Ciência
18/01/2012 - 17:44
Espaço
Meteorito que caiu no Marrocos veio de Marte
Rochas devem ter vagado por milhões de anos antes de caírem na Terra
Uma equipe internacional de cientistas confirmou que procedem de Marte os fragmentos de um meteorito que foi visto caindo como uma bola de fogo no Marrocos em julho de 2011. A Sociedade Internacional de Meteorítica e Ciência Planetária publicou em seu boletim os detalhes deste meteorito, batizado de Tissint.Trata-se de sete quilos de material rochoso em pedaços que vão desde um grama a quase um quilo, segundo explicou Edward Scott, presidente da associação que agrupa 950 cientistas, incluindo vários funcionários da Nasa. É o maior meteorito de origem marciana já encontrado na Terra. Várias universidades ao redor do mundo irão estudar o meteorito, que pode dar detalhes sobre o passado do planeta vermelho e ajudar a dizer se ele já abrigou vida.
Apesar das várias missões enviadas a Marte, ainda não foi possível retirar amostras do solo do planeta e trazê-las para a Terra. Por isso, a confirmação de que o material do meteorito marroquino veio de lá é uma boa notícia para os cientistas.
"Da química desses produtos podemos obter mais informações sobre o ambiente marciano ao longo do tempo, desvendando, por exemplo, se era comum que a água ficasse na superfície e, potencialmente, descobrir se em algum momento Marte foi apto a ter vida", explicou a professora Lydia Hallis, do Instituto de Geofísica e Planetologia da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos.
As rochas que formam o meteorito, porém, não são um retrato atual da atmosfera marciana. Os cientistas acreditam que o corpo celeste estava vagando pelo Sistema Solar havia milhões de anos antes de cair na Terra. A principal hipótese é a de que um corpo maior tenha colidido com o planeta vizinho e espalhado detritos como esses pelo espaço.
As partes do Tissint começaram a ser encontradas em outubro do ano passado, por nômades que perambulavam pelo vale Oued Drâa, próximo à cidade de Tata. Uma das testemunhas, Aznid Lhou, disse, segundo o boletim divulgado pela Sociedade Internacional de Meteorítica, que primeiro viu uma luz amarela no céu da noite. Em seguida, o objeto apresentou um forte brilho esverdeado, que iluminou toda região, para então partir-se em dois.
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