03/05/2013
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14h56
As obras no canteiro estão paralisadas por tempo indeterminado, enquanto as atividades continuam nos outros pontos da construção.
Dentro do canteiro Belo Monte, em Vitória do Xingu, subiu para 180 o número de índios envolvidos na manifestação. O protesto começou nesta quinta-feira (2) com 150 pessoas de oito etnias.
Eles pedem a regulamentação do mecanismo de consulta prévia antes de obras que interfiram em terras indígenas, a paralisação de obras de hidrelétricas e estudos nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires, além da suspensão do envio de tropas da Força Nacional de Segurança às comunidades.
Até o fim da manhã desta sexta-feira o governo federal não havia enviado representante para negociar com as lideranças do protesto, disse o índio Jairo Faw Munduruku.
Dos 180 índios que participam do protesto, 90% pertencem a etnia mundurucu. Eles partiram na segunda-feira (29) de aldeias situadas no rio Tapajós, onde o governo federal faz estudo ambiental para construir outra usina hidrelétrica, a de São Luís do Tapajós.
Segundo Cândido Munduruku, da associação indígena Pusuru do Alto Tapajós, os índios viajaram desde Jacareacanga (PA), em percurso que levou um dia. Levaram peixes e farinha para a alimentação, e dentro da obra estão recebendo água potável da empresa.
"Estamos aqui para mostrar nosso sofrimento, não vamos sair tão cedo. O governo federal não faz consulta para fazer obras nas nossas terras, que estão sendo destruídas. Manda tropas para nos intimidar", disse Cândido por telefone à Folha.
FORÇA NACIONAL
Em abril deste ano índios mundurucu reclamaram ao Ministério Público Federal do Pará sobre a presença de homens da Força Nacional nas proximidades das aldeias no rio Tapajós. Os policiais escoltavam uma equipe de estudo da usina hidrelétrica de São Luís.
Instado pelo MPF, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a operação militar na localidade em favor dos mundurucu.
Belo Monte deve entrar em operação em 2015. São 22 mil funcionários no total. As atividades nos outros dois sítios são normais, diz o CCBM.
Procurado pela reportagem, o Ministério de Minas e Energia afirmou que a construção de empreendimentos hidrelétricos do país é sempre precedida por consultas públicas às populações de suas áreas de influência, e que os indígenas são ouvidos quando possuem terras afetadas.
Protesto paralisa obras em Belo Monte pelo segundo dia
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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
O protesto de índios contra o governo federal no principal canteiro de
construção da usina de Belo Monte, no sudoeste do Pará, entrou nesta
sexta-feira (3) no segundo dia.
DE MANAUS
As obras no canteiro estão paralisadas por tempo indeterminado, enquanto as atividades continuam nos outros pontos da construção.
Dentro do canteiro Belo Monte, em Vitória do Xingu, subiu para 180 o número de índios envolvidos na manifestação. O protesto começou nesta quinta-feira (2) com 150 pessoas de oito etnias.
Eles pedem a regulamentação do mecanismo de consulta prévia antes de obras que interfiram em terras indígenas, a paralisação de obras de hidrelétricas e estudos nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires, além da suspensão do envio de tropas da Força Nacional de Segurança às comunidades.
Até o fim da manhã desta sexta-feira o governo federal não havia enviado representante para negociar com as lideranças do protesto, disse o índio Jairo Faw Munduruku.
Protesto em Belo Monte
Veja as fotos no link aqui.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1272828-protesto-paralisa-obras-em-belo-monte-pelo-segundo-dia.shtml
Segundo o CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte), empresa responsável pela obra, somente cerca de cem funcionários estavam no canteiro Belo Monte quando os índios iniciaram a manifestação. A maioria dos 5.000 operários estava em Altamira (PA) para receber o pagamento mensal, e as obras no canteiro foram interrompidas por medida de segurança.Dos 180 índios que participam do protesto, 90% pertencem a etnia mundurucu. Eles partiram na segunda-feira (29) de aldeias situadas no rio Tapajós, onde o governo federal faz estudo ambiental para construir outra usina hidrelétrica, a de São Luís do Tapajós.
Segundo Cândido Munduruku, da associação indígena Pusuru do Alto Tapajós, os índios viajaram desde Jacareacanga (PA), em percurso que levou um dia. Levaram peixes e farinha para a alimentação, e dentro da obra estão recebendo água potável da empresa.
"Estamos aqui para mostrar nosso sofrimento, não vamos sair tão cedo. O governo federal não faz consulta para fazer obras nas nossas terras, que estão sendo destruídas. Manda tropas para nos intimidar", disse Cândido por telefone à Folha.
FORÇA NACIONAL
Em abril deste ano índios mundurucu reclamaram ao Ministério Público Federal do Pará sobre a presença de homens da Força Nacional nas proximidades das aldeias no rio Tapajós. Os policiais escoltavam uma equipe de estudo da usina hidrelétrica de São Luís.
Instado pelo MPF, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a operação militar na localidade em favor dos mundurucu.
Belo Monte deve entrar em operação em 2015. São 22 mil funcionários no total. As atividades nos outros dois sítios são normais, diz o CCBM.
Procurado pela reportagem, o Ministério de Minas e Energia afirmou que a construção de empreendimentos hidrelétricos do país é sempre precedida por consultas públicas às populações de suas áreas de influência, e que os indígenas são ouvidos quando possuem terras afetadas.
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