publicado em 02/04/2011 às 16h04: atualizado em: 02/04/2011 às 16h31ONU reage e abre fogo contra
ONU reage e abre fogo contra
tropas governistas na Costa do Marfim
800 morreram em massacre no país africano, que está à beira da guerra civil
Issouf Sanogo/AFP
A tensão aumento desde que tropas de Ouattara tomaram a capital, Yamoussoukro, e avançara sobre Abdijã
Tropas da ONU reagiram a um ataque de forças do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, e abriram fogo contra os militares neste sábado (2). O país está à beira da guerra civil após o atual líder se negar a passar o poder ao sucessor, Alassane Ouattara, eleito no ano passado. Só na cidade de Duekoue, 800 pessoas morreram vítimas de um massacre, mostra do alto nível de tensão no país.
O confronto entre os Capacetes Azuis da ONU e as tropas de Gbagbo ocorreram após ataque das Forças Republicanas da Costa do Marfim (FRCI), leais a Ouattara, reconhecido internacionalmente como vencedor.
O comando da Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci), que não sofreu baixas, se viu obrigado a responder e acertou cinco integrantes das forças especiais de Gbagbo, informou o organismo em comunicado neste sábado.
O porta-voz da Onuci, Hamadoun Touré, disse que não sabia se os milicianos favoráveis a Gbagbo tinham morrido. Touré ressaltou a atitude imparcial dos Capacetes Azuis (nome dado aos militares da ONU) e sua vontade de evitar qualquer enfrentamento com as forças marfinenses de ambos os grupos, mas assegurou que responderiam se fossem atacados.
A tensão aumento desde que tropas de Ouattara tomaram a capital, Yamoussoukro, e avançara sobre Abdijã, a principal cidade do país.
Veja a reportagem.
Massacre deixou 800 mortos em Duekoue
Mais de 800 pessoas foram executadas na cidade de Duekoue, no oeste da Costa do Marfim, desde o segundo turno das eleições presidenciais em novembro do ano passado. Os números são da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), divulgados em comunicado.
- A FIDH confirma que aconteceram massacres na cidade de Duekoue, onde desde o segundo turno da eleição presidencial mais de 800 pessoas foram executadas. Testemunhos confirmam as execuções precisas de indivíduos, em especial da etnia Guere, em 29 de março de 2011 no bairro Carrefour.
De maneira geral, a FIDH "condena os graves abusos cometidos contra a população civil pelas partes em conflito, dentro da ofensiva lançada pelas Forças Republicanas da Costa do Marfim (FRCI) de Ouattara para tomar o controle do país, em especial na capital econômica Abdijan". Durante uma ofensiva relâmpago esta semana, as forças leais a Alassane Ouattara, reconhecido presidente eleito pela comunidade internacional, tomaram o controle de quase todo o país, com exceção dos redutos em Abdijã de leais a Laurent Gbagbo, chefe de Estado que não admite a derrota nas urnas.
A Missão da ONU na Costa do Marfim (ONUCI) informou neste sábado que 330 pessoas morreram em Duekoue, oeste do país, a maioria por combatentes de Ouattara.
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