domingo, 27 de outubro de 2013

Interessante mesmo.

Arquitetura imponente e atrações sofisticadas garantem o charme de Oslo
Será que nem a própria Oslo tem condição de bancar a cidade? Sim, porque hoje em dia as áreas mais interessantes da capital norueguesa, famosa por seus preços altos, ficam na periferia, nos novos bairros badalados - o transado Grunerlokka a nordeste, o glamoroso Tjuvholmen a sudoeste - e mais além, nas paisagens gloriosas dos fiordes e florestas do norte. É verdade que o centro ainda possui uma versão de "O Grito", do pintor mais famoso do país, Edvard Munch, cujos 150 anos de nascimento estão sendo comemorados ao longo de 2013, mas o grande destaque atual são as obras arquitetônicas - como o museu de arte sinuoso inaugurado em 2012 e a casa de ópera angular - que fazem parte da orla renovada. Hoje em dia, para ver Oslo, é preciso percorrer maiores distâncias.
SEXTA-FEIRA
15h - O pássaro alçou voo
Oslo tem uma "cultura do café" arraigada e que oferece amplas oportunidades aos conhecedores de comparar as nuances dos grãos de torrefadores como Tim Wendelboe e Solberg & Hansen. Um lugar requintado para saborear o sort kaffe, ou café preto, é o Fuglen (Universitetsgata 2; fuglen.no), uma casa aconchegante decorada no melhor estilo dos anos 60 - que pode ser apreciada entre os sofás e poltronas vintage, à venda no brechó afiliado ao café. Quem gostar do clima do lugar pode voltar à noite, que desde 2010 funciona também como cocktail bar. Esse conceito - espressos de dia, old-fashioneds à noite - deu tão certo que o Fuglen, que significa "O Pássaro" em norueguês, levantou voo no ano passado, abrindo a primeira filial internacional em Tóquio.

16h30 - Perseguindo cachoeiras
Não são muitas as capitais que possuem cachoeiras impressionantes dentro dos limites da cidade, mas é exatamente o que você vai encontrar numa caminhada rumo ao norte, nas belas trilhas que margeiam o rio Aker. Na Ponte Beier, ele despenca de um desfiladeiro para criar a espetacular "Waterfall at Molla", além de belos arco-íris produzidos enquanto borrifa água.

19h - Da horta para a cozinha
O Maaemo se tornou a bola da vez no mundo da gastronomia quando ganhou duas bem merecidas estrelas do guia Michelin em 2012, pouco mais de um ano depois de inaugurado, mas há poucas mesas e os preços são salgados. Uma opção é ir para Frogner, um bairro nobre a oeste do centro onde, escondido num pátio de pedras, fica o Kolonihagen (Frognerveien 33; kolonihagenfrogner.no), restaurante rústico com paredes de tijolinho aparente e vigas de madeira no teto.

Um dos donos é o fundador do Maaemo, que explica que o nome da casa é referência às colônias ajardinadas norueguesas - lotes urbanos públicos usados para a jardinagem comunitária - e que usa os ingredientes comprados dos mesmos produtores que fornecem para o Maaemo. O resultado, delicioso, são pratos simples e sazonais como a sopa de cogumelos selvagens com trufas negras e carne de rena grelhada com tupinambo, cranberry, couve-de-bruxelas e nabo em conserva. No jantar, o cardápio, em constante mudança, é composto de sete pratos (a 745 coroas norueguesas, ou US$130 com o dólar a 5,66 coroas), que podem ser pedidos também à la carte.
21h - Vida nova às margens do rio
Em duas casas de espetáculos às margens do rio Aker, o palco é tão interessante quanto os artistas que ali se apresentam. O Kulturkirken Jakob (Hausmannsgate 14; jakob.no) era uma igreja, que após ser revitalizada, tornou-se uma "igreja cultural" dedicada a inúmeros eventos de dança, música e teatro. Além dos grupos de jazz e cantores de música country, o espaço recebe um culto semanal, nas noites de domingo (que, com luzes de palco, piano e banda, parece mais show do que reza) que será retomado em setembro. A algumas quadras fica o Bla (Brenneriveien 9; blaaoslo.no), um prédio com cara de bunker, coberto de pichações e que mantém uma agenda ainda mais eclética. Em algumas noites é possível ver reuniões de bingo e debates literários; em outras, DJs e bandas pop eletrônicas tocando para a casa cheia.

  • Kyrre Lien/The New York ­Times­ Fuglen fica uma casa aconchegante decorada no melhor estilo dos anos 60 - que pode ser apreciada entre os sofás e poltronas vintage
23h30 - Cervejas artesanais
A Noruega abriga um grupo pequeno, mas próspero, de microcervejarias. Para saboreá-las, atravesse o rio rumo a Grunerlokka, onde dois pubs que vendem cerveja artesanal abriram recentemente. Comece no Schouskjelleren Mikrobryggeri (Trondheimsveien 2; schouskjelleren.no), um microprodutor que abriu um bar próprio em 2010, no sótão da Schous Bryggeri, extinta cervejaria que ali funcionava nos idos de 1800. Sob o teto abobadado do bar subterrâneo, experimente a suave Thunder Bear Stout (67 coroas). A algumas quadras fica o Grunerlokka Brygghus (Thorvald Meyersgate 30B; brygghus.no), uma casa animada onde se pode provar uma de suas produções na torneira - como a refrescante Kjell Pop Single Hop (64 coroas) - ou um dos quase cem rótulos do cardápio, incluindo várias das cervejarias nacionais como Haandbryggeriet, Aegir Bryggeri e Kinn Bryggeri.

SÁBADO
9h - Escapada aos fiordes
A proximidade da cidade da impecável Oslo Fjord torna a escapada à pequena ilha uma aventura simples. Pegue a balsa (horários no site ruter.no) em Vippetangen e, cinco minutos depois, estará desembarcando em Hovedoya, a ilha mais próxima. Há trilhas por toda a extensão da ilhota, que também abriga duas praias boas para banho e as ruínas de um monastério de 1100. Na volta, vale observar as fachadas brilhantes que pontilham a orla.

12h30 - Um prato cheio
Madri tem o Mercado de San Miguel; Copenhague, o Torvehallerne, e agora Oslo também tem um mercado para chamar de seu, o Mathallen (Maridalsveien 17; mathallenoslo.no). Inaugurado em outubro, ele ocupa o prédio de uma antiga fábrica às margens do rio e reúne mais de trinta barraquinhas, lojas e restaurantes sob o mesmo teto (bem grande, por sinal). O foco nos produtos locais sazonais é mais evidente no restaurante do mezzanino, o von Porat (vonporat.no), cujos pratos geralmente são preparados com os produtos vendidos pelas bancas vizinhas. Para um lanche rápido, puxe um banquinho no balcão do Anni's Polsemakeri (polsemakeri.no), açougue que também serve um prato excelente de linguiças grelhadas, salada de repolho e cenoura, e salada cremosa de batata (75 coroas).

15h - Ladrão de arte
Tjuvholmen, ou Thief Island, é a atração do projeto de renovação urbana da cidade e que pretende reformar as áreas industriais e docas decadentes da orla. O resultado é que a área se transformou em um centro de artes vibrante, cujo destaque é a nova joia arquitetônica da cidade: o Astrup Fearnley Museet (Strandpromenaden 2; afmuseet.no). O museu de arte moderna reabriu em 2012 num complexo de madeira e vidro projetado por Renzo Piano; lá dentro, exposições provocadoras trazem os trabalhos de Damien Hirst, Takashi Murakami e Cindy Sherman (ingresso: 100 coroas). Do lado de fora, num pequeno parque de esculturas se espalham peças de Louise Bourgeois, Anish Kapoor e outros. Depois de um passeio, explore as alamedas de Tjuvholmen, onde várias galerias de arte se estabeleceram. Na Pushwagner Gallery (Tjuvholmen Allé 10; pushwagner.no), as cores vivas e a arte pop divertida de Hariton Pushwagner - pseudônimo do aclamado artista local Terje Brofos - não poderiam se mais discrepantes das de Munch.

19h30 - Jantar de frutos do mar
Depois de admirar as diversas opções artísticas de Tjuvholmen, reabasteça numa das (muitas) casas novas da região. Um destaque é o Hanami (Kanalen 1; hanami.no), restaurante sofisticado de inspiração japonesa que abriu em setembro de 2011 e que trabalha com os frutos do mar fresquíssimos pescados ali perto. Pegue uma mesa do lado de fora, ponto perfeito de observação do movimento, e peça alguns pratos para dividir. O salmão assado, com ovas e molho de missô e manjericão (159 coroas), é delicioso e a suculenta lagosta de forno, partida ao meio e temperada com manteiga de ouriço-do-mar e foie gras (395 coroas), simplesmente divina.

  • Kyrre Lien/The New York ­Times­ Na Ponte Beier, o rio Aker despenca de um desfiladeiro para criar a "Waterfall at Molla"
23h - Drinques especiais
Se estiver a fim de um drinque só, vá ao pequenino No. 19 (Mollergata 23; no-19.no), aberto há um ano perto da antiga prisão que inspirou seu nome. Com serviço prestimoso e iluminação discreta, o bar é o lugar perfeito para desfrutar de um coquetel como o Violet Hands, feito com aquavit Throndhjems, Martini Rosato, Grand Marnier, Campari e um flambado de alecrim e uísque Ardbeg Uigeadail (121 coroas) - e a menos que tenha que ficar sóbrio rapidinho, melhor esperar até o dia seguinte para calcular quanto a bebida custou na moeda de seu país.

DOMINGO
10h30 - É só pular
Pegue a Linha 1 do metrô até as colinas verdejantes a noroeste do centro, rumo ao majestoso Holmenkollen Ski Jump. Ali, os esquiadores eram içados em pleno ar desde o século 19 - até a reforma de 2010, que lhe acrescentou curvas de aço e deixou a estrutura moderna mais parecida com obra de arte do que arena esportiva. A entrada para o Museu do Esqui (110 coroas) dá acesso à torre de saltos e sua vista de 360° da cidade, dos fiordes e florestas. (Holmenkollen Ski Jump & Museu, Kongeveien 5; holmenkollen.com)

13h - Floresta norueguesa
Pegue o metrô novamente, dessa vez para o norte, para a estação terminal, onde fica a floresta conhecida como Nordmarka, que atrai aventureiros o ano todo. No inverno, os esquiadores de cross-country lotam as trilhas da região; no verão, é a vez dos caminhantes e ciclistas. Explore o local e depois descanse no Frognerseteren (Holmenkollveien 200; frognerseteren.no), chalé lindo com restaurante e café perto da estação de metrô vizinha de mesmo nome. No terraço, tome uma Saison da microcervejaria Nogne O (meio litro, 115 kroner) e aproveite a vista espetacular.

Acomodação
O primeiro Design Hotel na Noruega, The Thief, foi inaugurado em janeiro com 119 quartos (Landgangen 1; thethief.com; a partir de 2.090 coroas). Tons escuros e tecidos sofisticados complementam as obras de arte, muitas das quais foram emprestadas do Astrup Fearnley Museet.

O Scandic Vulkan (Maridalsveien 13A; scandichotels.no; a partir de 590 coroas) tem 149 quartos simples e confortáveis. Café da manhã e Wi-Fi grátis, a 15 minutos a pé do centro. 

As fotos todas estão no link abaixo.

http://viagem.uol.com.br/guia/noruega/oslo/roteiros/arquitetura-imponente-e-atracoes-sofisticadas-garantem-o-charme-de-oslo/index.htm#fotoNav=1 

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