sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Devemos nos preocupar é com isto e será muito bom para muitas pessoaas, pena que deve ser uma furtuna uam inplantação desta, mais resolve.

N° Edição:  2249 |  14.Dez.12 - 21:00 |  Atualizado em 14.Dez.12 - 22:47

O novo stent

Hospitais brasileiros testam a primeira prótese que é absorvida pelo corpo depois de desobstruir as artérias, o que reduz o risco de novos entupimentos

Cilene Pereira e Monique Oliveira

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AÇÃO
O Absorb abre o vaso sanguíneo entupido por gordura e não causa alergia
Um novo tipo de stent – espécie de mola usada para desobstruir artérias do coração – está sendo testado no Brasil. Ao contrário dos stents disponíveis, feitos de aço inoxidável, o Absorb é produzido com ácido polilático, um material absorvido pelo organismo. O resultado é que, em vez de permanecer para sempre dentro do corpo, como os antigos, ele desaparece em até dois anos após sua colocação. Essa característica faz com que o recurso apresente algumas vantagens em relação aos demais. A primeira delas é não ser considerado pelo corpo um agente estranho, o que reduz o risco de causar alergias e, a longo prazo, de provocar fibrose no local de sua implantação e de induzir à formação de novos coágulos – fenômenos que podem levar novamente a um bloqueio do fluxo sanguíneo. Além disso, após o seu desaparecimento, o vaso sanguíneo recupera sua capacidade natural de se contrair ou de relaxar, algo impossível no caso das próteses de metal.
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Produzido pelo Laboratório Abbott, o dispositivo é objeto de teste no Instituto Dante Pazzanese e no Hospital Israelita Albert Einstein, ambos em São Paulo (SP), e no Instituto de Cardiologia do Triângulo Mineiro, em Uberlândia (MG), onde já foi colocado em 13 pacientes. “Os resultados são muito bons. É muito animador verificar que depois de sua absorção a artéria volta totalmente ao normal”, afirma o cardiologista Roberto Botelho, coordenador do trabalho em Minas Gerais. Seu desaparecimento começa a ser observado depois de seis meses, quando o stent apresenta os primeiros sinais de perda de sua força de sustentação para manter a artéria aberta (após ser implantado, ele funciona como uma armação: empurra as placas de gordura, que obstruem o local e impedem a passagem do sangue, e “segura” a parede do vaso para que ele continue aberto).
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Por enquanto, o Absorb é indicado para casos menos complexos, como naqueles nos quais as obstruções não se encontram em bifurcações de vasos. Recentemente, no entanto, a equipe do Dante Pazzanese realizou o primeiro implante no tronco da coronária esquerda. Foi a primeira vez no mundo que isso foi feito. “O tronco da coronária é de onde nascem duas das três artérias que nutrem o coração. Qualquer complicação ali mata. O mau desempenho do dispositivo nessa localização é muito perigoso”, explica o médico Botelho. “Essa artéria sempre foi tratada por meio de cirurgia, mas nos últimos dez anos os stents começaram a mostrar bons resultados nesse território. Há enorme expectativa do Absorb nesse ponto. Ser absorvido ali é muito mais importante que em qualquer outro território.” A cirurgia, comandada pelo médico Alexandre Abizaid, foi inclusive transmitida em tempo real a médicos reunidos no maior encontro de medicina intervencionista do planeta, realizado nos Estados Unidos.
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O novo stent está disponível em cerca de 30 países distribuí­dos pela Europa, América Latina e Ásia. No Brasil, o laboratório Abbott entrou recentemente com o pedido de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não recebeu a liberação oficial. Dessa maneira, por aqui ele continua sendo usado apenas nos testes clínicos, não estando ainda disponível para a população em geral. Seu caminho até chegar definitivamente aos hospitais será o mesmo percorrido por todas as inovações médicas. Após sua aprovação pela Anvisa, deverá ser inicialmente disponibilizado na rede particular e pelos convênios. Sua entrada no sistema público de saúde deverá ocorrer por último. Para se ter uma ideia, os stents farmacológicos, revestidos de medicação anticicatrizante, são fornecidos há dez anos na rede particular e conveniada, mas ainda não são oferecidos pelo SUS. Como o Absorb não tem até agora liberação do governo brasileiro, não há preço estabelecido por aqui. Os farmacológicos custam em torno de R$ 8 mil a R$ 12 mil.
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Fotos: Kelsen Fernandes

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