Cunha promete barrar projetos sobre legalização do aborto e regulação da mídia
"Esses assuntos só serão votados sobre o meu cadáver", disse presidente da Câmara dos Deputados
AE
O deputado chegou ao Rio na noite de quinta-feira e foi homenageado
em um jantar na casa do prefeito Eduardo Paes, com a presença dos
principais líderes do PMDB fluminense, como o governador Luiz Fernando
Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembleia
Legislativa, Jorge Picciani. No início da tarde de sexta, 6, recebeu o
blog Estadão Rio em seu escritório, no centro. Passou o fim de semana
com a família, na Barra da Tijuca (zona oeste), onde mora.
Na primeira semana como presidente, Cunha avançou na discussão de
uma proposta de reforma política que garante o financiamento de
campanhas por empresas privadas, condenado pela maioria dos petistas.
Também instalou a CPI da Petrobrás, que voltará a investigar o esquema
de corrupção na estatal.
O deputado está decidido sobre o que quer votar e também sobre os
temas que não aceita levar ao plenário, como a legalização do aborto, a
união civil de pessoas do mesmo sexo e a regulação da mídia. "Aborto e
regulação da mídia só serão votados passando por cima do meu cadáver",
disse, irredutível, o deputado evangélico de 56 anos, fiel da Igreja
Sara Nossa Terra. Diante da reação negativa de militantes de movimentos
em defesa dos direitos dos homossexuais à sua eleição, Cunha não faz
concessões. "Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que esta seja a
agenda do País, mas não é".
No fim do ano passado, o deputado teve o nome citado pelo doleiro
Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de
pagamento de propina e desvio de dinheiro na Petrobrás. Youssef depois
enviou esclarecimento à Justiça dizendo não ter relação com Cunha. O
presidente da Câmara reitera não ter ligação com a rede de corrupção da
estatal e diz estar tranquilo para qualquer investigação.
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