A magnífica Etiópia, um país singular e cheio de surpresas
HAROLDO CASTRO DE ADIS ABABA (TEXTO E FOTOS)
12/02/2014 14h44
- Atualizado em
12/02/2014 14h47
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Preparo-me para irà Etiópia pela quinta vez, agoracom um grupo de
intrépidos viajantes brasileiros. Pretendemos passar a Semana Santa nas
igrejas esculpidas de Lalibela. Desde minha primeira jornada em 1983, o
país me marcou profundamente. Tudo é tão único e tão particular. Costumo
dizer que a Etiópia – a antiga Abissínia, o país independente mais
antigo do continente – tem um sabor eclético; é uma miscelânea cultural
onde Arábia, Índia e África fundem-se para criar um país totalmente
diferente. Na crônica de hoje, menciono trêscaracterísticas etíopes
únicas: a contagem das horas, o cereal nacional e o planalto central.
Revejo fotos minhas em Adis Ababa, a capital situada a 2.350 metros:
sempre apareço com uma camisa de manga comprida e um casaquinho no final
da tarde. Quando lá estive, em abril, a temperatura variava entre 15º C
e 25º C. Nada a ver com a África tórrida que quase sempre imaginamos.De fato, a Etiópia é um país de montanhas. Revendo meu Diário de Bordo de 2010, noto que, quando atravessamos a Etiópia de 4x4 em março e abril, sempre estivemos em uma altitude entre 1.300 e 2.400 metros. A boa notícia é que nestas alturas o mosquito da malária, uma das piores pragas do continente, não consegue viver. Outro ponto positivo é que o clima, apesar do país estar a poucos graus acima da Linha do Equador, é ameno, quase temperado.
A Etiópia usa o calendário Juliano da Igreja Cristã Ortodoxa e não o nosso Gregoriano. O ano possui 12 meses de 30 diase um 13º de cinco ou seis dias, dependendo se o ano é bissexto. Em números de anos, os etíopes estão “atrasados” quase oito anos (sete anos e nove meses). O Ano Novo na Etiópia acontece no nosso dia 11 de setembro, o primeiro do mês local Meskerem. Assim, hoje, 12 de fevereiro de 2014 equivale, para os etíopes, ao dia5do mês yekalit(nosso junho) do ano 2006.
São necessários três dias para que o teff comprado no mercado se transforme em uma injira, durante um processo que começa com a fermentação do cereal na água e acaba na chapa. É a fermentação que dá um gostinho um amargo à panqueca etíope. A mistura líquida é preparada como um crepe e tem aparência esponjosa.
Além da injira que está na base do prato, há sempre uma outra injirapara cada pessoa. Para comer, devemos cortar um pedaço pequeno da injira e, com a ponta dos dedos,capturar um pouco da comida. Na Etiópia, come-se com a mão direita e não se usa talheres.
Mesmo tendo tradições tão diferentes das nossas, vale a pena conhecer o país!
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