Grand Canyon do alto: de avioneta ou de helicóptero?
HAROLDO CASTRO (TEXTO E FOTOS),
DE LAS VEGAS
26/09/2013 09h33
- Atualizado em
26/09/2013 12h23
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Visitar o Grand Canyon – um merecido Ponto de Viajologia – é uma
prioridade para qualquer viajante que aprecie paisagens imponentes. Las
Vegas é o melhor ponto de partida para realizar qualquer passeio ao mais
famoso cânion do mundo, com seus 446 km de extensão.
Existem diversas maneiras de conhecer os meandros formados pelo rio
Colorado. Para os leigos, vale notar que não existe apenas um lugar
especial para observar o Grand Canyon, como seria o caso, nas Cataratas
do Iguassu, do mirante em frente ao Hotel das Cataratas. O visitante
pode seguir as margens do rio a dorso de mula, navegar pelas águas do
Colorado de bote ou de rafting e ainda descer e subir a pé os mais de
1.000 metros de desnível do cânion.Uma das perspectivas mais interessantes é a do alto, como se estivéssemos usando a visão de um condor californiano, uma das espécies nobres do Parque Nacional do Grand Canyon. Assim, algumas empresas especializadas em sobrevoos oferecem seus serviços em Las Vegas e no aeroporto próximo à sede do Parque Nacional.
Mas que meio de transporte aéreo escolher? Um passeio de avioneta, com um alcance maior, ou um tour de helicóptero, mais eletrizante?
Graças à generosidade de duas empresas aéreas, não precisei passar pela difícil tarefa de optar por um e abrir a mão de outro.
De um hangar da Grand Canyon Airlines em Boulder City, a 30 minutos de Las Vegas, embarcamos em um avião canadense DeHavilland DHC-6-300 para 17 passageiros e dois pilotos. O avião tem pelo menos 25 anos de idade, mas continua fazendo duas idas-e-voltas diárias ao Grand Canyon.
A represa Hoover mostra bem como o ser humano cobiça e logra domar a natureza. A barragem de concreto de mais de 220 metros de altura conseguiu conter o Colorado e criou um lago artificial de 640 km2, equivalente a duas vezes a área urbana de Curitiba. Suas turbinas geram 2.080 megawatts de energia que é consumida nos neons estridentes de Las Vegas e nas residências da Califórnia.
No dia seguinte, a experiência é ir ao Grand Canyon de helicóptero. Não precisamos perder tempo em uma rodovia, os voos saem de um hangar do aeroporto de Las Vegas. A empresa Maverick possui 36 aeronaves francesas Eurocopter EC-130 (descendentes do conhecido Ecureuil, Esquilo) e tem 55 pilotos de plantão para atender as dezenas de voos diários.
Entramos no helicóptero, que tem capacidade para sete passageiros, três na frente com o piloto, quatro no banco traseiro. Duas desistências de última hora liberam vagas preciosas. Com mais folga, a aeronave fica ainda mais espaçosa. Suas janelas circulares permitem uma excelente visibilidade.
Decolamos. Somos seis helicópteros realizando o mesmo tour, chamado Wind Dancer. Para um périplo de 90 minutos, o custo é de 480 dólares (1.080 reais). Sobrevoamos o norte de Las Vegas e, novamente, a represa Hoover e o lago Mead. Entramos no Grand Canyon e, depois de seguir alguns meandros do rio, o piloto avisa que iremos pousar em um campo privativo da empresa. Graças a um acordo comercial com a tribo indígena Hualapai, a Maverick pode usar algumas plataformas naturais para estacionar seus EC-130.
É tempo de regressar à base. Mudo de assento e fico atrás do piloto, seguindo seus conselhos que esta posição renderá os melhores ângulos fotográficos na volta. O piloto Brian Monroe, de apenas 25 anos, conecta seu iPhone com o sistema de som do helicóptero e todos os passageiros, que precisam usar os fones por uma questão de segurança, acabam seguindo as batidas de Red Hot Chili Peppers enquanto o helicóptero sobrevoa o Colorado em direção a Las Vegas. O passeio de helicóptero foi excelente e ganhou nota 9,5.
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