Defensor de Dunga: nível da Copa é baixo, mas
até Coreia do Sul x Grécia me diverte
Leitor do R7 diz que muito jogador chamado de craque não merecia esse título
R7
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Banalizaram a trufa. O doce mais requintado e raro de anos atrás hoje sai hoje a R$ 0,50 em boteco de periferia, entre ovos azuis, torresmo e baratinhas. Antes, só milionário tinha o direito de saboreá-lo. Agora, é mais comum que brigadeiro, que qualquer um faz no próprio fogão, na panela velha e desgastada de casa.
E o que a trufa, o lorde falido dos doces, tem a ver com esportes? O fato de que, assim como ela, também banalizaram o artigo de luxo do futebol: o craque. E a atual Copa do Mundo está mostrando que muito perna de pau não merecia o título que muitas vezes vem colado a seu nome.
Um exemplo é o Rooney, inglês troncudo e bem-intencionado, mas que passa longe de ser gênio. Até porque, se fosse, não ia ser parado por uma zaga de americanos. Não no futebol que a gente conhece. Tem cesta no campo, a distância é medida em jardas? Então eles não sabem jogar.
Também enchem a bola do tal de Henry e de meia dúzia de francês. O Stankovic, da Sérvia, é outro bagual que mal consegue acertar um passe para o amigo desmarcado do lado.
Falam muito que a seleção brasileira não tem craques. Que o Dunga só levou casca-grossa, arranca-toco. Desafio os insatisfeitos a me apontarem quantas equipes tem jogadores no nível de Kaká, Luis Fabiano, Robinho, Nilmar, Maicon e etc. A
Não estou dizendo que são craques, espetaculares. Craque, para mim, é uma divindade, um sujeito que come a bola, inventa e destroi adversários e que só depois de muitos anos concorre à canonização. Aprovado na curta lista, aí sim vira craque, título que pouquíssimos o mereceram. Não basta marcar um gol importante ou fazer firulinhas com a bola.
Se não digo que a seleção está apinhada de craques, também não admito que chamem desse jeito muitos que estão aí correndo de um lado para o outro na África do Sul.
Na moda de falar bem da Argentina, elogiam até gandula portenho. Mas, calma lá. Tevez é bom de bola, mas não é craque. Milito é só um bem intencionado, igual Di Maria. O resto, com exceção do Messi, sofreria para passar na peneira do Caxias.
Por falar no jogo da Argentina, alguém podia avisar os nigerianos que correr de um lado para o outro não vale ponto no Mundial. Messi se destacou, é fato. Mas, se eu fosse técnico do franzino, faria como minha mãe fazia comigo quando me mandava para o supermercado. Destacaria uma tira de papel e colocaria dobrada no seu calção. Para, durante o jogo, ele abrir e ler: "Não se esqueça do gol. Do gol!" Ele corre, dribla muito, mas chuta pouco. Assim a bola não entra, não por vontade própria.
O nível da Copa é baixo, mas pelo menos a bola está rolando e estão saindo gols - poucos. Até Coreia do Sul x Grécia me diverte. Bem mais do que a festa de abertura sonolenta da Copa, por exemplo. Minha mulher sugeriu que a cerimônia era daquele jeito, “folclórica”, para agradar às pessoas que não gostam tanto assim de futebol. E eu, que não dou um centavo em quermesse e troco de calçada quando vejo bumba-meu-boi, fiquei pensando que, se o outro público é mesmo tão importante, porque não há desfile nu na São Paulo Fashion Week ou filme pornô no salão de beleza que ela vai vez ou outra. Pensei em argumentar, mas não falei nada, até porque já ia começar a peleja das 11 horas.
Borja é gaúcho, tem 46 anos, a mesma idade do técnico da seleção brasileira. Talvez por isso seja maluco por boas defesas, vidrado em retranca e fã incondicional de Dunga. Para ele, Dunga deixa no chinelo meias metidos a craques que acham que colocar o companheiro na cara do gol vale mais do que deslocar e tirar a bola do adversário. O pior time do momento para o Borja? Santos. Acha Neymar 'verde' para a seleção e aplaudiu Dunga quando ele não levou Ganso e ignorou Ronaldinho Gaúch
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