sábado, 21 de janeiro de 2012

São lugares maravilhoso e vale a pena conhecer.

Conheça as chapadas mais famosas do Brasil

Por Samanta Dias - Equipe BBel
Publicado em 19/01/2012


Chapada Diamantina na cidade de Lençóis, Bahia
Jota Freitas
Ecoturismo, turismo de aventura e esoterismo. Estes são os principais atrativos que chamam as pessoas a visitarem as chapadas dos Veadeiros, em Goiás, dos Guimarães, no Mato Grosso e Diamantina, na Bahia. Diferente dos tradicionais destinos litorâneos do território brasileiro, as chapadas são o passeio ideal para quem está disposto a caminhar por trilhas, explorar cavernas e contemplar a natureza. Além disso, não são regiões que recebem grande volume de visitantes.
De acordo com Alessandro Pinheiro, supervisor operacional da agência de turismo Intravel, o público visitante dessas regiões costuma estar na faixa etária entre 18 e 35 anos. Ele também explica que serviços de luxo não são comuns nos destinos de ecoturismo, por isso, as hospedagem, por exemplo, ficam por conta pousadas em média com três estrelas.
Cristiano Placeres, gerente de produtos da agência Flytour, comenta que os turistas podem procurar um dos pequenos hotéis e pousadas inseridos no projeto Roteiros de Charme como alternativa de hospedagem. O Roteiros de Charme é uma associação de hotéis e pousadas que se comprometem em oferecer serviços de qualidade, com conforto e responsabilidade socioambiental. Cristiano explica que quem optar por este tipo de hospedagem vai encontrar estabelecimentos pequenos, aconchegantes, inseridos no contexto local e com uma decoração charmosa.
As três chapadas são áreas de conservação ambiental protegidas por lei e ficam dentro de parques nacionais de conservação. Por isso, nem todas as áreas são abertas para o trânsito de visitantes, mesmo assim, as paisagens são deslumbrantes, como na foto acima, que mostra o topo da Chapada Diamantina na cidade de Lençóis, no sertão da Bahia.
A altitude e o contraste entre as escarpas e as depressões do terreno são responsáveis pela beleza das chapadas. Em alguns pontos, é possível chegar a 1.100 metros de altura. O geólogo Andrea Bartorelli explica que ir para estas regiões significa entrar em contatos com áreas que começaram a se formar a 2,5 bilhões de anos, na época da formação do continente americano, quando ainda havia poucos seres vivos na Terra. Ele ressalta que nos topos das chapadas existem rochas preservadas com as mesmas características que tinham a cerca de dois milhões de anos.
Nas próximas páginas, conheça os principais cenários e atividades turísticas que você vai encontrar em cada uma das chapadas.


Morrão, na Chapada Diamantina
Jota Freitas
A Chapada Diamantina fica a 400 quilômetros de Salvador, capital da Bahia, e começou a ser descoberta para o turismo nos anos 1970. Na década de 80, o Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado. Hoje a região é referência, segundo o Ministério do Turismo, no segmento de turismo de aventura. Em meio ao cerrado, abriga a segunda cachoeira mais alta do Brasil, a Cachoeira da Fumaça, com cerca de 380 metros de queda livre. Uma das trilhas mais famosas da chapada é a do Vale do Pati, que passa por diversas cachoeiras, entre elas a da Fumaça, e pode ocupar os visitantes por sete dias. Cristiano Placeres afirma que para os turistas mais aventureiros, não é difícil encontrar pacotes de viagens que contemplem dias para pernoitar acampados na mata.
As agências de turismo oferecem diversas atividades como trekking, escalada em rocha, mountain bike, cavalgadas, observação de aves, canionismo, mergulho em cavernas e até cave-jumping. Para quem procura o misticismo na região, os locais mais envolvidos em mitos e lendas são o Vale do Capão, que abriga comunidades alternativas, e o Morro do Pai Inácio.
 Poço Encantado, na Chapada Diamantina
Nas cidades vizinhas de Lençóis, onde fica situado o parque, o turista pode ter acesso aos atrativos subterrâneos da Chapada Diamantina. São poços com piscinas naturais, como o Poço do Encantado, na foto acima, grutas e cavernas.
O acesso à Chapada Diamantina não é difícil, existem voos regulares que partem todos os sábados de Salvador para a região. Para quem vai de carro, a primeira parte da viagem pode contemplar ainda uma paradinha na cidade de Feria de Santana (BA). De ônibus, o trajeto até a chapada dura cerca de seis horas.
Na próxima página, conheça a Chapada dos Veadeiros.


 Vale da Lua, na Chapada dos veadeiros
Goiás Turismo
Segundo o geólogo Andrea Bartorelli, a Chapada dos Veadeiros pode ser considerada a mais antiga das três. "Sua idade corresponde ao Paleoproterozóico, que vai de 2,5 a 1,6 bilhões de anos atrás", afirma. A chapada é uma região de cerrado e fica no ponto mais alto do planalto central, a mais de 1,6 mil metros altura. "Seu subsolo é formado por cristais de rocha que afloram do solo e acredita-se que a região, rica em cristais de quartzo, seja um ponto de convergência de energia e eletricidade muito utilizados em pesquisas", comenta a diretora de Pesquisa Turística da Goiás Turismo, Flávia Rabelo. Essa é uma das origens do esoterismo que envolve o local.
Pela proximidade da capital nacional, Alessandro Pinheiro recomenda aos turistas que escolham pacotes de viagem que integrem um passeio por Brasília. Além disso, ele comenta que também é possível acrescentar no roteiro uma parada por uma fazenda tradicional do estado de Goiás. A paisagem local da chapada é composta pelos canyons, rios, cachoeiras e águas termais. Como em toda área de proteção ambiental, apenas alguns lugares são abertos para a visitação, com a supervisão de guias do parque nacional.
 Saltos do Rio Preto, na Chapada dos Veadeiros
A Chapada dos Veadeiros se tornou uma atração turística no começou na década de 80, quando mochileiros em busca da convivência com a natureza e uma proposta alternativa de vida chegaram por lá. "Muitos até se mudaram para os povoados de Moinho e São Jorge. Atualmente, o perfil dos visitantes é bastante eclético chegando até a receber estrangeiros que buscam experiências místicas e espiritualistas na região", comenta Flávia Rabelo.
Além das atividades de ecoturismo e turismo de aventura, também é possível praticar o turismo solidário. Segmento em expansão, reúne pessoas que querem conhecer e ajudar as comunidades locais de uma região. No caso da Chapada dos Veadeiros, a mais conhecida é Kalunga, povoado remanescente dos quilombos e hoje sítio de patrimônio Histórico Nacional.
Na próxima página, saiba mais sobre a Chapada dos Guimarães.


Chapada dos guimarães vista do Lago Manso
Secretaria de Turismo do Mato Grosso
A região da Chapada dos Guimarães começou a ser ocupada em 1751, quando uma missão jesuítica chegou ao local. Ela fica cerca de 70 quilômetros distante de Cuiabá, capital do Mato Grosso, na cidade de Chapada dos Guimarães. Apesar de estar na área central do cerrado brasileiro, abriga áreas de mata com características das florestas Amazônicas e Atlântica.
Uma boa parte do Aquífero Guarani fica situada sob a Chapada dos Guimarães, que é uma grande área de nascentes. A cor avermelhada dos paredões é uma característica peculiar da chapada. Ela se deve ao alto grau do minenal ferro na formação das rochas da região, de acordo com Cecílio Vilabarque, chefe do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.
 Cachoeira Véu de Noiva, na Chapada dos Guimarães
A chapada apresenta uma variação de altitude entre 250 e 800 metros. O Morro de São Jerônimo é o ponto mais alto do parque nacional, ultrapassando os 800 metros. A trilha que leva ao topo do morro é percorrida em cerca de seis horas e, além dos trechos com aclive e declive, conta com uma pequena escalada. Como a trilha é considerada difícil, os turistas só podem se aventurar por ela acompanhados por uma guia do parque e depois de assinar um termo declarando estarem cientes do que vão enfrentar.
Um dos pontos mais famosos da Chapada dos Guimarães e que também está aberto à visitação é a Cachoeira Véu de Noiva, na foto acima. Além desses, outros pontos também podem ser visitados pelos turistas como o Circuito das Cachoeiras, onde as trilhas são mais leves e é possível se banhar na água das cachoeiras, e a Casa de Pedra, uma gruta esculpida pelas águas do rio Independência que contém pinturas rupestres.
Veja também as dunas que você não pode deixar de conhecer.

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