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Um instrumento chamado CheMin, colocado na sonda Curiosity, analisou com raio X partículas do terreno marciano. O objetivo é descobrir pistas sobre a história geológica recente do planeta. Como os cientistas já desconfiavam, a maior parte do solo é composta por materiais basálticos de origem vulcânica, exatamente como o terreno das ilhas do Havaí, nos Estados Unidos.
As amostras tiradas em Marte contêm tanto poeira que estava a milhares de quilômetros do local da sonda, mas foi trazida por tempestades, quanto areia originária da região. "Até agora, os materiais que a Curiosity analisou são consistentes com nossas ideias iniciais que tínhamos sobre a cratera Gale, mostrando uma transição no tempo de um ambiente úmido para um seco", diz David Bish, um dos pesquisadores do projeto CheMin.
Missão bilionária
A sonda Curiosity chegou no dia 6 de agosto à cratera Gale, um vale enorme na região equatorial de Marte. A missão tem orçamento equivalente a R$ 8 bilhões. Desde a chegada, a sonda já percorreu 480 metros em sentido leste, rumo a um local conhecido como Glenelg. Imagens de satélite revelam que este ponto é uma interseção de três terrenos geológicos diferentes.
Por ora, a Curiosity parou em uma região conhecida como "Rocknest", onde fez as primeiras análises do solo. Um dos objetivos, segundo os cientistas, é "limpar o paladar" dos instrumentos de análise, já que eles ainda estavam contaminados com pequenas partículas trazidas da Terra.
A análise do material foi a primeira vez em que a Nasa conseguiu usar uma técnica chamada de difração de raio-X remotamente, em outro planeta. A técnica já é usada há anos na Terra. As partículas analisadas são "bombardeadas" com raio-X. A forma como o raio é refletido pelas partículas do solo revelam dados sobre a sua composição química e estrutura.
Os componentes analisados têm até 150 micrômetros - a largura de fio de cabelo humano. Foram detectadas quantidades grandes de minerais como feldspato, olivina e piroxena.
O próximo passo da sonda será usar o instrumento conhecido como Sample Analysis at Mars (SAM, na sigla em inglês), que procurará detectar materiais orgânicos, para tentar descobrir se é possível haver - ou ter havido - ambiente propício para vida em Marte.
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