Dilma assina contrato de obra de metrô que começou há 13 anos, já custou R$ 1 bi e nunca funcionou
Marcelo Barreto
Do UOL, em Salvador
Do UOL, em Salvador
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Secom BAObras no metrô de Salvador, que não opera; parte do trecho tem a promessa de começar a funcionar antes da Copa
Salvador tem protesto contra paralisação de obra do metrô
Ao longo desses 13 anos, quatro governadores eleitos também estiveram em eventos do metrô que continua parado: César Borges (DEM), de 1999 a 2002; Otto Alencar (PL), de 2002 a 2003; Paulo Souto (DEM), de 2003 a 2007; e Jaques Wagner (PT), de 2007 até agora.
Já pela gestão municipal passaram três prefeitos. Antônio Imbassahy (PFL na época, PMDB depois), idealizador do projeto, de 1997 a 2005; João Henrique Carneiro (PDT), de 2005 até 2013; e ACM Neto (DEM), desde janeiro de 2013. Os partidos são referentes aos que os políticos estavam quando passaram pelos cargos.
Aposta
A obra é tida como uma das apostas do governo federal para alavancar a aceitação dos baianos nas eleições de 2014. As obras estão paralisadas desde março de 2012, quando foi concluída a construção da central de energia que vai alimentar o sistema. A obra já alcançou três gestões municipais sem que fosse concluída.O TCU (Tribunal de Contas da União) apura ainda denúncias de superfaturamento e desvio de recursos.
No último dia 10 de outubro foi autorizada uma auditoria nas obras, que terá a duração de dois meses. A equipe do Metrô de Madri, empresa escolhida para realizar a inspeção, vai avaliar as instalações e os trens para sugerir ajustes nos 6 km construídos até agora.
O grupo espanhol vai atuar junto aos técnicos da CTS (Companhia de Transporte do Salvador), empresa estatal criada para operar o modal, e da CPC, concessionária que venceu a licitação do sistema.
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Protestos
pelo Brasil - 2013: Uma série de protestos motivados inicialmente pelo
preço da passagem do transporte público espalhou-se pelas cidades
brasileiras e teve repercussão internacional. As primeiras mobilizações
aconteceram em São Paulo, organizadas pelo Movimento Passe Livre, que
defende a adoção da tarifa zero para o transporte público. Após duas
semanas de passeatas, os governos de São Paulo e de outras cidades
recuaram e anunciaram a redução do valor das tarifas. Mas líderes dos
manifestantes disseram que continuarão nas ruas, reivindicando mais
qualidade no transporte público. Junto aos protestos, os manifestantes
também reivindicam melhoria na educação e saúde e se mostram contra os
gastos para a preparação da Copa do Mundo de 2014, a PEC 37 (proposta de
emenda à Constituição que limita os poderes de investigação do
Ministério Público) e a corrupção Leia mais Sebastião Moreira/EPA
O metrô será dividido pela linha 1, chegando até Águas Claras-Cajazeiras, e linha 2, que terá o maior trecho (24,2 km e 13 estações), ligando a Estação Bonocô até o aeroporto, em Lauro do Freitas, passando pela Avenida Paralela, uma das principais da capital.
O contrato será assinado com a CPC (Companhia de Participações em Concessões), controlada pela Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), empresa responsável pela implantação e operação do equipamento. A previsão era de que o início das obras ocorresse em outubro, mas o prazo foi adiado para novembro.
A CPC foi a única a fazer uma oferta, de 127,6 milhões de reais, para participar da licitação. A empresa deverá operar todo o sistema por um período de 30 anos e investirá cerca de R$ 1,4 bilhão, montante a ser obtido por meio de financiamentos.
Elefante branco
Com 6 km de extensão, o menor metrô do Brasil custou até agora mais do que o dobro do orçamento e já levou quatro vezes o tempo previsto para o fim das obras.Os trens foram comprados em 2008. São seis composições e 24 vagões que custaram cerca de R$ 100 milhões. Se entrassem hoje em operação, os custos com revisão dos equipamentos teriam de ser bancados pelo gestor do sistema, pois a garantia do fabricante, uma indústria coreana, está vencida.
As quatro estações, duas subterrâneas e duas elevadas na superfície, também estão em processo de deteriorização.
Após o início das construções, engenheiros descobriram que o metrô passaria por cima do canal da rede de esgoto. O ajuste aumentou o custo da obra em 20%.
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