quarta-feira, 17 de abril de 2013

Será que eles vão se libertar do passado, pode ser um bom passo.

17/04/2013
às 16:24 \  

Uma boa notícia: o “bolivarianismo” será varrido do mapa no Paraguai na eleição de domingo

Junho de 2012: em Mendoza, Argentina, Cristina Kirchner (centro), como anfitriã, anuncia a decisão do Mercosul de suspender o Paraguai e de admitir a Venezuela no grupo (Foto: Agência Brasil)
Democratas da América Latina, alegrem-se. Além do golpe duríssimo que sofreu em sua própria “pátria”, a Venezuela, onde metade do país votou contra o herdeiro do caudilho Hugo Chávez, o “socialismo do século XXI” e do “bolivarianismo” vai sumir do mapa em outro país até há pouco alinhado com os países latino-americanos “inimigos do imperialimo”, o Paraguai.
De fato, nas eleições do próximo domingo, 21, os dois candidatos que disparam na liderança das pesquisas de opinião são de partidos tradicionais: o empresário conservador Horacio Cartes, do velho Partido Colorado que governou por mais de 100 anos o Paraguai — durante a maior parte do tempo ditatorialmente –, e o advogado, ex-senador e ex-ministro Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico.
O ex-presidente “bolivariano” Fernando Lugo, bispo católico pai de filhos afastado pelo Congresso paraguaio no ano passado, nem concorre mais ao governo: disputa uma cadeira no Senado por uma certa Frente Guasu, cujo aspirante presidencial mal sai de 1% dos votos.O vice que o substituiu e vai passar a faixa ao sucessor, Frederico Franco, é do mesmo Partido Liberal de Alegre.
O antigo partido de Lugo, a coligação de esquerda Aliança Patriótica pela Mudança, nem existe mais. E o candidato de outra frente de esquerda, o apresentador de televisão Mario Ferreiro, não ligado a Lugo, aparece muito distante dos candidatos tradicionais.
Horacio Cartes e Efrain Alegre, os dois favoritos são de partidos tradicionais, inteiramente distantes do "bolivarianismo" (Fotos: MercoPress :: EFE)
Horacio Cartes e Efrain Alegre, os dois favoritos são de partidos tradicionais, inteiramente distantes do "bolivarianismo" (Fotos: MercoPress :: EFE)
O impeachment de Lugo, embora transcorrido de acordo com os mandamentos constitucionais do Paraguai, não foi aceito pelos governos dos demais países do Mercosul — Brasil, Argentina e Uruguai.
Numa manobra articulada pela presidente argentina Cristina Kirchner, à qual se associou alegremente a presidente Dilma Rousseff, os respectivos governos consideraram que houve um “golpe” contra Lugo e, numa reunião em Mendoza (Argentina), em junho do ano passado, suspenderam o Paraguai do grupo.
A manobra destinou-se a permitir que o regime autoritário da Venezuela driblasse a “cláusula democrática” do Mercosul e fosse admitida no grupo, uma vez que o Senado do Paraguai — que deveria aprovar a adesão venezuelana — recusava-se a aceitá-la devido às características do chavismo.
A cláusula democrática, que segue norma da mesma índole da União Europeia, foi concebida nos anos 80 pelos então presidentes do Brasil, José Sarney, e da Argentina, Raúl Alfonsín, visando não permitir que regimes ditatoriais se associassem ao Mercosul.
A suspensão do Paraguai deve vigorar até a conclusão da eleição presidencial. E o Paraguai que retornará ao grupo será muito diferente do país “bolivariano” do bispo Lugo.

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