo. O fenômeno atingiu também o cinema brasileiro em “Tatuagem”, sobre o amor entre um ator e um soldado do Exército na Recife dos anos 1970. Cabe aqui outra observação: o foco não é restrito ao universo homossexual. Além de “Ninfomaníaca”, “Spring Breakers”, exibido no Festival do Rio e ainda sem data de lançamento, traz ousadas passagens eróticas heterossexuais e o mesmo acontece com “Jovem e Bela”, sobre uma adolescente francesa que se prostitui por diversão.
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OUSADIA
Stacy Martin e Shia LaBeouf em "Ninfomaníaca":
substituídos por atores pornôs nas cenas pesadas
No passado, obras como essas eram perseguidas pela censura e acabavam estigmatizando a carreira de seus atores, como aconteceu com a francesa Maria Schneider após o escândalo de “O Último Tango em Paris” (1972). Hoje são premiadas. Pela primeira vez em sua história, o Festival de Cannes concedeu uma Palma de Ouro conjunta ao diretor e às duas atrizes de “Azul...”, Abdellatif Kechiche, Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux. Em sua edição de dezembro, a revista francesa “Cahiers du Cinéma”, que identifica tendências para o mercado, colocou a trinca de filmes “Um Estranho no Lago”, “Spring Breakers” e “Azul...” como os três melhores lançamentos de 2013. O que teria mudado dos anos 1970 para os dias de hoje? “Muito do que foi preconceito durante milênios hoje faz parte da sociedade e não pode mais ser repreendido, por uma questão até legal, caso do homossexualismo”, diz Márcia Bittar Nehemy, psicóloga-clínica especialista em sexualidade humana e autora do livro “Os Deuses e o Amor”.
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INTIMIDADE
A dupla de "Azul...": uso de próteses não torna o sexo menos real
Para a analista, o grande impacto dos filmes talvez se deva ao constrangimento que o sexo ainda causa em certos setores da sociedade. Os próprios atores sentem isso na pele. A atriz Charlotte Gainsbourg, intérprete da ninfomaníaca, no filme chamada apenas de Joe, confessou que mesmo confiando no diretor sentiu-se desconfortável em certas cenas. “As situações masoquistas foram bem embaraçosas, tinham um lado humilhante”, disse ao jornal inglês “The Guardian”. Para evitar isso, os cineastas vêm adotando práticas que protegem os atores da exposição. Em “Um Estranho no Lago”, por exemplo, que teve dificuldades na seleção do elenco, optou-se por dublês. Atores pornôs foram contratados em “Ninfomaníaca”, como relata a atriz Stacy Martin, que vive Joe adolescente: “Você está atuando, aí corta e o set torna-se outro. Era como se dois filmes estivessem sendo feitos ao mesmo tempo.” Quando se mostra a genitália, recorre-se a próteses de silicone, artifício usado em “Azul...”.
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Se isso facilita – e não coloca mais em risco a imagem dos atores –, não muda o fato de que o sexo está sendo mostrado de forma gráfica e até explícita. Segundo a psicóloga Giovanna Lucchesi, especialista em sexualidade humana e terapeuta de casais, esses filmes vêm a reboque do que está acontecendo na realidade e não se restringem mais a questões de gênero. “O que se percebe no consultório e em pesquisas é que as pessoas deixaram de ver o sexo como segredo e hoje o enxergam como parte importante do cotidiano e da busca da qualidade de vida”, diz a psicóloga. Outro fator que corre paralelo a essas mudanças é a exposição das pessoas na internet. Para Andréa Soutto Mayor, autora de “O Amor É uma História”, “essas produções surgem no embalo de um fenômeno que está muito ligado à web, onde se pode experimentar todo tipo de fantasia”. E se propõem justamente a retratar e refletir esse momento.

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