Economia
Setor elétrico
Lobão e ONS batem cabeça sobre risco de racionamento
Ministro de Minas e Energia apressou-se em contradizer diretor do ONS sobre nível de reservatórios do país
Lobão: energia será assegurada pela geração das usinas termelétricas
(ABR)
Na terça-feira, Chipp havia declarado que poderia haver desabastecimento de energia elétrica se os reservatórios das hidrelétricas do principal sistema gerador (Sudeste/Centro-Oeste) ficassem abaixo do nível de 43% da capacidade no fim de abril. Atualmente, estão em 35%. O ONS teme que os volumes não sejam suficientes para abastecer normalmente o país ao longo do período de estiagem - entre maio e novembro.
Contradizendo o técnico, Lobão afirmou que tal patamar de armazenamento (43%) "é confortável", mas disse que, mesmo que não se chegue a esse nível, não haverá desabastecimento. O suprimento, segundo o ministro, seria assegurado pelas usinas termelétricas, que geram energia mais cara e têm pesado sobre as contas do governo. O ministro não mencionou, contudo, que mesmo as térmicas operam em sua capacidade máxima de geração.
Logo após o apagão que deixou 13 estados brasileiros no escuro, no início de fevereiro, Chipp aventou a possibilidade de um raio ter causado o incidente. A presidente Dilma e o ministro Lobão rapidamente se pronunciaram para negar a informação. Em entrevista à imprensa um ano antes, a presidente havia até mesmo ironizado o argumento climático para justificar falhas elétricas.
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Risco aumenta — Segundo estudo da Safira Energia, se nos próximos quatro meses o nível de chuvas for semelhante ao de janeiro, o sistema elétrico nacional estará igual ao visto em 2001, quando o Brasil passou por um severo racionamento de energia. Tal estimativa leva em conta o acréscimo de geração térmica e linhas de transmissão realizadas entre 2001 e 2014, segundo Fábio Cuberos, gerente de regulação da consultoria.
No primeiro mês do ano, o segundo pior janeiro em 83 anos, a capacidade dos reservatórios ficou em torno de 30.100 megawatt (MW) médio, o equivalente a 55% da média histórica (56.400 MWmed). Se a situação perdurar até abril, o país passará pelo pior período de seca desde 1955.
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