Ciência
Astrobiologia
Pesquisadores desenvolvem sistema visual para procurar vida extraterrestre
Equipamento é capaz de fotografar a paisagem de outros planetas e compará-la com imagens de seu banco de dados, em busca de informações que justifiquem sua exploração
Equipamento poderá ser usado, no futuro, nas sondas
enviadas a outros planetas, como Marte. A ideia é que elas sejam capazes
de escolher, de forma autônoma, que locais merecem ser explorados em
busca de vida
(Divulgação)
Os cientistas da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, trabalham há mais de uma década na criação de novas técnicas que possam dar mais autonomia às sondas robóticas enviadas a outros planetas. A intenção da equipe é que elas possam vasculhar as paisagens locais e escolher os pontos mais interessantes para realizar investigações geológicas e biológicas sem a necessidade da intervenção humana.
Em sua versão atual, o Astrobiólogo Ciborgue usa uma câmera de celular para tirar fotos de suas imediações e enviá-las, via Bluetooth, a um computador portátil. A máquina processa as imagens em busca de cores e texturas características, e comunica de volta ao celular o grau de semelhança entre a paisagem e imagens anteriores armazenados em seu banco de dados.
"O nosso sistema começou como uma grande câmera em um tripé, acoplada a um computador. Ao longo dos anos ele foi diminuindo e agora é composto por apenas um smartphone e um laptop. Estamos trabalhando para colocar tudo isso em apenas um celular — e, eventualmente, em uma sonda espacial”, diz Patrick McGuire, pesquisador da Universidade Livre de Berlim que comanda o desenvolvimento da tecnologia.
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Em busca da vida — As sondas atualmente empregadas pelos astrônomos para explorar Marte dependem da orientação dos cientistas para escolher quais áreas do planeta devem receber uma análise mais detalhada. Mas o atraso na transmissão e recepção dos comandos terrestres pode consumir entre 4 e 24 minutos, dependendo das posições da Terra e de Marte. O processo ganharia velocidade se os robôs fossem capazes de identificar na paisagem cores e texturas criadas por processos geoquímicos ou biológicos — que possam ser um sinal de vida passada ou presente no planeta.
Os pesquisadores testaram a tecnologia em paisagens terrestres, como o deserto de Utah, nos Estados Unidos
Segundo os pesquisadores, a comparação das paisagens com imagens no banco de dados do computador foi bem-sucedida. "Em nossos testes mais recentes, realizados em uma antiga mina de carvão, as semelhanças encontradas pelo computador estiveram de acordo com o julgamento de geólogos durante 91% do tempo. A detecção de novidades no terreno também funcionou bem, embora o sistema tenha tido alguns problemas na hora de diferenciar formações semelhantes em cor, mas diferentes em textura — como o líquen amarelo e o carvão manchado de enxofre. No entanto, para um primeiro teste, a técnica parece muito promissora", disse McGuire.
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