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Balanço das mortes por catástrofes na Indonésia chega a 370
Indonésia sofreu com terremoto, tsunami e erupção vulcânica
Crédito : AFP
O material de socorro e ajuda começou a chegar às zonas mais afetadas das ilhas Mentawai, três dias depois do terremoto seguido por tsunami que abalou a costa oeste deste grupo de ilhas do Índico. Mas as esperanças de encontrar sobreviventes entre as pessoas desaparecidas diminuiu, e o número de mortos subiu de 272 para 343 no balanço mais recente.
Um navio com alimentos, água e remédios chegou nesta quinta-feira a Sikakap, na ilha de Pagai do Norte, onde a falta de estradas em bom estado e os problemas de comunicação prejudicam muito as operações de emergência. No porto, centenas de habitantes eram atendidos, sobretudo por ferimentos provocados pela passagem das sucessivas ondas gigantes que avanaçaram até 600 metros terra adentro.
Todos os moradores relatavam a brutalidade da catástrofe. O tsunami veio apenas 10 minutos depois do terremoto de 7,7 graus de magnitude, quando era de noite e chovia. "Ouvimos uma explosão quando chegou a primeira onda", contou Chandra, de 20 anos. A jovem conseguiu sobreviver, segundo ela, "por milagre, graças ao tronco de um coqueiro". Mas não o marido, cujo corpo foi localizado, nem seu bebê, que continua desaparecido.
No vilarejo de Muntei Baru Baru, onde restaram apenas as fundações das casas, os sobreviventes disseram não ter sido avisados, apesar do alerta de tsunami emitido pelas autoridades logo após o terremoto. Um sistema sofisticado e caro de alerta foi instalado ao longo da costa de Sumatra após o terrível tsunami de dezembro de 2004, que matou mais de 220.000 pessoas em vários países asiáticos. Mas as autoridades reconhecem que o sistema não está disponível nas ilhas Mentawai, onde muitos vilarejos não contam com energia elétrica.
A mais de 1.000 km das Mentawai, a população prestou uma última homenagem às 32 vítimas fatais da erupção do vulcão Merapi, a outra catástrofe natural que afetou a Indonésia esta semana. Vinte dos 32 mortos foram enterrados juntos. Alguns corpos não foram identificados, já que foram completamente desfigurados pelas cinzas incandescentes expelidas pelo vulcão na terça-feira.
Uma cerimônia privada foi organizada para aquele que, segundo os indonésios, personificava o Merapi, o "avô" Marijan, que era o "guardião espiritual" da montanha. Ele faleceu aos 83 anos depois que se recusou a abandonar a casa em que morava, apesar dos riscos da erupção.
O balanço da tragédia poderia ter sido muito maior sem a ordem de retirada emitida na segunda-feira pelas autoridades para as 19.000 pessoas que moram nas proximidades do vulcão. Nesta quinta-feira (28), o Merapi, considerado o vulcão mais ativo da Indonésia, continuava expelindo nuvens de fumaça cinza, mas com uma atividade consideravelmente reduzida.
"O vulcão está relativamente tranquilo. Vamos avaliar sua atividade nos próximos dias antes de decidir se autorizamos o retorno dos moradores", declarou Subandrio, um dos vulcanologistas responsáveis pela vigilância da região.
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