Variante genética deixa um quarto dos chineses mais vulneráveis à gripe
Alteração nos genes não
afeta probabilidade de ser infectado pelo vírus, mas sim a chance de
desenvolver casos mais severos da doença
Pesquisa mostrou que uma alteração no gene IFITM3, um dos
responsáveis pelo combate ao vírus Influenza, pode deixar os pacientes
mais vulneráveis aos sintomas da doença
(Thinkstock)
Quase um quarto dos chineses possui uma variante genética que aumenta
em seis vezes seu risco de adoecer gravemente quando infectados com o
vírus da gripe, afirma um estudo publicado nesta terça-feira na revista Nature Communications.
Instituição: Universidade de Ciências Médicas da Capital, na China Dados de amostragem: 83 pacientes infectados com H1N1 entre 2009 e 2010 Resultado: Uma variante conhecida como rs12252 está
presente em 24% dos chineses. Apesar disso, foi encontrada em 69%
daqueles que manifestaram sintomas severos de gripe
Cientistas da China e da Grã-Bretanha analisaram dados hospitalares de
83 pacientes chineses infectados durante a pandemia de gripe provocada
pelo vírus H1N1 entre 2009 e 2010. A variante estudada pelos
pesquisadores se baseia em uma única mudança no código de um gene chave
do sistema imunológico, o IFITM3, um dos responsáveis pelo combate ao
vírus Influenza.
Os cientistas analisaram especificamente uma alteração chamada rs12252,
que está presente em 24% dos chineses da etnia Han, majoritária no
país. Segundo o estudo, seus números foram desproporcionalmente elevados
entre os pacientes seriamente afetados pela gripe. Entre aqueles
tratados com sintomas sérios e cujo código genético foi decodificado,
69% tinham a alteração. Entre os pacientes com manifestações menos
severas da doença, 25% tinham a variante.
O estudo afirma que a vulnerabilidade provavelmente se aplica a todas
as cepas do vírus da gripe, e não apenas ao H1N1. Os pesquisadores
também levantaram a possibilidade de a variante aumentar o risco de
morrer de gripe, mas eles dizem que mais estudos devem ser feitos para
se chegar a alguma conclusão.
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver uma análise genética
capaz de descobrir quais pessoas poderiam correr mais riscos de
desenvolver sintomas sérios da doença, para passar por tratamentos mais
urgentes.
Justiça nega pedido de liberdade a um dos sócios de boate que pegou fogo
Incêndio no último domingo (27) deixou 235 mortos
Terra
A Justiça do Rio Grande do Sul negou nesta quinta-feira o pedido de
liberdade provisória a Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, um dos
sócios-proprietários da Boate Kiss, onde ocorreu o incêndio que matou no
domingo mais de 230 pessoas em Santa Maria (RS). Ele está sob custódia
desde a última segunda-feira em um hospital de Cruz Alta, onde está
internado.
De acordo com o juiz plantonista da Comarca de Santa Maria, Afif Simões
Neto, não há motivos plausíveis para desfazer a sentença do juiz Régis
Adil Bertolini. Conforme o magistrado, o decreto de prisão temporária se
baseia "em sólidos fundamentos fáticos e jurídicos, principalmente no
que diz respeito à necessidade da custódia para a investigação que se
encontra em curso". Na decisão, Simões Neto disse que o empresário deve
ser interrogado novamente assim que receber autorização médica.
Incêndio na Boate Kiss
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada
do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por
volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro
da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com
um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia
show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram
pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar
sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi
pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu
tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram
levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se
reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a
contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as
famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem
oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o
governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda
de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.
Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da
região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio
de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde,
com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação
de atendimento às vítimas.
Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois
sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e
Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira,
Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a
Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo
de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa
noturna.
A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em
boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram
fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a
programação de Carnaval devido ao incêndio.
Síria, Rússia, Irã e Liga Árabe denunciam ataque de Israel em Damasco
Aviação israelense atingiu centro de pesquisa militar
AFP
A Síria protestou nesta quinta-feira perante as Nações Unidas pelo
ataque aéreo da aviação israelense na quarta-feira contra um centro de
pesquisa militar em seu território, o que também foi criticado por
Rússia, Irã e Liga Árabe.
O governo sírio também advertiu que a Síria tem o direito de "se
defender e de defender seu território e sua soberania" e responsabilizou
"Israel e os Estados que o protegem no Conselho de Segurança" pelas
eventuais consequências da agressão.
A Rússia manifestou sua preocupação. "Caso a informação seja confirmada,
isto significa que aconteceu um bombardeio sem nenhuma justificativa no
território de um Estado soberano, o que viola grosseiramente a carta da
ONU e é inaceitável, independente do motivo", afirma um comunicado da
chancelaria russa.
Por sua vez, o vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir
Abdolahian, disse nesta quinta-feira que o ataque aéreo israelense terá
graves consequências.
Até o momento, oficialmente Israel mantém silêncio absoluto sobre o assunto.
O bombardeio, que causou a morte de duas pessoas, segundo os sírios, é o
primeiro ataque israelense contra a Síria desde 2007 e, sobretudo,
desde março de 2011, quando teve início a revolta contra o presidente
Bashar al-Assad, que posteriormente se converteu em guerra civil.
Por sua vez, o chefe da oposição, Ahmed Moaz al-Jatib, denunciou a
passividade do regime sírio diante do ataque israelense, em declarações à
rede de televisão do Qatar Al-Jazeera.
"Os aviões israelenses vieram e seus aviões só servem para destruir as
mesquitas e as universidades e matar os civis", disse Jatib dirigindo-se
ao presidente sírio Bashar al-Assad.
Jatib encontra-se no Cairo, onde a oposição realiza uma reunião que se
anuncia como tumultuada devido as suas declarações na véspera, quando
afirmou que estava "disposto a negociações diretas com representantes do
regime sírio no Cairo, Tunísia ou Istambul".
No entanto, em terra a violência prosseguia. Nesta quinta-feira,
militares e rebeldes se enfrentavam no sul de Damasco, também
bombardeado pela artilharia do regime, informou o Observatório Sírio de
Direitos Humanos (OSDH).
Este Observatório, que utiliza uma rede de ativistas e médicos como
fonte de informação, também afirma que ocorrem combates perto do
acampamento de refugiados palestinos de Yarmuk e bombardeios na
periferia leste da capital.
Na cidade de Homs, mais ao norte, o bairro de Jaldiyé, assediado há mais
de seis meses pelo exército, era alvo de foguetes, segundo o OSDH.
No Cairo, a oposição síria deve adotar nesta quinta-feira uma posição
oficial a respeito do convite ao diálogo feito pelo regime para tentar
superar a crise.
Na quarta-feira, o líder da oposição, Ahmed Moaz al-Jatib, provocou
agitação ao afirmar que estava disposto a discussões diretas com
representantes do regime.
"Em sinal de boa vontade para uma solução política para a crise e para
abrir caminho para um período de transição que coloque fim ao
derramamento de sangue, anuncio que estou disposto a negociações diretas
com representantes do regime", afirmou Jatib.
O embaixador da oposição em Paris descartou a participação de Assad ou
de sua equipe no diálogo, mas a posição de Jatib provocou mal-estar no
Conselho Nacional Sírio, principal força da coalizão, que não aceita um
diálogo antes que o presidente sírio deixe o poder.
Mas Jatib impôs condições prévias: a libertação das 160.000 pessoas
detidas e a renovação dos passaportes dos sírios no exterior para que
não sejam detidos no retorno ao país.
O governo sírio, que aspira organizar o diálogo em Damasco, não reagiu oficialmente à declaração.
No entanto, o jornal Al-Watan, próximo ao poder, destacou "as divisões
da oposição síria no exterior, incapaz de adotar uma posição comum", o
que contrasta com a oposição tolerada, que na terça-feira se reuniu em
Genebra e "aprovou a ideia de um diálogo".
A Terra vista do espaço: astronauta registra a Lua Cheia
18 de Janeiro de 2013 • 09h11
• atualizado em 31 de Janeiro de 2013 às 10h12
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Astronauta registra a Lua Cheia da Estação Espacial. "Tão
perto, ainda assim...", escreve Chris Hadfield no dia 30 de janeiro
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O astronauta canadense Chris Hadfield fotografou o Outback
- o deserto australiano - diretamente da órbita terrestre na noite de
quinta-feira, dia 24 de janeiro. "Jackson Pollock teria sido ainda mais
inspirado ao ver o Outback da órbita", afirmou o comandante. Ele posta
com frequência imagens capturadas do espaço em seu Twitter. O comandante
está vivendo a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla
em inglês) desde dezembro
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A ponte Golden Gate também foi registrada do espaço nesta
quinta-feira. "Se você olhar com atenção, pode até ver sua sombra",
garantiu o astronauta
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A gélida costa leste canadense foi registrada nesta
terça-feira, 22 de janeiro, por Chris Hadfield, que está a bordo da
Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Hadfield, que é
canadense, fotografa e compartilha quase diariamente imagens de
diferentes locais da Terra em seu Twitter
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O astronauta Chris Hadfield, que está a bordo da Estação
Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde dezembro,
registrou a costa da Austrália nesta terça-feira, dia 22 de janeiro. Na
foto aparece a cidade de Perth, uma das maiores do país. Veja a seguir
outras imagens da terra vista do espaço
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O astronauta da ISS Chris Hadfield registrou o Rio da
Prata na capital da Argentina, Buenos Aires, na noite de quinta-feira,
17 de janeiro
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Costa peruana também foi fotografada pelo astronauta.
Enquanto passava pelo país, ele saudou os habitantes: "Hola América
Latina!"
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O astronauta canadense Chris Hadfield postou no Twitter em
7 de janeiro uma foto da ilha grega de Corfu. Hadfield está em uma
visita de cinco meses à Estação Espacial Internacional
SP: ativistas tiram a roupa em ato contra assassino da zona leste
31 de Janeiro de 2013 • 14h02
• atualizado às 14h40
As manifestantes protestaram na região da Liberdade, nesta quinta-feira Foto: Fernando Borges / Terra
As ativistas do grupo feminista Femen fizeram uma manifestação na tarde
desta quinta-feira no centro de São Paulo para reclamar da violência
contra as mulheres. Segundo Sara Winter, líder do movimento no Brasil, o
grupo resolveu fazer o protesto ao saber da prisão de um assassino na
zona leste da capital, acusado de matar cinco mulheres que, segundo ele,
eram todas garotas de programa.
"Nós ficamos sabendo desse caso e viemos aqui nos manifestar. Temos que
lutar para combater a violência contra a mulher. Ele escolhia
prostitutas para matar. Vendemos o nosso corpo, mas não vendemos a nossa
alma", disse a Sara.
Em um dos cartazes do grupo, a manifestante questionava se merecia
morrer só pelo fato de ser prostituta. O intuito do grupo, segundo Sara
Winter, é questionar o poder da pessoa matar a mulher só pelo fato dela
se prostituir.
O protesto do grupo feminista durou poucos minutos e aconteceu na
região da avenida Liberdade, no bairro com o mesmo nome. Segundo o
grupo, hoje não era dia de entrar em confronto com a polícia por um
motivo nobre : o Femen foi convidado para participar da Campus Party,
evento de tecnologia que acontece em São Paulo nesta semana.
"Hoje a gente nem podia ser presa, temos um compromisso mais tarde. A
Manifestação foi tranquila e não tivemos nenhum problema com a polícia",
falou. Assassino em série
O auxiliar de limpeza Eduardo Sebastião do Patrocínio, 42 anos, foi
preso na última quinta-feira acusado de ter matado uma mulher na região
do Itaim Bibi, na zona leste de São Paulo. Após ser questionado pela
polícia, o homem acabou confessando cinco crimes, com as mesmas
características.
Segundo o Departamento de Homicídios e de Proteção a Pessoa (DHPP), ele
procurava as mulheres nas ruas da zona leste e as convidava para ir até
a sua casa. Lá, ele não conseguia ter a ereção e, possuído por intensa
raiva, cometia os crimes.
As vítimas, segundo a polícia, eram escolhidas por serem garotas de
programa ou usuárias de drogas, mas essa versão ainda não foi confirmada
já que apenas duas das mulheres mortas foram identificadas.
Apesar do assassino ter confessado cinco mortes, a polícia trabalha com a hipótese de haver mais vítimas.
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Manifestantes do grupo Femen fizeram cartazes para protestar contra a violência
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Mulher pintando o corpo no centro de São Paulo
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As ativistas questionaram o fato de mulheres serem mortas por serem prostitutas
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Dessa vez, o grupo não entrou em confronto com a polícia
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Integrantes do Femen são conhecidos por tirar a roupa durante os protestos
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Grupo chamou a atenção na região da avenida Liberdade
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Após o ato, elas iriam para a Campus Party
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Sara Winter com o cartaz dizendo "Fui prostituta. Mereço morrer?"
Surfista americano Garret McNamara desce onda gigantesca em Portugal
Atleta volta a surfar onda de dimensões impressionantes na Praia do Norte, em Nazaré, mesmo lugar onde conseguiu a maior marca de 2011
Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
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O surfista americano Garret McNamara conseguiu mais um feito
extraordinário na manhã desta segunda-feira na Praia do Norte, em
Portugal. McNamara surfou uma onda de dimensões gigantescas. O americano
é um dos surfistas de ondas grandes mais experientes do planeta e já
colocou seu nome no livro dos recordes ao surfar uma ondulação de 27,5
metros, a maior de 2011, também na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal.
McNamara habitualmente surfa ondas na localidade portuguesa (Foto: Reprodução/ZON North Canyon)
Ainda não há uma medição oficial do tamanho da onda que McNamara
surfou. Mas o feito do americano de 45 anos rodou o mundo pela internet,
assombrando os fãs de surfe. O surfista postou um agradecimento aos fãs
que o louvaram pela rede.
- Obrigado a todos pelo apoio, significa muito para mim. Hoje foi um
dia sensacional e muito divertido estar lá - disse McNamara.
A localidade portuguesa conhecida como o Canhão da Nazaré é um
desfiladeiro submarino de origem tectônica situado ao largo da costa de
Nazaré, Portugal. A falha na placa continental com cerca de 170
quilômetros de comprimento e cinco quilômetros de profundidade canaliza a
ondulação do Oceano Atlântico para a Praia do Norte, criando grandes
ondas e proporcionando condições únicas para a prática mais radical do
surfe.
China testa super avião para transporte de cargas e passageiros
28 de Janeiro de 2013 • 08h27
• atualizado às 08h31
Avião deverá ser usado para ajuda humanitária no país asiático Foto: Reprodução
A China testou com sucesso no sábado um grande avião com multifunção de
transporte de cargas e de passageiros, de acordo com informações do
jornal China Daily.
O Yun-20, ou Transporte-20, deve ser utilizado para a defesa da China e
também para melhorar o acesso do país em casos de emergência como
alívio de desastres e ajuda humanitária. O avião gigante deve continuar a
realizar experimentos e os voos de teste, conforme informações do Global Times.
Bactérias resistentes 'ameaçam mais que aquecimento global'
James Gallagher
CDC
Imagem mostra cultura de bacilos causadores da
tuberculose; cresce o número de relatos sobre resistência a antibióticos
nas cepas da doença
O aumento de infecções resistentes a medicamentos é comparável à ameaça
do aquecimento global, de acordo com a principal autoridade de Saúde da
Inglaterra.
Sally Davies, chefe do serviço médico civil da Inglaterra, disse que as
bactérias foram se tornando resistentes às drogas atuais e há poucos
antibióticos para substituí-las.
Ela disse a uma comissão de deputados britânicos que uma operação de
rotina pode se tornar letal devido à ameaça de infecção. Especialistas
disseram que este é uma problema global e que precisa de mais atenção.
Os antibióticos são uma das maiores histórias de sucesso na medicina.
No entanto, as bactérias são um inimigo que se adapta rapidamente e
encontra novas maneiras de burlar as drogas.
Um dos exemplos desta ameaça é o Staphylococcus aureus resistente à meticilina - ou Sarm (também conhecida pela sigla em inglês MRSA - Methicillin-resistant Staphylococcus aureus)
-, uma bactéria que rapidamente se tornou uma das palavras mais temidas
nas enfermarias de hospitais e há também crescentes relatos de
resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia. 'Cenário apocalíptico'
Davies disse: "É possível que a gente jamais veja o aquecimento global
acontecer, então o cenário apocalíptico é quando eu precisar operar meu
quadril daqui a em 20 anos e for morrer de uma infecção de rotina,
porque os antibióticos não funcionam mais."
Ela disse que só um único antibiótico sobrou para tratar a gonorreia.
"É muito grave, e é muito grave porque nós não estamos usando nossos
antibióticos de forma efetiva".
"Não há um modelo de mercado para fazer novos antibióticos, de modo que
estas bactérias se tornaram resistentes, o que ocorreria naturalmente,
mas estamos estimulando isso pela forma com que antibióticos são usados,
e não haverá novos antibióticos adiante." Arsenal vazio
O alerta feito pela especialista no Parlamento britânico ecoa avisos
semelhantes feitos pela Organização Mundial de Saúde, que disse 1ue o
mundo está caminhando para uma "era pós-antibióticos", a menos que sejam
tomadas medidas.
A entidade pinta um futuro no qual "muitas infecções comuns não terão mais uma cura e, mais uma vez, matarão incessantemente".
O professor Hugh Pennington, microbiologista da Universidade de
Aberdeen, disse que a resistência a drogas é "um problema muito, muito
sério".
"Precisamos prestar mais atenção a ele. Precisamos de recursos para
monitoramento, para lidar com o problema e para fazer informações
públicas circularem adequadamente."
Ele sublinhou que este não era um problema exclusivo do Reino Unido.
"As pessoas estão indo para o exterior para operações, ou para, vamos
dizer, fazer turismo sexual e trazer para cá gonorreia, que é um grande
problema em termos de resistência a antibióticos - e também há
tuberculose em muitas partes do mundo.
Pennington disse que as empresas fabricantes estavam sem opções também,
porque todas as drogas mais simples já haviam sido produzidas. "Temos
de estar cientes de que não vamos ter novos remédios milagrosos, porque
simplesmente não há novos remédios".
Pessoas que tomam
aspirina por muitos anos - pacientes cardíacos, por exemplo - são mais
suscetíveis a desenvolver um determinado tipo de cegueira, revelaram
cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália. Os resultados foram
publicados dia 21 de janeiro na revista científica JAMA Internal Medicine.
O estudo acompanhou 2.389 pessoas com 65 anos, em média. Um em
cada dez deles usava aspirina pelo menos uma vez por semana. Os
pacientes foram submetidos a testes oftalmológicos a cada cinco, dez e
15 anos. Ao final do estudo, os pesquisadores concluíram que 9,3% dos
pacientes que tomaram aspirina desenvolveram o tipo úmido da degeneração
macular relacionada à idade, contra uma taxa de 3,7% entre os pacientes
que não faziam uso da medicação. De acordo com os autores, a cegueira
foi notada após 10 ou 15 anos, indicando que o uso contínuo é relevante
nos resultados.
A forma úmida de degeneração macular relacionada à idade é
causada pelo crescimento dos vasos sanguíneos. Isso provoca o inchaço e o
sangramento da retina. O processo pode acontecer muito rapidamente,
sendo idade, fumo e histórico familiar os principais fatores de risco.
Os cientistas não souberam dizer quais mudanças seriam necessárias na
ingestão do remédio para evitar a cegueira.
Os pesquisadores
reconheceram, no entanto, que para a maior parte dos pacientes há "pouca
evidência" para mudar a prescrição do medicamento. Eles também
indicaram que o uso da droga seja reavaliado em pacientes de alto risco,
como aqueles que já possuem a doença em um de seus olhos.
Substitua os analgésicos no combate à dor crônica Quando
a dor persiste, dois cuidados são fundamentais: buscar um especialista
para entender a origem do problema e controlar o consumo de analgésicos,
evitando a dependência deste tipo de medicamento. "O tratamento
especializado para dor crônica e a mudança de hábitos ajudam a
amenizá-la", afirma a anestesista Fabíola Peixoto Minson, diretora da
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Contra elas, veja
dicas simples e saudáveis.
Pratique exercícios
As dores pelo corpo atrapalham a prática de
exercícios e, num círculo vicioso, a falta de exercícios piora as dores
pelo corpo. Algumas condições, como fibromialgia e certos desvios de
coluna, impedem ou atrapalham os movimentos. Nesses casos, o
acompanhamento de um fisioterapeuta ou profissional de Educação Física é
fundamental. "Mas vale lembrar que a atividade física pode ser
praticada em outros ambientes, além da academia", afirma a
fisioterapeuta Mariana Schamas, do grupo de caminhada Pare a Dor.
Caminhadas ao ar livre, dança, tai chi chuan, yoga, pilates e até
serviços de casa são alternativas para melhorar o condicionamento
físico. O bem-estar imediato também sai ganhando, porque há liberação da
endorfina enquanto você treina e esta substância é um analgésico
natural do organismo, oferecendo uma sensação de relaxamento. Praticando
exercícios pelo menos meia hora, três vezes por semana, por pelo menos
dois meses, você sentirá menos dores, o que diminui até mesmo o uso de
analgésicos.
Relaxe
Alongamento,
exercícios respiratórios e meditação acalmam a mente, relaxam a
musculatura e ajudam você a ganhar consciência corporal, evitando
esforços desnecessários para os músculos e para as articulações.
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos,
analisaram 500 estudantes que nunca haviam meditado. Os participantes
fizeram um treinamento de 20 minutos da prática, durante três dias
consecutivos e, depois, foram submetidos a testes com choques elétricos.
Os resultados, publicados no The Journal of Pain, apontaram que a meditação ajudou a aliviar a dor, mesmo que os estudantes fossem iniciantes.
Evite o álcool e durma bem
Muita gente acredita que um bom cálice de vinho
ou até mesmo uma cerveja antes de dormir favorecem um sono mais
relaxado. Mas, apesar de ajudar na dormência, o álcool provoca
microdespertares durante a noite e não deixa que o sono REM (do inglês Rapid Eyes Movement,
o sono mais profundo) chegue. "Quem dorme bem, descansa e relaxa mais
e, consequentemente, sente menos dores", afirma a fisioterapeuta
Mariana.
Alimente-se bem
A alimentação balanceada previne sobrepeso e
obesidade, protegendo as articulações da dor e do desgaste causados pelo
excesso de peso. Além disso, muitos alimentos têm substâncias
anti-inflamatórias, que ajudam no combate à dor. Nessa classe,
destacam-se opções ricas em ômega-3 (como o azeite e os peixes de água
fria) e em antioxidantes, encontrados na semente de linhaça, na uva
(especialmente nas de cor escura) e no tomate, por exemplo.
Investigue a dor
Escrever um diário da dor é muito importante
tanto para o médico quanto para o paciente: anote o que desencadeou a
dor e o que você fez para aliviar o desconforto. "O diário deve listar
desde uso de medicamentos até fatores relacionados à mudança de humor,
falta de sono, alterações climáticas ou problemas", afirma
fisioterapeuta.
Respeite seu corpo
Quem tem uma dor crônica precisa se movimentar,
mas isso não significa ultrapassar limites. Ouça seu corpo se ele pedir
repouso e busque alternativas para melhorar sua disposição, sempre pouco
a pouco. Agir de maneira agressiva, forçando esforços mais pesados,
pode causar lesões e piorar ainda ais um quadro de dor.
Tenha momentos de lazer
Manter um hobby é alternativa para você esquecer a
dor por uns instantes, o foco é direcionado para uma atividade
prazerosa e o incômodo aparece em segundo plano, melhorando seu
convívio social e, por consequência, a autoestima. A dança, em ritmos
leves, apresenta bons resultados na melhora de pacientes com dor
crônica.
Controle a medicação
Os remédios usados para tratar a dor crônica são os analgésicos
e os psicotrópicos, que diminuem a ansiedade e melhoram o estado de
tensão permanente comum nessas condições. Apesar de seguros quando
prescritos e consumidos com a orientação de um médico, esses remédios
podem dar um pouco de sonolência e prisão de ventre. "Preste atenção no
seu organismo, faça anotações e fale sobre elas na próxima consulta
médica, assim é possível ajustar a dose ou substituir o medicamento",
afirma anestesista Fabíola Peixoto Minson, da Sociedade Brasileira para o
Estudo da Dor (SBED).
Governo mente sobre a saúde de Chávez, diz Capriles
Para o líder da oposição, ditador tem obrigação de falar ao país, se estiver bem
Hugo Chávez
(Reuters)
O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, disse neste domingo que o governo mente descaradamente sobre a saúde de Hugo Chávez
e perguntou por que o líder não fala ao país, já que pode assinar
cartas. 'Uma pessoa que pode assinar cartas, uma pessoa que pode fazer
brincadeiras, não vai poder falar ao país? Então, alguém está mentindo
descaradamente', afirmou ele, durante um ato como governador do estado
Miranda.
Ao se dirigir aos simpatizantes do ditador, que se submeteu a uma
intervenção cirúrgica em 11 de dezembro em Cuba e desde então não voltou
à Venezuela, Capriles enfatizou que "o governo está mentindo para eles
debaixo dos seus narizes".
O ex-candidato à presidência afirmou ainda, sem detalhar nomes, que
"para esses cavalheiros" não interessa nem os problemas do país nem a
situação que se vive a cada a dia. "Aqui, a única coisa que interessa é
defender o cargo, a parcela de poder."
Antes de viajar para o Chile para a cúpula da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) - União Europeia (UE), o
vice-presidente Nicolás Maduro disse que transmitiria aos chefes de
estado e de governo uma "extraordinária" mensagem de Chávez, que
permanece na ilha desde 10 de dezembro.
As acusações de pagamento de propina contra Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves
A PolÃcia Federal acusa homens de confiança
dos prováveis presidentes do Senado e da Câmara de receber propina e
traficar influência em benefÃcio de um empreiteiro
DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS (DE MACEIÓ), MARCELO ROCHA, FLÃVIA TAVARES E LEANDRO LOYOLA
Distinto público: abrem-se nesta semana as cortinas para o mais bufo
dos espetáculos políticos deste ano. A partir da sexta-feira, os
parlamentares escolherão os presidentes do Legislativo. O voto deles é
livre e secreto. Ao que tudo indica, duas estrelas da política subirão
ao palco sob unânime aplauso. Na Câmara, será eleito presidente o
deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, que há
42 anos engrandece o Parlamento brasileiro. No Senado, após cinco anos
de ensaios forçados na coxia, voltará à presidência da Casa Renan
Calheiros, também do PMDB, este por Alagoas. Henrique e Renan – ou Renan
e Henrique, conforme pareça melhor à plateia – têm o mesmo estilo de
atuação: gestos contidos, expressão ladina e repertório riquíssimo. Nos
cofres da Polícia Federal, onde se encontram vários registros do
trabalho dos dois, ÉPOCA descobriu uma pequena e inédita obra-prima,
estrelada por ambos, mas que ficara esquecida por não tão misteriosas
razões. Trechos dela também podem ser encontrados no Superior Tribunal
de Justiça. Trata-se da íntegra da Operação Navalha, que, em 2007,
revelou ao país a existência de um esquema comandado pelo empreiteiro
Zuleido Veras, da construtora Gautama, que pagava propina a políticos e
burocratas em troca de contratos com ministérios de Brasília e governos
estaduais. Apenas uma minúscula fração da enorme quantidade de provas
produzidas pela PF veio a público naquele momento. Na papelada, há
evidências fortes de pagamentos de propina para Renan e Henrique. Ou
Henrique e Renan.
As provas constituem-se de interceptações telefônicas autorizadas
pela Justiça, relatórios de vigilância dos assessores de Renan e
Henrique Alves, recibos bancários, anotações em agenda – e até uma
contabilidade de caixa dois, preparada pelo tesoureiro de Zuleido. Entre
a miríade de episódios de corrupção, conta-se aqui o que envolveu a
construção da barragem Duas Bocas/Santa Luzia, no Rio Pratagy, em
Alagoas, para ampliar o abastecimento da região metropolitana de Maceió.
A busca de Zuleido para liberar dinheiro para a obra mobilizou tanto
Renan quanto assessores de Henrique Alves. Era uma obra de R$ 77 milhões
que, depois de receber R$ 30 milhões, está parada. Nada mudou. Assim
como nada mudou em Brasília, onde os personagens envolvidos nesse desvio
continuam em seus cargos. E, agora, subirão a seu derradeiro e
consagrador ato final. Ao espetáculo:
I – O homem está cobrando
Para levar a cabo a obra do Pratagy, Zuleido precisava da influência,
entre outros, de Renan. Segundo a PF, Zuleido comprara essa influência
por meio de Everaldo Ferro, assessor de estrita confiança do senador. Os
contatos eram invariavelmente discretos, como manda a boa etiqueta
nesse tipo de negócio. Numa das conversas captadas pela PF, ainda em
junho de 2006, a secretária de Zuleido lhe informa que é aniversário de Renan.
“Mande um telegrama”, diz o empreiteiro. A secretária se mostra
cautelosa: “Ah, mas ele não gosta muito, né? De notícia... Eu ia sugerir
que o senhor ligasse para o Everaldo e transmitisse e tal”. Zuleido
acata a sugestão da secretária e, minutos depois, liga para o assessor
de Renan. O que segue é uma conversa de dois amigos. Diz Zuleido:
“Disseram que vão resolver neste final de semana, até segunda, aquele
negócio, tá?”. “Negócio” seria propina, segundo a PF. Everaldo não se
contém: “Você é um irmão, rapaz!”. O empreiteiro encerra o telefonema
amistosamente, sem se esquecer de Renan: “Tem de ter calma... Transmita
os parabéns ao nosso amigo!”. Nas provas obtidas pela PF, constam
registros de pagamentos a Everaldo, que continua despachando em
Brasília, no gabinete de Renan.
Zuleido precisava também de Henrique Alves. Nesse caso, aproximou-se
de Francisco Bruzzi, assessor e braço direito do deputado, que era líder
do PMDB na Câmara. Bruzzi é o maior especialista do Congresso em
emendas parlamentares. Em março de 2007, intensificam-se as cobranças de
propina. Zuleido precisava obter a liberação do dinheiro para a obra
que tocava em Alagoas. Recebe pedidos de todos os lados: de gente ligada
a Renan, de gente ligada a Henrique Alves. Às 8h43 do dia 9 de março,
Zuleido liga para o celular de Bruzzi.
Tenta tranquilizá-los. “O material está chegando hoje à tarde.” Bruzzi
fica aliviado: “Ainda bem, porque o homem está me cobrando”. Quem seria
esse “homem”? Não fica claro no diálogo. Mas o único chefe de Bruzzi era
o deputado Henrique Alves. Horas depois, às 13h29, Zuleido telefona a
Tereza, uma de suas assessoras, e explica que o dinheiro da propina
estava a caminho de Brasília. Segundo a PF, parte (R$ 100 mil) do butim
foi entregue a Ivo Costa, assessor do então ministro de Minas e
Energia, Silas Rondeau – quando se descobriu esse pagamento, ainda em
2007, Rondeau foi demitido. Mas o restante do pagamento (R$ 20 mil)
ficou em segredo. Esses R$ 20 mil, diz Zuleido nas gravações, cabiam a
Bruzzi: “Tá indo aí (o dinheiro)… Você vai passar pra Bruzzi, tá?”. Tereza confirma: “Ok… Esse outro (Bruzzi) é só ligar para ele e ele passa aqui, né?”. “É”, diz Zuleido. Às 16h56, Zuleido, temendo possível confusão na entrega do dinheiro,
pede a um funcionário que reforce com Tereza qual é a correta
distribuição da propina: “100 para Ivo e 20 para Bruzzi”. Dois minutos
depois, Florêncio Vieira, o tesoureiro da empreiteira, liga para
Zuleido. O chefe o orienta a entregar o dinheiro: “Leva 120 para lá (para Brasília).
É 20 de Bruzzi e 100 de Ivo. Entendeu?”. Florêncio confirma – e embarca
com o dinheiro para Brasília. Estava sendo seguido pela PF.
Florêncio chega à capital às 21h30. Bruzzi e Tereza, a assessora de
Zuleido, o aguardam no salão. Eram observados por agentes da PF. Bruzzi
está de calça jeans azul e camisa branca social, com as mãos cruzadas
para trás. As imagens produzidas pela PF mostram o desembarque de
Florêncio, carregando uma mala marrom. Ele entrega um envelope pardo
para Tereza, que, momentos depois, ainda no saguão do aeroporto, vai ao
encontro de Bruzzi – e joga o envelope numa sacola de plástico que ele
segurava.
Imagem 1/5:
O fotógrafo canadense Tony Beck fez uma série de fotos de
pinguins durante uma viagem à Ilha Georgia do Sul, próxima às Malvinas
(Falklands). Na foto, formação de pinguins-rei
Imagem 2/5:
Enquanto um dos pais está cuidando do filhote, o outro viaja até 400 km em busca de alimento
Imagem 3/5:
O fotógrafo explica que é possível ver 'milhares de
pinguins, como se fossem pequenos soldados de cerca de 90 centímetros de
altura, em grupos bem unidos, cobrindo colinas e planícies'
Imagem 4/5:
Tony Beck fez as fotos durante uma viagem à Ilha Geórgia
do Sul e outras ilhas da região do Atlântico próxima à Antártida
Imagem 5/5:
O contraste de cores entre os filhotes e dos adultos cria a impressão de um ziguezague, quando as aves se reúnem
Explorador francês vai passar um ano
enfrentando frio glacial, isolamento e ondas de até 20 metros para
estudar região responsável pelo equilíbrio climático do planeta
Juliana Tiraboschi
DESBRAVADOR
O Polar Pod está em fase de produção e
deve ser lançado ao mar em outubro de 2013
A Antártida sempre atraiu aventureiros ávidos por desvendar seu
ambiente inóspito, paisagens deslumbrantes e rica fauna. Muitos
exploradores já passaram pelo continente gelado. Um deles foi o
brasileiro Amyr Klink, primeiro homem a dar a volta ao mundo pelo Polo
Sul, em 1998, sozinho a bordo de seu veleiro Paratii. Agora, um
aventureiro francês de 67 anos pretende deixar também a sua marca por
lá. O explorador Jean-Louis Etienne está construindo uma torre flutuante
equipada com cabine. A embarcação recebeu o nome de Polar Pod, e foi
projetada para navegar ao redor do Polo Sul.
Além do giro, o objetivo é estudar a fauna, a absorção de CO² pelo
oceano e a corrente marítima na região. “É a primeira vez que uma
embarcação vai passar um ano inteiro fazendo esse trajeto, poderemos
observar o ambiente durante todas as estações”, afirma Etienne.
Normalmente, os barcos fazem a viagem no verão, para evitar os temíveis
ventos do inverno. “É um projeto ‘meio maluco’, mas muito interessante
do ponto de vista científico”, diz o glaciólogo Jefferson Simões,
professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Ele coordena projetos do Programa Antártico Brasileiro
(Proantar) e já participou de 19 expedições polares.
Uma das tarefas mais importantes de Etienne será observar a corrente
circumpolar antártica, a maior do planeta. Ela isola a Antártida,
deixando o continente mais frio e preservando o manto de gelo. Além
disso, transporta águas geladas para outras partes do mundo, o que é
essencial para o equilíbrio térmico. “Se ela não existisse, a diferença
de temperatura entre os trópicos e os polos seria muito maior”, diz
Simões. Essa é a única corrente que dá a volta no globo terrestre. Suas
águas geladas absorvem bilhões de toneladas de CO² da atmosfera, por
isso a expedição também vai estudar o processo de acidificação dos
oceanos.
O projeto, que deve custar cerca de 10 milhões de euros, está em fase
de desenvolvimento. A construção e testes com a embarcação serão
realizados ainda neste ano. Em 2014, as partes da torre e da cabine
serão enviadas para Durban, na África do Sul, onde serão remontadas. A
previsão é de que o Polar Pod seja lançado nas águas da Corrente das
Agulhas, na costa sudoeste da África, em outubro de 2013.
Se as condições oceânicas não estiverem favoráveis para a embarcação
sair flutuando desde a Corrente das Agulhas, o Polar Pod será rebocado
por um navio até a corrente circumpolar antártica. Nesse caso, os
tanques da torre serão preenchidos por ar-comprimido, para que ela
flutue horizontalmente. Para colocá-la na posição vertical, os tanques
são esvaziados e preenchidos novamente com água do mar, afundando a
torre. A embarcação viajará com a força da corrente, empurrada por
hélices e equipada com velas que ajudam a direcionar a trajetória. O
Polar Pod também conta com um gerador de energia por ondas e turbinas
eólicas. Em último caso, um motor movido a diesel, ou à gasolina, poderá
ser acionado. Tirando essa exceção, o flutuador não emitirá gases
poluentes.
Além do explorador, irão compor a equipe três marinheiros e quatro
engenheiros. Todos, inclusive Etienne, serão resgatados por navios ou
veleiros algumas vezes ao longo do projeto para descansos em terra
firme. Os aventureiros enfrentarão isolamento, ventos de 37 a 46 km/h e
ondas que podem chegar a até 20 metros. Isso não assusta Etienne. “Nós
temos o exemplo do Flip, embarcação vertical da marinha americana para
pesquisas oceanográficas. Ele foi construído há 60 anos e ainda está em
operação”, diz. Além disso, afirma o explorador, viajar no Polar Pod é
mais confortável do que em navios convencionais, já que ele balança
menos.
Etienne é médico especializado em nutrição, biologia do esporte e na
fisiologia da adaptação humana a condições extremas. Em 1986, ele
tornou-se a primeira pessoa a alcançar o Polo Norte sozinho, depois de
viajar por 63 dias a bordo de um trenó. Já explorou o vulcão Erebus, na
Antártida, e em 2010 realizou a primeira travessia do Oceano Ártico a
bordo de um balão. E, se tudo der certo, daqui a dois anos terá a chance
de escrever seu nome na história dos maiores exploradores que já
passaram ao redor do Polo Sul.
Conheça o "carro proibido" desenhado por Adrian Newey para a Red Bull
25 de Janeiro de 2013 • 17h10
• atualizado às 17h14
Newye e o Red Bull X2010 em 2011: no videogame, modelo supera a força 8G, que poderia matar um piloto Foto: Getty Images
Emanuel Colombari
A foto acima é um registro um tanto quanto raro: Adrian Newey e o Red
Bull X2010. O encontro entre criador e criatura aconteceu em julho de
2011 no Festival de Velocidade de Goodwood, na Inglaterra, e expôs um
carro que a equipe austríaca não pode usar na Fórmula 1. Até porque o
monoposto infringe todas as regulamentações impostas pela categoria para
buscar o máximo de velocidade. » Confira as mulheres que agitaram o mundo da velocidade em 2012
O carro foi desenvolvido originalmente para o game Gran Turismo 5, de PlayStation 3, depois do desafio do japonês Kazunori Yamauchi. Responsável pela empresa que desenvolve a série Gran Turismo,
além de piloto por hobby, Yamauchi lançou a pergunta: como seria um
carro que fosse construído apenas para superar limites, sem se prender a
regras?
O desafio caiu nas mãos de Adrian Newey, projetista da Red Bull, que
desenvolveu um "carro de Fórmula 1" com todos os adereços aerodinâmicos
que a categoria proíbe. Resultado final: o modelo do jogo possui
cobertura nas rodas, cockpit fechado, maior downforce e uma propulsão
extra por uma ventoinha traseira, que diminui a pressão sob o assoalho -
sistema muito semelhante ao que a Brabham tinha no modelo BT46B,
pilotado por Niki Lauda e John Watson na temporada 1978 da Fórmula 1.
O carro virtual tem motor turbo V6 de 3 litros com injeção direta, pesa
apenas 545 kg (contra mais de 600 kg dos modelos da F1) e alcança uma
força G que supera 8G - desta forma, um piloto humano dificilmente
sairia vivo ao atingir a velocidade máxima do carro no videogame, que
supera os 500 km/h.
Ainda assim, o resultado final impressiona: o alemão Sebastian Vettel,
tricampeão da F1 (2010, 2011 e 2012), foi o responsável pelo teste
virtual do carro no Circuito de Suzuka, no Japão. Vettel não decepcionou
e, a bordo do carro no videogame, baixou em mais de assombrosos 25s o
recorde da pista, alcançado pelo finlandês Kimi Raikkonen com a McLaren
MP4-20, em 2005, com o tempo de 1min31s540. Com o carro em mãos, o gamer
pode tentar bater o tempo de 1min05s de Vettel nas pistas virtuais.
Pelas impossibilidades físicas de ser pilotado, o Red Bull X2010
(também conhecido como Red Bull X1) existe apenas no videogame ou em
modelos construídos e que são exibidos em festivais - como no encontro
da foto com Newey. Ainda assim, o "carro proibido" fez tanto sucesso
que, em outubro de 2011, uma versão atualizada do game apresentou ao
mundo o Red Bull X2011, todo na cor preta.
Sem poder usar o bólido nas pistas (fazer o quê?), a Red Bull deve
lançar agora em fevereiro o novo modelo para a temporada 2013 da Fórmula
1. O RB9, cujo desenvolvimento foi atrasado para que a equipe pudesse
buscar os títulos de pilotos e construtores em 2012, terá motor aspirado
de 2,4 litros e pesará 642 kg (com o piloto). Felizmente, não atingirá
os 500 km/h do assombroso modelo X2010.
Descoberto, na China, dinossauro semelhante a pássaro
O Eosinpteryx se parecia
com as aves modernas, mas era incapaz de voar, mostrando que a origem do
voo foi mais complexa do que se esperava
Segundo os pesquisadores, o fóssil representa um
dinossauro pequeno, com 30 centrímetros de comprimento, e penas pelo
corpo
(Royal Belgian Institute of Natural Sciences)
A descoberta dos restos fósseis de uma nova espécie de dinossauro no
nordeste da China desafia as teorias mais aceitas sobre a evolução das
aves e o surgimento do voo. Uma pesquisa publicada na última terça-feira
na revista Nature Communications descreve o animal, conhecido como Eosinpteryx, como um dinossauro de apenas trinta centímetros de comprimento, cheio de penas e parecido com as aves modernas.
Conheça a pesquisa
Título original: Reduced plumage and flight ability of a new Jurassic paravian theropod from China Onde foi divulgada: revista Nature Communications Quem fez: Pascal Godefroit, Helena Demuynck, Gareth Dyke, Dongyu Hu, François Escuillié e Philippe Claeys Instituição: Universidade de Southampton, na Inglaterra Dados de amostragem: Um fóssil de dinossauro encontrado no nordeste da China Resultado: O estudo conclui que o fóssil pertenceu a uma nova espécie de dinossauro conhecida como Eosinpteryx.
Ele teria 30 centímetros de comprimento, com penas pelo corpo e seria
incapaz de voar. A descoberta mostra que os dinossauros semelhantes às
aves já eram bastante diversificados no final do Jurássico.
As teorias mais conhecidas afirmam que as aves evoluíram a partir de um
grupo de dinossauros chamados terápodos, no início do Período Cretáceo,
há cerca de 120 ou 130 milhões de anos. A ideia foi proposta ainda no
século 19, quando foi descoberto um fóssil na Alemanha que mostrava uma
mistura das características de aves e dinossauros. Nomeada de Archeopterix, a espécie se tornou conhecida como o ancestral mais antigo dos pássaros.
Nas últimas décadas, no entanto, novos fósseis revelaram outras espécies de dinossauros semelhantes às aves, questionando a centralidade do Archeopterix nesse processo. "A descoberta do Eosinpteryx joga ainda mais dúvidas sobre a teoria de que o famoso fóssil de Archeopterix foi essencial na evolução dos pássaros modernos", diz Gareth Dyke, paleontólogo da Universidade de Southampton, na Inglaterra.
O fóssil, que data do final do Período Jurássico, aumenta a diversidade
de dinossauros semelhantes às aves que habitaram a Terra nessa época.
Segundo a pesquisa, apesar de possuir penas pelo corpo, o animal era
incapaz de voar por causa da pequena envergadura de suas asas e sua
estrutura óssea. Além disso, a ausência de penas no rabo e na parte
baixa das pernas indica que o animal era um bom corredor. Leia também: Todos os dinossauros carnívoros tinham penas, diz estudo Dinossauros usavam penas para cortejar parceiros
Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, isso demonstra que
as aves podem ter surgido de dinossauros que não voavam. “A descoberta
mostra que a origem do voo foi muito mais complexa do que se pensava
anteriormente”, afirma Gareth Dyke. Aves são dinossauros? — A teoria mais aceita
atualmente é de que embora o Tiranossauro, o Triceratops e todas as
outras feras do período Mesozoico (de 251 a 65,5 milhões de anos atrás)
estejam extintas, um grupo de dinossauros continua bem vivo atualmente.
Os pássaros teriam evoluído a partir de um grupo de pequenos dinossauros
terópodes há cerca de 150 milhões de anos. Ou seja, tecnicamente
falando, pássaros são dinossauros. As aves evoluíram e se diversificaram
durante o Mesozoico. No final do período Cretáceo (período final do
Mesozoico, entre 145 e 65,5 milhões de anos), quando todos os outros
dinossauros (conhecidos como não-avianos) morreram, alguns pássaros
sobreviveram à extinção e se tornaram os mais bem-sucedidos vertebrados
voadores.
Saiba mais
DINOSSAUROS
Grupo de répteis gigantes extintos que surgiu por volta de 225 milhões
de anos atrás e viveu até cerca de 65 milhões de anos atrás, quando
todos os dinossauros não avianos (ou seja, exceto as aves) foram
extintos. Apresentavam pernas dispostas como colunas abaixo do corpo (e
não voltadas para os lados, como nos jacarés). Apesar de seus fósseis
serem conhecidos há milhares de anos (a lenda dos dragões veio daí), o
termo dinossauro (deinos=terrível saurus=lagarto) só foi criado em 1842,
pelo primeiro curador do Museu de História Natural de Londres, Richard
Owen. TERÓPODOS
Os terápodos eram todos predadores carnívoros bípedes, e tinham
aqueles 'bracinhos' característicos dos Tiranossauros, e, geralmente,
garras e dentes afiados. Apesar do tiranossauro estar extinto,
tecnicamente os terápodos ainda existem, já que as aves são descendentes
de pequenos terópodos, como o Archaeopteryx, um pequeno dinossauro
emplumado do tamanho de um pombo. "Acredite: o beija-flor é um
dinossauro terápode tanto quanto um Tiranossauro rex", afirma o
paleontólogo Luiz Eduardo Anelli em seu livro O Guia Completo dos
Dinossauros do Brasil.
CRETÁCEO
Última etapa da chamada "Era dos Dinossauros" compreendida entre 145 e 65,5 milhões de anos atrás. JURÁSSICO
Período que pertence à era Mesozoica compreendido entre 199 e 145 milhões de anos atrás.