Governo
As "bombas" que Dilma terá de desarmar na economia
A presidente herdou um país com bases sólidas, mas ainda com problemas. Seu principal desafio será a sustentabilidade do crescimento.
Beatriz Ferrari e Derick Almeida
A principal medida que precisa ser implementada é a reversão da tendência expansionista dos gastos públicos dos últimos dois anos
Oito anos depois, os desafios que Dilma Rousseff enfrentará são bem diferentes (veja infográfico). O país amadureceu, engatando uma trajetória de expansão do PIB, associado a melhorias na renda e no emprego. Agora, o que está em jogo é a sustentabilidade deste crescimento.
A economia entra em 2011 com inflação alta, perspectivas de desaceleração do PIB, uma possível elevação de juros já no começo do ano e incertezas no cenário externo. A presidente terá de lidar com a hercúlea missão de construir um país moderno, capaz de sediar os eventos esportivos de 2014 e 2016, ao mesmo tempo em que aperta o cinto das contas do governo e melhora a qualidade do endividamento público.
O caminho das pedras passa por um corte de gastos sério, principalmente com pessoal e custeio da máquina pública – revertendo a tendência expansionista dos últimos dois anos –, criando condições para desacelerar a inflação e permitindo a acomodação.Também é preciso aumentar os investimentos em infraestrutura para que o país cresça sem solavancos e sem gargalos. Espera-se da presidente, por fim, a coragem para enfrentar reformas necessárias, como a da pesada e complexa estrutura tributária e da Previdência.
Se Dilma conseguir desarmar essas “bombas” (veja infográfico), deixará para seu sucessor um país forte, funcional e próspero.
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