N° Edição: 2259
| 01.Mar.13 - 21:00
| Atualizado em 04.Mar.13 - 19:50
Aquele que pode ser o último caça tripulado desenvolvido pelos EUA –
já que os drones, aviões-robôs, são cada vez mais comuns – é uma
maravilha tecnológica que sofre com os mandos e desmandos. “O desafio de
criar um só avião para três forças americanas não tem precedentes”,
disse à ISTOÉ Richard Aboulafia, vice-presidente da consultoria
americana Teal Group, especializada em projetos de defesa. Ao mesmo
tempo que precisa substituir aeronaves da Força Aérea, o F-35 também
deve resistir aos castigos nas curtas pistas dos porta-aviões da Marinha
e decolar e pousar verticalmente, como um helicóptero, nas operações em
terra e no mar dos fuzileiros.
O F-35, que voou pela primeira vez em 2006, também se tornou o único
caça a sair da linha de montagem da Lockheed Martin, no Texas, enquanto o
desenvolvimento de sistemas críticos, especialmente os eletrônicos,
ainda era feito. O resultado: uma conta de US$ 370 milhões em consertos
de aviões já comprados pelos militares. Além disso, uma característica
crucial da aeronave – sua quase invisibilidade a radares (stealth) – se
torna cada vez mais questionável. “Sensores e computadores melhorados
estão acabando com o stealth”, disse à revista “Time” o almirante
Jonathan Greenert, chefe de operações navais dos EUA.
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A arma de guerra mais cara da história está ameaçada
O caça F-35 vira um pesadelo financeiro e tecnológico para os EUA, que avaliam se vale a pena gastar US$ 400 bilhões no desenvolvimento e fabricação de um concorrente para os drones
Lucas Bessel
Confira, em vídeo, os testes da variante B dessa máquina:
Enquanto o Brasil cogita importar o caça
F-18 Super Hornet, que voa desde 1995, os Estados Unidos estudam o que
fazer com o sucessor dele, o F-35 Lightning 2, a arma mais cara da
história. Com custo estimado de desenvolvimento e construção na casa dos
US$ 400 bilhões, o avião – que foi concebido para ser o principal
armamento da Força Aérea, da Marinha e dos Fuzileiros Navais americanos –
deveria ter entrado em operação no campo de batalha em 2010. Mas as
complicações de montar um único caça para três forças com necessidades
diferentes fizeram com que o Pentágono, de maneira pouco usual, adiasse o
início das missões do F-35 indefinidamente. Hoje, a estimativa mais
otimista, e não oficial, é de que o jato comece a guerrear apenas em
2016.
O custo de cada aeronave, estimado em US$
160 milhões, também assusta potenciais compradores que poderiam ajudar a
reduzir a conta final. “O clube de nações dispostas a gastar esse monte
de dinheiro é extremamente limitado”, diz Aboulafia. Os cortes de
gastos por causa da recessão, aliados a um cenário em que grandes
conflitos entre nações são pouco comuns, fazem do F-35 uma arma cada vez
menos viável, embora igualmente mortal.
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