segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Isso que é uma arquitetura ousada mesmo.

10 edifícios para lá de surpreendentes

Projetos incomuns marcam paisagem ao redor

08/02/2013 | POR JOÃO MIGUEL SIMÕES

Assinados por escritórios renomados, com diferentes tipos de usos, estes edifícios impactantes não passam despercebidos onde quer que se encontrem no mundo. Os motivos são muitos: o tamanho imponente, as escolhas peculiares de formato e de materiais. Exemplos de boa arquitetura, vale a pena saber um pouco mais sobre cada um. São dez motivos para visitar e vivenciar arquiteturas incomuns em suas próximas viagens. Confira a lista!
  (Foto: Iwan Baan)
Linked Hybrid – Pequim, China
O projeto deste complexo, concluído em 2009, é do escritório norte-americano Steven Holl Architects, que tem um braço em Pequim. Adjacente à Grande Muralha, ele reflete uma tentativa de provar que construções do século 21 podem – e devem – privilegiar espaços livres. A área de 221 mil m² compõe-se de oito torres interligadas, em que há habitações, comércio, escolas e lazer. Foram erguidas em diferentes níveis e empregam uma seleção de cores nas molduras das janelas. Há pontes entre elas nos topos, além de passagens abertas nos pisos térreos (com lojas em torno de um espelho-d’água) e microjardins nos telhados dos andares intermediários, onde ficam escritórios. É uma espécie de “cidade dentro da cidade”.
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  (Foto: Jussi Tiainen)
Casa Moby Dick – Espoo, Finlândia
A baleia Moby-Dick, personagem do épico de Herman Melville, foi inspiração para o projeto desta casa biomórfica. Executada em 2003 para uma família na cidade de Espoo (a segunda maior da Finlândia), leva a assinatura do escritório Arkkitehdit NRT Oy. O que atrai na construção com 570 m², de imediato, é o modo peculiar como se entrosou com uma grande rocha existente no terreno. Além disso, o telhado orgânico complementa a impactante parede externa branca e curvilínea – referência ao dorso de uma baleia. A entrada é feita pelo primeiro piso, por meio de uma ponte com escada. Na obra, além de concreto e aço, foram empregados laminado melamínico, madeira, barro e alumínio escovado.
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  (Foto: Robert Hart)
Apartamentos WoZoCo – Amsterdã, Holanda
Com projeto do aclamado escritório holandês MVRDV, este conjunto de habitações foi comissionado pela Het Oosten Housing Association. Concluído em 1997, o prédio de apartamentos no bairro de Osdorp, em Amsterdã, é ao mesmo tempo instigante e capaz de assegurar qualidade urbanística. O regulamento local permitia apenas 87 apartamentos para garantir a todos eles boa iluminação natural, mas necessitava-se de cem. Como estava fora de questão construir outro bloco, chegou-se à solução de suspender as 13 unidades suplementares na fachada norte do edifício principal. Revestidos de madeira e com varandas coloridas, os curiosos apartamentos-caixas são sustentados por vigas duplas.
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  (Foto: divulgação)
Casas Cubo – Roterdã, Holanda
A história de Roterdã confunde-se com a de seu velho porto. Junto dele, as interessantes Cube Houses, concluídas em 1984, são criações do arquiteto holandês Piet Blom, um dos representantes do estruturalismo. As construções precisaram de ensaios antes de sair do papel: foram testadas, por exemplo, na cidade holandesa de Helmond, em 1975. As 38 unidades do projeto final são complementadas por espaços comerciais, escola e dois blocos de apartamentos. Passaram por renovação entre 1997 e 1998, quando os telhados foram forrados com zinco e poliéster, as três escotilhas do topo deram lugar a janelas reversíveis, as saídas de emergência receberam disfarce de modo a causarem menos impacto no conjunto, e os pisos térreos foram pintados. Ficaram ainda mais interessantes.
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  (Foto: Iwan Baan)
Museu Perot de Ciência Natural – Dallas, Estados Unidos
Aberto em 2012, o mais novo museu de Dallas foi concebido pelo escritório Morphosis, em colaboração com o Good Fulton & Farrell, ambos norte-americanos. Com 16,7 mil m² e custo de US$ 185 milhões, a construção, para além de sua função educativa, é uma atração por si só. Nela, empregou-se alta tecnologia, tendo em vista o mínimo impacto ambiental. A edificação principal é um cubo de concreto com ondulações que parece flutuar sobre os jardins – um deles se eleva suavemente, como uma colina, até se unir a um telhado revestido de pedra presente em parte do complexo (na foto, em primeiro plano). Escadas rolantes conduzem ao topo do edifício e a um balcão envidraçado suspenso sobre a cidade. É a partir desse ponto que, numa espiral em sentido horário, se iniciam as visitas às galerias.
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  (Foto: Ed Reeve)
Skolkovo (Escola de Administração de Moscou) – Moscou, Rússia
Assinado pelo estúdio inglês Adjaye Associates, a universidade Skolkovo, inaugurada em 2010 na periferia de Moscou, é um megacomplexo milionário da era Putin: com 42,8 mil m², custou o equivalente a US$ 250 milhões. Sua estrutura foi pensada para enfrentar os rigorosos invernos russos com conforto. Espaços típicos de uma instituição de ensino ficam no edifício central, circular e de concreto, elevado do chão. Sob ele, está a área de estacionamento para diminuir o tempo de exposição ao ar livre. Os alunos e funcionários usufruem, em vez de jardins, de espaços de convívio abrigados entre as salas de aula. Já os 123 dormitórios para estudantes foram instalados nos quatro blocos retangulares, revestidos de painéis de alumínio composto que coroam o disco. As formas geométricas do prédio homenageiam o pintor russo Kazimir Malevich (1878-1935).
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  (Foto: Aleix Bagué)
Sede do Departamento de Saúde Basco – Bilbao, Espanha
Depois do Guggenheim de Frank Gehry, Bilbao nunca mais foi a mesma. Por isso, para a nova sede do departamento de saúde na capital basca, optou-se por uma obra de grande impacto visual que consumiu o equivalente a US$ 17,9 milhões. O projeto do estúdio madrilenho Coll-Barreu Arquitectos, concluído em 2008, teve de obedecer a uma regulamentação que obriga a reproduzir a tipologia dos prédios do bairro do Ensanche, onde fica a sede. A solução foi erguer uma torre arredondada e recorrer à fachada dupla, em 9,2 mil m². É como se a estrutura interna, que abriga escritórios e auditório, fosse embrulhada por outra – toda de vidro e aço, com diferentes volumetrias, criando o efeito de um diamante.
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  (Foto: divulgação)
Green Cast – Odawara, Japão
Os jardins verticais podem até não ser mais uma novidade absoluta, mas não há como ficar indiferente à fachada “viva” da Green Cast, em Odawara, no Japão. Projetado em 2011 pelo escritório japonês Kengo Kuma & Associates, com área total de 1.052 m² (dos quais 180 m² são para uso residencial, com acesso a um terraço na cobertura), este edifício consegue uma camuflagem orgânica convincente graças ao uso de painéis de alumínio injetado com espuma de estireno. Aplicados na fachada em diferentes tamanhos e ligeiramente na diagonal, estes moldes, usados como canteiros de plantas, criam um efeito tridimensional e ao mesmo tempo escondem a tubulação necessária a seu funcionamento.
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 x (Foto: Roland Halbe)
NORD/LB – Hannover, Alemanha
Capital da Baixa Saxônia, conhecida por suas feiras e polos científicos, Hannover tem, na nova sede do banco NORD/LB, um marco arquitetônico e um motivo de orgulho. Erguido junto à prefeitura, o edifício foi desenhado pelo escritório Behnisch & Partner, de Sttutgart. Sua missão era abrigar 1.500 funcionários. Para tanto, construiu-se uma torre envidraçada de 70 m de altura e 71,60 mil m². Seus diferentes volumes desencontrados levaram-lhe ao apelido jocoso de “amontoado de caixotes”. Tudo mudou quando, em 2002, a sede foi laureada com o prêmio da Baixa Saxônia para Arquitetura.
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  (Foto: Rafael Gamo)
Museu Soumaya – Cidade do México, México
O mexicano Carlos Slim Helú, o homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes,
é um reconhecido filantropo. Mas lhe faltava uma obra que fizesse realmente jus a tal faceta. Com seu incentivo, nasceu na capital mexicana o Museu Soumaya, inaugurado em 2010 depois de um investimento que equivale a US$ 62,5 milhões. O ícone, projetado pelo mexicano Fernando Romero e seu Laboratory of Architecture – LAR, impressiona pela imponência de sua forma meio indefinida – como se o intuito fosse quebrar a ideia rígida que se tem desse tipo de construção. No interior da fachada, revestida de placas de aço galvanizado e mosaicos hexagonais de alumínio, os andares surgem em volumes diferentes entre si. Isso faz com que os visitantes sigam uma rota não linear ao longo dos 20 mil m² de espaço expositivo.

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