02/07/2012 - 08:49
Irregularidade
Filho de vice de Agnelo é funcionário fantasma na Câmara
Bruno Filippelli, herdeiro de Tadeu Filippelli, deveria dar expediente no gabinete de deputado peemedebista. Mas passa o dia comandando a própria empresa
Gabriel Castro
Bruno Fillipelli, em vídeo da Juventude do PMDB/DF veiculado no YouTube
(Reprodução de vídeo)
O filho do vice-governador do Distrito Federal é funcionário-fantasma
em um gabinete na Câmara dos Deputados. Bruno Ervilha Filippelli,
herdeiro do peemedebista Tadeu Filippelli, deveria trabalhar no
escritório do deputado Pedro Chaves (PMDB-GO). Apesar de receber quase
10 000 reais dos cofres públicos por mês, Bruno não aparece na Câmara.
Ele dá expediente em outro lugar: a empresa que controla com o irmão.É na Aero Channel, companhia que comercializa paineis de publicidade, que o filho do vice-governador trabalha. Além do salário, Bruno obtém outro benefício com a sua nomeação no gabinete do deputado: o filho do vice-governador é servidor de carreira do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Como foi requisitado para trabalhar na Câmara, ele pode dar expediente diariamente na própria empresa sem ter de prestar contas e, ao mesmo tempo, mantém a possibilidade de reassumir o cargo no Tribunal de Justiça quando quiser.
Mais do que isso: aos mais de 6 000 reais que recebe do tribunal, ele acresceu uma gratificação 3 540 reais, paga pela Câmara. No fim das contas, passou a ganhar mais para trabalhar menos - ou nada.
O vice-governador do DF, Tadeu Fillipelli
Os 19 dias de férias em junho, aliás, não foram os únicos em 2012: Bruno ficou oficialmente fora do trabalho pela Câmara entre os dias 5 de janeiro e 3 de fevereiro. Antes disso, mais repouso: de 6 a 20 de dezembro do ano passado. Tudo isso tendo assumido o cargo na Câmara em fevereiro de 2011. Saldo final: em sete meses, o filho do vice-governador tirou 64 dias de férias. E nem precisava.
Resposta - Bruno Filippelli não foi localizado para comentar o caso. A assessoria do deputado Pedro Chaves afirmou, sem detalhes, que o empresário não comparece ao gabinete porque "presta serviços externos junto aos órgãos federais". Ainda assim, reconheceu que, depois das férias que deveriam ter se encerrado em 22 de junho, o filho do vice-governador não retornou ao "trabalho".
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