Coalizão
Otan assumirá comando da intervenção militar na Líbia
Aliança atlântica precisava da aprovação de seus 28 membros para comandar a operação. A Turquia havia imposto condições que impediram a transição
Caças franceses Rafale no porta-aviões Charles de Gaulle que está fazendo parte da Coalizão na Líbia (EFE)
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumirá no começo da próxima semana o comando da intervenção militar na Líbia, autorizada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), e atualmente liderada pelos EUA. A informação é de diplomatas do órgão ouvidos pela agência AFP. A última resistência para que a aliança atlântica assumisse a função caiu na tarde desta quinta-feira, quando a Turquia deu sinal verde para que a Otan assumisse a missão. "Todas nossas demandas foram atendidas. A operação será entregue à Otan", disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu. A aliança atlântica precisava da aprovação de seus 28 membros para comandar a operação. A Turquia havia imposto condições que impediram a transição.
Os EUA pretendem entregar logo o comando da missão. De acordo com a Casa Branca, o governo Obama espera contar com o auxílio da Turquia na segunda fase da intervenção na Líbia. "Estamos confiantes que iremos alcançar um acordo sobre o comando e o controle da segunda fase da operação. Isto inclui trabalhar com os turcos", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Ainda de acordo com ele, uma vez implantada, a zona de exclusão aérea não contará com o patrulhamento de aviões americanos. "Os EUA terão um papel, mas não irão liderar a aplicação da zona de exclusão aérea", afirmou Carney.
Grã-Bretanha, Itália, Canadá, Dinamarca e Noruega também estavam favoráveis à transferência rápida da coordenação à Otan. A França apresentava algumas ressalvas, pois acreditava que a coordenação da Organização lembraria os Estados Unidos no mundo árabe.
Repressão - A coalizão bombardeia desde sábado objetivos militares na Líbia para forçar a queda do ditador Muamar Kadafi. Nessa quinta-feira, uma patrulha do Exército francês disparou contra um avião do Exército líbio que violava a zona de exclusão aérea. A operação ocorreu durante uma das missões do Exército francês em Misrata, cidade sob controle dos rebeldes e que há dias é atacada por tanques e franco-atiradores das forças leais ao ditador Muamar Kadafi.
O incidente, que não foi confirmado pela coalizão, seria a primeira violação à zona de restrição aérea no país, imposta desde sábado pelas forças da operação "Odisseia do Amanhecer", que visa ainda a proteger os civis dos ataques de Kadafi. Em uma entrevista coletiva, oficiais das Forças Armadas francesas disseram apenas que seus jatos atacaram uma base militar a 250 quilômetros da costa mediterrânea da Líbia, durante a noite.
O ataque foi realizado com mísseis Scalp disparados por patrulhas de Rafales e Mirages 2000-D, declarou o coronel Thierry Burkhard, porta-voz do estado-maior, sem precisar a localização exata da base. O Soko G-2 Galeb é uma aeronave desenvolvida pela Iugoslávia, com um motor e duas cadeiras, usada para ataques à terra e missões de reconhecimento.
Mais cedo, as forças de coalizão já haviam atacado tanques do governo nos arredores de Misrata. Contudo, não impediram o avanço das forças de Kadafi. Protegido pela escuridão da noite, os tanques bombardearam uma área perto do principal hospital principal da cidade, retomando o seu ataque, segundo moradores e rebeldes.
As forças leais ao coronel Muamar Kadafi já mataram 109 pessoas e feriram mais de 1.300 em uma semana durante sua ofensiva contra Misrata, um reduto rebelde a leste de Trípoli, segundo médicos do hospital local.
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