N° Edição: 2249
| 14.Dez.12 - 21:00
| Atualizado em 14.Dez.12 - 22:48
PROTEGIDAS
Homem observa sequoias no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia
Elas são raras, centenárias e algumas vezes até milenares. Com
troncos gigantescos e formatos pouco comuns, despontam soberanas sobre
as demais árvores de uma floresta. São sequoias como as desta página –
que passaram dos 100 metros de altura – ou um cajueiro no Rio Grande do
Norte que ocupa um quarteirão inteiro. Além de serem um exemplo da
grandiosidade da natureza, as maiores e mais antigas árvores do planeta
têm papel fundamental no ecossistema local. São responsáveis pela
produção de grande parte dos frutos e absorção massiva de gases de
efeito estufa. Servem também como abrigo para uma enorme quantidade de
animais e espécies menores de plantas e chegam até a determinar a
distribuição geográfica da floresta. Mas esse currículo de bons serviços
prestados ao ambiente pode estar chegando ao fim.
O alerta foi feito por pesquisadores da Universidade James Cook, na Austrália. Em um artigo publicado na revista “Science”, os cientistas reuniram vários estudos que mostram que a morte desses exemplares é uma tendência mundial. Em áreas dos EUA, Espanha e Costa Rica, por exemplo, as árvores milenares podem desaparecer nos próximos 180 anos. Uma das ameaças gigantes são as secas. Por causa da altura, a água precisa percorrer às vezes mais de 50 metros até chegar às últimas folhas. “A mudança na direção e velocidade do vento também pode derrubá-las, já que têm a copa acima das outras árvores”, explicou à ISTOÉ Bill Laurance, pesquisador da James Cook e um dos autores do artigo.
LONGEVIDADE
Exemplares de baobás em Madagascar; acredita-se
que eles podem viver mais de seis mil anos
Para piorar, ainda sabemos muito pouco a respeito dessas plantas. “Em
um estudo com apenas 23 árvores da Amazônia brasileira, descobrimos
espécies de 400 a 1.400 anos. Podem existir exemplares muito mais
antigos no interior da mata”, diz Laurance. Outras árvores milenares
podem inclusive já ter sido derrubadas. “Apesar de geralmente serem ocas
por dentro, muitas ainda são alvo dos madeireiros”, alerta André
Eduardo Biscaia de Lacerda, que realiza pesquisas na área de ecologia
florestal na Embrapa.
Talvez a perda não fosse tão grande caso não estivéssemos também diminuindo a longevidade das árvores. Isso acontece justamente por causa da maior pressão que os ecossistemas estão sofrendo, o que faz com que as plantas jovens morram mais cedo. “Sem chance de se transformar em árvores frondosas”, completa Gustavo Schwartz, pesquisador da Embrapa em Belém e da Universidade de Wageningen, na Holanda. A lógica é simples: quanto mais desmatada a floresta, menor a chance de uma árvore sobreviver por séculos.
Há 65 bilhões de anos, os dinossauros foram extintos de modo quase instantâneo. O homem ainda não existia e, portanto, não teve nada a ver com isso. Mas pode ter um papel fundamental hoje e esticar a vida dessas árvores, que são os maiores e mais velhos seres vivos do nosso planeta.
Foto: Bertrand Gardel/Hemis/Corbis
Vegetais dinossauros
Estudo mostra que as maiores e mais antigas árvores do planeta correm o risco de desaparecer, assim como os répteis gigantescos que foram extintos há 65 bilhões de anos
Larissa VelosoPROTEGIDAS
Homem observa sequoias no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia
O alerta foi feito por pesquisadores da Universidade James Cook, na Austrália. Em um artigo publicado na revista “Science”, os cientistas reuniram vários estudos que mostram que a morte desses exemplares é uma tendência mundial. Em áreas dos EUA, Espanha e Costa Rica, por exemplo, as árvores milenares podem desaparecer nos próximos 180 anos. Uma das ameaças gigantes são as secas. Por causa da altura, a água precisa percorrer às vezes mais de 50 metros até chegar às últimas folhas. “A mudança na direção e velocidade do vento também pode derrubá-las, já que têm a copa acima das outras árvores”, explicou à ISTOÉ Bill Laurance, pesquisador da James Cook e um dos autores do artigo.
LONGEVIDADE
Exemplares de baobás em Madagascar; acredita-se
que eles podem viver mais de seis mil anos
Talvez a perda não fosse tão grande caso não estivéssemos também diminuindo a longevidade das árvores. Isso acontece justamente por causa da maior pressão que os ecossistemas estão sofrendo, o que faz com que as plantas jovens morram mais cedo. “Sem chance de se transformar em árvores frondosas”, completa Gustavo Schwartz, pesquisador da Embrapa em Belém e da Universidade de Wageningen, na Holanda. A lógica é simples: quanto mais desmatada a floresta, menor a chance de uma árvore sobreviver por séculos.
Há 65 bilhões de anos, os dinossauros foram extintos de modo quase instantâneo. O homem ainda não existia e, portanto, não teve nada a ver com isso. Mas pode ter um papel fundamental hoje e esticar a vida dessas árvores, que são os maiores e mais velhos seres vivos do nosso planeta.
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