ONG publica fotos de índios ianomamis isolados na Amazônia
22 de novembro de 2011 • 17h48
• atualizado às 19h35
Foto foi tirada em março deste ano
Foto: Hutukara/Survival/Divulgação
Foto: Hutukara/Survival/Divulgação
A ONG Survival International divulgou nesta terça-feira as primeiras
fotos aéreas do que seria uma pequena comunidade de indígenas ianomamis
isolados no coração da Amazônia. De acordo com a organização, eles estão
ameaçados pelo retorno dos garimpeiros clandestinos.
O território ianomami, localizado entre os Estados de Amazonas e Roraima, foi criado oficialmente em 1992. Ele é considerado "o maior território florestal indígena do mundo", segundo a Survival, que quer chamar a atenção sobre as novas ameaças. "Estas novas fotos evidenciam como a proteção do território ianomami foi importante para proteger (os indígenas) dos garimpeiros de ouro que devastaram essa região nos anos 1980", afirmou Stephen Corry, diretor da Survival, em comunicado.
A alta do preço do ouro no mercado internacional estaria provocando o retorno dos garimpeiros clandestinos à região. "As condições de vida dos ianomamis melhoraram de forma considerável, mas sempre são confrontados com ameaças reais. Os acampamentos de garimpeiros ilegais estão instalados a apenas 15 km dos ianomamis isolados", afirmou Corry.
A entrada clandestina em território ianomami pode levar doenças e, através do mercúrio utilizado para fazer amálgama do ouro, contaminar os rios e a floresta, afirmou a Survival.
Ailton da Silva, coordenador da associação Hutukara ianomami, que tem parceria com a Survival, declarou nesta terça-feira que um fotógrafo amador ianomami tirou as fotos do grupo isolado em Roraima. O fotógrafo Morsamiel Iramari capturou as imagens em março, 10 dias após as investigações e vários sobrevoos em um avião emprestado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Segundo o tamanho das malocas nas fotos, o grupo seria formado por 38 pessoas. Seriam índios ''waripé'' (um subgrupo dos ianomamis) que se refugiaram nas profundezas da selva quando foi aberta a rodovia Transamazônica nos anos 1970", completou Silva. Ele explicou que a ideia de buscar este grupo de ianomamis isolados surgiu quando outros ianomamis saíam para caçar na selva e eram recebidos com flechas. "No começo, achavam que espíritos agressivos da selva os atacavam", disse.
Assim como a Survival, Ailton da Silva confirmou a importância de delimitar os territórios indígenas. "Com a criação do território, a mortalidade caiu e os garimpeiros foram expulsos, mas estão retornando em massa", disse. Em novembro, ao menos 800 militares e policiais foram enviados à região para expulsar os garimpeiros. "Cerca de 50 foram expulsos até o momento, mas se escondem na selva", disse Silva.
Segundo a Funai, existem no Brasil 77 tribos indígenas isoladas, disseminadas nos Estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Maranhão. Apenas cerca de 30 grupos já foram vistos. A população indígena representa menos de 1% dos 190 milhões de habitantes do Brasil e ocupa 12% do território brasileiro, a maioria na Amazônia. A Survival International estima que existem no total mais de cem de tribos isoladas no mundo.
O território ianomami, localizado entre os Estados de Amazonas e Roraima, foi criado oficialmente em 1992. Ele é considerado "o maior território florestal indígena do mundo", segundo a Survival, que quer chamar a atenção sobre as novas ameaças. "Estas novas fotos evidenciam como a proteção do território ianomami foi importante para proteger (os indígenas) dos garimpeiros de ouro que devastaram essa região nos anos 1980", afirmou Stephen Corry, diretor da Survival, em comunicado.
A alta do preço do ouro no mercado internacional estaria provocando o retorno dos garimpeiros clandestinos à região. "As condições de vida dos ianomamis melhoraram de forma considerável, mas sempre são confrontados com ameaças reais. Os acampamentos de garimpeiros ilegais estão instalados a apenas 15 km dos ianomamis isolados", afirmou Corry.
A entrada clandestina em território ianomami pode levar doenças e, através do mercúrio utilizado para fazer amálgama do ouro, contaminar os rios e a floresta, afirmou a Survival.
Ailton da Silva, coordenador da associação Hutukara ianomami, que tem parceria com a Survival, declarou nesta terça-feira que um fotógrafo amador ianomami tirou as fotos do grupo isolado em Roraima. O fotógrafo Morsamiel Iramari capturou as imagens em março, 10 dias após as investigações e vários sobrevoos em um avião emprestado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Segundo o tamanho das malocas nas fotos, o grupo seria formado por 38 pessoas. Seriam índios ''waripé'' (um subgrupo dos ianomamis) que se refugiaram nas profundezas da selva quando foi aberta a rodovia Transamazônica nos anos 1970", completou Silva. Ele explicou que a ideia de buscar este grupo de ianomamis isolados surgiu quando outros ianomamis saíam para caçar na selva e eram recebidos com flechas. "No começo, achavam que espíritos agressivos da selva os atacavam", disse.
Assim como a Survival, Ailton da Silva confirmou a importância de delimitar os territórios indígenas. "Com a criação do território, a mortalidade caiu e os garimpeiros foram expulsos, mas estão retornando em massa", disse. Em novembro, ao menos 800 militares e policiais foram enviados à região para expulsar os garimpeiros. "Cerca de 50 foram expulsos até o momento, mas se escondem na selva", disse Silva.
Segundo a Funai, existem no Brasil 77 tribos indígenas isoladas, disseminadas nos Estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Maranhão. Apenas cerca de 30 grupos já foram vistos. A população indígena representa menos de 1% dos 190 milhões de habitantes do Brasil e ocupa 12% do território brasileiro, a maioria na Amazônia. A Survival International estima que existem no total mais de cem de tribos isoladas no mundo.
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