17/04/2013
às 16:24 \ Uma boa notícia: o “bolivarianismo” será varrido do mapa no Paraguai na eleição de domingo
De fato, nas eleições do próximo domingo, 21, os dois candidatos que disparam na liderança das pesquisas de opinião são de partidos tradicionais: o empresário conservador Horacio Cartes, do velho Partido Colorado que governou por mais de 100 anos o Paraguai — durante a maior parte do tempo ditatorialmente –, e o advogado, ex-senador e ex-ministro Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico.
O ex-presidente “bolivariano” Fernando Lugo, bispo católico pai de filhos afastado pelo Congresso paraguaio no ano passado, nem concorre mais ao governo: disputa uma cadeira no Senado por uma certa Frente Guasu, cujo aspirante presidencial mal sai de 1% dos votos.O vice que o substituiu e vai passar a faixa ao sucessor, Frederico Franco, é do mesmo Partido Liberal de Alegre.
O antigo partido de Lugo, a coligação de esquerda Aliança Patriótica pela Mudança, nem existe mais. E o candidato de outra frente de esquerda, o apresentador de televisão Mario Ferreiro, não ligado a Lugo, aparece muito distante dos candidatos tradicionais.
O impeachment de Lugo, embora transcorrido de acordo com os mandamentos constitucionais do Paraguai, não foi aceito pelos governos dos demais países do Mercosul — Brasil, Argentina e Uruguai.
Numa manobra articulada pela presidente argentina Cristina Kirchner, à qual se associou alegremente a presidente Dilma Rousseff, os respectivos governos consideraram que houve um “golpe” contra Lugo e, numa reunião em Mendoza (Argentina), em junho do ano passado, suspenderam o Paraguai do grupo.
A manobra destinou-se a permitir que o regime autoritário da Venezuela driblasse a “cláusula democrática” do Mercosul e fosse admitida no grupo, uma vez que o Senado do Paraguai — que deveria aprovar a adesão venezuelana — recusava-se a aceitá-la devido às características do chavismo.
A cláusula democrática, que segue norma da mesma índole da União Europeia, foi concebida nos anos 80 pelos então presidentes do Brasil, José Sarney, e da Argentina, Raúl Alfonsín, visando não permitir que regimes ditatoriais se associassem ao Mercosul.
A suspensão do Paraguai deve vigorar até a conclusão da eleição presidencial. E o Paraguai que retornará ao grupo será muito diferente do país “bolivariano” do bispo Lugo.
Tags: "bolivarianismo", Argentina, Brasil, Cristina Kirchner, Dilma Rousseff, Efraín Alegre, Fernando Lugo, Horacio Cortes, Hugo Chávez, Mercosul, Paraguai, Partido Colorado, Partido Liberal, Uruguai
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