18/03/2011 | ||
::: SÁBADO: SUPER LUA CHEIA NO PERIGEU 18 ANOS DEPOIS ::: Foto: Dulcidio Braz Jr Lua Cheia no perigeu em 7 de setembro de 2006 No próximo sábado (19/março) teremos Lua Cheia. Até aí nada de mais. Só que nem todas as Luas Cheias têm o mesmo tamanho aparente. Sabia? A de amanhã será maior. E a última vez que este fenômeno aconteceu nesta magnitude foi em março de 1993, há 18 anos. A variação no tamanho aparente da Lua acontece porque a órbita do nosso satélite ao redor da Terra não é uma circunferência perfeita e sim uma elipse com a Terra posicionada num dos focos, como pode ser visto na ilustração abaixo. Sendo assim, nesta órbita "oval", enquanto translada ao redor do nosso planeta, a Lua pode ficar mais perto ou mais longe da Terra . O ponto mais perto é o perigeu e o mais longe o apogeu. A distância média Terra-Lua, medida entre os centros dos astros, é de cerca de 384000 km. Mas no perigeu a Lua fica mais próxima, a apenas 363000 km (aproximadamente) da Terra. No apogeu esta distância cresce para mais ou menos uns 405000 km. Por conta disso, o tamanho aparente do disco lunar pode variar entre 0,49 até 0,55 grau. Confira cálculos destes parâmetros aqui neste post. Quando coincide da Lua estar na fase cheia (com a face iluminada voltada para a Terra) e a sua posição orbital ser próxima do perigeu, a Lua Cheia fica "mais cheia", ou seja, visualmente maior, atingindo 0,55 grau de diâmetro aparente. Assim, como visto na imagem acima, a Lua Cheia no perigeu costuma ser cerca de 12% maior do que a Lua Cheia no apogeu. E, mais próxima da Terra, o brilho lunar relativo fica bem maior. Neste próximo sábado a Lua Cheia acontecerá com o nosso satélite a apenas uma hora do perigeu, ou seja, bem mais perto da Terra. Por isso teremos uma super Lua Cheia! A última vez em que a Lua esteve assim tão grande foi em março de 1993. Em 2006 tivemos uma Lua Cheia perto do perigeu, evento que eu cobri aqui no blog (veja post). Mas a Lua não estava tão perto do perigeu quanto estará amanhã. Se o céu estiver limpo, valerá a pena tentar observar o nosso satélite. É só ficar de olho no nascer da Lua no horizonte leste (pouco depois das 18h, horário de Brasília, ainda ao entardecer) e aproveitar o espetáculo. :: Lua mais perto da Terra não oferece perigo de catástrofes? Não, embora seja verdade que, estando a Lua mais próxima da Terra, a atração gravitacional entre os dois astros aumente segundo a Lei da Gravitação Universal de Newton mostrada logo abaixo. Na expressão acima, M é massa da Terra e m a massa da Lua. E r é a distância entre os dois astros, medida de centro a centro. Note que a força gravitacional F depende do inverso do quadrado da distância (1/r²). Assim, se r diminui, a atração F aumenta. G é uma constante universal que apenas "ajusta" os cálculos. Por conta da aproximação Terra-Lua no próximo sábado, esperamos uma maré ligeiramente mais alta, algo entre 10 cm a 15 cm. Nada mais do que isso. E portanto, não há o que temer! :: A melhor hora para observar o fenômeno Petros Giannakouris (Folha/UOL) Lua cheia surge atrás do templo de Posseidon (Atenas, na Grécia) A super Lua Cheia no perigeu dura a noite toda. É só esperar a Lua nascer e acompanhá-la até o outro lado quando o dia clarear. Mas você já deve ter notado que quanto mais perto do horizonte, maior é a sensação de tamanho da Lua. Não é mesmo? Isso é, na verdade, uma ilusão. E ocorre porque a Lua, por trás da paisagem superficial terrestre, parece ser muito maior. É uma interpretação subjetiva do nosso cérebro. Mas o efeito prático é bem bacana! A foto acima que mostra a Lua Cheia nascendo por trás do templo de Posseidon em Atenas, Grécia, é bem didática e comprova o que estou dizendo. Em comparação com o templo a Lua parece ser gigante, não é mesmo? Na verdade, quando a Lua está a 90 graus do horizonte, no ponto mais alto do céu, ela fica ainda mais perto de um observador O na superfície da Terra. Para entender melhor como pode ser isso, veja a ilustração a seguir que, de propósito, está fora de escala. Comparação de distâncias Terra-Lua (d no nascer e d' com a Lua alta no céu) A distância Terra-Lua (medida centro a centro dos astros) é d. Mas note que a Lua alta no céu esta mais perto do observador O exatamente um raio terrestre R = 6400 km (valor aproximado)! Assim, a distância entre o observador O e o centro da Lua é d' = d - R. No perigeu a distância Terra-Lua (entre os centros destes astros), com eu já disse, é mínima e vale d = 363000 km. Com a Lua alta no céu, subtraindo um raio terrestre, encontramos d' = d - R = 363000 - 6400 = 356600 km. Quando a Lua estiver bem alta no céu no próximo sábado ela ficará ainda mais perto de um observador O na superfície da Terra, a "apenas" 356600 km. Neste momento teremos um ganho de mais 2% no tamanho aparente lunar, ou seja, a Lua Cheia no perigeu ficará 14% maior do que no apogeu. E seu brilho relativo pode ser até 30% maior! Este observador pode ser você, eu, qualquer um que queira ver o nosso satélite com brilho bem forte e capaz de iluminar de forma mais eficiente a superfície escura da noite terrestre. Por outro lado, com a Lua bem alta, não teremos nenhum objeto terrestre por trás dela para comparação visual. O efeito ilusório da Lua nascendo gigante não mais existe. Esse ganho extra de 2% de tamanho aparente é quase imperceptível. Por isso, a melhor hora para observar a Lua Cheia continua sendo no seu nascer, quando ela está mais perto do horizonte. As previsões meteorológicas para minha cidade e região não são muito animadoras. Mas vou tentar observar e fotografar o evento raro em cobertura em tempo real aqui no blog. Se conseguir algum resultado, posto para compartilhar com você e todos os meus leitores! E estarei on line via Twitter (@Dulcidio) para quem quiser trocar ideias. Combinado? [Upgrade: 18/março ~ 18h52min]Mais uma coisa: hoje, sexta-feira (18/03) à noite, a Lua ainda não está no perigeu mas já está bem perto dele. Se o céu estiver limpo, dá para observá-la e ter uma amostra grátis do que ela será amanhã. Aqui está nublado. Uma pena. Não estou vendo nada. Para saber mais
Já publicado aqui no Física na Veia!
Um forte abraço de 14TeV. E Física na Veia! prof. Dulcidio Braz Júnior (às 06h50) :: (20) comentários feitos! Comente você também! :: Clique e recomende este post para um amigo :: Permalink (clique com o botão direito do mouse e copie) | ||
16/03/2011 | ||
::: UM ECLIPSE SOLAR 'DIFERENTE' ::: SDO/NASA Eclipse Solar parcial visto pelo SDO (clique e amplie | 1601 X 921 pixels) O SDO - Solar Dynamics Observatory da NASA - Agência Espacial Americana é um satélite em órbita geossíncrona (que acompanha a rotação da Terra) mas que fica o tempo todo "olhando" para o Sol, ou seja, monitorando a nossa estrela. Na maior parte do ano o Sol é visível o tempo todo pelo satélite. Mas nas datas próximas aos equinócios (20 ou 21 de março e 22 ou 23 de setembro) a captação de dados do Sol fica parcialmente interrompida uma vez por dia porque a Terra se coloca entre o Sol e o equipamento. Sendo assim, no referencial do SDO, temos um eclipse solar parcial provocado pelo nosso próprio planeta e não pela Lua. É examente o que está sendo mostrado na imagem acima onde a parte escura é justamente a região obstruída pela Terra. Belíssima imagem, não? :: O SDO em 3D Tela capturada da animação 3D do SDO Clique aqui para ver o SDO e detalhes do seu equipamento em 3D numa animação interativa. Na página será oferecido um link para instalar um plug-in (pouco menos de 400kb) para ver a animação. A imagem acima é um print screen desta animação didática na qual você clica com o mouse nas partes do satélite indentificando todo o equipamento. Já publicado no Física na Veia!
|
sexta-feira, 18 de março de 2011
Boa para os namorados que podem curtir muito a lua.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário