Fábrica no Brasil deixa preço dos Mercedes estável, não mais baixo, diz CEO
Ricardo Ribeiro
Claudio Luís de Souza
Do UOL, em São Paulo (SP)
Claudio Luís de Souza
Do UOL, em São Paulo (SP)
Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil, com o governador Geraldo Alckmin (dir.) e o diretor global de produção Andreas Renschler
"Com a redução que teremos dos impostos, proporcionada pelo Inovar-Auto [novo regime automotivo], esperamos manter os preços estáveis, já que teremos um gasto como o investimento na construção da fábrica", afirmou Schiemer no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, nesta terça-feira (1). A maior nacionalização dos veículos permite abatimentos na taxação, e a produção local, um aumento na cota de importação.
Pedra cantada por UOL Carros, aliás: não se deve esperar preços mais acessíveis de nenhuma das três marcas premium alemãs que, uma após outra, anunciaram novas fábricas no Brasil (na ordem, BMW, Audi e Mercedes). As vantagens ao consumidor, pelo menos de imediato, restringem-se à espera zero pela entrega do carro e um possível pós-venda mais em conta.
No caso do cliente Mercedes, outro benefício indireto será a possibilidade de usar etanol no tanque, em vez de gasolina. Schiemer foi brincalhão ao avaliar a possibilidade de a marca desenvolver um motor flex: "Ao lado da [futura] fábrica há um canavial. Acho que isso é um sinal. Temos a intenção de atender esse mercado", disse o executivo. Mais tarde, UOL Carros apurou, sem margem a dúvidas, que o propulsor bicombustível já está em desenvolvimento.
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Mercedes Classe C custa a partir de R$ 118.300 no Brasil (versão C180
CGI); nova geração, que será feita no em Iracemápolis (SP), deve crescer
em tamanho para não atrapalhar o CLA, sedã compacto que é o verdadeiro
rival do Audi A3 Sedan, outro carro que será brasileiro Leia mais Murilo Góes/UOL
"Temos muitos modelos atraentes, é uma escolha difícil. O consumidor espera da Mercedes um produto absolutamente premium e não queríamos trazer algo que não representa nossa marca. Optamos pelo Classe C porque é muito reconhecido. Poderíamos produzir o [hatch compacto] Classe A, mas o GLA é mais adaptado às condições das estradas brasileiras", explicou Schiemer -- que acrescentou, com humor nada germânico: "E tem espaço para levar o cachorro e a sogra".
O Classe C parte atualmente de R$ 118.300 (versão C 180 CGI), tendo se tornado opção de prestígio para quem cansou de sedãs médios como Honda Civic e Toyota Corolla e resolveu subir ao andar de cima. O GLA ainda não tem preço definido nem na Europa.
A Mercedes anunciou sua nova fábrica de carros e utilitários leves no Brasil nesta terça. Com início de operação previsto para 2016, ela ficará em Iracemápolis, pequena (22 mil habitantes) cidade do interior paulista. O investimento total será de 170 milhões de euros (cerca de R$ 510 milhões), com produção média de 20 mil veículos/ano. A unidade -- a 12ª fábrica de carros e utilitários leves de São Paulo -- deve gerar, segundo a Mercedes, cerca de 1.000 empregos diretos, além de 3.000 entre os fornecedores. Nos últimos meses, BMW e Audi anunciaram produção local em Araquari (SC) e São José dos Pinhais (PR).
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