08/11/2011 07h35
- Atualizado em
08/11/2011 07h35
Bairro de cidade alemã gera 20% da energia consumida com luz solar
Vauban, em Freiburg, foi planejado para abrigar imóveis de baixo consumo.
Casas funcionam como miniusinas de geração de energia elétrica.
Com 2 mil moradias e 5 mil habitantes, a área de 410 mil metros quadrados abrigou uma antiga base militar pertencente à França, no período pós-Segunda Guerra Mundial, desativada três anos após a queda do Muro de Berlim, em 1989.
A necessidade de expansão imobiliária em Freiburg obrigou a prefeitura a utilizar o terreno que ficou vazio após a retirada das tropas. Com isso, surgiu o projeto Vauban, realizado pelo arquiteto Rolf Disch, conhecido internacionalmente, e que previa casas e prédios passivos, ou seja, com baixo consumo de energia elétrica.
O primeiro prédio com 20 apartamentos foi construído entre 1997 e 1998, mas o projeto só foi concluído em 2006, quando foi concluída a construção de 58 imóveis que funcionavam como miniusinas de geração de energia elétrica.
Segundo Hans-Georg Herr, consultor da empresa Freiburg Futour, que trabalha com planejamento urbano, cada imóvel foi construído com camadas de isolamento de 40 centímetros de espessura, além de janelas grandes com três filtros voltadas para a área com maior incidência solar.
“A intenção é que o calor gerado no interior da casa seja reaproveitado”, disse Herr. Ao menos 20% de toda a energia elétrica consumida pelos moradores de Vauban é proveniente de placas solares instaladas pelas moradias do bairro.
Miniusinas
Ainda de acordo com Herr, cada imóvel foi construído para funcionar como uma pequena usina geradora de energia elétrica. Placas de captação de luz solar foram instaladas no telhado e suprem o consumo interno. O excedente é redirecionado para a rede pública.
“Para cada kWh de energia elétrica produzido, o governo paga 0,30 centavos de euro. Esse subsídio é garantido por 30 anos. Durante um ano, esses imóveis produzem o dobro de energia que consomem”, afirma Herr. Mas a preservação do meio ambiente sai cara. Cada imóvel com baixo consumo de energia custa 240 mil euros.
Zona de tranquilidade
Para evitar a circulação de automóveis pelas ruas do bairro, foram construídos bolsões de estacionamento nas principais vias para automóveis de moradores e de visitantes. Estimativa da Freiburg Futour é que existam 220 vagas para cada 1.000 moradores.
Além disso, a reciclagem do lixo no bairro segue o padrão de Freiburg, que recicla 67,5% dos resíduos sólidos. Contêineres estão espalhados pela região para coletar material eletrônico, além de plástico, vidro, lixo orgânico e metais.
A tranquilidade do bairro chamou a atenção de Günther Schülli, que saiu da região central de Freiburg para que o filho pudesse crescer com qualidade de vida.
"Quando o bairro começou a ser construído, meu filho tinha 4 anos. Quando morava mais para o centro eu tinha uma vida anônima. Mas agora, estou num lugar onde todos se conhecem", disse Schülli. Segundo o morador, a forma como o bairro foi criado é importante para o futuro do planeta, pois tem menos impacto no meio ambiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário