segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Bom para muitos mais o Brasileiro não se preocupa muito com isto.

Como armazenar e utilizar a água da chuva

Movimento Cisternas Já ensina a construir sua própria cisterna para armazenar a água da chuva

BRUNO CALIXTO
19/01/2015 14h36
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Chuva alaga a avenida Nove de Julho, em São Paulo, no dia 9 de janeiro (Foto: Nelson Antoine/Frame/Agência O Globo)
O período de chuvas chegou à cidade de São Paulo e às represas do Sistema Cantareira, que sofrem com sua pior crise de água. A chuva, no entanto, está bem abaixo do esperado: choveu menos do que a média em novembro e dezembro e, ao que tudo indica, janeiro também ficará aquém do normal. Enquanto isso, as tempestades nas cidades causam enchentes. A água que poderia estar sendo utilizada escorre diretamente para as ruas, esgotos e rios poluídos. Seria muito mais útil captar e usar essa água de forma racional. Por que não fazer isso? Um movimento espontâneo e não atrelado a empresas, ONGs ou governos está ensinando os interessados a construir suas próprias cisternas.
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O movimento se chama Cisternas Já. Ele começou com uma petição online para medidas sustentáveis para o manejo da água em São Paulo. Toda vez que alguém assinava a petição, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad recebiam um e-mail cobrando uma solução para a crise de água na cidade. Com a crescente participação dos internautas, outras pessoas começaram a apresentar ideias, e uma das propostas mais interessantes foi criar um espaço colaborativo que ensinasse as pessoas a captar a água da chuva.
Hoje, o movimento cresceu e conta com uma página na internet com manuais e instruções para que as pessoas construam suas próprias cisternas. Além disso, divulga eventos como oficinas, cursos e workshops para quem tem dificuldades de construir a cisterna por conta própria. O próximo workshop, por exemplo, é no sábado, no Sesc Santo Amaro, e é gratuito.
A jornalista Claudia Visoni, uma das idealizadoras do projeto, afirma que a ideia é incentivar as pessoas a captar a água da chuva. "Quem construiu uma casa recentemente, com sistema de captação, já está bem. Nossa proposta é ajudar quem precisa e mostrar que é possível fazer de forma simples e barata."

Exemplo de um esquema de montagem uma cisterna para guardar água da chuva (Foto: Sempre Sustentável / Divulgação / Wiki)
A cisterna proposta funciona com um sistema de dois filtros. O primeiro filtro descarta a primeira água da chuva - essa água cai com mais poluição e chega "lavando" o telhado. Pode ter fuligem, fezes de pássaros ou algum contaminante, e portanto não deve ser utilizada. O segundo filtro separa as folhas, gravetos de árvores e outras sujeiras. A água que passa por esses dois filtros vai para um reservatório fechado. Os filtros e o reservatório fechado foram pensados de forma a evitar riscos: não se deve, por exemplo, guardar água em recipientes abertos, pelo risco de atrair insetos e doenças.
A água armazenada nas cisternas só serve para usos não potáveis. Ou seja, ela não deve ser usada para beber ou para cozinhar. Mas há muitas coisas que podemos fazer sem precisar de água potável: descarga, limpeza de ruas, quintais ou uso na máquina de lavar são alguns exemplos. "A gente consegue atender até 50% do uso da água de uma casa com a chuva", diz Claudia. Ela estima que com pouco menos de R$ 300 é possível fazer uma cisterna, mas esse valor pode variar dependendo de quanto se quer captar de água.
Quem quiser conhecer mais sobre o movimento, e se aventurar na construção de uma cisterna, pode entrar no site Cisternas Já.

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