02/08/2011 - 20h48
Do UOL Notícias
Em Brasília
Em sua primeira fala após a saída do Ministério dos Transportes, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), afirmou que há “distorções” no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e recomendou à presidente Dilma Rousseff que volte a supervisionar de perto o programa que já está sua segunda fase e envolve obras em praticamente todos os ministérios do governo.
“Presidente, chame para si a responsabilidade deste PAC para que ele volte a ter credibilidade como ele fazia quando foi ministra da Casa Civil”, afirmou no plenário do Senado nesta terça-feira (2).
Segundo Nascimento, as “distorções” significariam aumento de preço e mudança de destinação de verbas para outras obras, que ocorreram sob comando do atual ministro, Paulo Sérgio Passos (PR).
“Nem o Dnit nem o Ministério dos Transportes têm competência para colocar coisa nova como despesa nem retirar o que está colocado no PAC. Quem decide é o grupo gestor do PAC, pelo menos é assim que funcionava na minha época, nos dois períodos em que fui ministro do presidente Lula”, disse Nascimento.
O comitê gestor do PAC é formado por integrantes dos ministérios da Casa Civil, Planejamento e Fazenda.
“Quando ela [Dilma Rousseff] foi a ‘mãe do PAC’ e eu, um dos filhos do PAC, ela conduziu com competência, com equilíbrio, de forma a transformar aqueles dados em realidade, o que não se vê hoje”, afirmou.
Nascimento deixou o governo no início do ano passado para concorrer às eleições e, neste período, o comando da pasta dos Transportes ficou a cargo do atual ministro Paulo Sérgio Passos.
No mesmo período, o PAC, que era de competência da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, passou a ser cuidado por Erenice Guerra, afastada por suspeitas de tráfico de influência e, depois, adotado pela atual ministra Miriam Belchior, do Planejamento.
Procurado pelo UOL Notícias, a assessoria de imprensa do ministério informou que o ministro Paulo Sérgio Passos não quis comentar o discurso
02/08/2011 - 16h55
O senador que o PR, partido do qual é presidente, "não é lixo" nem pode ser "varrido" da vida pública depois das denúncias na pasta.
Nascimento nega acusações e reclama da falta de apoio do governo
Mais três diretores do Dnit são exonerados
Problema nos Transportes 'tem 20 anos', diz ex-ministro
Pagot cancela férias e pede demissão do Dnit
Propina financiou até amante, diz inquérito
Veja a cronologia da crise
"O PR, cuja presidência assumi, não é lixo para ser varrido da administração. Nosso partido carrega tanto as qualidades quanto alguns defeitos de alguns partidos. Não somos melhores nem piores que ninguém. Ao contrário. Temos como prática diante de denúncias garantir que delitos cometidos por nossos filiados sejam investigados e punidos", afirmou.
Em tom de desabafo, Nascimento disse que tem 30 anos de vida pública e não aceita ser tratado como acusado. "Paira sobre o meu nome dúvidas. Fui ao procurador-geral da República para ser investigado, autorizei a quebra dos meus sigilos fiscal e bancário. Assim deve proceder um homem que tem vergonha na cara. Eu não mereço isso, tenho 30 anos de vida pública."
O ex-ministro disse que o PR, o partido que agora "alguns querem varrer da vida pública", vai manter seu apoio à presidente Dilma Rousseff --mesmo depois da "limpeza" que a petista promoveu no Ministério dos Transportes ao afastar 24 servidores do órgão.
"Continuaremos a apoiar a presidente Dilma convencidos que é isso que esperam nossos eleitores. Nos últimos anos, fui um ministro convocado para resolver problemas. Não aceito que usem meu nome e brinquem com a minha carreira para corrigir distorções que não criei. Que cada um assuma sua responsabilidade."
Apesar de manter o apoio a Dilma, Nascimento afirmou que decidiu deixar o governo após as denúncias que envolveram seu nome e de familiares por não ter recebido, naquele momento, apoio da presidente.
"Renunciei ao cargo de ministro no momento em que, diante dos ataques violentos contra mim deferidos, não recebi do governo o apoio que me havia sido prometido pela presidente Dilma. Deixei o ministério convencido de que aqui no Senado eu poderia esclarecer os fatos e recolocar o debate no seu devido lugar", afirmou.
ACUSAÇÕES
Em um longo discurso, Nascimento rebateu uma a uma todas as acusações feitas contra seus familiares e sua gestão no Ministério dos Transportes. O ex-ministro se mostrou irritado, em especial, com a denúncia de que seu filho Gustavo foi dono de uma empresa que teria recebido dinheiro do ministério.
"Meu filho não é um daqueles que se apropriam do dinheiro público em benefício próprio. O meu filho não é ladrão. Eu vou provar porque tenho toda documentação da Receita Federal, o Imposto de Renda do meu filho, balanço patrimonial da empresa. Eu vou buscar a correção dessa injustiça."
Com números e planilhas que reúnem os gastos da empresa do filho, Nascimento disse que Gustavo conseguiu crescer nos negócios sem o seu apoio ou participação do governo.
Nascimento também negou que tenha autorizado a montagem de um esquema de superfaturamento de obras e cobrança de propina a empreiteiras e consultorias ligadas ao Ministério dos Transportes. "Como é possível agora, e somente agora, ser submetido a julgamento desprovido de provas e de forma tão sumária?", questionou.
Nascimento aponta "distorções" no PAC e recomenda a Dilma mais atenção ao programa
Camila CampanerutDo UOL Notícias
Em Brasília
Alfredo Nascimento fala sobre denúncias nos Transportes
Foto 7 de 15 - Mais Agência Brasil
“Presidente, chame para si a responsabilidade deste PAC para que ele volte a ter credibilidade como ele fazia quando foi ministra da Casa Civil”, afirmou no plenário do Senado nesta terça-feira (2).
Segundo Nascimento, as “distorções” significariam aumento de preço e mudança de destinação de verbas para outras obras, que ocorreram sob comando do atual ministro, Paulo Sérgio Passos (PR).
“Nem o Dnit nem o Ministério dos Transportes têm competência para colocar coisa nova como despesa nem retirar o que está colocado no PAC. Quem decide é o grupo gestor do PAC, pelo menos é assim que funcionava na minha época, nos dois períodos em que fui ministro do presidente Lula”, disse Nascimento.
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“Quando ela [Dilma Rousseff] foi a ‘mãe do PAC’ e eu, um dos filhos do PAC, ela conduziu com competência, com equilíbrio, de forma a transformar aqueles dados em realidade, o que não se vê hoje”, afirmou.
Nascimento deixou o governo no início do ano passado para concorrer às eleições e, neste período, o comando da pasta dos Transportes ficou a cargo do atual ministro Paulo Sérgio Passos.
No mesmo período, o PAC, que era de competência da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, passou a ser cuidado por Erenice Guerra, afastada por suspeitas de tráfico de influência e, depois, adotado pela atual ministra Miriam Belchior, do Planejamento.
Procurado pelo UOL Notícias, a assessoria de imprensa do ministério informou que o ministro Paulo Sérgio Passos não quis comentar o discurso
02/08/2011 - 16h55
'PR não é lixo para ser varrido da administração', diz Nascimento
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Em discurso na tribuna do Senado, o ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes) rebateu nesta terça-feira (2) todas as acusações de corrupção no Ministério dos Transportes que levaram à sua renúncia do cargo. DE BRASÍLIA
O senador que o PR, partido do qual é presidente, "não é lixo" nem pode ser "varrido" da vida pública depois das denúncias na pasta.
Nascimento nega acusações e reclama da falta de apoio do governo
Mais três diretores do Dnit são exonerados
Problema nos Transportes 'tem 20 anos', diz ex-ministro
Pagot cancela férias e pede demissão do Dnit
Propina financiou até amante, diz inquérito
Veja a cronologia da crise
"O PR, cuja presidência assumi, não é lixo para ser varrido da administração. Nosso partido carrega tanto as qualidades quanto alguns defeitos de alguns partidos. Não somos melhores nem piores que ninguém. Ao contrário. Temos como prática diante de denúncias garantir que delitos cometidos por nossos filiados sejam investigados e punidos", afirmou.
Em tom de desabafo, Nascimento disse que tem 30 anos de vida pública e não aceita ser tratado como acusado. "Paira sobre o meu nome dúvidas. Fui ao procurador-geral da República para ser investigado, autorizei a quebra dos meus sigilos fiscal e bancário. Assim deve proceder um homem que tem vergonha na cara. Eu não mereço isso, tenho 30 anos de vida pública."
O ex-ministro disse que o PR, o partido que agora "alguns querem varrer da vida pública", vai manter seu apoio à presidente Dilma Rousseff --mesmo depois da "limpeza" que a petista promoveu no Ministério dos Transportes ao afastar 24 servidores do órgão.
"Continuaremos a apoiar a presidente Dilma convencidos que é isso que esperam nossos eleitores. Nos últimos anos, fui um ministro convocado para resolver problemas. Não aceito que usem meu nome e brinquem com a minha carreira para corrigir distorções que não criei. Que cada um assuma sua responsabilidade."
Apesar de manter o apoio a Dilma, Nascimento afirmou que decidiu deixar o governo após as denúncias que envolveram seu nome e de familiares por não ter recebido, naquele momento, apoio da presidente.
"Renunciei ao cargo de ministro no momento em que, diante dos ataques violentos contra mim deferidos, não recebi do governo o apoio que me havia sido prometido pela presidente Dilma. Deixei o ministério convencido de que aqui no Senado eu poderia esclarecer os fatos e recolocar o debate no seu devido lugar", afirmou.
ACUSAÇÕES
Em um longo discurso, Nascimento rebateu uma a uma todas as acusações feitas contra seus familiares e sua gestão no Ministério dos Transportes. O ex-ministro se mostrou irritado, em especial, com a denúncia de que seu filho Gustavo foi dono de uma empresa que teria recebido dinheiro do ministério.
"Meu filho não é um daqueles que se apropriam do dinheiro público em benefício próprio. O meu filho não é ladrão. Eu vou provar porque tenho toda documentação da Receita Federal, o Imposto de Renda do meu filho, balanço patrimonial da empresa. Eu vou buscar a correção dessa injustiça."
Com números e planilhas que reúnem os gastos da empresa do filho, Nascimento disse que Gustavo conseguiu crescer nos negócios sem o seu apoio ou participação do governo.
Nascimento também negou que tenha autorizado a montagem de um esquema de superfaturamento de obras e cobrança de propina a empreiteiras e consultorias ligadas ao Ministério dos Transportes. "Como é possível agora, e somente agora, ser submetido a julgamento desprovido de provas e de forma tão sumária?", questionou.
Lula Marques/Folhapress | ||
O senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, faz pronunciamento na tribuna do plenário do Senado para explicar denúncia |
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