N° Edição: 2178 | 05.Ago.11 - 21:00 | Atualizado em 08.Ago.11 - 20:58
OBSERVAÇÃO
O estudante Anderson Leite investiga
os mistérios do cosmos em casa
PUBLICADO
As descobertas do professor Fábio Carvalho
ganharam destaque na célebre revista "Nature"O australiano Alex Cherney venceu, só neste ano, três concursos de fotografia astronômica. No mais recente, o consultor de TI (tecnologia da informação) ganhou como prêmio a participação no festival Starmus, um dos maiores eventos da área, nas Ilhas Canárias (Espanha). Lá ele pôde fazer observações no maior telescópio do mundo, o Gran Telescópio Canárias. Cherney ainda comemorou seu aniversário de 36 anos durante o encontro. Entre os célebres convidados, que cantaram parabéns para ele num jantar de gala, estava o astronauta americano Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua. "Foi um momento para lembrar para sempre", disse Cherney à ISTOÉ.
"O trabalho dessas pessoas é insubstituível", diz o astrônomo Victor D'Ávila, do Observatório Nacional. "Não podemos registrar tanto em tão pouco tempo, como fazem esses outros observadores diariamente", avalia. A internet facilitou essa colaboração graças à criação de redes globais de astrônomos amadores e profissionais. Carvalho, por exemplo, conseguiu publicar na "Nature" no mês passado depois que colegas de outras partes do mundo viram um movimento diferente em Saturno e deram um alerta. Outros como ele, então, focaram suas lentes no astro e registraram inúmeras imagens. Pelas fotos, os cientistas notaram, pela primeira vez, que um tipo particular de tempestade ocorre no planeta a cada 30 anos.
Para ser um astrônomo amador, porém, não é preciso ter um observatório em casa nem ganhar concursos internacionais. O estudante universitário Anderson Leite, 21 anos, comprou seu primeiro telescópio há um ano e o utiliza, junto com seu computador, para observar planetas, satélites naturais e algumas nebulosas. "Já deixei a webcam ligada no telescópio e, depois, vi no computador um satélite artificial passando em frente à Lua", conta. A popularização de equipamentos e a comunicação cada vez mais intensa entre entusiastas como ele tendem a tornar o Universo cada vez mais conhecido.
O KIT DO ASTRÔNOMO AMADOR
Montar um pequeno observatório em casa pode custar mais de R$ 10 mil. Mas, para começar, poucos itens são suficientes. A pedido de ISTOÉ, o professor de ciências e astrônomo amador Fábio Carvalho recomendou um kit básico para os iniciantes
Amadores, mas nem tanto
Cada vez mais entusiastas da astronomia ajudam cientistas em novas descobertas e ganham prestígio entre os profissionais
André JuliãoOBSERVAÇÃO
O estudante Anderson Leite investiga
os mistérios do cosmos em casa
Fábio Carvalho é dono de um pequeno observatório astronômico em Assis, a 450 quilômetros da capital paulista. Em julho, seu nome constava entre os autores de um estudo sobre o planeta Saturno publicado na prestigiada revista científica "Nature". Em 2008, ele já havia assinado um trabalho sobre Júpiter na mesma publicação. Carvalho, porém, não tem formação em astronomia nem recebe um tostão sequer pelo trabalho de observar e fotografar o cosmos. "Consegui os equipamentos que tenho hoje ao longo de três anos, com meu próprio dinheiro", diz. Ele é um astrônomo amador.
Assim como Carvalho, que é professor de ciências, milhões de pessoas ao redor do mundo (muitas no Brasil), com diferentes profissões, se dedicam a observar o céu noturno em telescópios de diferentes tamanhos e preços, com maior ou menor grau de sucesso. O hobby dessas pessoas tem se tornado cada vez mais importante para a ciência, desde que o músico britânico-alemão William Herschel classificou Urano pela primeira vez como um planeta em 1781 (leia quadro).
Assim como Carvalho, que é professor de ciências, milhões de pessoas ao redor do mundo (muitas no Brasil), com diferentes profissões, se dedicam a observar o céu noturno em telescópios de diferentes tamanhos e preços, com maior ou menor grau de sucesso. O hobby dessas pessoas tem se tornado cada vez mais importante para a ciência, desde que o músico britânico-alemão William Herschel classificou Urano pela primeira vez como um planeta em 1781 (leia quadro).
PUBLICADO
As descobertas do professor Fábio Carvalho
ganharam destaque na célebre revista "Nature"
"O trabalho dessas pessoas é insubstituível", diz o astrônomo Victor D'Ávila, do Observatório Nacional. "Não podemos registrar tanto em tão pouco tempo, como fazem esses outros observadores diariamente", avalia. A internet facilitou essa colaboração graças à criação de redes globais de astrônomos amadores e profissionais. Carvalho, por exemplo, conseguiu publicar na "Nature" no mês passado depois que colegas de outras partes do mundo viram um movimento diferente em Saturno e deram um alerta. Outros como ele, então, focaram suas lentes no astro e registraram inúmeras imagens. Pelas fotos, os cientistas notaram, pela primeira vez, que um tipo particular de tempestade ocorre no planeta a cada 30 anos.
Para ser um astrônomo amador, porém, não é preciso ter um observatório em casa nem ganhar concursos internacionais. O estudante universitário Anderson Leite, 21 anos, comprou seu primeiro telescópio há um ano e o utiliza, junto com seu computador, para observar planetas, satélites naturais e algumas nebulosas. "Já deixei a webcam ligada no telescópio e, depois, vi no computador um satélite artificial passando em frente à Lua", conta. A popularização de equipamentos e a comunicação cada vez mais intensa entre entusiastas como ele tendem a tornar o Universo cada vez mais conhecido.
O KIT DO ASTRÔNOMO AMADOR
Montar um pequeno observatório em casa pode custar mais de R$ 10 mil. Mas, para começar, poucos itens são suficientes. A pedido de ISTOÉ, o professor de ciências e astrônomo amador Fábio Carvalho recomendou um kit básico para os iniciantes
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