quinta-feira, 28 de março de 2013

Pode até ser mais eles são mais fortes que o governo e mais poderosos porque, há por traz deles grandes que estão ajudando e com isto eles estão acobertando e se beneficiando com isto, por isto esta prática sempre será efetuada e com mais rigor.

Uma saída no fim do túnel


Duas das fórmulas mágicas adotadas nos últimos anos numa tentativa de coibir o desmatamento da vasta área verde da Amazônia Legal, que se espalha por mais de 60% do território brasileiro, se mostraram quase ineficazes. São elas as concessões florestais e as certificações de madeiras. A primeira diz respeito à terra – pública – que é concedida por um prazo de 30 anos à iniciativa privada para exploração sustentável; em troca, a roda da economia verde gira, são gerados empregos e os empresários pagam à União pelo uso do solo. No segundo caso, o selo verde é auferido às madeireiras que cortam árvores numa velocidade que não prejudica a fauna local. Esse cenário pessimista ocorreu pelos últimos sete anos, como ÉPOCA mostrou em um Diagrama publicado na revista desta semana.
Alguns pesquisadores, no entanto, se mostram otimistas para o futuro. A perspectiva é que as certificações acelerem ao mesmo passo que mais terras devolutas são concedidas e exploradas. É o que diz Leonardo Sobral, gerente de certificação florestal do Imaflora, a EPOCA. “No último semestre do ano passado as concessões tiveram uma retomada expressiva. As madeireiras até então não tinham alcançado seu pico de safra e por isso os resultados estavam estagnados”, afirma. “As certificações só têm demanda quando as madeireiras atingem sua plenitude na produção.” Outra percepção é que a lei das concessões, de 2006, passa a ser melhor compreendida e executada entre poder público e privado.
É por conta dessa reversão de cenários que Sobral estima um crescimento de 55% em certificações na região Amazônica entre este ano e o próximo. Um significativo salto diante dos números atravancados que o setor de selos verdes experimentou entre 2006 e 2012. Para se ter uma ideia, o livro O Estado da Amazônia, lançado com a edição de ÉPOCA desta semana, dava conta de dados alarmantes para esses sete anos, com 3,31 milhões de hectares certificados em 2006 e 3,57 milhões de hectares com o selo no ano passado – um ínfimo aumento de 7,8%.
Um crescimento mais expressivo no futuro pode germinar bons resultados para as exportações, que passaram por um abismo nas vendas nos últimos anos. Ricardo Tamanho, que dirige as operações da LN Guerra, uma empresa que venceu a licitação para explorar a floresta estadual de Mamuru-Arapiuns, no Pará, diz que a certificação é fator “condicionante já nos pré acordo” que as empresas brasileiras estabelecem comercialmente com a Europa, a comunidade que mais demanda madeira brasileira.
Há muitos desafios pela frente. As motosserras de madeireiras e pecuaristas ilegais devastam a um ritmo assustador muito mais árvores do que as usadas por empresas regularizadas. Outras barreiras que o mercado legal tenta superar são a logística, os custos elevados para financiar projetos de manejo nessas florestas, sem falar na competição com o mercado negro que atua na surdina, há anos, por entre as relvas amazônicas. A ver se as duas fórmulas mágicas da economia verde reverterão o cenário temerário pelo qual a Amazônia tem sito palco durante tantos anos.

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