29/03/2013 21h12
- Atualizado em
30/03/2013 07h16
Coreia do Norte afirma estar em 'estado de guerra' com Coreia do Sul
Anúncio é assinado por todas as instituições do governo norte-coreano.
Retórica de guerra entre rivais vem aumentando nas últimas semanas.
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Segundo comunicado, quaisquer questões entre os dois países serão tratadas sobre esta base.
A retórica belicosa da Coreia do Norte contra a rival e vizinha Coreia do Sul e contra os EUA, aliados sul-coreanos, vinha aumentando ao longo das últimas semanas, após a ONU ter decidido, em 7 de março, impor novas sanções internacionais ao regime norte-coreano, em represália ao terceiro teste nuclear feito pelo país comunista, em fevereiro.
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"A partir de agora, as relações Norte-Sul estão entrando no estado de
guerra e todas as questões levantadas entre o Norte e o Sul vão ser
tratadas sob o protocolo da guerra", diz comunicado norte-coreano deste
sábado, assinado conjuntamente por todas as instituições e órgãos do
fechado governo norte-coreano."A situação que prevalece há muito tempo, segundo a qual a Península Coreana não está nem em guerra, nem em paz, terminou", diz o comunicado.
O texto também adverte que qualquer provocação militar próximo às fronteiras terrestres ou marítimas das Coreias acarretaria "um conflito em grande escala e uma guerra nuclear".
Armistício
Tecnicamente, a Coreia do Sul e a Coreia do Norte estão em guerra desde 1953, porque o conflito entre os dois países, entre 1950 e 53, foi encerrado com um armistício, e não com um tratado de paz.
Apesar do comunicado norte-coreano deste sábado (pelo horário local), não há indicação de que um ataque vá ocorrer imediatamente.
A anulação do cessar-fogo abre, teoricamente, o caminho para o reinício das hostilidades.
Mas, segundo analistas, esta não é a primeira vez que a Coreia do Norte anuncia o fim do armistício.
A Coreia do Sul afirmou não ter detectado movimento de tropas norte-coreanas.
Diplomacia e incerteza
Na sexta-feira, autoridades americanas afirmaram ter "acenado" para o governo norte-coreano com a possibilidade de uma saída diplomática na escalada da retórica de violência.
Mas autoridades americanas ouvidas pela agência Reuters afirmaram que é difícil lidar com o jovem ditador norte-coreano Kim Jong-un, de cerca de 30 anos, considerado menos previsível que seu pai, Kim Jong-il, que "barganhava" ameaças de guerra por ajuda internacional ao país.
A ordem de direcionar os mísseis foi emitida durante uma reunião de emergência com o Estado-Maior norte-coreano e é uma resposta direta às manobras conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na península, feitas na véspera, com bombardeiros invisíveis americanos B-2, capazes de transportar armas nucleares.
Em caso de provocação imprudente dos Estados Unidos, as forças norte-coreanas "deverão atacar sem piedade o (território) continental americano (...), as bases militares do Pacífico, incluindo Havaí e Guam, e as que se encontram na Coreia do Sul", declarou Kim na sexta-feira, citado pela agência oficial.
Analistas afirmam que o público das ameaças militares norte-coreanas aos rivais é "interno", no que seria apenas uma tentativa de Kim Jong-un consolidar seu poder dentro do isolado país
Kim, que acredita-se que esteja perto dos 30 anos, assumiu o poder após a morte de seu pai, Kim Jong-il, em dezembro de 2011, completando mais uma sucessão dinástica na família Kim, e, segundo analistas sul-coreanos, poderia enfrentar resistências internas na "velha guarda" do governo.
A Rússia pediu "moderação" a todos os envolvidos na crise para que não se chegue a um "ponto sem retorno".
Foto do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nesta sexta-feira (29) (Foto: Reuters/KCMA)
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