Uso prolongado de aspirina é ligado a tipo de cegueira
Degeneração relacionada à idade afeta 9,3% dos pacientes que tomam o remédio
Pessoas que tomam
aspirina por muitos anos - pacientes cardíacos, por exemplo - são mais
suscetíveis a desenvolver um determinado tipo de cegueira, revelaram
cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália. Os resultados foram
publicados dia 21 de janeiro na revista científica
JAMA Internal Medicine.
O estudo acompanhou 2.389 pessoas com 65 anos, em média. Um em
cada dez deles usava aspirina pelo menos uma vez por semana. Os
pacientes foram submetidos a testes oftalmológicos a cada cinco, dez e
15 anos. Ao final do estudo, os pesquisadores concluíram que 9,3% dos
pacientes que tomaram aspirina desenvolveram o tipo úmido da degeneração
macular relacionada à idade, contra uma taxa de 3,7% entre os pacientes
que não faziam uso da medicação. De acordo com os autores, a cegueira
foi notada após 10 ou 15 anos, indicando que o uso contínuo é relevante
nos resultados.
A forma úmida de degeneração macular relacionada à idade é
causada pelo crescimento dos vasos sanguíneos. Isso provoca o inchaço e o
sangramento da retina. O processo pode acontecer muito rapidamente,
sendo idade, fumo e histórico familiar os principais fatores de risco.
Os cientistas não souberam dizer quais mudanças seriam necessárias na
ingestão do remédio para evitar a cegueira.
Os pesquisadores
reconheceram, no entanto, que para a maior parte dos pacientes há "pouca
evidência" para mudar a prescrição do medicamento. Eles também
indicaram que o uso da droga seja reavaliado em pacientes de alto risco,
como aqueles que já possuem a doença em um de seus olhos.
Substitua os analgésicos no combate à dor crônicaQuando
a dor persiste, dois cuidados são fundamentais: buscar um especialista
para entender a origem do problema e controlar o consumo de analgésicos,
evitando a dependência deste tipo de medicamento. "O tratamento
especializado para dor crônica e a mudança de hábitos ajudam a
amenizá-la", afirma a anestesista Fabíola Peixoto Minson, diretora da
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Contra elas, veja
dicas simples e saudáveis.
Pratique exercícios
As dores pelo corpo atrapalham a prática de
exercícios e, num círculo vicioso, a falta de exercícios piora as dores
pelo corpo. Algumas condições, como fibromialgia e certos desvios de
coluna, impedem ou atrapalham os movimentos. Nesses casos, o
acompanhamento de um fisioterapeuta ou profissional de Educação Física é
fundamental. "Mas vale lembrar que a atividade física pode ser
praticada em outros ambientes, além da academia", afirma a
fisioterapeuta Mariana Schamas, do grupo de caminhada Pare a Dor.
Caminhadas ao ar livre, dança, tai chi chuan, yoga, pilates e até
serviços de casa são alternativas para melhorar o condicionamento
físico. O bem-estar imediato também sai ganhando, porque há liberação da
endorfina enquanto você treina e esta substância é um analgésico
natural do organismo, oferecendo uma sensação de relaxamento. Praticando
exercícios pelo menos meia hora, três vezes por semana, por pelo menos
dois meses, você sentirá menos dores, o que diminui até mesmo o uso de
analgésicos.
Relaxe
Alongamento,
exercícios respiratórios e meditação acalmam a mente, relaxam a
musculatura e ajudam você a ganhar consciência corporal, evitando
esforços desnecessários para os músculos e para as articulações.
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos,
analisaram 500 estudantes que nunca haviam meditado. Os participantes
fizeram um treinamento de 20 minutos da prática, durante três dias
consecutivos e, depois, foram submetidos a testes com choques elétricos.
Os resultados, publicados no
The Journal of Pain, apontaram que a
meditação ajudou a aliviar a dor, mesmo que os estudantes fossem iniciantes.
Evite o álcool e durma bem
Muita gente acredita que um bom cálice de vinho
ou até mesmo uma cerveja antes de dormir favorecem um sono mais
relaxado. Mas, apesar de ajudar na dormência, o álcool provoca
microdespertares durante a noite e não deixa que o sono REM (do inglês
Rapid Eyes Movement,
o sono mais profundo) chegue. "Quem dorme bem, descansa e relaxa mais
e, consequentemente, sente menos dores", afirma a fisioterapeuta
Mariana.
Alimente-se bem
A alimentação balanceada previne sobrepeso e
obesidade, protegendo as articulações da dor e do desgaste causados pelo
excesso de peso. Além disso, muitos alimentos têm substâncias
anti-inflamatórias, que ajudam no combate à dor. Nessa classe,
destacam-se opções ricas em ômega-3 (como o azeite e os peixes de água
fria) e em antioxidantes, encontrados na semente de linhaça, na uva
(especialmente nas de cor escura) e no tomate, por exemplo.
Investigue a dor
Escrever um diário da dor é muito importante
tanto para o médico quanto para o paciente: anote o que desencadeou a
dor e o que você fez para aliviar o desconforto. "O diário deve listar
desde uso de medicamentos até fatores relacionados à mudança de humor,
falta de sono, alterações climáticas ou problemas", afirma
fisioterapeuta.
Respeite seu corpo
Quem tem uma dor crônica precisa se movimentar,
mas isso não significa ultrapassar limites. Ouça seu corpo se ele pedir
repouso e busque alternativas para melhorar sua disposição, sempre pouco
a pouco. Agir de maneira agressiva, forçando esforços mais pesados,
pode causar lesões e piorar ainda ais um quadro de dor.
Tenha momentos de lazer
Manter um hobby é alternativa para você esquecer a
dor por uns instantes, o foco é direcionado para uma atividade
prazerosa e o incômodo aparece em segundo plano, melhorando seu
convívio social e, por consequência, a autoestima. A dança, em ritmos
leves, apresenta bons resultados na melhora de pacientes com dor
crônica.
Controle a medicação
Os remédios usados para tratar a dor crônica são os
analgésicos
e os psicotrópicos, que diminuem a ansiedade e melhoram o estado de
tensão permanente comum nessas condições. Apesar de seguros quando
prescritos e consumidos com a orientação de um médico, esses remédios
podem dar um pouco de sonolência e prisão de ventre. "Preste atenção no
seu organismo, faça anotações e fale sobre elas na próxima consulta
médica, assim é possível ajustar a dose ou substituir o medicamento",
afirma anestesista Fabíola Peixoto Minson, da Sociedade Brasileira para o
Estudo da Dor (SBED).
Nenhum comentário:
Postar um comentário