03/08/2011 01h18 - Atualizado em 03/08/2011 02h38
Governo retira nome e compromete criação da CPI dos Transportes
Oposição havia conseguido reunir as 27 assinaturas necessárias.
CPI investigaria denúncias envolvendo o Ministério dos Transportes e o Dnit.
A CPI, se criada, tem como objetivo investigar denúncias envolvendo o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit).
Com a retirada da assinatura de um senador, a comissão não pode ser instalada.
Os oposicionistas, no entanto, devem manter a ofensiva nesta quarta-feira (3) em busca de mais uma assinatura que garanta a instalação da CPI. O governo, por sua vez, deve manobrar justamente no sentido oposto para evitar que novos senadores façam a adesão ao requerimento que pede a criação da CPI.
No início da noite desta terça, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, já havia antecipado qual seria a estratégia do governo para frear a manobra oposicionista. "Nós vamos conversar com os membros da base que assinaram a CPI para verificar a possibilidade de retirada de assinaturas. Nenhuma CPI é boa para o governo, apesar do governo não temer a CPI", disse.
Anteriormente, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), responsável por encaminhar o requerimento, estava confiante na criação da CPI. "Todos que assinaram pensaram muito antes de assinar", afirmou.
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A lista com os nomes foi fechada depois das explicações do senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no plenário. Nascimento disse que estava sendo acusado por fatos que ocorreram em 2010, quando deixou o ministério para concorrer ao governo do Amazonas. Na época, Paulo Passos, atual ministro dos Transportes, respondia pelo cargo."O ministério que deixei em 2010 é diferente do que eu encontrei no meu retorno", explica Nascimento.
Nascimento disse que ficou surpreso ao ver o aumento no custo das obras do PAC. "Levei minhas preocupações sobre o que me pareceu um grande salto e descontrole no orçamento do PAC à ministra Míriam Belchior, em reunião que tivemos no ministério do planejamento para discutir o andamento das obras".
Nesta quarta-feira (3), o governo deve ter outro dia difícil pela frente. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, vai à comissão de agricultura da câmara para dar explicações sobre denúncias de irregularidades na Companhia Nacional de Abastecimento.
Corrupção
Senador retira assinatura e compromete instalação de CPI
Criação da CPI dos Transportes é adiada após desistência de João Durval (PDT)
Gabriel Castro e Luciana Marques
Alvaro Dias diz não temer tentativa de governistas de abortar CPI (Lia de Paula/Agência Senado )
A instalação da CPI dos Transportes ficou comprometida após a retirada da assinatura do senador João Durval (PDT-BA) na noite desta terça-feira. Com a desistência, a criação da CPI fica suspensa até esta quarta-feira, já que a oposição contava com o 27 votos, justamente o mínimo necessário.Governo e oposição prometem estender a disputa da CPI para esta quarta-feira. O PT articula com sua base aliada para impedir que senadores apoiem a Comissão. Na terça-feira, seis governistas aderiram à criação da CPI. Já a oposição, capitaneada pelo DEM e pelo PSDB, corre em busca de mais uma assinatura que recomponha o número mínimo de apoio para retomar a instalação da CPI, que vai apurar o esquema de pagamento de propina de empresas com contratos com o governo para engordar o caixa do PR, revelado por VEJA.
"Vamos conversar com os membros da base para ver a possibilidade de retirada de assinaturas. A CPI não é boa para o governo", disse o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), após o triunfo momentâneo da oposição. O requerimento deve ser lido nesta quarta-feira em plenário. O prazo para retirada de apoio se encerrará à meia-noite do mesmo dia.
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ligou para Jucá para questioná-lo sobre a delicada situação. Ele negou que tenha recebido uma bronca da ministra por ter sido derrotado pela oposição. "Ela falou para eu ver o que era possível se fazer nesse caso".
Se instalada, a CPI será composta por 13 titulares e 7 suplentes. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 180 dias após a instalação. Os tucanos acreditam que a CPI pode iniciar os trabalhos ainda no mês de agosto. Mas os partidos aliados podem fazer corpo mole e protelar as indicações para a composição da CPI, o que esvaziaria a comissão.
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