quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A genética é muito complexa mesmo.

Biologia

Variante genética deixa um quarto dos chineses mais vulneráveis à gripe

Alteração nos genes não afeta probabilidade de ser infectado pelo vírus, mas sim a chance de desenvolver casos mais severos da doença

Nova droga conseguiu curar ratos infectados com vírus H1N1
Pesquisa mostrou que uma alteração no gene IFITM3, um dos responsáveis pelo combate ao vírus Influenza, pode deixar os pacientes mais vulneráveis aos sintomas da doença (Thinkstock)
Quase um quarto dos chineses possui uma variante genética que aumenta em seis vezes seu risco de adoecer gravemente quando infectados com o vírus da gripe, afirma um estudo publicado nesta terça-feira na revista Nature Communications.

Conheça a pesquisa

Título original: Interferon-induced transmembrane protein-3 genetic variant rs12252-C is associated with severe influenza in Chinese individuals
Onde foi divulgada: revista Nature Communications
Quem fez: Yong-Hong Zhang, Yan Zhao, Ning Li, Yan-Chun Peng, Eleni Giannoulatou e
Rong-Hua Jin

Instituição: Universidade de Ciências Médicas da Capital, na China
Dados de amostragem: 83 pacientes infectados com H1N1 entre 2009 e 2010
Resultado: Uma variante conhecida como  rs12252 está presente em 24% dos chineses. Apesar disso, foi encontrada em 69% daqueles que manifestaram sintomas severos de gripe
Cientistas da China e da Grã-Bretanha analisaram dados hospitalares de 83 pacientes chineses infectados durante a pandemia de gripe provocada pelo vírus H1N1 entre 2009 e 2010. A variante estudada pelos pesquisadores se baseia em uma única mudança no código de um gene chave do sistema imunológico, o IFITM3, um dos responsáveis pelo combate ao vírus Influenza.
Os cientistas analisaram especificamente uma alteração chamada rs12252, que está presente em 24% dos chineses da etnia Han, majoritária no país. Segundo o estudo, seus números foram desproporcionalmente elevados entre os pacientes seriamente afetados pela gripe. Entre aqueles tratados com sintomas sérios e cujo código genético foi decodificado, 69% tinham a alteração. Entre os pacientes com manifestações menos severas da doença, 25% tinham a variante.
O estudo afirma que a vulnerabilidade provavelmente se aplica a todas as cepas do vírus da gripe, e não apenas ao H1N1. Os pesquisadores também levantaram a possibilidade de a variante aumentar o risco de morrer de gripe, mas eles dizem que mais estudos devem ser feitos para se chegar a alguma conclusão.
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver uma análise genética capaz de descobrir quais pessoas poderiam correr mais riscos de desenvolver sintomas sérios da doença, para passar por tratamentos mais urgentes.

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