Ingrediente indispensável do
caldo verde, que herdamos de Portugal, a couve, além de ser barata e fácil
de encontrar em todo o país, oferece vários benefícios.
Surpresa ?
Nós também ficamos. A questão é
quanto mais os especialistas estudam essa verdura, mais surgem vantagens.
Chega a parecer uma bula de
remédio : a couve é antiinflamatória e cicatrizante. E, super importante,
ajuda a fixar o cálcio nos ossos.
De onde vêm esses poderes? Dos
glicosinolatos, fitoquímicos naturais que, por terem ação desintoxicante,
estimulam o organismo a se livrar até mesmo das substâncias cancerígenas,
além de fortalecer o sistema imunológico. A partir daí, tudo funciona
melhor. Quando você coloca a verdura no prato, também se serve de uma
variedade incrível de vitaminas e minerais que, combinados aos
fitoquímicos, favorece a absorção
dos outros nutrientes da
refeição, especialmente do cálcio.
Nesse aspecto, a nutricionista
Denise Madi Carreiro, de São Paulo, chega a comparar a folha ao leite
materno.
Denise, que é conselheira do
Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, afirma que a couve é um alimento
até mais adequado para os ossos que o leite de vaca.
“Além de ter cálcio e magnésio,
ela carrega esses dois minerais na proporção adequada”, explica a
nutricionista. O que isso significa ?
O cálcio precisa do magnésio na
medida certa para conseguir exercer suas funções, entre elas, formar a
massa óssea.
O leite de vaca tem nove vezes
menos magnésio e três vezes mais cálcio do que a proporção necessária.
Segundo Denise, isso faz com que o cálcio do leite tenha dificuldade de se
fixar no nosso esqueleto. “Pior, ele rouba o magnésio existente no
organismo. E, como a maior parte desse mineral fica concentrada dentro do
osso, consumir mais cálcio do que magnésio aumenta o risco de perda de
massa óssea. Daí para a osteoporose é um pulo”, diz a especialista.
O magnésio ainda é parceiro do
cálcio em várias outras tarefas: ajudar o corpo a se livrar do acúmulo de
gordura, manter a pressão arterial sob controle, regular a ação de hormônios
e controlar os movimentos dos músculos (o cálcio contrai a musculatura e o
magnésio relaxa). Além disso, o magnésio é fundamental para a formação e
funcionamento de todos os neurotransmissores, sem exceção. É por isso que
sem ele você se sente desanimada e até mal-humorada.
Na couve, o magnésio faz parte da
clorofila – substância que dá a cor verde à folha e com potencial de
renovar as células do nosso organismo. Quer dizer que a verdura tem mais
essa vantagem : rejuvenesce. Depois de descobrir todos os poderes dela, a
gente fica até com vontade de fazer uma “plantação” em casa.
Aproveite para colocar a couve
mais vezes no seu cardápio. Você vai perceber a diferença na pele, no pique
e na balança !
Tatus-canastras ("Priodontes maximus") são verdadeiros
"engenheiros do ecossistema", afirmam pesquisadores que descobriram que
suas tocas servem como habitat e abrigo para outras espécies. O projeto
'Tatu-Canastra', feito no Pantanal, durou dois anos e foi liderado pelo
Instituto de Pesquisas Ecológicas e pelo Royal Zoological Society da
Escócia. O estudo pretende entender mais sobre esses animais, que gastam
75% de seu tempo no subsolo em tocas escavadas por suas impressionantes
garras
Os cientistas usaram câmeras sensíveis ao movimento,
entre 2010 e 2012, e registraram 24 espécies diferentes, utilizando as
"casas" dos tatus para diversos motivos, como esta jaguatirica que
caçava lagartos e outras pequenas presas na entrada da toca. Acima,
Jaguatirica visita toca do tatu-canastra
Projeto Tatu-Canastra
Uma família de quatis também foi fotografada procurando
por sua presa em um monte de areia na entrada da toca do tatu
Mamíferos não são os únicos animais atraídos pelas tocas:
diferentes espécies de aves, como a seriema (foto), a gralha e o mutum
foram flagrados pelas câmeras
Projeto Tatu-Canastra
Grandes mamíferos, como esses dois pumas, escolheram a toca como local de descanso
Aqui, um guaraxaim se refugia dentro de uma toca do tatu-canastra
Renata Leite Pitman foi a primeira pesquisadora a
documentar a função dos tatus-canastra como engenheiros do ecossistema.
Enquanto liderava um projeto sobre mamíferos raros e em perigo na
Amazônia, ela observou o raro cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas
("Atelocynus microtis") utilizando 13 diferentes tocas do tatu-canastra
para se abrigar em um dia, na Estação de Pesquisa Los Amigos, na
Amazônia Peruana
Uma anta, acompanhada por uma gralha cinza, também foi
registrada descansando sobre o monte de areia formado após a escavação
da toca do tatu
Projeto Tatu-Canastra
As tocas dos tatus-canastra podem ter até 5 metros de
profundidade. Pesquisadores registraram javalis (foto), queixada e
caititus se esfregando no monte de areia quando o solo ainda estava
fresco e úmido após a escavação
Imagens mostram cutias entrando e saindo das tocas, às vezes em dupla
Caititus também foram observados dentro das tocas do
tatu-canastra, diz Arnaud Desbiez, autor do estudo e pesquisador da
Escócia
Projeto Tatu-Canastra
No total, outras três espécies de tatu foram registradas
usando a toca por períodos contínuos. Eles incluíram o tatu-galinha
(foto), o "Cabassous unicinctus" e o tatupeba
Projeto Tatu-Canastra
Tamanduás-mirins tiveram as estadias mais prolongadas na
toca do tatu-canastra e foram observados alimentando-se de cupins e
formigas enquanto estavam lá
Projeto Tatu-Canastra
"É incrível ver como uma espécie tão reservada pode
desempenhar um papel tão importante dentro da comunidade ecológica",
disse o coordenador do projeto, Arnaud Desbiez, da Escócia. Ele espera
que a revelação sobre o papel fundamental desses animais nos
ecossistemas resulte em uma maior proteção da espécie
Projeto Tatu-Canastra
Inteligência de França e Espanha colaborou com espionagem dos EUA, diz jornal
Washington, 29 out (EFE).- A espionagem a milhões de
cidadãos na França e na Espanha foi realizada pelos serviços de
inteligência desses países, que compartilharam depois a informação
adquirida com a Agência de Segurança Nacional (NSA) americana, informou
nesta terça-feira "The Wall Street Journal".
O jornal, que cita
funcionários americanos, afirma que os registros telefônicos colhidos na
Europa foram depois compartilhados com a NSA como parte dos esforços
para proteger os Estados Unidos e seus aliados.
A espionagem em
massa realizada pelos EUA a seus cidadãos e a governos estrangeiros
continua causando polêmica, sobretudo por causa das revelações sobre a
vigilância a 35 líderes mundiais conhecidas através dos documentos
vazados pelo ex-analista da NSA, Edward Snowden.
Segundo o jornal
francês "Le Monde", em um período de 30 dias, entre dezembro de 2012 e o
início de 2013, foram interceptadas 70,3 milhões de comunicações
emitidas da França.
Por sua vez, o espanhol "El Mundo" publicou
ontem que a NSA espionou mais de 60 milhões de ligações telefônicas na
Espanha entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013.
Essa espionagem
tanto na França como na Espanha, de acordo com o publicado hoje pelo
"The Wall Street Journal", teria sido realizada em estreita colaboração
com os serviços de inteligência dos dois países.
Os funcionários
americanos citados pelo "WSJ" explicaram que os documentos vazados por
Snowden foram mal interpretados e, na realidade, mostravam registros
telefônicos recolhidos pelos serviços de inteligência franceses e
espanhóis.
A Casa Branca avalia atualmente uma mudança
substancial em sua política de espionagem depois que os vazamentos de
Snowden colocaram em perigo a relação dos EUA com países aliados como
Alemanha, França e Espanha.
Há versões contraditórias sobre se o
presidente de EUA, Barack Obama, sabia ou não da espionagem a líderes
mundiais, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, e a Casa Branca
rejeitou fazer esclarecimentos a esse respeito.
Na Câmara, Lula defende reforma política e diz que povo foi à rua para "comer filé"
Do UOL, em Brasília
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou nesta terça-feira (29) a medalha "Suprema Distinção" da Câmara
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou nesta terça-feira (29) a
medalha "Suprema Distinção", concedida pelo presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A cerimônia ocorreu horas
depois de Lula ter recebido uma medalha no Senado devido à sua participação como deputado constituinte em 1988.
Em seu discurso após receber a homenagem, Lula disse que os protestos
que tomaram conta do país em junho se devem à melhora no nível de vida
dos brasileiros, mas estimulou os jovens a não perderem o interesse na
política. "Nós tivemos em junho uma lição de civilidade democrática.
(...) O povo foi para a rua exigir um pouco mais de Estado. (...) O povo
foi para a rua pra dizer que precisa de mais coisas porque ele aprendeu
a comer contra-filé e ele não quer voltar a comer acém. Ele quer comer
filé de verdade. Ele quer ser tratado como cidadão de primeira classe."
Ao defender o exercício da política como meio de reivindicar melhoras,
Lula disse que "vimos uma parte daquela movimentação [dos protestos de
junho] negar a política, como se nada prestasse". Mas, para o
ex-presidente, esse é o momento do Congresso "dizer para a juventude que
não adianta ser contra a política. A coisa mais extraordinária e
exuberante que eu vivi é a convivência democrática de construir diálogo
na diversidade".
O petista defendeu a reforma política para ampliar a participação da
sociedade no processos legislativos. "Não vejo outra maneira de
continuar a exercer a política como atividade transformadora."
O ex-presidente defendeu o Congresso das críticas que recebeu durante
as manifestações pelo país. Ele disse que o Legislativo é o poder "que
mais se expõe a críticas da mídia" e declarou que "não tem nada mais
nobre que o exercício do mandato parlamentar", porque é renovado a cada
quatro anos.
O petista chegou até mesmo a elogiar a oposição durante sua fala.
"Quero compartilhar essa distinção [medalha] com os deputados que
contribuíram para mudar o brasil, incluindo os que fizeram oposição ao
governo."
O ex-presidente fez elogios ao seu governo (2003-2010), exaltando o
Bolsa Família, a geração de empregos e o acesso de estudantes à
universidade. "Foi um presidente sem diploma universitário e um vice sem
diploma universitário que vão passar para a história como a dupla que
mais fez universidades no país", disse, em referência a si mesmo e ao
ex-vice-presidente José Alencar.
A dona de casa Antônia Alves de Oliveira, de 58 anos, leva uma vida
tranquila em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão – e, no mapa
político do Brasil, capitania de Edison Lobão, do PMDB, ministro de
Minas e Energia. Antônia gasta os dias cuidando do pequeno jardim de sua
casa, no modesto bairro Parque Alvorada. Interrompeu os afazeres
domésticos para receber ÉPOCA na tarde da última segunda-feira, sob um
úmido calor de 33 graus. Não havia ar-condicionado. Ela ofereceu água
gelada, servida em copos de alumínio. Contou a história de sua família. É
uma história que, como muitas outras em Imperatriz, se confunde com a
aventura do garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará. Na década de 1980,
ele chegou a ser o maior do mundo. Imperatriz fica relativamente perto
de Serra Pelada, e a oportunidade de fazer dinheiro levou muitos pais de
família ao sul do Pará. Além do ex-marido de Antônia, seus três irmãos
foram garimpeiros. Um deles, Davi Alves Silva, aliado de Lobão no PFL,
antigo partido do ministro, se elegeu deputado estadual, deputado
federal e prefeito de Imperatriz, quando Lobão era governador do
Maranhão, em 1990. Davi foi assassinado em 1992, ano em que o governo
federal resolveu pôr fim ao garimpo em Serra Pelada – ao menos com as
mãos, não era mais possível achar ouro. A partir dali, apenas com alta
tecnologia. “Serra Pelada deu muita chateação, mas ainda tem muito ouro
lá”, diz Antônia. Se, para a maioria dos garimpeiros, o ouro acabou,
para alguns poucos, como Antônia, o ouro continua brotando da terra,
como que por milagre.
O santo se chama Edison Lobão, padroeiro dos garimpeiros de Serra
Pelada. Ele afirma, em discursos e campanhas, ser o político que mais
lutou em Brasília pelos direitos dos garimpeiros. “Olhando o sofrimento
desses brasileiros – 70% dos quais maranhenses –, recordo-me do que foi
também o sofrimento dos judeus, retirados do Egito por Moisés, que
durante 40 anos peregrinaram pelo deserto, em busca de um lugar onde
ficar”, afirmou Lobão na tribuna do Senado em 2010. “Não é diferente,
salvo quanto ao tempo, o que ocorre com os garimpeiros. Esses homens
foram para Serra Pelada, descobriram ouro; extraíram-no e o entregaram,
por algum pagamento, ao governo federal; ajudaram o governo federal a
fazer seu lastro com ouro, ativo financeiro de grande valor, e, hoje,
expulsos da Serra Pelada, em nome de direitos da Companhia Vale do Rio
Doce, estão sem saber o que fazer da vida.” Se a história de Imperatriz
passa por Serra Pelada, a história de Serra Pelada passa por Lobão. >> Blog do Planeta: "O novo código de mineração não diz nada sobre os impactos ambientais"
Foi por influência dele que, em 2007, o governo convenceu a Vale a
abdicar do tesouro ainda existente em Serra Pelada. Estima-se que o ouro
remanescente valha, por baixo, R$ 3 bilhões. Por apenas US$ 59 milhões,
a Vale aceitou transmitir a uma cooperativa de antigos garimpeiros os
direitos de exploração mecanizada da área. Antônia e outros garimpeiros
tomaram o controle da cooperativa. Com o aval do Ministério de Minas e
Energia, já ocupado pelo PMDB, tornaram-se sócios da empresa de
mineração canadense Colossus. Em 2010, com Lobão no ministério, a
Colossus aumentou sua participação no consórcio com os garimpeiros de
51% para 75%. O que rendeu aos garimpeiros – especialmente a partir
2010, ano em que Lobão venceu mais uma eleição ao Senado – a quantia de
R$ 50 milhões, segundo a própria Colossus.
De acordo com o Ministério Público, a dona de casa Antônia recebeu dos
canadenses, em sua conta pessoal no Banco do Brasil, R$ 19,2 milhões,
entre janeiro de 2010 e março de 2011. Um rastreamento do Conselho de
Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, que investiga casos de
lavagem de dinheiro, revelou que 65% desse total foi sacado na boca do
caixa. Alguns dos saques foram superiores a R$ 100 mil. Antônia era
tesoureira da cooperativa. Como o dinheiro foi sacado, os investigadores
não conseguiram descobrir os beneficiários finais da fortuna. O que
Antônia fez com tantos milhões? Claramente, o dinheiro não foi investido
em seu jardim, embora ela tenha também uma casinha na Vila Lobão,
bairro batizado em homenagem ao padroeiro. “Não ficava nada comigo.
Podem abrir minhas contas no banco. Se entrasse o dinheiro às 11 horas,
às 17 horas não tinha mais nada. Tinha uma lista de pagamentos para
fazer”, afirma Antônia. Ela não conta para quem passava o dinheiro. No
máximo, diz que fazia “pagamento de despesas administrativas” da
cooperativa.
Antônia é amiga do garimpeiro Gesse Simão de Melo, o entusiasmado
senhor que aparece no palanque da foto acima, junto a Lobão. Gesse era
presidente da cooperativa, quando Antônia era tesoureira. Para chegar ao
comando da cooperativa, os dois receberam a ajuda do radialista Antônio
Carvalho Duarte, ex-assessor de Lobão no Senado Federal. Hoje Antônio
comanda outra associação de garimpeiros. Foi Gesse quem assinou parte
dos contratos com a Colossus. Segundo o Coaf, ele recebeu R$ 344 mil dos
canadenses, após o dinheiro passear pela conta de quem ele diz ser seu
assessor – um sujeito que ganhou R$ 890 mil da Colossus. Essas operações
foram rastreadas entre março e junho de 2010. No dia 4 de maio daquele
ano, sob a supervisão do Ministério de Minas e Energia, a cooperativa,
representada por Gesse, fechara com a Colossus o acordo que aumentava
para 75% a participação dos canadenses no negócio. O acordo já estava
encaminhado dentro do ministério, àquela altura representado pelo
ministro interino, Márcio Zimmermann. Lobão deixara o ministério havia
pouco para se dedicar à campanha eleitoral – Gesse foi cabo eleitoral de
Lobão. O documento de 4 de maio é o que respalda até hoje a parceria
entre a Colossus e os garimpeiros. Depois dessa data, a Colossus ampliou
as milionárias transferências para as contas dos garimpeiros ligados a
Lobão. >> Planalto não abre mão de licitação na exploração de minério de ferro
Assim como Antônia, Gesse mora em Imperatriz. Recebeu ÉPOCA em sua casa
e negou que tenha se apropriado do dinheiro dos garimpeiros, ou que
tenha repassado esse dinheiro a terceiros. Disse que os recursos foram
usados para despesas com a realização de assembleias gerais convocadas
pela cooperativa. “Era gente de todo lugar que tinha de trazer para
Curionópolis (em Serra Pelada)”, afirmou. “É um povo sem recurso. E que
não podia ficar de fora dessas assembleias, eram decisões importantes
para o futuro do garimpo.” A conta bancária da cooperativa, segundo
Gesse, estava bloqueada por causa de dívidas questionadas na Justiça.
“Ou você recebia desse jeito ou parava a cooperativa.” Outros dois
garimpeiros que receberam dinheiro da Colossus, ambos funcionários
públicos do Estado do Maranhão, disseram que repassaram parte do
dinheiro, em espécie, ao advogado Jairo Leite, ex-funcionário do Senado
ligado a Lobão.
Tanto para o Ministério Público do Pará quanto para o Ministério
Público Federal, é ilegal a operação que permitiu aos canadenses tomar
conta de Serra Pelada. O promotor Hélio Rubens apresentou denúncia na
Justiça contra Gesse, Antônia e outros três garimpeiros ligados a Lobão.
Acusa-os de apropriação indébita de dinheiro, ocultação de valores
desviados e formação de quadrilha. O Ministério Público Federal tenta
cancelar o contrato com os canadenses. Segundo os procuradores, o
contrato foi feito sob medida para a Colossus, e o aumento da
participação dos canadenses no consórcio foi fechado sem o aval da
maioria dos garimpeiros. Essa ação também tramita na Justiça. Em 2012,
diante dos fatos, a Justiça determinou o afastamento da turma do comando
da cooperativa. Os investigadores ainda tentam descobrir quem recebeu o
restante dos R$ 50 milhões. Procurado por ÉPOCA, o ministro Lobão
afirmou que conheceu Gesse como militante político em Imperatriz nos
anos 1980. Disse que conheceu Antônio Duarte na mesma época e confirmou
que ele trabalhou duas vezes em seu gabinete de senador, como assessor
de imprensa. Lobão afirma desconhecer o relatório do Coaf que apontou as
movimentações atípicas de Gesse e Antônia. Ele informou ainda que não
recebeu qualquer ajuda financeira da Colossus durante as eleições de
2010.
Cláudio Mancuso, CEO da Colossus, disse a ÉPOCA que os valores
transferidos à cooperativa estavam previstos no contrato firmado com os
garimpeiros para retomar a exploração mineral em Serra Pelada. Segundo
ele, cerca de R$ 50 milhões foram repassados à cooperativa desde o
início da parceria, incluindo a “compra de direitos minerários”, antes
pertencentes à cooperativa. “Fizemos as transferências para contas
indicadas pela cooperativa”, disse ele.
Quem recebeu os R$ 50 milhões? Certamente os beneficiários não estão na
sede da cooperativa em Imperatriz, conhecida como “casa do garimpeiro”.
No escritório, há até máquina de escrever. Na manhã de terça da semana
passada, havia cerca de 20 garimpeiros na casa, todos senhores, jogando
dominó e batendo papo sob a sombra das árvores. Todos reclamavam da vida
que tiveram no garimpo. Nenhum deles confirmou ter recebido dinheiro
dos canadenses nem de nenhum santo padroeiro.
A dona de casa Antônia Alves de Oliveira, de 58 anos, leva uma vida
tranquila em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão – e, no mapa
político do Brasil, capitania de Edison Lobão, do PMDB, ministro de
Minas e Energia. Antônia gasta os dias cuidando do pequeno jardim de sua
casa, no modesto bairro Parque Alvorada. Interrompeu os afazeres
domésticos para receber ÉPOCA na tarde da última segunda-feira, sob um
úmido calor de 33 graus. Não havia ar-condicionado. Ela ofereceu água
gelada, servida em copos de alumínio. Contou a história de sua família. É
uma história que, como muitas outras em Imperatriz, se confunde com a
aventura do garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará. Na década de 1980,
ele chegou a ser o maior do mundo. Imperatriz fica relativamente perto
de Serra Pelada, e a oportunidade de fazer dinheiro levou muitos pais de
família ao sul do Pará. Além do ex-marido de Antônia, seus três irmãos
foram garimpeiros. Um deles, Davi Alves Silva, aliado de Lobão no PFL,
antigo partido do ministro, se elegeu deputado estadual, deputado
federal e prefeito de Imperatriz, quando Lobão era governador do
Maranhão, em 1990. Davi foi assassinado em 1992, ano em que o governo
federal resolveu pôr fim ao garimpo em Serra Pelada – ao menos com as
mãos, não era mais possível achar ouro. A partir dali, apenas com alta
tecnologia. “Serra Pelada deu muita chateação, mas ainda tem muito ouro
lá”, diz Antônia. Se, para a maioria dos garimpeiros, o ouro acabou,
para alguns poucos, como Antônia, o ouro continua brotando da terra,
como que por milagre.
O santo se chama Edison Lobão, padroeiro dos garimpeiros de Serra
Pelada. Ele afirma, em discursos e campanhas, ser o político que mais
lutou em Brasília pelos direitos dos garimpeiros. “Olhando o sofrimento
desses brasileiros – 70% dos quais maranhenses –, recordo-me do que foi
também o sofrimento dos judeus, retirados do Egito por Moisés, que
durante 40 anos peregrinaram pelo deserto, em busca de um lugar onde
ficar”, afirmou Lobão na tribuna do Senado em 2010. “Não é diferente,
salvo quanto ao tempo, o que ocorre com os garimpeiros. Esses homens
foram para Serra Pelada, descobriram ouro; extraíram-no e o entregaram,
por algum pagamento, ao governo federal; ajudaram o governo federal a
fazer seu lastro com ouro, ativo financeiro de grande valor, e, hoje,
expulsos da Serra Pelada, em nome de direitos da Companhia Vale do Rio
Doce, estão sem saber o que fazer da vida.” Se a história de Imperatriz
passa por Serra Pelada, a história de Serra Pelada passa por Lobão. >> Blog do Planeta: "O novo código de mineração não diz nada sobre os impactos ambientais"
Foi por influência dele que, em 2007, o governo convenceu a Vale a
abdicar do tesouro ainda existente em Serra Pelada. Estima-se que o ouro
remanescente valha, por baixo, R$ 3 bilhões. Por apenas US$ 59 milhões,
a Vale aceitou transmitir a uma cooperativa de antigos garimpeiros os
direitos de exploração mecanizada da área. Antônia e outros garimpeiros
tomaram o controle da cooperativa. Com o aval do Ministério de Minas e
Energia, já ocupado pelo PMDB, tornaram-se sócios da empresa de
mineração canadense Colossus. Em 2010, com Lobão no ministério, a
Colossus aumentou sua participação no consórcio com os garimpeiros de
51% para 75%. O que rendeu aos garimpeiros – especialmente a partir
2010, ano em que Lobão venceu mais uma eleição ao Senado – a quantia de
R$ 50 milhões, segundo a própria Colossus.
De acordo com o Ministério Público, a dona de casa Antônia recebeu dos
canadenses, em sua conta pessoal no Banco do Brasil, R$ 19,2 milhões,
entre janeiro de 2010 e março de 2011. Um rastreamento do Conselho de
Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, que investiga casos de
lavagem de dinheiro, revelou que 65% desse total foi sacado na boca do
caixa. Alguns dos saques foram superiores a R$ 100 mil. Antônia era
tesoureira da cooperativa. Como o dinheiro foi sacado, os investigadores
não conseguiram descobrir os beneficiários finais da fortuna. O que
Antônia fez com tantos milhões? Claramente, o dinheiro não foi investido
em seu jardim, embora ela tenha também uma casinha na Vila Lobão,
bairro batizado em homenagem ao padroeiro. “Não ficava nada comigo.
Podem abrir minhas contas no banco. Se entrasse o dinheiro às 11 horas,
às 17 horas não tinha mais nada. Tinha uma lista de pagamentos para
fazer”, afirma Antônia. Ela não conta para quem passava o dinheiro. No
máximo, diz que fazia “pagamento de despesas administrativas” da
cooperativa.
Antônia é amiga do garimpeiro Gesse Simão de Melo, o entusiasmado
senhor que aparece no palanque da foto acima, junto a Lobão. Gesse era
presidente da cooperativa, quando Antônia era tesoureira. Para chegar ao
comando da cooperativa, os dois receberam a ajuda do radialista Antônio
Carvalho Duarte, ex-assessor de Lobão no Senado Federal. Hoje Antônio
comanda outra associação de garimpeiros. Foi Gesse quem assinou parte
dos contratos com a Colossus. Segundo o Coaf, ele recebeu R$ 344 mil dos
canadenses, após o dinheiro passear pela conta de quem ele diz ser seu
assessor – um sujeito que ganhou R$ 890 mil da Colossus. Essas operações
foram rastreadas entre março e junho de 2010. No dia 4 de maio daquele
ano, sob a supervisão do Ministério de Minas e Energia, a cooperativa,
representada por Gesse, fechara com a Colossus o acordo que aumentava
para 75% a participação dos canadenses no negócio. O acordo já estava
encaminhado dentro do ministério, àquela altura representado pelo
ministro interino, Márcio Zimmermann. Lobão deixara o ministério havia
pouco para se dedicar à campanha eleitoral – Gesse foi cabo eleitoral de
Lobão. O documento de 4 de maio é o que respalda até hoje a parceria
entre a Colossus e os garimpeiros. Depois dessa data, a Colossus ampliou
as milionárias transferências para as contas dos garimpeiros ligados a
Lobão. >> Planalto não abre mão de licitação na exploração de minério de ferro
Assim como Antônia, Gesse mora em Imperatriz. Recebeu ÉPOCA em sua casa
e negou que tenha se apropriado do dinheiro dos garimpeiros, ou que
tenha repassado esse dinheiro a terceiros. Disse que os recursos foram
usados para despesas com a realização de assembleias gerais convocadas
pela cooperativa. “Era gente de todo lugar que tinha de trazer para
Curionópolis (em Serra Pelada)”, afirmou. “É um povo sem recurso. E que
não podia ficar de fora dessas assembleias, eram decisões importantes
para o futuro do garimpo.” A conta bancária da cooperativa, segundo
Gesse, estava bloqueada por causa de dívidas questionadas na Justiça.
“Ou você recebia desse jeito ou parava a cooperativa.” Outros dois
garimpeiros que receberam dinheiro da Colossus, ambos funcionários
públicos do Estado do Maranhão, disseram que repassaram parte do
dinheiro, em espécie, ao advogado Jairo Leite, ex-funcionário do Senado
ligado a Lobão.
Tanto para o Ministério Público do Pará quanto para o Ministério
Público Federal, é ilegal a operação que permitiu aos canadenses tomar
conta de Serra Pelada. O promotor Hélio Rubens apresentou denúncia na
Justiça contra Gesse, Antônia e outros três garimpeiros ligados a Lobão.
Acusa-os de apropriação indébita de dinheiro, ocultação de valores
desviados e formação de quadrilha. O Ministério Público Federal tenta
cancelar o contrato com os canadenses. Segundo os procuradores, o
contrato foi feito sob medida para a Colossus, e o aumento da
participação dos canadenses no consórcio foi fechado sem o aval da
maioria dos garimpeiros. Essa ação também tramita na Justiça. Em 2012,
diante dos fatos, a Justiça determinou o afastamento da turma do comando
da cooperativa. Os investigadores ainda tentam descobrir quem recebeu o
restante dos R$ 50 milhões. Procurado por ÉPOCA, o ministro Lobão
afirmou que conheceu Gesse como militante político em Imperatriz nos
anos 1980. Disse que conheceu Antônio Duarte na mesma época e confirmou
que ele trabalhou duas vezes em seu gabinete de senador, como assessor
de imprensa. Lobão afirma desconhecer o relatório do Coaf que apontou as
movimentações atípicas de Gesse e Antônia. Ele informou ainda que não
recebeu qualquer ajuda financeira da Colossus durante as eleições de
2010.
Cláudio Mancuso, CEO da Colossus, disse a ÉPOCA que os valores
transferidos à cooperativa estavam previstos no contrato firmado com os
garimpeiros para retomar a exploração mineral em Serra Pelada. Segundo
ele, cerca de R$ 50 milhões foram repassados à cooperativa desde o
início da parceria, incluindo a “compra de direitos minerários”, antes
pertencentes à cooperativa. “Fizemos as transferências para contas
indicadas pela cooperativa”, disse ele.
Quem recebeu os R$ 50 milhões? Certamente os beneficiários não estão na
sede da cooperativa em Imperatriz, conhecida como “casa do garimpeiro”.
No escritório, há até máquina de escrever. Na manhã de terça da semana
passada, havia cerca de 20 garimpeiros na casa, todos senhores, jogando
dominó e batendo papo sob a sombra das árvores. Todos reclamavam da vida
que tiveram no garimpo. Nenhum deles confirmou ter recebido dinheiro
dos canadenses nem de nenhum santo padroeiro.
Relâmpago
sobre as Willis Towers, na enorme Chicago, a 6 de junho deste ano:
lindo encontro da natureza com uma paisagem extremamente urbana (Foto:
Scott Olson – Getty Images)
Não é sempre que podemos flagrar a ação dos relâmpagos.
Por causa das diferenças entre velocidade de propagação da luz e do
som, eles aparecem nos céus invariavelmente antes – até dois segundos –
de seus chamativos estrondos correspondentes, os trovões.
A dificuldade de prever aparições destas sempre impressionantes
descargas elétricas na atmosfera atrapalha o trabalho dos fotógrafos que
tentam registrá-las. Mesmo assim, alguns profissionais dos cliques
volta e meia conseguem imagens espetaculares dos “raios”.
Selecionada pela revista americana Time, a série que ilustra este post mostra os relâmpagos em plena ação em grandes espaços urbanos ou naturais. Vale a pena:
Relâmpago sob observação de guepardos no parque Masai Mara, no Quênia, 22 de setembro de 2009 (Foto: Paul Souders – Corbis)
Vulcão Puyehue, no Chile, em 6 de junho de 2011 (Foto: Francisco Negroni -Agencia Uno/AP)
Paisagem rural no estado americano do Kansas, 5 de junho de 2004 (Foto: Jim Reed – Corbis)
Vulcão Grimsvotn, Islândia, 21 de maio de 2011 (Foto: Ragnar Axelsson -Bloomberg/Getty Images)
Centro de Xangai, a maior cidade do mundo, na China, 15 de agosto de 2012 (Foto: Aly Song Reuters)
Maseru, capital de Lesoto, a 27 de setembro de 2011 (Foto: Alessandro Della Bella – EPA)
O vulcão Eyjafjallajokul, na Islândia, em 17 de abril de 2010 (Foto: Lucas Jackson -Reuters)
Estádio de críquete Edgbaston, em Birmingham, Inglaterra, a 28 de junho de 2005 (Foto: Tom Shaw – Getty Images)
O
Parque Nacional Petrified Forest, no estado americano de Arizona, em 31
de agosto de 2011 (Foto: Ralph Lauer – Zuma Press/Corbis)
O
porta aviões USS John C. Stennis (CVN 74), da Marinha dos EUA, no Golfo
Pérsico em 28 de março de 2007 (Foto: Heidi Giacalone – EPA/Corbis)
Empresa da Eslovênia planeja lançar novo modelo em 20 anos
da Redação
Esta semana a equipe do projeto
Aeromobil 2.5 divulgou o primeiro teste de voo do protótipo de terceira
geração em que eles trabalham desde a década 1990, quando foi criada a
primeira versão conceitual do carro. Segundo a empresa eslovaca, o
projeto é de longa data e seu modelo deve ficar pronto em um prazo de 20
anos.
O Aeromobil 2.5 conta com uma estrutura
de aço e um revestimento de fibra de carbono, pesando apenas 450 kg
quando está vazio. Seu motor traseiro, um Rotax 912, faz o modelo
alcançar até 200 km/h no ar. No entanto, em solo ele só atinge a marca
de 160 km/h. Com uma autonomia de 492 quilômetros quando está voando, em
terra o carro voador consegue ir um pouco mais longe: anda até 500
quilômetros.
Carros voadores não são uma novidade, em
março de 2012, a empresa norte-americana Terrafugia também realizou o
primeiro teste de voo de seu protótipo, o Transition.
Os Estados Unidos teriam grampeado o
telefone da chanceler alemã Angela Merkel desde 2002, de acordo com uma
reportagem da revista Der Spiegel.
A publicação alemã diz ter
tido acesso a documentos secretos da Agência Nacional de Segurança (NSA,
na sigla em inglês), que mostram o número de Merkel em uma lista de
2002 - antes de que ela fosse eleita pela primeira vez.
Seu número continuava em uma lista de vigilância em 2013.
Neste sábado, manifestantes protestaram em Washington contra o programa de espionagem da NSA.
Milhares
de pessoas fizeram uma passeata até o Capitólio para pedir limites ao
programa. Alguns deles levavam cartazes em apoio ao ex-funcionário da
agência Edward Snowden, que revelou documentos sobre as atividades do
órgão.
Os arquivos não esclarecem a natureza do monitoramento do celular de Merkel, segundo a Der Spiegel.
Por exemplo, é possível que as conversas da chanceler tenham sido gravadas ou que seus contatos tenham somente sido assessados.
Na
próxima semana, a Alemanha mandará seus principais chefes de
inteligência para pressionar por uma investigação sobre as acusações de
espionagem, que causaram ultraje na Alemanha.
Na sexta-feira
passada, a Alemanha e a França exigiram que os Estados Unidos assinem um
acordo de não-espionagem até o fim do ano.
Além do grampo no
telefone de Merkel, há relatos de que a NSA tenha monitorado milhões de
chamadas telefônicas de cidadãos alemães e franceses.
Rede de escuta
Os documentos vistos pela Der Spiegel também detalham a espionagem americana a governos europeus.
Uma
unidade chamada Special Collection Services (Serviços Especiais de
Coleta, em tradução livre), baseado na embaixada americana em Berlim,
foi responsável pelo monitoramento das comunicações no quarteirão
ocupado pelo governo na capital.
Se a existência de estações de
escuta em embaixadas americanas fosse comprovada, haveria "sérios danos
às relações americanas com um governo estrangeiro", dizem os documentos.
De
acordo com os documentos obtidos pela revista alemã, unidades
semelhantes estariam em 80 lugares em todo o mundo, 19 delas em cidades
europeias.
O governo americano teria uma segunda base de espionagem na cidade de Frankfurt am Main.
Merkel falou por telefone com o presidente americano na quarta-feira passada, quando foi informada das acusações de espionagem.
Obama pediu desculpas à chanceler alemã e afirmou que não sabia sobre o monitoramento de seu telefone, segundo a Der Spiegel.
O
escândalo causou o maior mal-estar diplomático entre a Alemanha e os
Estados Unidos, segundo o correspondente da BBC em Berlim, Damien
McGuiness.
Merkel - uma americanófila que ganhou a Medalha
Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos em 2011 - estaria chocada
pela ideia de que Washington pudesse realizar o mesmo tipo de espionagem
que ela teve que enfrentar quando vivia no regime comunista da Alemanha
Oriental.
Os Estados Unidos teriam grampeado o
telefone da chanceler alemã Angela Merkel desde 2002, de acordo com uma
reportagem da revista Der Spiegel.
A publicação alemã diz ter
tido acesso a documentos secretos da Agência Nacional de Segurança (NSA,
na sigla em inglês), que mostram o número de Merkel em uma lista de
2002 - antes de que ela fosse eleita pela primeira vez.
Seu número continuava em uma lista de vigilância em 2013.
Neste sábado, manifestantes protestaram em Washington contra o programa de espionagem da NSA.
Milhares
de pessoas fizeram uma passeata até o Capitólio para pedir limites ao
programa. Alguns deles levavam cartazes em apoio ao ex-funcionário da
agência Edward Snowden, que revelou documentos sobre as atividades do
órgão.
Os arquivos não esclarecem a natureza do monitoramento do celular de Merkel, segundo a Der Spiegel.
Por exemplo, é possível que as conversas da chanceler tenham sido gravadas ou que seus contatos tenham somente sido assessados.
Na
próxima semana, a Alemanha mandará seus principais chefes de
inteligência para pressionar por uma investigação sobre as acusações de
espionagem, que causaram ultraje na Alemanha.
Na sexta-feira
passada, a Alemanha e a França exigiram que os Estados Unidos assinem um
acordo de não-espionagem até o fim do ano.
Além do grampo no
telefone de Merkel, há relatos de que a NSA tenha monitorado milhões de
chamadas telefônicas de cidadãos alemães e franceses.
Rede de escuta
Os documentos vistos pela Der Spiegel também detalham a espionagem americana a governos europeus.
Uma
unidade chamada Special Collection Services (Serviços Especiais de
Coleta, em tradução livre), baseado na embaixada americana em Berlim,
foi responsável pelo monitoramento das comunicações no quarteirão
ocupado pelo governo na capital.
Se a existência de estações de
escuta em embaixadas americanas fosse comprovada, haveria "sérios danos
às relações americanas com um governo estrangeiro", dizem os documentos.
De
acordo com os documentos obtidos pela revista alemã, unidades
semelhantes estariam em 80 lugares em todo o mundo, 19 delas em cidades
europeias.
O governo americano teria uma segunda base de espionagem na cidade de Frankfurt am Main.
Merkel falou por telefone com o presidente americano na quarta-feira passada, quando foi informada das acusações de espionagem.
Obama pediu desculpas à chanceler alemã e afirmou que não sabia sobre o monitoramento de seu telefone, segundo a Der Spiegel.
O
escândalo causou o maior mal-estar diplomático entre a Alemanha e os
Estados Unidos, segundo o correspondente da BBC em Berlim, Damien
McGuiness.
Merkel - uma americanófila que ganhou a Medalha
Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos em 2011 - estaria chocada
pela ideia de que Washington pudesse realizar o mesmo tipo de espionagem
que ela teve que enfrentar quando vivia no regime comunista da Alemanha
Oriental.