ISTOÉ Online
| 12.Jul.12 - 16:48
| Atualizado em 13.Jul.12 - 10:41
Muitos cientistas acreditam que a água que veio parar na Terra foi
formada nos confins do Sistema Solar, além de Netuno. Contudo, um estudo
divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã na Science
indica que a substância veio de um região muito mais próxima - o
Cinturão de Asteroides (entre Marte e Júpiter) - através de meteoritos e
asteroides o que contradiz algumas das principais teorias sobre a
evolução do Sistema Solar.
Uma das hipóteses afirma que ela se formou na região transneptuniana (que fica além de Netuno, o último planeta conhecido do sistema) e depois se moveu para mais perto do Sol junto com cometas, meteoritos e asteroides. Contudo, é possível saber a distância em que as moléculas de água se formaram em relação ao Sol ao analisar os isótopos de hidrogênio presentes. Quanto mais longe da estrela, haverá menos radiação e, portanto, mais deutério (o átomo de hidrogênio "pesado", que tem um próton, um nêutron e um elétron, ao contrário do mais comum, que tem apenas um próton e um elétron).
Água da Terra veio de asteroides, indica estudo
Segundo nova teoria publicada na renomada revista Science, a água terrestre teria vindo do Cinturão de Asteroides que fica entre Marte e Júpiter
Do Portal TerraUma das hipóteses afirma que ela se formou na região transneptuniana (que fica além de Netuno, o último planeta conhecido do sistema) e depois se moveu para mais perto do Sol junto com cometas, meteoritos e asteroides. Contudo, é possível saber a distância em que as moléculas de água se formaram em relação ao Sol ao analisar os isótopos de hidrogênio presentes. Quanto mais longe da estrela, haverá menos radiação e, portanto, mais deutério (o átomo de hidrogênio "pesado", que tem um próton, um nêutron e um elétron, ao contrário do mais comum, que tem apenas um próton e um elétron).
O novo estudo comparou a presença de deutério no gelo trazido por
condritos (um tipo de meteorito) e indicou que ela foi formada muito
mais próxima de nós, no Cinturão de Asteroides (esses meteoritos não
contêm mais água, mas a substância fica registrada através de um tipo de
mineral chamado de silicato hidratado, e é o hidrogênio presente nele
que é investigado). Além disso, comparando com os isótopos de cometas, a
pesquisa indica que esses corpos se formaram em regiões diferentes dos
asteroides e meteoritos e, portanto, não atuaram na origem da água no
nosso planeta.
"Dois modelos dinâmicos têm os cometas e os meteoritos condritos se
formando na mesma região, e alguns destes objetos devem ter sido
injetados na região em que a Terra se formava. Contudo, a composição da
água de cometa é inconsistente com nossos dados de meteoritos condritos.
O que realmente deixa apenas os asteroides como fonte da água na
Terra", diz ao Terra Conel Alexander, do Instituto Carnegie, líder do
estudo.
Debate reacendido
Em 2011, a hipótese de que os cometas tiveram pouca importância na
origem da água na Terra já estava com pouca força. Mas um estudo
divulgado na revista Nature usou o telescópio Herschel, da Agência
Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), para descobrir que a
composição do cometa Hartley 2 tem uma quantidade de deutérios similar à
encontrada no oceano. Foi o primeiro cometa com essa composição, já que
outros seis analisados anteriormente tinham uma quantidade de deutério
muito diferente dos mares da Terra.
Contudo, o novo estudo também refuta essa possibilidade. Segundo os
pesquisadores, o cometa não traz apenas água, mas também outras
substâncias (inclusive orgânicas) que contêm hidrogênio. E a quantidade
de deutério presente nos cometas ainda fica acima daquela observada no
nosso planeta, o que impede que esses corpos sejam considerados como uma
importante fonte de água.
"A recente medição do cometa Hartley 2 tem uma composição isotópica
de hidrogênio parecida com à da Terra, mas nós argumentamos que todo o
cometa, incluindo a matéria orgânica, é provavelmente rica demais em
deutério para ser uma fonte da água da Terra", diz Alexander.
Sobram duas possíveis fontes, que devem ter atuado juntas: rochas
do Cinturão de Asteroides e gases (hidrogênio e o oxigênio) que existiam
na nebulosa na qual o Sistema Solar se formou. O estudo foi conduzido
por pesquisadores do Instituto Carnegie (EUA), Universidade da Cidade de
Nova York, Museu de História Natural de Londres e da Universidade de
Alberta, no Canadá.
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