quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

É a casa pode cair, espero que não.?????

ISTOÉ Online |  09.Jan.13 - 11:00 |  Atualizado em 09.Jan.13 - 13:32

Risco de apagão pode reduzir expansão do PIB em 2013

Possibilidade de racionamento afeta confiança de empresários, dizem economistas

AE e Agência Brasil

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A possibilidade de uma crise no setor energético pode frustrar de novo as expectativas em torno da recuperação econômica do País e levar o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 a uma alta inferior a 3%. A avaliação é de economistas ouvidos pela Agência Estado.

Eles argumentam que o risco de um racionamento afeta a confiança dos empresários e pode atrapalhar ainda mais os investimentos e a produção, que patinaram no ano passado.

O professor da PUC-RJ e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, diz que não tem dúvidas de que a questão da energia "vai afetar investimentos e o nível de atividade neste ano". Hoje, a previsão dele para o crescimento do País é de 2,7%. Mas, dependendo da extensão do problema elétrico, pode ir a 2,5%.

A economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências, afirma que a projeção da consultoria é de que o PIB avance 3,2% em 2013. "Mas, como é razoável avaliar que as térmicas deverão funcionar durante todo o ano, isso poderá diminuir investimentos e a produção industrial, num contexto já repleto de muita incerteza de recuperação do País no curto prazo", disse. "Assim, é possível que o PIB cresça menos do que 3% neste ano."

O codiretor de Pesquisas para a América Latina do banco Barclays, Marcelo Salomon, também ressalta que as expectativas dos empresários sobre a reação da economia brasileira em 2013 pode ser atingida pelo cenário turvo na área de energia.

"A possibilidade de racionamento está em todas as páginas dos jornais", disse. "Esse sinal ruim pode levar a uma redução não só dos investimentos diretos no País, como também dos relacionados a portfólio (ações e renda fixa). O investidor pode resolver aplicar seus recursos no México, por exemplo, onde as perspectivas econômicas no geral são melhores no médio prazo."

Na avaliação de Alessandra Ribeiro, o perigo real de a alta do PIB do País ficar abaixo de 3% neste ano deve levar o governo a retomar com doses vigorosas medidas fiscais para estimular os investimentos e a produção industrial, elementos fundamentais para impulsionar o PIB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dilma acompanha reunião sobre nível dos reservatórios

A presidenta Dilma Rousseff acompanha hoje (9) a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - que avalia o suprimento de energia no país -, pois o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas tem preocupado o governo. A expectativa é que sejam discutidas as questões de expansão das obras em curso no país e de segurança.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que os reservatórios do Nordeste operam com 31,61% da capacidade, e os do Norte, com 41,24%. Para suprir a demanda de consumo, todas as termelétricas estão em funcionamento.

A previsão é que participem da reunião hoje o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, integrantes do ONS, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel). Também foram convidados dirigentes da Eletrobrás e das associações do setor elétrico.

Pelos dados da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste estão no mais baixo nível para o mês de janeiro desde 2001, ano do último racionamento de energia elétrica no país. A capacidade armazenada atual nos lagos das usinas é 28,9%.

Ontem (8), Dilma se reuniu com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para atualizar os dados sobre a situação do sistema elétrico brasileiro. Após a conversa, Zimmermann afastou a ameaça de racionamento e disse que o sistema opera de acordo com o equilíbrio estrutural para o qual foi planejado.

As usinas hidrelétricas gastaram R$ 2,2 bilhões no ano passado com arrecadações de royalties e de compensação financeira pela utilização de recursos hídricos (Cfurh) para geração de energia elétrica a municípios, estados e à União, segundo a Aneel.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que o Brasil  tem condições estruturais que dão segurança e tranquilidade ao setor elétrico e permitem descartar a possibilidade de um racionamento de energia. Segundo ele, a situação atual é diferente da que ocorreu em 2001 no país, quando houve blecaute.

Tolmasquim disse ainda que em 2001 não havia uma quantidade de usinas térmicas de reserva suficiente para funcionar como uma espécie de seguro ou “colchão” do sistema elétrico. Em relação às tarifas de energia, ele observou que a queda de 20%, que entrará em vigor em fevereiro, poderá ser afetada por fatores conjunturais, levando a redução a ser maior ou menor. Para ele, as avaliações feitas pelo governo sobre o cenário atual e as séries históricas dão tranquilidade ao setor.

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