terça-feira, 2 de agosto de 2011

É estão querendo devolver devolta as comunidades para seus donos de antes.

Rio compra 1.000 armas com
defeito para policiais de UPPs

“Se bonde chegar, toma”, diz PM sobre medo de invasão de bandidos
Evelyn Moraes e Carolina Farias, do R7 | 02/08/2011 às 05h55
Foto Léo Corrêa / Agência O Dia
coroa-450x338
Ataque no morro da Coroa (foto) deixou PMs apreensivos
Publicidade
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro comprou cerca de mil carabinas para serem distribuídas aos policiais que trabalham nas novas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Entretanto, as armas apresentaram defeito.
Enquanto esse armamento não vai para a tropa, os policiais trabalham com pistolas e armas não-letais. Policiais reclamam que as armas fornecidas a eles são velhas e dizem se sentir inseguros, porque os criminosos usam fuzis e granadas.

Policiais que trabalham em UPPs instaladas no último ano também reclamam da falta de estrutura, como banheiros, refeitórios, uniformes e coletes à prova de balas adequados.
As carabinas compradas pela PM foram devolvidas ao fornecedor e, depois, retornaram à corporação. Atualmente, elas estão em fase de testes para avaliar se têm 100% de condições de serem usadas sem risco para o policial e para a população. Elas serão distribuídas aos policiais somente quando tiverem condições de uso, segundo a assessoria de comunicação das UPPs.

Esse tipo de armamento foi escolhido pela PM, porque os fuzis são inadequados para locais de grandes aglomerações, como é o caso das favelas. No entanto, a corporação afirma que há fuzis no policiamento das UPPs, que são distribuídos de acordo com o planejamento operacional e avaliação do território.

No morro dos Prazeres, segundo disse um policial ao R7, são 160 PMs e há somente seis fuzis para a tropa.
Apesar de a PM afirmar que nunca houve tentativa de invasão por parte de criminoso a nenhuma das 17 UPPs, o ataque a policiais da UPP do morro da Coroa (zona norte), no dia 25 de junho, assustou quem atua nessas unidades – um PM perdeu a perna. O R7 ouviu policiais que trabalham nessa comunidade.


- Se chegar o ‘bonde’ [grupo de criminosos], vai tomar [a comunidade com UPP]. Não é medo, mas fico apreensivo. No dia em que aquele policial perdeu a perna, tinham seis caras armados e com granadas. Eles iam jogar várias delas em cima de todos os policiais.

Insatisfação Para o coronel Paulo César Amêndola, especialista em segurança pública e um dos fundadores do Bope (Batalhão de Operações Especiais), muitos agentes têm trabalhado insatisfeitos, porque não entraram na PM para atuar em comunidades pacificadas.

- O Estado determinou que todos os PMs que estivessem se formando no ano passado fossem trabalhar nas comunidades pacificadas. Muitos não se adequam ao perfil do trabalho, que é diferente do que é realizado nas ruas. Eles são treinados a dialogar com o morador. Lá, eles têm de lidar com situações irregulares e com pessoas que conquistaram aquele território de forma ilegal.
Para José Augusto Rodrigues, mestre em ciência política e professor da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a instalação das UPPs foi uma “batalha vencida” pelo Estado, mas ainda é o começo.

- Imagino que, com o tempo, as condições de trabalho vão melhorando. É evidente que, em alguns casos, as UPPs foram instaladas de forma improvisada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário