sábado, 21 de janeiro de 2012

É será necessario mesmo isto, pois as distancias por ali são bem expressivas e um relógio para isto seria imprecendivel.

Tempo

ONU não chega a acordo sobre ajuste no horário mundial

Cientistas querem fixar o relógio independente de mudanças na órbita terrestre, mas países vetam

Visão espacial da Terra sendo iluminada pelo Sol: posição do astro em relação ao nosso planeta é usada para calcular a hora Visão espacial da Terra sendo iluminada pelo Sol: posição do astro em relação ao nosso planeta é usada para calcular a hora (Nasa)
Em 2012, teremos um dia a mais do que no ano passado, o 29 de fevereiro. É possível também que tenhamos um segundo a mais. Não parece muito e normalmente nem somos avisados da mudança no relógio, mas o assunto provocou um intenso debate em uma assembleia das Nações Unidas esta semana. A reunião terminou sem consenso entre os países membros e, por isso, não sabemos quantos segundos bissextos (ou adicionais) teremos nos próximos anos. Isso vai depender da quantidade de terremotos e erupções vulcânicas.

Saiba mais

RELÓGIO ATÔMICO
É um relógio que baseia seu mecanismo na frequência de oscilação da energia de um átomo. Os átomos são estimulados por ondas eletromagnéticas para que sua energia oscile de forma regular. Como os cientistas conhecem a frequência de oscilação dos átomos, eles podem programar o relógio para interpretar um número estabelecido de oscilações como um segundo. O Brasil possui dois relógios com átomos de Césio 133, um dos materiais mais usados, no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.
TUC
O Tempo Universal Coordenado é o fuso horário de referência para se calcular o horário no mundo. É baseado na rotação da Terra, mas corrigido pelos relógios atômicos. É o sucessor do GMT, sigla para Horário Médio de Greenwich em inglês, que é um sistema baseado no primeiro meridiano de Greenwich, que passa pelo Observatório Real, perto de Londres e é definido pela rotação da Terra. Graças aos fenômenos que geram os segundos bissextos, os dois fusos têm alguns segundos de diferença.
Eventos extremos como esses atrasam a rotação da Terra em torno do Sol e de si mesma. Por isso a hora calculada por meio do Sol e das estrelas é ligeiramente diferente da hora definida pelo TUC (Tempo Universal Coordenado), a base para o cálculo dos fusos horário no mundo. Ao contrário dos anos bissextos, cujos motivos são amplamente conhecidos, os segundos adicionais são assunto restrito a cientistas como os da UIT (União Internacional de Telecomunicações), uma organização que faz parte da ONU.

Eles apresentaram aos estados membros presentes na Assembleia de Radiocomunicação, que terminou na quinta-feira, em Genebra, na Suíça, uma proposta para acabar com a adição de segundos e deixar um pouco de lado os eventos espaciais na decisão da hora oficial. A ideia foi muito debatida, mas acabou engavetada pelo menos até 2015 porque alguns países afirmavam não ter informações suficientes sobre o assunto para tomar uma decisão. Outros, como Grã-Bretanha, Canadá e China, se opuseram à proposta, que tem os Estados Unidos como principal advogado.

A adição de segundos ocorre após uma série de cálculos muito complexos, feitos para determinar se o planeta se atrasou no ano que passou. Uma vez detectado o atraso, o segundo é adicionado ao horário dos relógios atômicos, cerca de 350 aparelhos ao redor do mundo que são os guardiões do tempo por serem extremamente exatos.

Os relógios que usamos em casa, no carro ou no trabalho, analógicos ou digitais, atrasam alguns segundos por ano. Podemos acertá-los periodicamente graças aos relógios atômicos, nos quais se baseia o padrão de órgãos como a Divisão Serviço da Hora, do Observatório Nacional, responsável pela Hora Legal Brasileira.

Ajustes manuais - Entre as vantagens da proposta, segundo os cientistas, está a de não ser necessário ajustar os relógios atômicos e os sistemas de telecomunicações cada vez que um segundo é acrescentado ao ano. "Esses ajustes causam um problema porque devem ser feitos de maneira manual, já que não podemos prever quando essas atualizações são necessárias. Só prevemos isso meses antes e sempre há um risco de erro, portanto é preciso de novas provas posteriores", afirmou Vincent Meens, chefe do Escritório de Frequências do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França. "É impossível prever em que ano devemos agregar um segundo. Às vezes, há um segundo adicional a cada ano ou podemos ficar três ou quatro anos sem ele", disse ainda.

A uniformização do tempo também evitaria a defasagem entre os relógios oficiais e os dos sistemas de posicionamento global (GPS). Quando o GPS apareceu, na década de 80, seus engenheiros consideraram muito complicado introduzir o segundo bissexto no sistema, pois isso poderia causar inúmeros erros de cálculo. Por isso, o GPS usa sua própria hora mundial, que atualmente possui uma diferença de 15 a 17 segundos em relação ao TUC.

Desvantagens - Se o atual sistema for aposentado, porém, o Sol deixará de ser a nossa principal referência temporal. "Haverá um desvio da hora da Terra e do Sol em relação à hora atômica, que será mais ou menos de 1 minuto e 30 segundos por século", explicou Meens. "O desvio calculado para um milênio é de 15 minutos. Talvez possamos resolver o problema inserindo, por exemplo, um minuto adicional em 70 anos", completou.

Na defesa contra o fim dos segundos bissextos, alguns países alegaram implicações sociais e religiosas, segundo representantes da UIT. "A princípio, tratamos o tema como um assunto exclusivamente técnico. Mas percebemos que tinham de ser levados em conta outros aspectos, como os sociais, os religiosos. A supressão terá várias implicações e estas merecem ser estudadas com atenção", disse François Rancy, diretor do Escritório de Radiocomunicações da UIT.

Questionado reiteradamente sobre quais seriam as implicações, Rancy não quis detalhar, mas adiantou que o adiamento da decisão não terá consequências negativas, porque de qualquer forma a data da implementação estabelecida para o fim dos segundos adicionais é o ano de 2020. Muitos estudos serão realizados nos próximos três anos para que a próxima reunião para tratar do tema, 2015, não seja apenas perda de tempo.

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