Ásia
Coreia do Norte cumpre ameaças e realiza teste nuclear
Desafiando diversas pressões internacionais, regime de Kim Jong-un confirmou a realização de um "bem-sucedido" teste atômico - o 3º da história do país
Televisão sul-coreana fala sobre teste nuclear na vizinha do norte
(Kim Jae-Hwan / AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o novo teste nuclear, classificando-o como uma “ação altamente provocativa”, que atenta contra a segurança na região. Em comunicado, o governo americano ressalta que permanecerá “vigilante” diante das “provocações” norte-coreanas e “firme em nosso compromisso de defesa de nossos aliados na região”. “Essas provocações não fazem da Coreia do Norte uma nação mais segura. Longe de alcançar seu objetivo de se transformar em um país forte e próspero, a Coreia do Norte é um lugar cada vez mais isolado e com uma população mais empobrecida, devido a sua imprudente busca de armas de destruição em massa”, afirma o texto.
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Antes mesmo da confirmação por parte de Pyongyang, Washington e Seul já haviam detectado abalos sísmicos incomuns na região e deduzido, acertadamente, que eles eram um reflexo do exercício nuclear norte-coreano. Diante da evidência, os vizinhos do país comunista, Japão e Coreia do Sul, eleveram os seus níveis de alerta militar e convocaram reuniões de emergência para discutir a questão. De acordo com o jornal New York Times, Estados Unidos e Japão enviaram para a região aviões com sensores de radiação para avaliar a extensão da detonação. O Conselho de Segurança da ONU também confirmou um encontro extraordinário nesta terça para discutir o teste. O órgão já havia prometido que Pyongyang enfrentaria "séria consequências" se colocasse o plano em prática.
China - A Coreia do Norte subiu o seu tom bélico e provocativo contra os EUA e seus aliados na Ásia logo após as sanções do próprio Conselho de Segurança da ONU contra o país, ampliadas depois do teste com um míssil de longo alcance em dezembro. Nas últimas semanas, Pyongyang repetiu ameaças de seguir adiante com um teste nuclear tendo como alvo o "inimigo jurado do povo norte-coreano": os Estados Unidos. A ousadia de Kim Jong-un, no entanto, pode incomodar o único aliado poderoso do regime. Ao realizar o teste, a Coreia do Norte não ignorou apenas as reiteradas advertências da ONU e de potências como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, mas também desrespeitou uma clara orientação da China. No final de janeiro, um editorial do jornal Global Times – controlado pelo Partido Comunista chinês – afirmou que o gigante asiático não hesitaria em cortar sua ajuda a Pyongyang caso o regime de Kim Jong-un seguisse adiante com suas ameaças de um teste atômico.
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Potência - Embora a Coreia do Norte não tenha confirmado a potência da detonação, já está claro que ele foi mais poderoso do que os dois testes anteriores - em 2006 e 2009. Especialistas sul-coreanos estimam que o tremor registrado nesta terça foi provocado por uma explosão com potência entre seis e sete quilotons - inferior à bomba de treze quilotons lançada sobre Hiroshima, em 1945.
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